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História Procura-se: Colega de Quarto (2Jae) - "Jigsaw falling into place."


Escrita por: bellarabella

Notas do Autor


Dessa vez, deixarei que o capítulo fale por si. Apenas uma coisa: preparem os lencinhos <3

Acompanha aí:

Capítulo 15 - "Jigsaw falling into place."


- Jinyoung-ssi, nos ajude.

Não foram necessárias mais palavras. Jinyoung não se incomodava nem um pouco em ajudar o ex melhor amigo, que ele ainda amava e queria bem. Pelo visto, eles estavam em uma situação realmente desesperadora, afinal para precisarem da ajuda dele...

- O que está acontecendo Jaebum? Onde está Youngjae?

- Ele está dormindo, aqui do lado... ele não faz ideia de que estou te ligando, então eu preciso ser rápido e discreto.

- Tudo bem. - Jinyoung engoliu à seco. Obviamente Youngjae não fazia ideia... ele preferia morrer do que precisar de qualquer coisa vinda dele.

- Estamos sem lugar para morar. É uma longa história. A questão é que precisamos entregar o apartamento amanhã, e não temos dinheiro para ir para nenhum outro lugar. Precisamos de alguns dias, apenas. Por favor.

- Por mim, é claro que vocês podem ficar aqui. Mas, tenho medo de como Jae irá reagir...

- Ele terá de aceitar a ajuda, a menos que queira dormir na rua. Youngjae pode ter alguns defeitos, mas nem de longe ele é alguém orgulhoso a esse ponto.

- Podem vir a hora que quiserem. Deixarei o quarto de hóspedes pronto para vocês.
- Estou em dívida com você, Jinyoung-ssi. Obrigado por ainda ser um bom amigo para Youngjae.

O garoto do outro lado da linha, sorriu ternamente. Não importava quantos erros havia cometido para com o melhor amigo. Ele estava pronto à se redimir.


 


 

Nem é preciso falar qual foi a cara de Youngjae quando notou que ele e Jaebum se encaminhavam com os seus pertences para o condomínio luxuoso de Jinyoung. Ele esperava de coração, que fosse apenas uma coincidência. Mas, quando adentraram no elevador e Jaebum apertou o 6º andar, ele tomou o braço do mais velho, saindo da caixa metálica.

- Jaebum, o que está acontecendo aqui? Por que estamos indo para a casa de Jinyoung?

- Foi a solução que eu encontrei, para não dormirmos na rua hoje. - disse Jaebum, sério.

- Você ficou louco?! Você estava lá, quando Jinyoung provou ser a pior pessoa que conhecemos, como você tem coragem de me fazer olhar para a cara dele, novamente? Qual é o seu problema?

- O meu problema, Youngjae, é que eu estava desesperado por uma solução. E se Jinyoung fosse realmente a “pior pessoa que conhecemos” ele não teria aceito prontamente nos ajudar.

O mais novo bufou, soltando o braço do hyung. Estava com raiva, sim. Mas estava igualmente surpreso com o que ele havia acabado de falar. Já faziam muitos meses desde que tinha retirado Jinyoung completamente da sua vida. E mesmo assim, o garoto não hesitara em cuidar dele, como tinha feito praticamente a vida inteira. Mas, ele ainda não sabia como olhar novamente no rosto de Jinyoung. Ele tinha medo de reviver toda a dor que passara, com a traição do melhor amigo. Ex- melhor amigo, aliás.

- Youngjae, eu sei que você não é orgulhoso. Prometo que tentaremos ficar aqui o menos possível, não quero que você se torture. Tente ser grato, apenas isso. Pode continuar tratando-o como um mero conhecido.

Com um suspiro longo, o dongsaeng assentiu com a cabeça. Ele se encaminhou até o elevador novamente, e aceitou o que o destino lhe reservara.
Jinyoung ouviu a campainha ressoar, e dando os últimos toques na refeição que preparou. Atendeu a porta, fazendo uma breve mesura aos convidados.

- Sejam bem-vindos, Youngjae e Jaebum. - não conseguia dirigir o olhar diretamente a nenhum dos dois. Estes o responderam com um agradecimento e uma mesura. O ar ficou pesado depois disso. Ninguém teve mais nenhuma reação. Jinyoung quebrou o silêncio, convidando os dois a entrarem.

- Preparei uma refeição para vocês. Um “breakfast” tipicamente americano. Youngjae-ssi sempre quis experimentar. - sorriu para si mesmo, mas só ouviu um grunhido da parte do garoto.

