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História Procura-se por Eadlyn Schreave! - Capítulo 4


Escrita por: AndreZaPS

Capítulo 5 - Capítulo 4


Eadlyn saiu correndo pelo o corredor, estava ansiosa pra chegar em casa. Acabou dormindo demais e, por um milagre, não acabou sendo pega em flagrante. Encontrou Samara no banheiro, com sua pele parda e olhos escuros. Lixava suas unhas tranquilamente, enquanto permanecia deitada no banco duro dali. Eadlyn lançou a ela um breve e estupefato sorriso.

—Vai tirar o pé da forca, Eady? - A garota perguntou, vagando seus olhos rapidamente para o rosto da colega-barra-amiga.

Eadlyn franziu momentaneamente a testa.

—Não seria pai?

—Não tenho pai, porque ele deu na minha mãe um pé da bunda. Então ao invés de dizer pai, eu digo pé. Entendeu meu belo raciocínio?

—Perfeitamente, você é uma gênia. Só não posso falar nada a respeito disso, porque não sei o que aconteceu com o meu pai, afinal de contas. - Eadlyn, após tirar seu uniforme, guardou-o dentro de seu armário.

Samara deixou sua lixa de lado e sentou-se no largo banco avernizado.

—Não?

A Schreave terminou de vestir-se.

—Bem, não. Isso quer dizer que devo substituir a palavra pai por... Ahn... Deixa eu pensar... desconhecido?

—Poderia até ser, mas é muito longo - palpitou Samara ao morder brevemente seu lábio inferior.

—Cido? - tentou Eadlyn, dando risada.

—Cido?

—Sim, de desconhecido.

Samara fez um joinha com os dois polegares erguidos.

—Legal, mas que tal vagabundo?

Eadlyn balançou a cabeça em concordância, um sorriso divertido pairava em seus lábios.

—Muito bom. Mas eu não posso usar isso, seria falta de respeito.

—Mas é um vagabundo respeitoso.

—você tem uma tara por essa palavra - observou Eadlyn ao pegar sua mochila e colocá-la nas costas.

Samara soltou uma risadinha.

—Tenho tara por muitas coisas. Aliás, você não deveria se trocar na minha frente. Poderia te atacar - murmurou ao erguer as duas mãos e fingir estar arranhando o ar, como uma leoa.

—Sei que sou gostosa, Samara, mas eu sei também que você gosta da mesma fruta que eu.

—Banana?

As duas riram.

—Tipo isso. Até que horas você vai ficar hoje?

—Até às 14h- e revirou os olhos negros. - Você sempre reclama quando pega o turno da noite, mas deveria ficar agradecida. Morgana quase nunca pega no pé da gente de madrugada, ela deve ficar por aí, dormindo de cabeça pra baixo, sugando a energia das pessoas. Não tem tempo pra encher o nosso saco.

Eadlyn deu de ombros.

—Logo vou sair daqui. Preciso só de uns dois ou três meses e então estarei llivre. Posso suportar por enquanto. E, além do mais, não me importo mais de ficar aqui à noite.

Samara ficou alerta de repente. Um sorriso sacana repuxou um canto de sua boca.

—Amigos novos?

—Não exatamente - e riu, pensando na impossibilidade de considerar o sr. Misterioso um amigo. - