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História Procura-se por Eadlyn Schreave! - Capítulo 12.3


Escrita por: AndreZaPS

Notas do Autor


O meu capítulo preferido até agora!

Desejo que também gostem!
Beijo ♥

Capítulo 15 - Capítulo 12.3


–Temos escolha? - Samara retrucou ao lançar um olhar furioso à Eadlyn. A morena de olhos verdes suspirou, chateada consigo mesma. "Estúpida, estúpida", repetia em sua mente.  -Onde está o seu carro?

Kile ainda as olhava de forma divertida, controlando-se para não acabar dando risada e, com isso, acabar sendo assassinado pelas garotas. Ele realmente considerava essa possibilidade. Fez um gesto com uma das mãos e então seguiu para a área traseira do Bardoom. O lugar tinha cheiro de bebida alcoólica e xixi de bêbado e mendigos. Samara, exageradamente, apertou o nariz com seu dedo indicador e polegar, abrindo os lábios de leve para poder respirar sem morrer intoxicada. Jared estava pensativo; nem mesmo olhou para Samara, e perguntava-se se por acaso, por ironia do destino, Samara viesse a ser sua namorada... O que sua família pensaria sobre isso?

Com certeza ele sabia que não daria certo. Imaginou sua mãe, uma beata à moda antiga. Vivia de cabelos presos, saias longas e, embora fosse uma mulher bonita, era muito humilde. Seu pai, crente mas nem tanto, também certamente reprovaria a relação. Ambos são rígidos, tanto com as pessoas de fora, mas principalmente com o seus filhos; fizeram de tudo para que se tornassem adultos de bem e, até então, os esforços haviam sido satisfatórios. Jared é de classe alta, estudou em escolas particulares sua vida toda e esta no último semestre de Direito. Não que ele tivesse escolhido, mas seu pai... Por meio sutis, lhe obrigou a seguir seus passos. Depois de 4 anos e meio, Jared aprendera a gostar de sua futura profissão. Às vezes se achava fraco demais para lidar com pessoas enérgicas, como Samara e seus pais, mas estava focado a mudar isso e tomar as rédeas de sua própria vida. Chegou a pensar que a mulata diante de si, que caminhava de forma segura, requebrando seu traseiro como se tivesse dançando alguma dança silenciosa, lhe poderia ajudar.

Mas a ela, lhe faltava algo que Jared necessitava para se dar bem com qualquer pessoa, e se chamava: compreensão das necessidades alheias. Ele a fitou mais uma vez, incapaz de esconder o quanto ficara desapontado com o desfecho da noite. Afinal, não fora o seu coração que lhe havia dito que Samara era o amor da sua vida?

Kile dentre os três, era o único que permanecia relativamente relaxado, tanto que quase tirou um cigarro da carteira para fumá-lo. Só não o fez, porque as meninas pareciam apressadas, e seria perigoso contrariar mulheres nervosas. O seu carro era vermelho sangue, bastante chamativo e, com toda a certeza, se fosse escolher um carro hoje em dia, ele seria mais discreto. Abriu a porta do motorista. Entrou. Samara foi para o banco de trás, Jared a seguiu automaticamente; ainda estava pensativo. Eadlyn, a última do grupo, ponderou sentar-se atrás também, mas Samara apontou para a frente com a expressão de poucos amigos e a morena entendeu o recado. Emburrada, sentou-se no banco do carona e fechou a porta com um estrondo.

–Nossa, garotinha, poderia ser um pouco mais delicada? - Kile quis saber, as sobrancelhas juntas. Deu dois tapinhas no vidro do carro, como se tivesse acalmando um cachorrinho de estimação. - Ele é sensível.

Eadlyn o fitou sem expressão.

–Mas ele não é um ser vivo -, ela disse, fazendo pouco caso.

Kile a olhou de cara feia.

–Ai, ai, Helena. - Repreendeu, suspirando. - Não vai pedir desculpas?

Eadlyn riu e depois juntou os fios de seu cabelo, colocando-os no ombro esquerdo. Ela ergueu uma sobrancelha em seguida.

–Está falando sério?

Kile deu a partida no carro.

–Claro, tô com cara de quem está brincando? - Retrucou de volta, sabendo que ela não gostaria da resposta que ele lhe dera. Mas fazer o quê se ele pegou gosto em implicar com a menina?!

Eadlyn revirou os olhos.

–Perdão, óh carro magnífico, perdão. - Ironizou, de cara empurrada.

Kile soltou uma risada alta e gostosa. Eadlyn tentou permanecer séria, mas não conseguiu. Balançou a cabeça de um lado para o outro, e desviou os olhos para a sua frente.

–Será que dá pra parar de viadagem e ir pra casa logo? - Samara perguntou, exigente. A briga havia feito o álcool dar uma trégua de seu cérebro, e acabou se arrependendo da forma como falara com Jared. Ela lhe lançou um olhar neutro -que era a sua forma de pedir desculpas-, mas ele nem a fitou de volta. Estava sentindo-se desconfortável, mas... A ideia que tivera antes ainda pairava em sua mente e, ponderava se poderia colocá-la em prática ou não. Fitou Jared pelo o canto do olho novamente. Seu cabelo é cacheado, cachos abertos, diferentes de seus próprios. A cor lembrava um ouro pálido. Os olhos tinham um formato bonito, caído nos lados, dando a impressão de que estava triste, mesmo quando sorria. Ah, e o sorriso era bonito. Ele todo era bonito, a menina não podia negar. "Será que ele nu é tão bonito quanto com roupa?", se perguntou, perdida em pensamentos pervertidos.

Eadlyn deu as coordenadas para a sua casa. Bocejou, embora ainda fosse cedo. Quando disse à Samara que estava cansada, era realmente verdade, não uma desculpa. Kile parecia se divertir enquanto dirigia, e o fazia muito bem. Eadlyn já quis dirigir uma vez, agora não mais. Tinha medo de se distrair e acabar matando alguém atropelado. Olhou pela janela, para o borrão de chuva que lhe impedia de distinguir as formas ao lado de fora, ainda que a velocidade do carro fosse baixa. Pensou sobre Kile saber onde ela mora. Não gostou da ideia; um agito lhe balançou o estômago. " Mas o que ele iria fazer com essa informação? Nem somos íntimos pra ele vir me procurar", pensava ela, com o cenho franzido. Mas, ainda sim, a ideia dele saber seu endereço e onde trabalhava, lhe deixou com a sensação de aperto, como se o cerco estivesse se fechando. Pelo o que sabia, a viagem de carro não deveria demorar mais do que uns 20 minutos. No entanto, a chuva não ajudava em nada. Kile entrou em uma avenida principal, ladeada por arvores enormes, com folhas que lembravam pinheiros. A chuva batia violentamente no asfalto e no teto de metal do veículo, causando um som áspero que não era agradável. Era uma tempestade, e quanto mais chegavam perto da casa da Schreave, mais ela parecia aumentar de intensidade. Um raio iluminou a estrada.

Eadlyn sentiu a luminosidade retrair suas pupilas. Sentiu um arrepio varrer sua espinha. Kile engoliu em seco, mas manteve a compostura; imediatamente, parou o carro, que continuou andando, embalado pelo o chão encharcado, até que finalmente parou, meio torto, na avenida.

Os dois observaram enquanto a árvore atingida balançava perigosamente, decidindo pra qual lado penderia.

Caiu no meio da estrada, impedindo a passagem.

–Não vamos poder continuar - ele falou o óbvio.

Eadlyn não respondeu; olhou pelo o retrovisor. Alguns carros estavam parados atrás do Civic de Kile. Ela abriu a porta do carro.

–Ei, onde você vai? - O Woodwork perguntou, olhando-a com a testa franzida.

–Ver se tem como voltar.

–Mas está chovendo -, falou.

Ela sorriu, erguendo uma sobrancelha.

–Não sou de açúcar pra ter medo de água. - Saiu, com seu tênis entrando em poças. Dois segundos foram necessários pro seu babyliss ser distruído e sua maquiagem, literalmente, cair por água abaixo. Ela se abraçou enquanto olhava para os lados, forçando a vista através da chuva. Um homem fazia o mesmo, então caminhou até ele.

–Oi, sabe por que eles ainda não deram a volta? - Eadlyn quis saber, se referindo à fila de carros ali parados. Algumas pessoas saíram para fora, procurando saber o motivo do congestionamento. Eady jogou o peso de uma perna para a outra.

O homem, que devia ter seus 56 anos, respondeu com dificuldade, por conta da chuva.

–Está alagado, deu no rádio que a ribanceira desabou a poucos metros. Estamos presos aqui.

–Puta que pariu -, xingou Eadlyn. Em seguida, um Kile molhado, com o cabelo caindo nos olhos e tremendo de frio, apareceu ao seu lado. A menina passou as mãos pelos olhos, tentando tirar um pouco da água que se acumulava ali, e acabou deixando dois borrões escuros nos olhos. - O que esta fazendo aqui? - Perguntou, olhando-o surpresa.

–Vim ver se você estava bem, UE -, Kile murmurou, em tom de obviedade. Olhou para o sujeito com cara de vovô-bonitão-rei-do-Tinder. -Notícias não são boas? - Perguntou para confirmar. O homem deu uma negativa, parecendo tão frustrado quanto Kile e Eadlyn. Uma voz soou acima da chuva forte, uma voz feminina.

"-Pai! Vem!" - Chamou alguém de dentro de um carro prata.

O grisalho olhou para os dois e abriu um sorriso afetado.

–Boa sorte -, murmurou antes de sair correndo em direção a sua filha que lhe chamara.

Eadlyn não falou nada enquanto rumava novamente para o Civic. Quando entrou, permaneceu alguns segundos em silêncio, antes de dar-se conta de algo. Ainda não ouvira a voz da amiga. Olhou para o banco traseiro, se deparando com a cabeca cacheada da mulata invadindo a boca de Jared. Ela dormira com a cabeça em seu ombro e, Jared por sua vez, repousou a sua própria no alto da cabeleira da menina. Quando Eadlyn voltou a olhar para frente, seu cenho estava franzido.

–Estão dormindo, não estão fofos? - Kile disse, dando risada. Eadlyn se encolheu no banco, escorregando o tronco para baixo.

–Hum... Não sei dizer. - Disse por fim.

–Você está com frio? - Kile confirmou, olhando a garota que, mesmo sendo alta, parecia miúda daquela forma.

Ela se concentrou para não bater os dentes, mas não adiantou. Essa foi a resposta que Kile precisava. Erguendo a mão molhada, ligou o aquecedor do carro. Aos poucos, os dois começaram a se sentir mais confortáveis.

–Está melhor, obrigada -, Eadlyn falou, sem fitá-lo.

Kile sorriu.

–Tem certeza?

Eadlyn o fitou, desconfiada.

–Claro. Por que acha que não?

Kile riu.

–Você esta com uma aparência... Estranha. Parece uma louca fugida do manicômio. - Ela estava prestes a retrucar, quando ele continuou: -Sério, seus olhos... Parece uma pandinha.

Eadlyn ficou constrangida, mas fingiu não se importar e deu de ombros. Maldita maquiagem!

–Você também não parece muito apresentável -, acusou-o.

O garoto abriu um sorriso enorme, relaxado. Recostou-se ao banco e fechou os olhos.

–Não vejo problema nisso.

A morena ficou calada. O analisou. Os cabelos ondulados, agora que estavam molhados, pareciam lisos. Escorridos pelo o seu rosto. Os cílios que ela cansara de ver no Hospital, de novo impedindo que pudesse ver seus olhos castanhos. Lembrou-se de quando o conheceu. Ela sorriu.

Sr. Misterioso já não era mais tão misterioso assim.

–Kile, e como... Você esta? - Ela perguntou, sendo inundada pela a simpatia nostálgica que sentia por ele antes.

Kile abriu apenas um dos olhos para olhá-la.

–Encharcado, - Respondeu, com um sorriso gigante. Depois voltou a fechar as pálpebras.

Eadlyn fez cara de paisagem.

–Sério agora -, voltou a dizer ele, dando risada. - Estou melhor, obrigado por perguntar. Aos poucos volto pra minha rotina, mas ainda não faço a mínima ideia do que eu era antes de hoje.

–Isso deve ser estranho, não? Como nascer de novo, só que adulto -, ponderou ela, o rosto franzido.

Kile fechou um pouco o sorriso.

–Bem, é algo assim. Eu não lembro da minha família, mas lembro do sentimento que tinha por eles. Então, não foi algo que tive que reconstruir. Eu já os amava, e continuo.

A moça pensou um pouco sobre isso.

–É como se o sentimentos nunca morressem? Tipo, como quando dizem que o amor nunca morre... Podemos aplicar a isso? - Perguntou ela. Não repararam, mas os dois haviam se inclinado um para o outro.

–Boa pergunta. Acredito que sim, mas não qualquer sentimento. Eu sinto familiaridade com Jared, acredito que seja meu melhor amigo, mas é estranho. Como posso sentir intimidade e familiaridade com alguém, quando nem mesmo sei quem ele é?