- Não precisava ter se incomodado, Jinyoung-ssi. Muito obrigado pela preocupação. - disse Jaebum, servindo como mediador do clima desconfortável que pairava entre os dois meninos. Ele entendia e concordava com Youngjae em gênero, número e grau, mas não podia negar os esforços que Jinyoung estava fazendo para se redimir. Tentaria fazer de tudo para facilitar as coisas no ambiente, enquanto tivessem que viver os três, ali. Não esperava que a amizade que os dois tinham, pudesse voltar a ser como era antes. Mas no fundo, queria ajudar Youngjae a perdoar o amigo errante.


 


 

O que era pra ser uma situação de dias, acabou se estendendo por meses. A situação financeira de Jaebum e Youngjae não melhorara, ainda mais porque usar o transporte público para ir trabalhar e estudar todos os dias, não ajudava a reter gastos. Eles davam uma pequena contribuição à Jinyoung por toda a despesa que estavam dando à ele. Mas a verdade é que ele nem se incomodava. Não trocava a casa cheia, pela solidão que passou nos meses antes de os dois se mudarem para lá.
Desde que Youngjae e ele haviam rompido a amizade, Jinyoung não se viu com outra opção a não ser terminar tudo o que tinha com Mark. O que haviam feito com Jae, era possível de entender, mas não era nem um pouco justificável. E o que Mark fizera com ele e Jae não era possível entender, e nem era justificável. Descobrira que Mark havia beijado Youngjae à força, assim que voltou dos Estados Unidos. E naquele momento, ele conseguiu entender a maldade que havia cometido com a pessoa que mais amava e admirava no mundo. Mark enganara os dois, e não amava ninguém, a não ser ele mesmo. O seu objetivo agora, era fazer a amizade que tinha com Youngjae, renascer aos poucos. Uma vez, leu em um livro de um poeta brasileiro, que “a amizade é um amor que nunca morre.” Agarrava-se à essas palavras como a um colete salva vidas.
Naquela manhã, os três tomavam o café da manhã em silêncio, como sempre. As únicas conversas possíveis na mesa, só eram entre Youngjae/Jaebum ou Jinyoung/Jaebum. Uma conversa Jinyoung/Youngjae não tinha perspectivas de ocorrer. Pelo menos, pelo lado de Youngjae. De repente, Jaebum ouve seu celular tocar. Sabia que era indelicado atender ao telefone na mesa, mas o número que piscava na tela o sobressaltou. Uma ligação de seu pai?

- Alô?

- Senhor Im Jaebum? Sou Kang HanGi, secretário pessoal de seu pai, o Presidente Im.

Jaebum engoliu a seco, e abaixou os olhos em frustração. Esperava no fundo, ouvir a voz do pai.

- Sou eu mesmo. Bom dia, Kang-ssi.

- O senhor precisa vir à sua antiga casa imediatamente. O Presidente Im está... está morrendo.

O par de hashis que repousavam em sua mão, caíram com um estrondo, enquanto a sua boca se abria em sobressalto.

- Meu pai está o quê?

- Venha rápido, senhor. Ele precisa vê-lo. - o bipe contínuo informava que a ligação estava encerrada. Jaebum colocou o rosto entre as mãos, tentando colocar os pensamentos no lugar. Levantou-se num átimo e começou a recolher seus pertences.

- Jaebum-ssi, aconteceu algo? - questionou Jinyoung.

- Meu pai... meu pai... eu preciso ir. - anunciou em resposta.

- Hyung? O que aconteceu ao seu pai? - perguntou Youngjae.

- Eu falo depois, eu só preciso ir. - e correndo, após apanhar tudo o que precisava, saiu do apartamento fazendo a porta bater com um estrondo. Os dois meninos que ficaram, permaneceram em silêncio enquanto o estrondo ainda ressoava.

- O que você acha que aconteceu? - perguntou finalmente, Youngjae. Aquela era a primeira frase que dirigia diretamente à Jinyoung. O outro até olhou para ele em sobressalto. Não estava esperando por aquilo.

- Algo grave. Nos resta esperar por notícias, agora. - Youngjae assentiu. E o café da manhã terminou silenciosamente.


