História Private Hell - Newtmas fic - Meeting

Alguém me salve, não me importa como você o faça, apenas fique, fique, vamos lá, eu estava esperando por você. - Save Me, Remy Zero.

 

 

 

         Point of View of Newt Brodie-Sangster

 

 

Eu deveria estar morto. 

 

Foi para isso que eu fui na Ponte.

 

Fui lá para morrer e me livrar desse fardo que eu carrego. Para me livrar dessa vida.

 

Era para essa hora os noticiários estarem anunciando que um garoto foi encontrado morto.

 

Mas não. Eu estou aqui. Deitado em posição quase fetal na minha cama e chorando como um bebezinho.

 

Eu não tive coragem. Eu fui fraco. Eu já estava ali. Era só eu soltar e pronto. Mas eu fiquei com medo e também… tinha ele.

 

O garoto que me ajudou.

 

Qual é o nome dele mesmo? Tony? Simas? Ah, Thomas, isso mesmo.

 

Foi ele quem me convenceu a não pular e quem me salvou quando eu quase cai.

 

Minha confusão mental e emocional não deixam eu decidi se sou grato ou não a ele.

 

Os flashs do meu pedido de desculpas e eu saindo correndo atingem minha mente. 

 

- Eu sou um perfeito idiota. - Eu murmuro me sentindo derrotado.

 

Não sei porque o fato de eu ter largado um estranho para trás me incomoda tanto. Ele é apenas um desconhecido não é? Não Newt, ele é um desconhecido que salvou a sua vida.

 

- Ele deve achar que eu sou um louco. - Eu sussurro me sentando na cama. 

 

Preciso o achar e me desculpar. Mas como eu vou fazer isso? Não sei nada sobre ele a não ser o seu nome.

 

E como nos desenhos animados uma lâmpada se acende sobre minha cabeça.É uma ideia louca, mas talvez eu tenha sorte.

 

Me levanto da cama e pego meu notebook que está em cima da mesa. Rapidamente vou até o Facebook, sim, essa é a minha ideia.

 

Assim que entro na minha conta, dígito o nome Thomas na parte de pesquisa. Logo a página carrega e vários Thomas aparecem.

 

Vou checando perfil a perfil. Fico nessa busca por uns cinco minutos até que eu por fim desisto. Devem existir milhões de Thomas no mundo e é claro, milhões de Thomas que possuem uma conta no Facebook.

 

Deixo o notebook de lado e vou até a cama, me jogando nela.

 

Como eu irei achar esse garoto? Como eu irei falar com ele? Por que eu quero me desculpar com ele?

 

São muitas perguntas e todas possuem a mesma resposta. Um belo de um não sei.

 

Busco em minha mente se ele usava algum tipo de uniforme ou alguma logomarca na roupa. Mas nada. Ele usava apenas uma camisa e uma calça qualquer.

 

Minha única e última alternativa é eu voltar amanhã na Ponte e torcer que a mesma faça parte do trajeto do garoto.

 

Sinto minha cabeça doer. Com certeza é devido ao quase suicídio e a minha vontade incontrolável de falar com o meu “salvador”.

 

Caminho até o meu closet onde eu pego um pijama do Homem-Aranha e sigo até o banheiro.

 

Após sair do banho, vou direto para a cama. Só quero dormir e ter um pouco de paz.

 

                           *****

 

Meu primeiro pensamento assim que acordo é: Thomas.

 

Pode parecer que estou obcecado ou algo do tipo mas eu não estou. É só que algo dentro de mim diz que eu preciso vê-lo de novo.

 

Sabe quando você vai falar com a pessoa que você gosta? 

 

Que bate aquele nervoso. Que você sente aquela animação interna. Que sua barriga revira e dói de tanta ansiedade? 

 

É assim que eu estou me sentindo. Pode parecer que eu estou apaixonado por ele mas a) ele é apenas um desconhecido b) eu não acredito em amor à primeira vez e c) eu nem sei se acredito em amor.

 

Deixo os pensamentos sobre o desconhecido de lado. Agora eu terei que fazer o mesmo papel de filho perfeito de sempre.

 

Saio da cama e caminho a passos lentos até o banheiro.

 

Após fazer minha higiene pessoal e me vestir, eu desço e sigo até a cozinha para tomar o café-da-manhã em “familia”.

 

Assim que adentro o local a primeira coisa que vejo é uma mesa cheia de pães, frutas, leites, sucos e várias outras coisas que ninguém vai comer mas que esta ali apenas de enfeite. E é claro, meus pais com as mesmas caras de paisagem.

