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História Private Dancer - Last Dance


Escrita por: Bella-Luna

Notas do Autor


Olá amadinhos e amadinhas. Agradecendo a todos que leem em silencio, deixem um comentário pra sua escritora!!
Está quase acabando mas gostei tanto que vai ter a segunda temporada! Me aguardemmm rs

Beta Reader: GoldSaints

Capítulo 10 - Last Dance


Capítulo Dez

 

Last Dance

 

Milo terminou sua dança para um homem muito bem vestido, que aparentava uns trinta e cinco anos e que quis puxar assunto.

- Você é um gato, sabia?

- Obrigado, senhor.

- Posso lhe oferecer uma taça de Champagne?

Milo se vestia o observando.

- Não, obrigado. Eu preciso ir embora.

O cliente se aproximou dele e segurou seu braço.

- Eu adoraria estar pedindo, mas na verdade eu não estou.

Milo olhou calmamente o rosto do homem, deu um meio sorriso e em seguida olhou a mão que apertava-lhe o braço.

- Se eu fosse o senhor não faria isso... Primeiramente isso é proibido neste cruzeiro e em segundo lugar é muito errado por muitos motivos, mas o principal é porque eu sou mestre em artes marciais. O senhor pode por favor retirar a mão de mim? – Disse calmamente.

- Ouça, Milo não é seu nome? Milo... Eu só pedi uma taça de Champagne e você me negou.

- E eu posso simplesmente me sentar com o senhor lá fora no convés e lhe dar a honra da minha presença para tomar esse Champagne, mas não aqui, e não com o senhor segurando meu braço com força desse jeito, me entendeu?

O homem era igualmente forte e o jogou na cama.

- Um beijo?

- Me larga!

Milo sabia que não podia bater no homem então teria que se livrar de algum outro jeito. Então deixou-se beijar. O homem de aparentemente trinta e alguns anos beijava-o com toda vontade, tentando fazê-lo retribuir. Se o grego quisesse poderia fugir dali e deixar aquele homem inconsciente no chão, mas isso seria um problema e tanto para ele no navio. Até explicar o que havia acontecido, sabia que o erro sempre seria dele. O rapaz se afastou e ficou observando-o.

- Você é lindo demais...

Então o homem passou a acariciar o corpo de Milo que tentou se levantar e foi pressionado contra a cama.

- Senhor, sabe que isso é abuso, como se sentiria se eu fizesse isso?

O rapaz o olhou sorrindo.

- Você quer fazer? Eu deixo tudo... Te observo há dias nas aulas e naquela festa, te observo desde o outro cruzeiro...

- Certo mas... porque ao invés do abuso não tenta a conquista? – Milo argumentava.

- Você tem namorado… – Ele respondeu olhando-o dentro dos olhos. – Ou o ruivo não é namorado?

- Não é namorado, só estamos ficando. Eu posso me levantar ou teremos encrenca?

- Se você me conceder um Champagne no convés...

- Tá, eu vou até lá...

O rapaz saiu de cima dele.

- Escuta, não queria que ficasse com má impressão de mim, eu apenas passei um pouco da conta pois eu bebi para ter coragem, dá um desconto. – Disse o homem.

Milo apenas se vestia calado.

- Não vai me responder nada?

- Está desculpado. – Milo se vestia muito rápido. – Boa noite. – Disse e saiu batendo a porta.

Ao chegar à cabine, Angelo já estava enrolado em uma toalha e com outra secava o cabelo enquanto Santiago assistia a televisão.

- Eu quase fui estuprado agora!

- Quê?! – Perguntaram os dois.

- O cara me agarrou à força, bêbado. – Milo tirava a roupa e jogava em sua cama.

- Você não sabe o que Nicklas fez! – Disse Angelo e então passou a contar sobre a dança, Santiago já soubera.

- Então o cara que pagou caríssimo foi Nicklas? – Perguntou o grego.

- Parece que sim, deixei ele lá chorando... Ele queria saber se eu me prostituo, ele já sabe agora, não me perguntou porque não confia e quem não confia em mim, não merece estar comigo! – Falou jogando a toalha sobre a cama.