Eadlyn concordou com a cabeça, focada na conversa.

–Entendo. Deve ser estranho.

–É estranho, sim - disse ele, abrindo o sorriso de antes.

–Acho que já passei por isso -, ela contou, recordando-se de quando o considerava um amigo, mesmo que nunca tivessem conversado. Sentiu vontade de contar quem ela era, mas ao seu ver, não fazia sentido. Não era necessário; suas vidas não eram compatíveis, e ele não era como esperava que fosse. Não valia a pena constranger-se à toa com uma pessoa que ela mal conhecia.

–Sério? -Ele duvidou.

–Sim, - se limitou a dizer, dando por encerrado aquele tópico.

–É estranho -, ele repetiu, pensativo.

–Então... Você já encontrou a tal de Eadlyn? - Quis saber ela, desviando o olhar para fora.

–Infelizmente não. Mas quero a encontrar, saber se é tão amável quanto parecia.

–Entendi -, repetiu, perdida nas próprias memórias. A luz interna do carro piscou. - E a sua noiva?

Kile a olhou atento. Analisou o seu rosto, o seu cenho se franzindo.

–Como sabe quê... - o garoto foi interrompido pelo o som do seu celular. Número desconhecido.

Atendeu.

–Alô?

A voz do outro lado soltou um suspiro aliviado.

–Onde você está? - Jackeline quis saber, com uma mão sobre o peito. A pele bronzeada sendo iluminada por luzes de vela. Havia faltado luz por lá. -Eu fiquei preocupada!

–Estou com o Jared, perdão por não ligar e avisar, - ele olhou rapidamente para Eadlyn; - deveria ter te dado alguma satisfação.

–Eu... -a ligação cortou, chiou; - amo, Kile.

–Eu não estou entendendo nada, estou preso na rodovia. Quando estiver liberado, eu te aviso. Não precisa me esperar acordada, Jack. Dorme bem.

Do outro lado, Jackeline dizia que iria permanecer acordada ate ele chegar em segurança, mas Kile não entendeu. A ligação cortou e caiu. Eadlyn olhou para o seu próprio telefone. Sem sinal; suspirou.
–Então... - Kile voltou a olhar a morena, buscando o assunto anterior, quando Eadlyn estende a mão para ele e diz:

–Preciso mandar mensagem pro Mano, ele vai ficar preocupado -, murmurou ela, lembrando que seu irmão poderia ter um ataque cardíaco caso ela sumisse por muito tempo sem dar satisfação.

Kile não pestanejou em entregar-lhe o celular. A Schreave digitou habilmente algo por alguns segundos, e depois enviou. Lhe entregou o telefone, sorrindo sem mostrar os dentes.

–Obrigada.

–De nada. E então, por que você acha que eu tenho noiva?

–Sei lá, você tem cara de quem tem noiva -, mentiu ela, séria.

–Tenho?

Eadlyn riu.

–É... E de quem sai escondido sem ela. Era ela que te ligou agora, não é? A Jack. - Deduziu.

Kile não queria mentir, isso o faria sentir-se culpado. Ainda mais culpado.

–Bem... É isso mesmo. Mas não sou um canalha, caso pense isso. -Se defendeu.

Eadlyn deu de ombros.

–E o que ela acha da sua procura pela a menina do coma?

–Ela não dá muita importancia, na verdade. Acha que foi imaginação minha, e ela é muito segura de si mesma, embora seja possessiva, pelo que pude notar.

Eadlyn concordou com a cabeça vagamente.

Um silêncio pairou por ali.

Kile tentou ligar o rádio, mas a estação estava fora do ar.

–Droga -, ele xingou.

A menina suspirou.

–Vamos conversar sobre banalidades.

–Do tipo?

–Qual sua cor favorita? - Indagou, dando início ao questionário. Kile olhou fundo em seus olhos.

–Verde.

–Por acaso isso tem a ver com o fato de que meus belos olhos são verdes? - Ela brincou, nem imaginando que talvez, tenha sido realmente isso.

–Hum, você se acha sempre ou só quando o mundo gira? - Ele retrucou usando a frase que ela havia dito mais cedo; deu risada.

–Só quando o mundo gira.

E a partir daí, a noite que parecia ser longa demais, de repente passou em um piscar de olhos.


Notas Finais


Eae?


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