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História Prisioneiro da Mente - O Homem Solitário


Escrita por: LizaSchultz

Capítulo 1 - O Homem Solitário


Todos os anos, meus vizinhos faziam festas em determinada época do ano eu não gostava de participar delas. O barulho que eles provocavam fazia minha casa estremecer, era difícil me concentrar nos meus estudos ou até mesmo ouvir meus próprios pensamentos. Já estava me cansando de chamar a polícia.
A cidade às vezes era um verdadeiro inferno. Você já pensou que passa pelas mesmas pessoas todos os dias e nunca falou com elas? Bom, às vezes é meio inútil conhecer as pessoas; elas podem te decepcionar. De qualquer forma, é impossível conhecer alguém de verdade.

Havia um campo verde onde eu costumava ir. Acho que não havia nada lá, além de grama, arbustos e vagalumes. Era um bom lugar para esquecer o mundo.

Certo dia estava voltando da faculdade e avistei alguém por lá. Era tarde da noite e eu podia ver bem pouco, não sabia se ele era baixo demais ou se estava sentado no chão. Caminhei em sua direção até ficar à poucos metros. Dei quatro passos à frente e fui parado por uma espécie de parede transparente.
- É uma redoma. - uma voz rouca disse - Você só pode ir até aí.
- Uma redoma? - eu perguntei.
- Sim. É como uma bolha transparente; uma bolha inquebrável que me impede de sair.
- Quem é você? Qual o seu nome?
- Eu não tenho um nome, não preciso de um nome. - ele respondeu, se levantando.
- É claro que tem, todos precisam de um nome.
- Você está enganado. Olhe ao seu redor, e para o céu. Você não sabe o nome de nenhuma dessas estrelas, ou o nome destes arbustos. Mas, parece que isso não importa muito, não é mesmo?
- Está bem, eu vou embora.
Talvez o melhor realmente fosse ir para casa, tomar um banho e descansar.
Achei que fosse algum tipo de alucinação.

No dia seguinte, decidi passar lá novamente após a faculdade, talvez aquele cara ainda estivesse por lá. E não é que estava mesmo?
- Bhartolomeu? - ele chamou.
Olhei em volta. Não havia ninguém além de nós dois.
- Falou comigo?
- Sim.
- Meu nome não é Bhartolomeu. - eu disse, irritado - Por que me chamou de Bhartolomeu?
- Sei lá, tem cara de Bhartolomeu.
Suspirei.
- Como consegue viver aqui? O que aconteceu com você?
- Não me lembro de muita coisa. Mas eu estava bastante triste. Talvez eu tenha perdido alguém. Ou apenas alguém tenha saído da minha vida.
- Sei como é.
- Sabe como é perder a memória? - ele ergueu a sombrancelha.
- Sei como é se tornar um homem solitário.
Decidi que já era tarde demais para ficar na rua; conversei com aquele homem por mais algum tempo e fui para casa.

Escovei os dentes para deitar e chequei meu celular. Uma mensagem me esperava:
"Sei que não nos falamos há quase um mês, mas meus pais mudaram de ideia. Mesmo não gostando muito da antiga casa, eles vão voltar. Podemos nos ver de novo, se você ainda tiver vontade."
Eu não queria, mas acabei sorrindo e respondendo a mensagem.
"Quando você vai voltar?"
"Vamos nos mudar no final de semana. Mas amanhã estarei por aí. Iremos olhar se a casa ainda está disponível."
"Tudo bem, te encontro na biblioteca."

A biblioteca sempre abria no início da tarde, e pensei que talvez fosse bom aparecer o mais cedo possível. Mas antes, passei pelo campo para falar com o meu amigo.
Quis chamar por ele, mas percebi que nunca soube seu nome. Ele não estava mais lá. Nem a redoma.
Havia apenas um espelho quebrado.





Notas Finais


Espero que tenham gostado!


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