 


 

Im Jaebum chegou à antiga mansão que morava com o pai, desde pequeno, em Busan. Gastou um bom dinheiro em táxi, indo para lá. Mas, o que importava no momento, era o estado em que seu pai se encontrava. Embora, ele não tivesse sido o melhor pai do mundo para Jaebum, foi a única família dele por praticamente a vida toda, desde que a mãe morreu. Tocou a campainha, e foi recebido pelo homem que o cuidou desde pequeno, o Mordomo Kim.

- Onde está meu pai, Mordomo Kim? - disse com os olhos desesperados e sentindo a boca secar.
- No quarto dele, senhor Im. Por favor, suba o quanto antes. - Jaebum apenas assentiu e correu escadas acima para ver o estado em que se encontrava o pai. A cena era deplorável, e encheu o coração de Jaebum de tristeza. O poderoso Presidente Im, padecia sofrendo em seu leito, pálido como a neve e magro como nunca esteve. O homem mantinha os olhos vazios e os lábios crispados. Mas, assim que viu o filho adentrar a porta, seus olhos adquiriram um brilho quase saudável.

- Meu filho Jaebum! - exclamou ele.

- Aboji! - Jaebum contornou a cama do pai, e correu para o lado dele, segurando uma das suas mãos entre as suas.

- Perdoe seu velho pai, meu filho. Eu nunca dei o valor devido para você... não havia percebido o homem corajoso e forte que você se tornou. A dor da perda da sua mãe foi tão forte, que perdi o senso com relação à você. Infelizmente, só me veio a razão agora. Quando estamos prontos a nos despedir. - os olhos do homem se encheram de água. As íris negras imploravam o perdão do filho.

- Pai, não diga isso. Eu sei que você passou por muito. Também fui insensível em não perceber isso. - apertou a mão do pai, como que tentando forçá-lo a demorar-se a ir.

- Sua mãe sempre dizia que nosso pequeno Jaebum seria um grande homem. Meu filho, eu jamais queria ter dito que você não merecia ser meu filho. Eu é que nunca mereci um filho como você. Por favor, cuide das coisas que eu te deixei. Use o seu dinheiro sabiamente, para cuidar da nossa empresa... e dos seus sonhos. A vida é muito curta para que você a perca com uma profissão que você não ama.

Os olhos do garoto já transbordavam de lágrimas grossas e salgadas. Era triste e bonito ao mesmo tempo, a epifania que o pai alcançou à beira da morte. Ele nunca foi um pai tão bom, quanto estava sendo agora. Jaebum nunca foi de rezar, mas agora com o coração apertado ele rezava em pensamento para que o seu pai ficasse mais um tempo com ele, com a relação que deveriam ter tido desde sempre.

- Me perdoe por ter dito tantas coisas horríveis para você a vida toda, meu filho. Quando eu encontrar sua mãe, ela ficará decepcionada comigo... - o homem sorriu triste, com as lágrimas morrendo em seus lábios.

- Você nunca deixou que nada me faltasse, pai. E mesmo quando me deixou desamparado, me mostrou o que é a vida real. Todos esses meses, eu venho trabalhando duro, como o senhor me ensinou, para ser um cidadão, um homem e um ser humano digno. Você me deixou muitas lições, pai. Eu sou grato por cada uma delas.

- Me abrace, filho.
O homem e o filho ficaram por um bom tempo, chorando nos braços um do outro. Era possível que um ouvisse o coração do outro, batendo dentro do peito. Os dois corações, apertados com aquela despedida, martelavam com força, como se fossem um só. Assim que se soltaram, o imponente homem sabia que era necessário despedir-se. O coração não lhe deixava muito tempo. Logo, cessaria os batimentos para sempre.

- Seja feliz, meu menino. Voe alto, junto de quem ama, não importa que pessoa seja. Você ensinou a esse velho homem, muito mais sobre amor, do que qualquer outra pessoa. E é por isso, meu filho, que eu te digo: eu o amaria, nem que nascesse pintado de azul. Você é o homem da minha vida. Vai ser bom adormecer para sempre, com o seu rosto tão parecido com o meu, na minha memória.

Jaebum apenas chorava, pois sentia que não teria tanto tempo restante com o pai. Não conseguiu responder nada, além do que era óbvio.

- Eu te amo, meu pai. Se nós dois cometemos erros um com o outro, eles morrem aqui. Você foi um grande homem, e eu tenho muito orgulho em me chamar Im Jaebum.

O homem deu um sorriso tão belo e largo, como Jaebum jamais havia visto em seu rosto.

