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História Príncipe Légolas - Capítulo 29: Fatos e conclusões


Escrita por: America-Sinnger

Notas do Autor


Perdão pela demora em postar, estava extremamente ocupada nas últimas semanas.

Vamos ao que interessa? Voltando com os capítulos como eram antes, escritos pelo pov da Luz.
Atenção: Contém spoiler de The Only Exception

Boa Leitura ♥

Capítulo 29 - Capítulo 29: Fatos e conclusões


Andei sem rumo por alguns minutos naquele imenso castelo que mais parecia me sufocar naquele momento. Eu tentava conter as lágrimas que se formavam em meus olhos, mas não conseguia parar meus pensamentos sobre tudo o que ouvi. Queria muito entender tudo o que o rei e minha mãe disseram, mas eu não conseguiria ouvi-los conversar. Se ao menos pudesse evitar que minha presença não fosse notada pelo elfo para obter alguma informação, mas suas habilidades auditivas com certeza me entregariam. Visão e audição dessas criaturas são estupidamente aguçadas, e nesse momento os odeio por isso.

Legolas provavelmente estaria se preparando para nosso café com seu pai. Antes dele acontecer, nós deveríamos ter uma conversa. Contudo, algo dentro de mim dizia que nossos planos formados na madrugada já pausariam por ali. Na verdade, concluo mesmo que ficar comigo seja mais uma obrigação de Legolas do que um desejo pessoal.

Fui até onde seria nosso encontro nesta manhã. Sentei-me diante a mesa que estava sendo posta para nós três pelas criadas do castelo, e as pedi que parassem. Aguardaria Legolas lá até que comparecesse, e faria as perguntas que precisava fazer antes de tomar qualquer decisão – mesmo que, em meu coração, ela já estivesse sendo proposta.

Sentei-me numa cadeira e fechei os olhos na perspectiva de aprofundar em meus pensamentos e ideias. Essas que me traíram e só voltaram-se para os beijos que eu e o príncipe demos nos dias corridos aqui. Confesso que me apaixonar por ele foi um erro, um deslize por um momento de fraqueza de minha mente. Meu coração compadeceu-se por achar que o príncipe sofria por mim, e acabou se entregando aos prazeres de seus beijos, confundindo minha mente por completo. O momento certo que eu me apaixonei por Legolas, eu não sabia dizer exatamente. Mas foi algo que aconteceu de repente, mesmo que minha amizade com ele custasse acontecer.

Senti o gosto dos lábios do príncipe nos meus de repente, que me despertaram. Ele estava ainda mais bonito nessa manhã. Seu rosto sereno exibia um sorriso calmo de satisfação, e seus olhos brilhavam com muito mais intensidade. Legolas tinha ao seu lado uma beleza que fazia meu coração amolecer todas as vezes que o via. E isso desde o primeiro momento em que pude o contemplar, já que me postei a observá-lo sempre em nosso cotidiano, admirando seus belos olhos ou em como ele parecia perfeito demais. Mas aquilo não era suficiente para manter minhas dúvidas longe, ou que me fizesse aceitar tudo o que estava por vir calada.

Endireitei-me na cadeira. Uma lágrima de angústia desceu por minha face, despertando Legolas para o que estava por vir.

– O que houve? – ele perguntou enxugando a gota solitária que descia aos poucos.

Encarei-o com severidade, afastando sua mão de minha face.

– Eu tenho perguntas a lhe fazer antes de qualquer coisa. – elucidei, afastando seu corpo do meu para dar espaço para a discussão que viria a seguir. – De onde conhece minha mãe?

Legolas espantou-se com a minha pergunta. Buscou uma cadeira para se sentar em minha frente, encarando-me de forma questionadora.

– Melrise Phalnn. – disse, notando que ele não parecia entender do que estava falando.

O príncipe abriu os olhos num susto. Não sei se era possível para ele ficar mais branco, mas naquele momento seu rosto ficara pálido.

Desviou o olhar e suspirou, visivelmente perturbado. Parece que a resposta que estava por vir não me agradaria nem um pouco.

