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História Prisoner - Remember


Escrita por: F4llen

Notas do Autor


Ruth mds desculpa a demora ahuaha mas não tive tanto tempo antes, então me atrapalhou um pouco, mas enfim, está aí a segunda parte da sua "one", espero q goste ❤️

Capítulo 2 - Remember


— Bem... —digo com dificuldade, mas não estou bem. Minha cabeça ainda dói e está pesada. Ainda há um vazio no meu peito. Ainda estou triste por descobrir que foi tudo um sonho. Tudo foi tão real. Sinto vontade de chorar. 

— Você terá alta daqui algumas horas. O suficiente para se recuperar por completo. — o médico falou e então saiu, me deixando sozinha. Eu vou me recuperar fisicamente, mas a dor de ter que voltar para a realidade não vai passar tão rápido, disso eu sei. 

Passa-se algum tempo e uma enfermeira entra no quarto, deixando uma bandeja com alguns alimentos. Meu estômago revira quando sinto o cheiro da comida que ela me trouxe. Eu nunca comi comida de hospital mas essa definitivamente não vai ser a minha primeira. Volto a encarar a parede branca na minha frente e o tédio me consome. Uma inquietação me atinge de repente e sinto vontade de me olhar em um espelho. Quanto tempo eu não me olho em um? Aliás, há quanto tempo estou aqui? Por quanto tempo eu estive sonhando? Algumas semanas? Meses? Talvez um ano? Mais?

Quero fazer algo. Não sei esperar e também não quero. Tento lembrar a letra de alguma música mas nenhuma me vem à mente. Isso é estranho, eu sempre soube as letras de várias músicas de cor. O que mais eu esqueci? 

Tento me lembrar de algo anterior ao sonho mas nada me vem à tona. 

Não sei quanto tempo passa, mas o médico retorna ao meu quarto e diz que já posso sair. Me sento na cama e levanto lentamente. Me sinto tonta e fecho os olhos. A sensação que sinto é a de que não consigo mais andar, pois dar um passo para frente parece ser quase impossível no momento. Reabro os olhos e vejo o médico com o braço estendido para mim. Seguro sua mão e ele me ajudar a dar um passo para frente. Depois mais um. E mais outro. 

Peço para ir ao banheiro e ele aponta uma porta no canto do quarto. Ando até lá e a primeira coisa que faço é me olhar no espelho. Mal consigo me reconhecer. Tenho uma cicatriz na lateral da minha cabeça. Meu cabelo está preso em um rabo de cavalo mal feito, além de estar completamente mal cuidado. Vejo que estou vestindo a roupa do hospital por cima da roupa que eu provavelmente estava usando quando vim para cá. 

Percebo uma mochila em um canto. Abro-a e vejo algumas roupas dentro. Deve ser para mim. Separo algumas e tiro as que estou usando para tomar banho. 

Saio algum tempo depois e me visto com as roupas que separei antes. O médico estava me esperando. Assim que o vejo, minha maior dúvida me atinge:

— Por quanto tempo eu fiquei aqui?

— Dois meses. — ele responde calmamente, levantando-se da cama em que eu estive todo esse tempo. Não sei o que dizer em seguida e apenas balanço a cabeça. O médico abre a porta para mim e me acompanha até a saída, onde uma viatura me espera. Era o que eu esperava, mas não o que eu queria, obviamente. Enquanto vou em direção ao carro, ouço ele dizer um "volte sempre!". Paro por um instante e olho para trás. Ele está rindo. Rio e aceno em despedida. 

Chego perto do carro e uma policial me algema. Ela me empurra para dentro e fecha a porta também entrando logo em seguida. 

Observo todo o caminho pela janela. Parece que anos se passaram desde a última vez que eu vi a luz do Sol. O dia está bonito, sem nenhuma nuvem no céu. Ao menos pelo céu eu estou sendo bem recebida de volta. 

O pouco de alegria que me restava acaba quando chego na prisão. Tudo vem à tona enquanto observo o grande portão de ferro se abrir lentamente: Brianna, sua amiga, Sam. Sam. Será que ele ainda está aqui?

Outro policial me tira do carro e me acompanha para dentro da prisão. Andando pelos corredores, percebo alguns olhares estranhos de outras detentas. Não vejo Brianna. Sinto um alívio por isso. O policial me deixa em uma cela vazia, na qual eu não reconheço. Provavelmente essa não é a que eu ficava antes. Ele a tranca e vai embora. É realmente um alívio para mim ficar sozinha. Ficar com outras detentas poderia ser mais perigoso que o normal desde que eu acabei de voltar de um coma de dois meses. 

Sento em um canto da cela. Me pergunto que horas são e quando nos chamarão para o banho de Sol para eu poder ver Sam do outro lado. Será que ele sentiu minha falta? Ou está aqui ainda, pelo menos?

Somos liberadas para o almoço, mas não sinto vontade de ir. Continuo sentada no mesmo canto. 

Algum tempo se passa e finalmente é hora do banho de Sol. Novamente somos liberadas e sigo rapidamente para o lado de fora. Ao chegar, já vou para a grade tentar ver se Sam está. O procuro por todos os lados e não o vejo. Meu coração dispara. Onde ele está?

Dou alguns passos para trás e caio. Me sento e encaro o outro lado. Meu coração se entristece ainda mais ao não vê-lo ali. Fico encarando o outro lado ainda o procurando, pois ainda tenho alguma esperança. Abraço meus joelhos e abaixo a cabeça por um momento. Lembro do sonho que tive quando ainda estava em coma e então me conformo com a ideia de que talvez eu não o verei mais. Nunca mais. 