- Direi à sua mãe, que fizemos tudo certo. - e ainda sorrindo, sentiu que o seu coração o traía. Queria ficar mais um tempo ao lado do filho, olhar mais para o rosto dele. Em um último ato de força, apanhou o rosto do filho e aproximou do seu peito. O garoto deitou a face no peito do pai, e ouviu o coração dele, até que as últimas batidas se deram. E então, Im SeungHyun calou-se para sempre. Jaebum tentou agarrar-se ao corpo dele, tentando deixá-lo mais um tempo ali, em vão. Ele já tinha ido. E eles tinham tido tão pouco tempo juntos, como verdadeiros pai e filho. O que importava, era que o homem o tinha perdoado, e ele o perdoara também. Sem rancor, ou arrependimentos, só lhe restaria a saudade e o legado da família Im. De jeito nenhum, ele se sentiu sozinho. Tinha agora, duas estrelas para guiar seus passos.

- Amo vocês, meus pais. - sussurrou entre soluços, o menino que virou Presidente de uma grande empresa: a sua própria vida.


 


 

Jaebum não deu notícias desde que deixou o apartamento de Jinyoung, em Gangnam. Youngjae estava quase furando o chão com a sola dos chinelos, andando de um lado para o outro. O mais velho apenas acompanhava seus passos ansiosos, em silêncio.

- Você se lembra, nos verões na casa da minha avó, em que minha mãe não deixava entrarmos na piscina antes de uma hora, depois de comer? - perguntou Jinyoung.

Youngjae deu um meio sorriso, ao lembrar-se da infância e do quanto ele e Jinyoung ficavam frustrados.

- Você sempre andando de um lado para o outro, arrastando os chinelos, para diminuir a ansiedade. Minha vó sempre dizia: “O pequeno Youngjae-ssi, vai cavar uma cova em volta da piscina.”

Os dois riram.

- Sinto saudade da sua avó. Halmoni Choi, foi uma grande mulher. Cuidou tão bem de nós...

- Minha querida Halmoni me faz falta todo dia. Ela me puxaria as orelhas até quase arrancá-las se soubesse que fui o pior amigo do mundo para você.

O sorriso de Jae desapareceu, e ele cerrou os olhos. Realmente, vovó Choi faria isso. E ele acharia muito bem feito.

- Nem mesmo um daqueles puxões nas orelhas, pode doer tanto quanto a sua falta em minha vida, Youngjae. Não passou nem mesmo um dia, em que eu não me amaldiçoasse por tudo o que eu lhe fiz, e a minha consciência me acusasse. Tentei justificar o injustificável e tentei diminuir meus erros. Até que eu pude finalmente entender, que em uma amizade sólida, não se justifica uma traição. Se corrige o mal causado, sem pestanejar. E esse foi o meu maior erro com você. E esse erro, me fez andar de um lado para o outro, arrastando meus chinelos como você, todos esses meses.

Youngjae parara de andar, assim que Jinyoung apresentou-lhe toda a sua dor, e remissão. Ouviu com os olhos marejados, todas as palavras que saíam da boca do mais velho. Era engraçado, depois de tudo, mas Youngjae notou a sinceridade das palavras em sua voz.

- Por que não pensou nisso, antes de cometer essa traição suja? Por que só agora, você se deu conta de que nossa amizade valia mais do que qualquer coisa?

- Porque como você, Youngjae, eu sou um ser humano. Você teria deixado Mark, se soubesse do meu passado e dos meus sentimentos por ele? Seja sincero, você sabe que consigo notar uma mentira.

O “todo-sábio-Jinyoung” sabia sempre em que calo pisar. E ele não deixava de estar certo.

- A-ach-acho que não.

Sorrindo tristemente, Jinyoung assentiu.

- Meu erro não pode ser justificado. Mas, com certeza agora você consegue me entender. E é só entendendo o lado do outro, praticando nossa empatia, que conseguimos dar o primeiro passo do perdão.

Youngjae engoliu a seco. Nunca havia parado para se colocar na pele do amigo, e do quão confusos seus sentimentos eram. E o quanto ele deve ter sofrido, para sacrificar e enterrar seu amor por Mark, para que Youngjae pudesse ser feliz com ele. Jinyoung não era um vilão. Ele era um ser humano errante e egoísta, como todos podem ser.

- Você é capaz de me perdoar, Youngjae? - Jinyoung levantou-se da cadeira, e caminhou em direção onde o garoto permanecia estático. - Não vou cobrar que a nossa amizade permaneça como sempre foi. Isso demandará tempo e esforço. Mas, será que o ódio e a mágoa podem se esvanecer, para permitir um recomeço?

