História Príncipe Styles - Thousand years

E então, a guerra acabou.

Os soldados do meu pai ficaram boquiabertos, nunca tinham visto alguém tomar um tiro certeiro no peito e sobreviver, então deram Harry como morto.

Quando perceberam o que havia acontecido, eles  se retiraram lentamente do palácio após recolher o corpo do meu pai, sem dizer uma palavra.

Eu corri para perto de Harry, e o ajudei quando ele ameaçou cair nos degraus da entrada. Meu vestido ficou cheio de sangue, e Des se aproximou para me ajudar a levar Harry para dentro.

Vários empregados apareceram, e forraram o sofá em menos de 2 minutos com lençóis para que Harry pudesse deitar.

  – Leah, fique com ele! Vou contatar o médico particular, não deixe ele fechar os olhos!

  – Mas ele se levantou lá fora! Ainda tem risco de vida?!

  – Você estava correndo perigo, ele teve uma descarga de adrenalina, e agora é hora da exaustão! Não deixe ele fechar os olhos!

E saiu da sala e eu fui até Harry, que estava deitado no sofá, rodeado pelos empregados.

  – Abram a camisa dele! – falei, eu estava desesperada. Queria fazer muitas coisas mas minhas mãos não obedeciam.

Harry começou a tossir e eu vi seu cabelo cheio de sangue. Ele olhava para os lados, sem mover a cabeça, apenas os olhos, agora com a camisa aberta e o furo no peito à mostra.

  – Le...

  – Ele está te chamando, princesa.

  – Harry, estou aqui – peguei sua mão e ele fixou os olhos nos meus.

E se acalmou.

  – Leah, eu...

  – Shhh... Não fala – eu disse com lágrimas nos olhos – Seu pai chamou o médico, ele está vindo, por favor, fique comigo, Harry.

  – Leah... – ele era teimoso, e fazia um enorme esforço para falar – Eu te amo. Cuide da Charlotte.

– Não. Harry, você não vai morrer, olha para mim! – falei apertando sua mão.

Seus olhos estavam perdendo o brilho.

– Harry, escuta. Você vai sair dessa. Vai ficar bom e nós vamos sumir daqui, OK? Vamos para um lugar só nosso e nada vai nos trazer de volta. Só fica comigo...

Eu comecei a chorar. Não era possível que ele morreria agora, depois de tudo.

– Cuide... Dela...

E seus olhos se fecharam.

Tudo aconteceu rápido demais, eu comecei a gritar e fui tirada de perto dele, não senti mais minhas mãos, nem pés. Eu não sentia nada.

Pessoas de branco chegaram e o disseram algo como falta de tempo e que a cirurgia deveria ser realizada ali mesmo, e tiraram todos de perto.

Eu não sabia quem me segurava, mas eu lutava para me soltar. Harry havia me chamado, ele precisava de mim com ele, eles não entendem isso?

Mas os braços que me seguravam eram fortes, não me deixaram sair, e me levaram para outro cômodo, onde eu gritei e chorei até ficar rouca, por causa do desespero.

Eles iriam fazer de tudo para salvar Harry, certo? Ele não estava morto, certo?

Não saber as respostas me matava.

Depois de mais de duas horas que eu estava sentada no chão da cozinha, num momento em que não havia mais lágrimas para sair de mim, a porta se abriu e Des entrou.

– Ele está vivo, Leah. – disse feliz – Escapou da cirurgia por um triz. Venha vê-lo, os médicos saíram.

Me levantei imediatamente e corri até onde Harry estava, agora sentado, sem camisa, com uma faixa ao redor do peito. Os cabelos ainda bagunçados, mas um sorriso leve no rosto.

Meu coração amoleceu.

Eu o abracei do lado em que a bala não havia pegado, e chorei em seu peito, sem conseguir imaginar o que eu daria se ele estivesse morto.

– Princesa... – ele disse baixo e beijou minha cabeça – Está tudo bem, Sweet. Eu estou bem, estamos bem. Olha para mim.

Eu o fiz.

– Acabou. OK? Daqui para frente será algo só nosso.

Eu sequei as lágrimas devagar.

– Fiquei com medo.

– Eu também, princesa. Eu também. Mas já passou. Nada mais pode perturbar a gente. Nunca mais.

Ele me deu um beijo leve e pediu ajuda para ir ao quarto.

Ele ainda não conseguia andar e respirar ao mesmo tempo mesmo uma semana depois do incidente.

Cinco meses depois, ele já estava de volta. Tudo estava de volta. O portão bombardeado, a grama chamuscada, as rachaduras, tudo havia sido consertado e reformado, pois uma nova geração de Windsor e Styles merecia uma reforma no palácio.

Usamos um quarto de hóspedes como quarto do bebê.

Dos bebês.

São um casal de gêmeos. Charlotte Christabel Windsor Styles e Peter Edward Windsor Styles.

Des adorou os nomes.

Quando os gêmeos nasceram, foi uma alegria só. Harry era o pai mais coruja de todos e Des mimava os netos como se fossem filhos!

Eles dormiam quase o dia todo, então, eu e Harry tínhamos bastante tempo juntos.

– Leah, eu tenho uma coisa para você – ele disse.

Era noite, as crianças dormiam, e Harry se levantou da cama, me puxando consigo até a sala de música, onde havia um piano de cauda é uma poltrona, mais ou menos parecida com a que estava em nossa casa no Brasil.

Eu me sentei na poltrona, Harry no piano e começou a tocar.

Thousand Years.

Ele havia adquirido habilidade desde a última vez. Havia ficado mais emocionante.

Quando ele tocou as últimas teclas, se levantou e veio até mim.

– Eu te amarei por mil anos, Leah. Só se você deixar.

– O que quer dizer com isso? – sorri.

– Que para eu te amar por mil anos, você tem que aceitar ser minha por mil anos.

Eu não respondi. Onde ele queria cheg...

  – Casa comigo?