Na cabine de Nicklas, Camus já havia ouvido a gravação. Nicklas não se concentrava em nada, seu olhar era perdido, somente pensando que poderia ter evitado aquilo tudo se ao menos controlasse seu ímpeto de buscar a verdade e não esperar por ela. Poderia ter esperado Angelo na hora marcada e saberia que não teria tempo de fazer sexo com outros dois homens.

- Eu não sei Nicklas...

Erik balançava a cabeça.

- Sabe o que eu acho? Que eles não teriam tempo de transar com ninguém se marcaram com vocês no mesmo horário hoje às vinte e três horas... Se eles não aparecessem vocês teriam meia certeza, mas Nicklas é assim, esse poço de ansiedade, e agora vai derramar um oceano de lágrimas...

- Você ajuda muito, Erik! – Gritou Nicklas. – Por que não me impediu de fazer isso?

- Ei, você é o chefe, eu sou a Cinderela aqui, eu só limpo a sujeira. E sem a fada.

Camus sorriu tristemente da discussão dos dois.

- Eu queria muito acreditar nisso tudo Erik, que eles não tiveram tempo esses dias todos nos deixando pra ir dormir, mas eu não quero ficar me enganando. – Ele pegou sua jaqueta. – Eu vou tomar alguma coisa no bar e depois dormir.

Na cabine dos rapazes Miles batia na porta. Santiago abriu a porta. Miles sorriu mais do que o normal.

- Está melhor meu espanhol?

Santiago deu as costas voltando à cama e Miles entrou.

- O que houve? Nós recebemos uma reclamação do cliente de Milo dizendo que ele não cumpre o combinado!

Milo saiu do banheiro só de toalha.

- Como é?! Eu dancei pro babaca bêbado!

- O cara tá alto, mas bêbado não está não, ele disse que você marcou com ele de tomar algo depois da dança e não está lá! – As vezes olhava de soslaio para Santiago, que percebia tudo.

- Ai meu cacete! – Reclamou Milo. – Sério isso Miles?! O cara quase me estuprou na cabine dele, eu poderia ter dado uma surra no desgraçado mas eu me segurei! Ele só me soltou porque eu disse que iria tomar uma coisa com ele, só falei pra ele me soltar!

- Então vai. Que custa? Você prometeu algo a um cliente bom.

- Eu não acredito... – Disse Milo se vestindo novamente, dessa vez já de banho tomado. – Uma bebida e eu venho embora e quero segurança perto!

- Sim senhor...

- Quer que eu vá? – Perguntou Santiago.

- Não, tudo bem, eu dou conta. – Sacudiu os cabelos que iam até a altura abaixo do peito, vestiu uma camisa e nem fechou os botões, vestiu a calça jeans e saiu.

- Que incrível isso não? – Disse Angelo se deitando.

Milo chegava ao bar do convés e o homem já o esperava, nervoso. Assim que o viu abriu um sorriso observando seu peito por baixo da camisa.

- Cheguei né? – Disse Milo.

- Obrigado por vir, quero me desculpar de verdade...

- Aham?!... – Milo mexia nos cabelos ainda e se sentou no banco. – Qual seu nome?

- Brandon...

- O que vamos beber? – Perguntou com pressa.

- Eu te prometi a Champagne.

- Okay...

Nesse momento, Brandon viu Camus se aproximando enquanto procurava um lugar para se sentar. Ele viu Milo na companhia de outro homem e seu coração se acelerou. Brandon levou a mão aos cabelos de Milo de propósito. Milo reparou que Brandon olhava em outra direção discretamente e olhou para trás. Ao ver Camus, sentiu um aperto no peito.

Camus o olhava parado e deu as costas para andar rapidamente, sentindo lágrimas nos olhos.

- Caralho! Você!

Milo foi atrás de Camus, correu para lhe alcançar. Ao colocar a mão em seu braço e o virar, Camus quase o socou.

- Ei, calma! – Milo o empurrou até uma parede.

- Me larga Milo, você não presta! É prostituto e ainda por cima marca comigo e com outro cara na mesma hora! – Camus chorava e Milo sentia tanto por tudo aquilo.

