O que não era completamente verdade. Tinha o aeroporto, onde, no banheiro, Harry me deu uma mala com roupas "normais" para eu colocar, acompanhada por um óculos escuro e cabelo preso, depois ponto de táxi, e depois sim Brasil.
Senti a lufada de ar quente assim que coloquei os pés para fora do avião. O sol estava rachando, já era meio-dia no horário local.
- Vem, vamos pegar nossas malas no saguão. - ele disse com uma voz extremamente sexy enquanto pegava minha mão.
Enquanto andávamos, eu o olhei. Ele estava com o cabelo preso, óculos escuros, calça skinny preta, botas e camisa meio aberta.
Irreconhecível.
Ele percebeu que eu o estava olhando e cruzou seu olhar com o meu. Sorriu. Eu suspirei. Ele ainda vai me matar.
- Ande de cabeça baixa, ok? Ninguém pode nos reconhecer.
- Tudo bem. - falei e olhei para meus próprios pés enquanto Harry pegava minha mala e a dele. Nenhuma delas estava com muita coisa.
Ao sairmos do saguão, ele se virou para mim.
- Pedi para o carro ser deportado e entregue aqui. Deve chegar amanhã. Vou chamar um táxi, vamos para casa e saímos para almoçar, está bem?
Ele falava de um jeito meio preocupado, como se eu pudesse discordar de algo, por não ser "bom" o suficiente..
- Tudo bem. - sorri e fiquei na ponta dos pés para lhe dar um selinho.
Estava tudo ótimo, perfeito demais.
Ele pegou minha mão, nós atravessamos a calçada e entramos em um dos muitos táxis que estavam ali parados. Harry deu o endereço para o moço que dirigia.
- Leblon, hum? Vocês são da realeza ou algo do tipo? - ele nos olhou enquanto dava partida.
O que ele havia falado? Entendi umas poucas palavras. Leblon e Realeza.
Harry riu.
- Não, senhor. - ele disse em português - É a casa de um amigo. Bodas de Ouro, sabe como é.
Harry sabia falar português?
- Quem dera eu ter um amigo desses o moço riu. - Você tem sotaque. É de onde?
- Estados unidos. - Harry respondeu - Longa história.
Aquela frase eu havia entendido. Por que ele disse que somos dos Estados Unidos?
- Estão gostando do Brasil?
- Adoramos os exatos 10 minutos que passamos aqui - Harry respondeu e o moço gargalhou.
Do que eles tanto riem?
Os dois continuaram conversando enquanto eu olhei pela janela. Sol. Muito sol. Estávamos passando em frente a uma praia linda, onde havia a calçada preta e branca que eu já havia visto tantas vezes na televisão.
- Harry eu quero vir aqui! - falei apontando. Eu parecia uma criancinha de 10 anos.
- Oi, amor? - ele se virou para mim, falando inglês. Graças a Deus. - Na praia?
- Olha esse lugar!
- Vamos poder vir aqui todos os dias se você quiser. Onde vamos morar tem vista para cá.
Eu sorri. Era um sonho. Não poderia ser outra coisa.
- Eu te amo. - falei. Três palavras simples o suficiente para o moço entender.
Olhei-o pelo retrovisor. Estava sorrindo.
- Eu te amo. - me selou.
Entrelaçamos nossos dedos e esperamos até o fim da trajetória acabar.
Agradecemos o moço, que agora eu sabia, se chamava José. E entramos no lugar. Havia uma portaria onde precisávamos dar o nome. Harry tirou a papelada, apresentou e deu uma piscadinha para o cara. Ele entendeu e nos deixou passar.
A primeira coisa que notei assim que passamos pela porta de entrada foi a vista que a sala tinha. Dava para ver quase a praia toda! E o Pão-de-Açúcar!.
Fomos andando pela casa, e eu estava de boca aberta. Era muito grande e muito aberta. Harry conseguiu me impressionar muito mais do que eu pensei.
Havia seis. Seis. Seis banheiros na casa! Aquilo era um palácio? O nosso quarto seria aquele mais luxuoso dentre os cinco existentes pela casa.
- Espera, Não entra!! - Harry disse um segundo antes de eu colocar o pé dentro do quarto.
- O que foi? - o olhei. Ele colocou nossas coisas no chão e veio até mim.
- Ahhh - soltei um gritinho quando ele me pegou no colo e entrou com o pé direito.
- Tratamentos de princesa para uma princesa. - ele fixou seu olhar em mim.
O reflexo do sol que entrava pela janela fazia seus olhos ficarem mais claros. Quase azuis.
Lindo.
Ele foi andando comigo até acama e me colocou delicadamente nela. Não demorou muito para encaixar o rosto em meu pescoço.
- Harry... - eu ri. - Estou com fome.
Ele soltou uma risada.
- Vem, preguicinha. Vamos comer.
Ele saiu de cima de mim e foi para a porta, mas eu permaneci na cama.
- O que foi? - ele perguntou quando se virou e viu que eu o encarava.
- Obrigada, Harry. - sorri. Eu te amo.
Ele amoleceu.
- Eu te amo. É melhor sair dessa cama agora, antes que eu não deixe você sair dela por um bom tempo.
Ah, meu Deus. Ele está fazendo de novo. Olhar malicioso.
- Sim senhor. - levantei e bati continência, depois puxei sua mão e fomos andando rapidamente até a cozinha.
Eu estava em um verdadeiro conto de fadas.
Só quero ver até quando dura.
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