Os dois derramavam finas lágrimas pelas bochechas, e o ar tornava-se pesado em volta deles. Youngjae levantou os olhos negros em direção ao amigo, e sorrindo tristemente falou:

- Eu nunca conseguiria ser feliz plenamente, se não o perdoasse. Eu amo Jaebum, e entendo que ele me completa. Mas também amo meu irmão, meu hyung e meu melhor amigo Park Jinyoung. Mesmo que ele tenha me feito chorar tantas vezes.

- Eu não quero mais ser esse Jinyoung. O seu melhor amigo antigo, egoísta, não vai mais existir. Não perderia sua amizade novamente, nem sob um decreto. Quero ter o seu perdão, e recomeçar, muito melhor do que era antes.

Youngjae tomou a dianteira em abraçar o amigo à sua frente. Apertou os ombros de Jinyoung fortemente, colando os cacos de ambos. Eles teriam que reconstruir a amizade pouco a pouco, com esforço e carinho. Mas, os dois estavam bem dispostos à isso. Mesmo sob fortes tempestades de mágoas e traições, eles estavam dispostos a provar que realmente, a amizade é um amor que nunca morre.

...
 

2 anos depois.

O homem de terno corria por entre os corredores da faculdade, equilibrando uma maleta pesada em uma das mãos, e as partituras esvoaçantes em outra. Acabara de tornar-se o presidente de uma grande companhia de mídias e levava o peso de seu nome nas costas. Talvez por isso, o rosto tenha sido talhado pelo tempo, como o rosto de um homem, não mais o garoto assustado que era há 2 anos atrás. No bolso interno do paletó, sentia o celular vibrando. Seu namorado devia estar desesperado pelo atraso dele. Sempre tão preocupado.
Entrou esbaforido na aula de canto, com o namorado repreendendo-lhe com os olhos. Deu um sorriso tímido de desculpas, o de lado que ele era expert em dar, quando precisava que o mais novo se acalmasse. E dito, e feito. O amado, devolveu-lhe um sorriso mais ameno.

- Como foi o primeiro dia, sendo o Presidente Im? - o dongsaeng sussurrou.

- Foi esquisito. Foi engraçado me tornar um Presidente que carrega partituras da faculdade de música nas mãos, comandando um império de comunicação.

- É isso que o faz o presidente mais irreverente e promissor do mundo, meu amor. - pegando a mão do mais velho, Youngjae depositou um beijo no dorso. Jaebum devolveu-lhe um sorriso largo e apaixonado.

- Precisamos comemorar isso hoje, não acha? - disse, mordendo os lábios.

O mais novo corou.

- Aish! Por que falar dessas coisas aqui?

- O que? Prefere que eu grite para todos aqui, que eu quero ter uma noite de amor, com o amor da minha vida, para comemorar que finalmente tudo entrou nos eixos? - Jaebum desafiou, rindo.

- Prefiro que concentre-se em sua partitura. Nosso dueto, tem que ficar perfeito para que a Professora Min nos aprove.

- Eu amo o jeito como nossas vozes se encaixam.

- Eu amo como nós dois nos encaixamos.

Os dois sorriram cúmplices.


 


 

Sentados na varanda, de um mais espaçoso apartamento, o casal de mãos dadas dividia uma garrafa de vinho.

- Como a vida é engraçada, não é hyung? - disse, suspirando, Youngjae.

- Por que você acha isso?

- Para que as coisas dêem certo, elas precisam dar errado primeiro. Você estava com seu roommate barulhento e precisou mudar-se, para que nós nos conhecessemos e estivéssemos aqui hoje. Minha amizade com Jinyoung precisou passar por uma prova de fogo, para que eu e ele nos tornássemos amigos mais unidos do que nunca. Você precisou odiar o seu pai, para que no fim, ambos se dessem conta de que sempre se amaram. Eu precisei sofrer por Mark, para entender que tipo de amor eu mereço, na realidade. O quebra cabeça, sempre junta-se no final, mesmo que as peças pareçam confusas demais, ou perdidas.