- Eu posso explicar tudo isso? Você vai me deixar falar? – A vontade dele era beijar Camus e fazer tudo aquilo desaparecer. – Eu faço danças particulares para alguns clientes mas é só isso! Eu não me prostituo, eu já sei o que Aiolia contou e o que Nicklas fez! A gente só faz a dança e vai embora, mas esse cliente, esse babaca no bar...

- Você tá ficando com ele? – Camus perguntou quase sem conseguir falar.

- Não! – Milo passou a mão pelo rosto dele. – Deixa eu falar, eu não te passei pra trás! Esse cara do bar me agarrou e não queria me deixar ir se eu não tomasse uma bebida com ele, eu não podia bater no cara!

- Então você tá ali tomando uma bebida com ele porque ele te agarrou?! Mas ele tá carinhosamente pegando seus cabelos! Eu sou tudo menos idiota! – Tentou sair dali, Milo o segurou.

- Ele fez de propósito Camus! Ele tem ciúme de você, ele viu a gente junto e eu só vim aqui pra beber com ele porque o nosso agente disse que o cara tava fazendo escândalo!

Camus baixou a cabeça e Milo segurou seu queixo.

- Você acha que se eu estivesse com ele, o cara ia aceitar eu deixar ele sozinho pra vir atrás de você? Raciocina Camus! Eu sei que você tá magoado porque eu não contei da dança, mas pensa!

- Você precisa desse trabalho, eu sei... Mas eu não posso acreditar nisso, eu não consigo Milo. Pra mim, você é apenas mais um que me enganou... Me deixa sair daqui... Amanhã eu vou descer em Bordeaux e vou pra casa...

- Não faz isso comigo... – Milo sentiu seus olhos se encherem d’água. - Não desce por favor, me deixa te provar quem eu sou?

- Não dá, eu não consigo levar uma vida assim Milo... Eu nunca ia conseguir saber que você tá se exibindo pra outro homem e aceitar isso numa boa...

- Mas isso não é minha vida! A gente tá capitalizando para abrir uma academia na Itália!

- Milo, eu não consigo. – Ele o olhou dentro dos olhos azuis.

O grego então se afastou tendo um vislumbre da verdade.

- Você não quer. É diferente.

- Que seja...

Milo arregalou os olhos e em seguida parecia que fora atingido por uma faca. Camus não o queria. Não queria aceitar aquela vida que ele tinha. Tinha medo. Então o grego o soltou e Camus saiu andando rapidamente para sua cabine, chorando.

Milo voltou para sua cabine com o coração aos pedaços. Havia largado o cliente lá e Miles saía da cabine deles naquele momento.

- Ué, voltou? – Perguntou Miles e Angelo se mexeu para olhar Milo.

O grego nada disse. Apenas se jogou em sua cama e chorava alto. Chorava tão alto que eles se preocuparam. Angelo foi até ele.

- Que é isso, parceiro? O que aconteceu?

Miles foi até ele.

- O cara tentou algo contra você de novo? – Chamou a segurança no rádio e contactou-se com o pessoal do convés.

Milo não conseguia falar. O que sentia era uma mistura de tudo, revolta, nojo, dor, ansiedade, medo, perda, mágoa. Angelo passou a mão nos cabelos negros do grego. Lembrou-se de traições, de dificuldades, de falta de dinheiro, de propostas obscenas, de ex-namorados abusadores, chorava por tudo.

- Quer uma bebida?

Milo fez que sim com a cabeça. Angelo olhou para Santiago e Santiago foi buscar um copo de uísque para o amigo.

- Por que nada dá certo pra mim? – Milo balbuciou. -  Me tira daqui, Angelo!

- Como tirar? Você bebeu? Tá parecendo criança. Amanhã vamos descer em Bordeaux e você vai sair daqui pelo menos por um dia...

- Eu tô com ódio de tudo...

- Calma, tudo vai ficar bem. Você vai sair dessa... Tá quase acabando...

Angelo se sentia meio pai as vezes, pois era o único que conseguia segurar as crises dos amigos sem se deixar abater muito.

- Hoje foi um dia estressante... - Ele pegou a bebida da mão de Santiago e estendeu a Milo. – Levanta, bebe um pouco e relaxa...

Miles se aproximou.