– Não sabia que ela é sua mãe. – O príncipe tentou esclarecer, mas eu duvidei de sua veracidade. Minha mãe se parece muito comigo, e a primeira coisa que ele observaria era essa questão. Fora que ela é senhora da cidade de Mín, de onde eu vinha. Como ele não sabia quem ela era?

– Como a conheceu? – Insisti na pergunta.

– Meu pai e ela tiveram um caso há muito tempo, uns vinte e poucos anos atrás, pouco antes da batalha dos cinco exércitos. E ele gostou muito dela, chegou a abandonar o reino por momentos para viver ao seu lado num ato completamente imprudente de sua parte.

Surpreendi-me com a confissão de Legolas. Não conhecia essa história sobre minha própria mãe. Céus! Ela e Thranduil eram amantes em sua adolescência? De todas as coisas absurdas desse mundo, essa parece estar em primeiro lugar.

– Eles foram felizes, mas algo de muito grave aconteceu e eles se separaram. Por momentos, ele até considerou deixar de ser rei para ficar com ela, mas voltou atrás a pedido da sua mãe. Ada achava que homens e elfos não deveriam se misturar e sei que ela sabia disso, mas por um momento ele cogitou voltar atrás em seus princípios e a pediu em casamento. Contudo, ela não sabia que ele não poderia amá-la, pois já havia entregue seu coração para minha mãe.

Observava Legolas falar com mais dúvidas surgindo em minha mente.

– Sei que com essa aventura, ele prejudicou sua mãe de alguma forma. Como realmente ele não deixou muito claro. Mas em um momento... – Legolas tomara fôlego para continuar. Suas palavras saíam pausadamente, como se sua mente voltasse para o passado. – Em um momento, eu tive que acordá-lo para a vida, e nesse momento eu a vi machucada numa cama urrando de dor. Depois de um acidente, ela quase perdeu a vida e ele... Bem, ele viu que seus atos estavam mais do que precipitados, pois o reino estava infestado de orcs tentando domá-lo, e sua mãe quase morreu por causa disso. Meu pai não tinha escrúpulos quando se tratava dela. Acho que fui o culpado por tê-la afastado dele, de algum modo. Sabia que meu pai não poderia amá-la, e sua intenção nunca fora realmente casar-se com ela.

Ouvi tudo de forma a duvidar de toda a sua verdade.

– É tudo o que sabe? – Meu rosto permanecia rígido e meu controle sobre as lágrimas falhava ás vezes.

Legolas desviou o olhar, e tive certeza que havia muito mais.

– Acho que não posso contar tudo sem a permissão de meu pai. Sinto muito. – O peso em suas costas parecia voltar e o ar cansado de seus olhos apareceram.

Passei a mão sobre meu rosto para limpar algumas lágrimas que desciam.

– Thranduil beijou-me. – Confessei irritada. Legolas voltara a me olhar, mas dessa vez surpreso.

– Como é? – Seu corpo voltara-se para frente num gesto brusco, como se aquilo fosse esclarecer os fatos.

– E me pediu em casamento. – Continuei. – Achou que você pediria a mão de Hangar, e que estava apaixonado por ela. Então, como prometeu à mamãe que eu me casaria com alguém da realeza – uma promessa muito estúpida por sinal – ofereceu-se para ser meu marido. Está entendendo? Seu pai não se importa com essa seleção! Tudo o que ele quer é apagar o remorso do passado inescrupuloso dele.

Legolas encarou-me paralisado.

– É tudo uma farsa. É tudo porque ele precisa pagar uma dívida com minha mãe. Ofereceu a ela você como recompensa e ela me vendeu desde o início.

– Eu não compreendo. – Légolas disse ainda paralisado pelas informações.

– Será que não? – Confrontei-o. - Não há nada mais que você gostaria de me contar, Legolas?

Ele engoliu em seco, mas fez que sim com a cabeça.

-Que Ada me perdoe. - ele suspirou – Eu não posso simplesmente sair especulando coisas que não sei... mas ele estava mesmo cheio de remorso porque eles foram muito além de apenas beijos. Sua mãe não era mais donzela quando eles se separaram, e ele tinha consciência que o que fizera era errado e deveria assumir. Mas ela não o queria, não mais. E eu juro a você que não sei porque. Então, para não deixá-la prejudicada eu...