Jaebum ouviu e meditou nas palavras do mais novo, e elas faziam todo o sentido. A história dos dois, e todas as suas ramificações precisaram enfrentar tempestades e trovões, para que o o arco íris aparecesse. Ele, era agora o Presidente Im Jaebum, que cursava a Faculdade de Música de Hongkik. O dinheiro que seu pai lhe deixou, servia agora para proporcionar o término da faculdade de Youngjae, que era seu sunbae. Os dois moravam em um apartamento muito maior e nada lhes faltava. Principalmente amor. Às vezes ele sentia saudade do aperto que passaram no pequeno loft, com as dívidas e os corações partidos. E nunca, nem por um momento, faltou um ao outro. Era até engraçado pensar, que um simples anúncio de jornal mudou tanto a sua vida a esse ponto. Onde estaria, sem Youngjae? Ele preferia nem pensar.

- Não gosto de pensar que as coisas acontecem por destino. Prefiro acreditar que tudo o que nos acontece é por simples reações à ações nossas e dos que estão à nossa volta. E se as coisas ruins acontecem, é porque precisamos delas, para nos deixar mais fortes. Minha mãe sempre costumava dizer, que o arco íris só aparecia depois de uma tempestade. Acho que ela estava muito certa. - sentenciou Jaebum.

- Queria ter conhecido tanto a sua mãe, quanto o seu pai. Apesar de tudo, eles deviam ser pessoas incríveis. Uma pessoa tão maravilhosa quanto você, não construiu-se sozinho. Queria agradecê-los por terem o criado tão sob medida para mim. - Youngjae deu uma de suas gargalhadas espalhafatosas, e contagiou à Jaebum a rir junto com ele. Os dois se olharam nos olhos, profundamente.

- Estamos tão felizes, que fico até com medo da próxima tempestade que virá. - disse Youngjae com um sorriso triste.

- Pois, que ela venha! Eu tenho a você, e você tem a mim. Não consigo pensar em abrigos melhores, para qualquer tempestade. - Jaebum beijou a mão do mais novo. E logo em seguida, sem tirar os olhos dos olhos do outro, ele aproximou-se para beijá-lo. Como sempre, o beijo dos dois começava calma e lentamente, como se quisessem saborear intensamente o gosto um do outro aos poucos. Porém, não demorava muito para que a urgência e a ardência do desejo que sentiam, os consumisse. Entrelaçando os dedos na nuca do mais velho, Youngjae aumentou o contato entre os lábios, forçando sua língua a enredar-se com a de Jaebum. Os lábios do mais velho tinham o gosto forte do vinho, e o cheiro que exalava da sua pele, era ainda mais inebriante à ele. As mãos de ambos, percorriam os seus corpos como se quisessem estreitar ainda mais o espaço entre eles, apesar de isso ser impossível. Completavam-se de maneira tão perfeita, que pareciam ser um só. Youngjae desabotoou agilmente a camisa social de Jaebum (estava ficando bom nisso), e sentiu a pele quente e macia deste entrar em contato com seus dedos, dando-lhe um curto choque. O mais velho interrompeu o beijo para olhar nos olhos de Youngjae, colando as suas testas. O mais novo, entendeu prontamente o que isso queria dizer. Ele já sabia onde isso terminaria. E encaminhando-se para o quarto, com o mais velho entrelaçado em sua cintura, fechou a porta atrás de si. Entraram em seu infinito particular, num mundo que era só deles, e onde queriam estar para sempre. 


Notas Finais


E... FIM!
Amores, desculpem pela demora em postar esse derradeiro capítulo, mas além da correria, eu queria entregar um bom final à vocês. Espero que tenha valido a pena.
São exatamente 01:33 da madrugada, e estou eu aqui escrevendo (um pouco sonolenta, confesso) emocionada, uma nota final para vocês. Eu me sinto tão realizada em pensar que quase 200 pessoas deram o seu FAV para a minha história e que tantas tenham perdido uns minutinhos do seu dia, para ler e comentar tão fielmente. Sentirei saudade desse carinho enorme de vocês, sem dúvida. Fico feliz e honrada em saber que consegui arrancar suspiros, choro e sorrisos de vocês, com essa fic! Espero vê-los outras vezes em outras histórias! <3
ÓTIMA NOTÍCIA: decidi dar um final digno, para as minhas queridas Markjin shippers. Farei um epílogo, contando como a história de nosso OTP amado terminará. Me desculpem por toda a raiva e ansiedade que eu as fiz passar. <3
Como esse ainda não é o nosso último capítulo, não me despeço ainda. Mas, você aí que só leu durante todo esse tempo, sem comentar, EI! é sua oportunidade! hahahahaha quero muito saber como o fim, foi para você! E se você comenta sempre, não perca o hábito.
Mais uma vez, MUITO OBRIGADA <3


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