Passa-se algum tempo e ouço alguém chamar pelo meu nome. Levanto a cabeça e a primeira coisa que vejo é Sam sorrindo para mim. Ele tem uma flor na mão. Pisco algumas vezes para ver se não estou ficando louca. Felizmente não. Mas como ele sabe meu nome?

Tudo isso me parece familiar. Está acontecendo exatamente como no meu sonho. 

Me levanto e caminho até ele. Sam sorri ao me ver e eu faço o mesmo. Ele senta de pernas cruzadas no chão e eu repito seu movimento. Sam estica o braço e me entrega a pequena flor que ele segurava. Pego-a e a coloco em meu cabelo. Ele ri e então escuto sua voz pela primeira vez:

— Eu vou te esperar aqui todos os dias até você sair. — sua voz não é tão diferente da que eu ouvi enquanto sonhava. Acho isso um tanto quanto estranho. — E temos muito o que conversar, acho que você precisa de alguns esclarecimentos. 

— Sobre o quê? —pergunto. Do que ele está falando?

— Você não se lembra de mim, não é? —como assim eu não me lembro dele? Mas eu nunca nem o conheci! — Meu nome é Chester, e nós nos conhecemos em uma festa. — alguns flashes vêm à minha mente assim que ele começa a falar. — A gente conversou por um bom tempo e acabamos ficando um pouco bêbados, e deve ser por isso que você não lembra de nada. Pegamos carona com um cara que já estava indo embora, mas ele tinha drogas no carro e a polícia o parou. Acabou que fomos presos, mesmo não tendo nada a ver com ele. 

Ele termina de falar. Começo a lembrar de tudo. Sinto um certo desespero ao lembrar de que o motivo pelo qual estou aqui foi eu ter entrado em um carro. E eu achava que havia furtado algo! Me lembro de que no dia, eu tinha perguntado para o policial que me levava o que eu tinha feito para estar ali e então ele me disse que eu havia furtado uma loja. E quando eu acordei no outro dia, essa era a única coisa que manteve-se em minha mente, me fazendo acreditar que essa era a história real.

— Agora eu me lembro. Por quanto tempo eu terei que ficar aqui? 

— Talvez apenas mais alguns dias. Você vai ficar mais porque ficou fora por um bom tempo, e esse tempo eles não consideram, infelizmente. — ele me responde cautelosamente. — Mas não se preocupe, eu vou te esperar e vou vir te buscar no dia em que sair. Aliás, e a sua família? Ninguém te visitou enquanto estava no hospital? Ninguém vem te visitar aqui?

— Meus pais moram em Washington, nem devem saber que estou presa. Eu saí de lá e vim morar aqui no Texas. Desde então, perdemos um pouco o contato já que Washington está lá do outro lado do país. — respondo dizendo algo que eu normalmente não contaria pra alguém. Chester me passa confiança. 

O tempo passou rápido e logo chegou o tão esperado dia. Todos esses dias, Chester realmente veio me ver no mesmo horário. Agora, o vejo me esperando do lado de fora de seu carro, que acabou não sendo do mesmo jeito que eu sonhei, é bem melhor na verdade. 

Entro em seu SUV branco e o vejo dar partida. O rádio liga automaticamente e vamos em direção à estrada. Como saí de manhã, vemos o Sol nascendo, dando início a um novo dia. 

— Obrigada. — falo repentinamente. Me sinto tranquila ao lado dele. 

— Pelo quê? — ele ri. 

— Por ter me esperado. Por estar aqui agora me levando para longe daquele lugar.

— Não foi mais do que a minha obrigação! Eu que dei a ideia de pegar carona com aquele cara, eu precisava me consertar com você! Não é justo, certo?

Rio da tamanha preocupação dele, mas não acho que está errado. Me sinto sortuda por ter encontrado alguém como ele, é difícil encontrar alguém hoje em dia que se preocupe com as pessoas ao seu redor e ainda assuma o próprio erro. 

Ficamos em silêncio. Fico observando o Sol aparecendo do outro lado. Fecho os olhos ao sentir a brisa da manhã batendo em meu rosto. E então minha música favorita começa a tocar na rádio e eu não poderia me sentir melhor. 

Depois de algum tempo, chegamos na cidade. Chester deixa o carro em um estacionamento e me leva para tomar um café da manhã em uma cafeteria próxima. 

Depois que saímos, ele sugere dar uma volta pela cidade. Conversamos mais um pouco e então, ele para repentinamente e olha bem no fundo dos meus olhos:

— Olha, Ruth, eu vim o caminho inteiro pensando em como te dizer isso e acho que agora eu sei. Eu não fiz tudo isso à toa. Eu vi como você é uma garota legal e diferente de outras que eu conheci. Eu sei que nos conhecemos pouco mas eu queria ter uma chance de te conhecer melhor ainda, sabe? Você quer...

— Não diga mais nada. Eu aceito! — ele sorri e me beija. 

— Bom, eu ia te perguntar se você queria ficar comigo, mas parece que você é bem decidida! — ele brinca. Sorrio e o abraço. Sinto ele beijando o topo da minha cabeça e então nos separamos. 

Depois de tanto tempo, eu finalmente encontrei alguém que gosto de verdade. Chester me faz me sentir a melhor pessoa do mundo quando estou ao seu lado e parece que ele sente o mesmo comigo. É literalmente um sonho se tornando realidade. 

E eu tenho certeza de que esse dia ao lado dele será um dos tantos que ainda irão vir, pode acreditar...


Notas Finais


Espero q tenham gostado e me diga oq achou hauahau sz

Até mais o/


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