- Você? - Perguntei ao perceber Legolas relutar em continuar.

- Disse que me casaria com ela.

Não consigo expressar o tamanho baque que essas palavras tiveram sobre mim. Mas tudo se encaixava tão perfeitamente, de modo tão simples. Thranduil formou uma teia em volta de todos nós por causa do seu remorso, e algo me dizia que havia muito mais escondido, coisas que só eles saberiam dizer.

– Entendi. É muito simples na verdade, não acha? Eles tiveram um caso, não deu certo, mas conosco poderia dar. E você está cumprindo com a promessa de seu pai e pagando sua dívida para com minha mãe. Céus, como você pode?

– Mas é claro que não! Eu não sabia de nada disso, meu pai não me contou esses planos surreais. Eu não sabia que você era filha dela até agora, apesar de ter desconfiado na noite anterior pois pude me recordar de como era seu rosto. Achei que meu pai lhe aprovava por você ser como é. Por amar a música que toca, por não temê-lo, pela presença forte e confiante que voê tem perante tudo e todos. A seleção é real, e se eu não me apaixonasse por você, e sim por outra garota? Ele não tem o controle sobre meu coração. Se eu não te escolhesse, então os planos dele seriam em vão. – Légolas defendeu-se.

Levantei de minha cadeira e segui até a janela. Imaginava se o rei e minha mãe ainda conversavam, e sobre o quê.

– Então ele se ofereceria para se casar comigo. – respondi ao príncipe, triste. – Desde o início, esse era o plano. – voltei para o príncipe. – E eu estava nele mesmo não querendo, mesmo se eu não estivesse preenchido aquela maldita carta de seleção. Você se ofereceu para se casar com minha mãe por culpa dele, o que lhe garante que não aconteceria de novo mesmo que você estivesse apaixonado por outra? Legolas, Thranduil doma você! Ele manda em você!

Concluí, encarando quem seria meu futuro marido em desaprovação.

Legolas tentava chegar perto, mas desviei-me dele por diversas vezes. Se ele me tocasse, me renderia mais uma vez, mas eu não queria que aquilo acontecesse mais.

– Eu não tenho culpa, Luz. – ele disse cabisbaixo. – Eu não sabia mesmo. Não fiz nada disso, tanto que eu não queria.

– Talvez não. Mas eu não quero mais participar dessa armadilha sentimental, Legolas. – respondi deixando mais lágrimas molharem meu rosto.

– O que está querendo dizer? Você não pode desistir, não depois que entreguei meu coração a você. – O desespero apontava na voz do príncipe.

– Eu já não acredito mais nisso. – disse, voltando para a porta de entrada. – Você não está apaixonado por mim. Sei porque não houve tempo suficiente para isso acontecer. Não na longa vida de um elfo, que teve milhares de chances de amar alguém. Por que me escolheria?

– Essas coisas não têm explicação. – Legolas limitou-se a dizer, engolindo suas próprias gotas que desciam por sua face.

Balancei a cabeça em negativo, tornando claro que não tinha nada mais a dizer a ele, e tentei dar a última olhada em sua bela face, que nesse momento exibia seus olhos vermelhos e uma expressão de tristeza.

– Eu te amo. – Foi a última coisa que ele disse, antes de eu sair correndo dali.

Eu estava tão perdida quanto naquela noite na floresta. Eu amava Legolas mais do que qualquer coisa, mas não permitiria que minha vida e a dele fosse planejada e executada por Thranduil e Melrise. Eu precisava me afastar para dar a liberdade para Legolas. Sei que a culpa não é dele, mesmo sabendo que ele, provavelmente, se casaria comigo mesmo se não me amasse. Legolas era extremamente obediente a Thranduil, e isso poderia sufocar-lhe pelo resto de sua vida.

A única coisa que eu tinha em mente agora era procurar Runel, e implorar-lhe para que cumpra sua promessa de viajar o mundo ao meu lado, ou que pelo menos me ajudasse a sumir dali. 


Notas Finais


Alguém disposta a consolar o Legolas? Quem acha que a decisão da Belle foi sensata?

Acham que Legolas é mesmo disposto a consertar os erros do pai?

Até o próximo!


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