História Private Hell - Newtmas fic - Brodie

Eu estou indo direto para o castelo, Eles têm este reino trancado, E há um homem velho sentado no trono, Dizendo que eu provavelmente deveria manter minha boca bonita fechada. - Castle, Halsey.

 

 

 

 

        Point of View of Newt Brodie-Sangster   

 

 

Eu encaro as duas gravatas jogadas na cama a minha frente. Uma vermelha e uma azul. As analiso e pego a azul, mesmo sabendo que ela seria a escolhida desdo ínicio. A passo em volta do meu pescoço fazendo todo o processo de vira pra esquerda, depois pra direita, ai você puxa pra baixo e depois pra cima e blá blá blá até que eu obtenho um nó perfeito.

 

Observo meu reflexo no espelho. Estou usando meu terno preto da Armani que com certeza custou uma quantidade boa de dólares, meus sapatos também são da cor preta e estão tão brilhosos que quase consigo me ver neles.

 

Dou um sorriso tentando sair o menos forçado possível. Mas a tentativa é um pouco falha.

 

Meu sento na cama dando um suspiro cansado. O jantar de negócios dos meus pais começará em pouco tempo e eu não quero estar presente. Não quero ter que bancar ser alguém que não sou.

 

Saio dos meus devaneios ao escutar som de saltos se aproximando. Levanto meu olhar vendo Sonya parada na porta do meu quarto.

 

Minha irmã está deslumbrante. Usa um vestido tomara que caia azul e saltos pretos enormes. Seus cabelos loiros caem como cascatas sobre seu ombro.

 

Ela vem até a mim como se estivesse em uma passarela do Victoria's secret. 

 

- Que carinha é essa de queria estar morta, Newt? - Sonya pergunta ao se sentar ao meu lado.

 

- Cara de eu quero estar morto. - Eu respondo desanimado.

 

- Seu bobo. - Sonya rebate dando língua. - Eu também não quero ir nesse jantar.

 

- Eles sabem que odiamos esses eventos. - Eu exclamo com raiva. - Podiam ter falado que estávamos na França resolvendo alguma coisa. 

 

- E desde quando eles fazem o que a gente quer? - Sonya pergunta sarcástica. 

 

- Uma vez funcionou. - Eu comento.

 

- Porque foi por puro interesse. - A loira fala me fazendo lembrar do ocorrido.

 

Uma vez eu e Sonya conseguimos convencer nossos pais de deixarem a gente não ir um evento com eles. No começo eles não gostaram muito, mas acabaram aceitando.

 

Na época eu e Sonya achamos que eles realmente tinham entendido o nosso lado, mas era tudo uma farsa.

 

Assim que chegamos no Canadá recebemos uma mensagem deles falando que teríamos que resolver uns assuntos com a empresa filial da dos nosso pais. 

 

No fim havia sido tudo um plano, só para poderem falar que os filhos já estavam seguindo o caminho empresarial dos pais.

 

- Eu estava me lembrando do dia em que você disse que eles não se importavam com a gente. - Eu começo a falar e encaro Sonya. - Eu chorei naquele dia, eu era tão ingênuo.

 

- Você só não entendia muito bem. - A loira fala. 

 

Eu aceno com a cabeça concordando.

 

- Melhor irmos. - Sonya fala se pondo de pé e me puxando me fazendo ficar de pé também.

 

- Mesmo com esse salto enorme eu continuo mais alto. - Eu comento sarcástico.

 

Quando éramos mais novos Sonya sempre implicava comigo por ser mais alta, mas agora eu era uns quinze centímetros mais alto que ela.

 

- Parece que o jogo virou não é mesmo? - Sonya rebate rindo.

 

- Vamos lá então. - Eu falo passando o braço pelos ombros da loira.

 

- Por nossa atuação de filhos perfeito de uma família perfeita em prática. - A loira comenta sorrindo.

 

Seguimos para fora do quarto prontos para encarar o desafio que seria esse jantar.

 

                           *******

 

Assim que eu e Sonya adentramos a sala vemos nossos pais conversando ao longe. 

 

Uma empregada se aproxima e Janson e Ava dão alguma explicação para ela e a mesma volta para a cozinha em seguida.

 

Sonya me encara dando um sorriso de lado e então seguimos até nossos pais.

 

- Vocês estão encantadores. - Nossa mãe exclama contente.

 

- Nossos convidados já estão chegando. - Meu pai fala em um tom sério. - Vocês já sabem como funciona então não preciso dizer nada, se comportem na frente dos Jacksons. 

 

Janson termina de falar e nos encara seriamente, como se esperasse uma resposta.

 

Sonya e eu confirmamos com um aceno de cabeça.

 

Após alguns minutos a campainha toca. Meus pais caminham até a porta recebendo os convidados como os bons anfitriões que são. 

 

Assim que a porta é aberta uma mulher alta, com um longo vestido vermelho adentra a sala seguida por um homem também alto e com um terno de cor azul petróleo. Ambos aparentam ter por volta de cinquenta anos.

 

Minha mãe e meu pai os cumprimentam enquanto elogiam uns aos outros.

 

Observo quando dois adolescentes entram. Uma garota e um garoto. Provavelmente os filhos do casal.

 

Vejo minha mãe fazer um aceno com a mão nos chamando. Sonya e eu caminhamos até eles.

 

- Katherine, Gerard, esses são meus filhos Newton e Sonya. - Minha mãe nos apresenta.

 

- É um enorme prazer conhece-lá. - Eu faço uma pequena reverência e beijo a mão de Katherine. 