- A segurança disse que você discutiu com seu namorado? Eu sinto muito... – Miles foi sincero ao dizer isso. – Não quero causar nenhum mal a vocês.

- Imagina!... – Retrucou Milo. – Por que não diz que o San não teve cliente porque você é tarado nele e não arruma nada pra ele?!

- Chega Milo! – Disse Angelo. – Miles, pode nos deixar sozinhos agora?

- Milo, não fui eu que inventei as danças, foi oferecido a vocês, não sei porque tanto ódio de mim. E outra coisa... Sim, eu gosto de Santiago além do que deveria, mas eu controlo minhas emoções!

Santiago levantou a cabeça e olhou para ele.

- Controla? Então porque foi oferecer pra Aiolia?

- Ai eu cansei de vocês por hoje, quero minha cama, dá licença! – Miles saiu batendo a porta da cabine.

Milo começou a contar o que acontecera no convés.

 

***Bordeaux***

 

O navio atracava em Bordeaux e mais da metade dos passageiros desceram. Milo, Angelo e Santiago saíam do navio de óculos escuros, bermudas e sandálias. Nicklas também descia na companhia de Aiolia, mas Camus havia ficado. Não queria mais ir embora, preferiu mudar de idéia e ficar.

Os dançarinos almoçaram no restaurante perto do porto e foram à lojas de roupas, passearam e se distraíram um pouco. Terminaram por tomar sorvete em uma sorveteria gourmet e foram para um bar.

Nicklas por sua vez decidiu entrar em uma relojoaria com Aiolia e escolher um presente para Angelo. Achava que podia se redimir. Erik reclamou.

- Eu não quero nem ver isso acontecer... Meu bem, nesse Titanic ele é a Rose e você é o Jack, que vai afundar no oceano de gelo que ele vai te dar depois de ver isso em sua mão!

Aiolia riu.

- Você vai dar um Patek Philippe para ele? – O grego arregalou os olhos. – Ele não vai se sentir meio comprado?

- Não, é um presente!

- Vai! – Respondeu Erik. – Mas esse sueco não tem muito cérebro!

- Por que ele se sentiria comprado por causa de um relógio, Erik? – Nicklas olhou para ele.

- Você já teve uma mostra da personalidade do italiano e ainda pergunta?

- Embrulha pra presente, moço! - Disse Nicklas.

Aiolia riu.

Num bar ao pôr do Sol, os três conversavam.

- Camus vai embora hoje. – Disse Milo dando um gole na cerveja e olhando o chão.

- Vai? – Perguntou Santiago.

- Puta que pariu… - Retrucou Angelo.

- Ele disse que ia descer aqui hoje e não voltava mais.

- Estamos contigo parceiro, você sabe o cara honesto que você é. Se ele não deu valor a isso, algum outro vai dar. – Angelo o reconfortou.

- Ahhh, eu não quero ninguém não. – Respondeu Milo.

- Isso vai sarar... – Santiago também o reconfortou.

A sirene do cruzeiro soou às dezessete horas. Todos deviam voltar. Os dançarinos voltaram e Angelo viu Nicklas na multidão com Aiolia e Erik. Aiolia viu Santiago e deu um meio sorriso. Santiago sorriu de volta. Nicklas viu a cena e ficou triste.

- Você vai perdoá-lo? – Perguntou o sueco.

- Ele não fez nada, fez? Que Erik tenha apurado, nem dança particular ele tinha pra fazer e ele não mentiu pra mim, ele somente não contou. Eu gosto muito dele pra ficar longe, Nicklas. Eu tô com saudade daquele cheiro delicioso dele... Vou lá. – Aiolia foi atrás de Santiago.

- Só pra mim que não dá certo Erik?

- Só você arruma confusão Nicklas, poderia ter esperado um pouco mais...

Assim que subiram, Milo deu de cara com o ex-namorado sentado no bar. Alessandro, o espanhol de meia idade, um tanto grisalho, charmoso e bem vestido, olhava para ele e sorriu. Milo sorriu e olhou Angelo e Santiago.

- Alessandro? – Ele estranhou.

- É ex… - Retrucou Angelo.

A censura de Angelo não fez efeito, Milo foi até o homem e o cumprimentou.



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