 

- Bom dia. - Eu os cumprimento na expectativa de receber uma resposta.

 

Começo a tomar meu café-da-manhã tranquilamente. Me sirvo de um copo de suco de laranja e uma fatia de bolo de chocolate.

 

- Trina virá jantar conosco amanhã. - Ava me comunica quebrando o silêncio que se formava.

 

- Espero que vocês dois possam se conhecer melhor. - Janson completa. 

 

- Pode deixar. - Eu sussurro.

 

- Iremos jantar fora essa noite. - Ava avisa.

 

- Nem pense em aprontar. - Janson me alerta com um olhar severo.

 

- Não se preocupe. - Eu falo sério.

 

Meus pais então se levantam e saem, me deixando sozinho.

 

Termino meu café e decido subir para o meu quarto e fazer alguns exercícios que o professor de Italiano passou para casa.

 

                          ******

 

Ansiedade. Essa é a palavra que descreve perfeitamente o que eu estou sentindo.

 

Estou aqui na Ponte há exatos quinze minutos. Há cada minuto que passa aquele maldito nervoso interno me atinge.

 

Saco meu IPhone do bolso e vejo que são seis e vinte. Está um pouco cedo considerando o horário de ontem.

 

Mas eu não importo. Nem que eu tenha que ficar aqui até dez horas da noite. Eu só preciso encontrar aquele garoto de novo.

 

Me aproximo da lateral da Ponte e observo o céu. Sinto o vento gélido bagunçar meus cabelos. Uma sensação de paz toma conta de mim.

 

- Você está apenas observando ou será que eu terei que impedir você de pular de novo?

 

Eu reconheço a voz de imediato. 

 

Dou um sorriso sem me virar na direção dele. Vamos lá Newt, agora é hora.

 

Me viro e o encaro dando um sorriso.

 

- Não se preocupe. - Eu comento sorrindo. - Eu não vou tentar pular de novo.

 

- Ufa, que alívio. - Ele fala. - Eu já estava até me preparando para te segurar. 

 

- Eu… eu quero me desculpar por ontem. - Eu me desculpa. - Não queria ter te posto no meio daquilo. - Completo sem graça. 

 

- Não precisa se desculpar. - Ele rebate com um sorriso.

 

- Bom, eu não me apresentei direito ontem. - Eu comento rindo. - Me chamo Newton Sangster, mas pode me chamar de Newt. - Eu me apresento estendendo a mão.

 

- Thomas O’Brien, prazer. - Ele fala apertando minha mão.

 

- Posso te fazer uma pergunta? - Eu pergunto.

 

- Claro. - Ele responde.

 

- Por que me ajudou? - Eu questiono confuso.

 

- Como diz minha mãe, está no meu sangue ajudar as pessoas. - Ele responde. - E eu também vi que você não queria fazer aquilo. - Ele completa me encarando.

 

- Acho que eu queria, mas estava sem coragem. - Eu murmuro envergonhado.

 

- Por que ia fazer aquilo? - Thomas pergunta.

 

- Problemas familiares, muitos problemas. - Eu respondo.

 

- Meus amigos sempre me ajudam quando estou com problemas. - Thomas comenta.

 

- Eu não tenho amigos. - Eu falo com um sorriso triste.

 

- O que? Serio? - Thomas questiona surpreso.

 

- Sim. - Eu respondo.

 

- Agora você tem. - Thomas fala sorrindo. - Sou seu novo amigo.

 

- Não precisa fazer isso por pena. - Eu comento.

 

- Não é por pena, eu realmente quero. - Ele fala com convicção. - Pode me passando seu número. - Ele completa pegando o celular.

 

- É serio? - Eu pergunto incrédulo.

 

- Sim, toma põe seu número. - Ele diz me entregando o celular.

 

E então eu faço o que ele me manda fazer. Eu dou meu número para ele.

 

- Ótimo. - Thomas diz sorrindo. - Eu adoraria ficar, mas eu tenho que ir pra casa. - Ele completa com um sorriso de canto.

 

- Tudo bem. - Eu comento.

 

- Bom, nos falamos depois. - Ele rebate sorrindo. - Até, Newt. 

 

- Até, Thomas. - Eu falo.

 

Eu vejo o moreno se afastar e a única coisa que eu sei é que realmente valeu a pena ter voltado aqui.