 

- É um prazer conhecer um jovem tão educado assim. - Ela fala satisfeita.

 

Após eu e Sonya cumprimentarmos Katherine, Gerard e seus filhos, meus pais mantêm uma conversa sobre negócios. Em poucos minutos seguimos até a sala de jantar.

 

Ao entrar na sala me surpriendo com o banquete que está servido. Com certeza tem comida o suficiente aqui para alimentar umas vinte pessoas.

 

Agora tenho a certeza que fechar negócio com essas pessoas realmente é algo muito importante.

 

O jantar acontece calmamente. Meus pais mantêm uma conversa sobre trabalho, negócios e viagens com Gerard e Katherine. 

 

Os filhos do casal Jackson, que eu descobri que se chamam Trina e Mark trocavam uma conversa íntima. Vez ou outra eu pegava eles encarando eu e Sonya.

 

Duas horas depois o jantar finalmente havia terminado.

 

- Newton e Sonya o que vocês acharam do Mark e da Trina? - Janson pergunta. 

 

- Eles aparentam ser legais. - Eu respondo.

 

- Também acho. - Sonya responde.

 

- Que bom então. - Janson fala com um sorriso de lado.

 

- Por que? - Eu pergunto com receio.

 

- Porque eles são seus futuros noivos. - Ele responde e segue até seu escritório.

 

                         ********

 

- Aquilo foi uma brincadeira não foi? - Eu cuspo as palavras ao abrir a porta do escritório sendo seguido por Sonya.

 

- Não. - Ele responde sem tirar os olhos do computador a sua frente.

 

- Você só pode estar louco. - Eu espalmo as mãos com toda força sobre a mesa.

 

- Vocês irão gostar. - Ele diz dando de ombros.

 

- Não podemos nos casar com eles. - Eu comento. - Nem se quer conhecemos eles. 

 

- Trina e Mark são ótimas pessoas e vem de uma excelente família, é tudo o que vocês precisam. - Janson rebate. 

 

- Você nunca se importou com a gente, mas isso, isso é demais. - Sonya fala de modo sério.

 

- Não vamos fazer isso. - Eu anuncio.

 

- Vão sim e não adianta reclamar. - Janson fala nos encarando. - Quando conhecerem eles melhor vocês vão gostar.

 

- Eu não vou fazer isso. - Eu sussurro cansado já de tudo que Janson faz.

 

- Você deveria é manter a sua boca calada. - Janson diz ríspido. - Agora saiam daqui que eu tenho que resolver uns assuntos.

 

- Eu te odeio. - Eu grito e saio correndo em direção ao meu quarto.

 

                          *******

 

- Eu não acredito que eles fizeram isso. - Eu falo abraçando o meu travesseiro. - Eles passaram de todos os limites. 

 

- Eles não tem mais jeito. - Sonya se senta ao meu ao lado.

 

- Mas, mas… isso foi demais. - Eu choramingo.

 

- Eu vou ir morar com o Ben. - Sonya anuncia me fazendo da um salto.

 

- Como assim? - Eu pergunto confuso.

 

Ben e Sonya já namoravam a oito meses. Tudo começou quando Sonya um dia estava na cafeteria que Ben trabalhava e viu ele sendo tratado mal por uma cliente. Na mesma hora Sonya foi defender ele. Depois disso eles começaram a conversar, virar amigos e consecutivamente namorar.

 

Ben entendia a situação em que vivíamos e nunca se quer fez menção em terminar com loira devido a eles nem sempre se verem e poderem ficar juntos.

 

- Eu já estava pensando nisso a um tempo. - Sonya começa a explicar. - Daqui a duas semanas eu faço dezoito, então eu posso ir morar com ele mesmo sem o consentimento do nossos pais. - Ela faz uma pausa como se organizasse as palavras. - Só que eu não quero te deixar sozinho nesse inferno. - Ela completa dando um sorriso triste.

 

Eu amo a minha irmã e sempre vou querer o bem dela e que ela seja feliz. Se Sonya realmente for embora, as coisas vão ficar bem difíceis para mim. Não sei se vou aturar essa vida sem ela aqui. Mas apesar de tudo eu apoio a sua decisão.

 

- Eu quero que você seja feliz, Sony. - Eu do um sorriso verdadeiro. - Então eu apoio a sua decisão de ir morar com ele.

 

- Tem certeza? - Ela pergunta receosa.

 

- Sim. - Eu afirmo. - Mas como você vai fazer isso?

 

- Eu tenho um plano. - Ela comenta sorrindo.

 

                         *******

 

Duas semanas já haviam se passado e hoje era o grande dia da fuga de Sonya.

 

Nossos pais haviam viajado hoje cedo para uma reunião na Alemanha, o que facilitou bastante.

 

Primeiro pegamos todas as roupas que Sonya precisaria e postamos dentro de um saco preto, próprio de lixo. Depois demos um jeito de o levar até onde o lixo ficava sem que nenhum empregado visse.

 

Quando era de madrugada, eu e Sonya pegamos o saco de roupas e levamos até onde Ben nós esperava. Por sorte, tudo deu certo e ninguém viu.

 

A minha pequena despedida com Sonya foi triste. Eu estava me separando da pessoa que foi o meu Porto Seguro durante esses anos.

 

Sonya me abraça e diz que me. A loira promete que vai sempre mandar mensagens e ligar e sempre que possível iria marcar para nos vermos.

 

Assim que Sonya parte, um vazio enorme me atinge.

 

E como era de se esperar, tudo só piorou na minha vida.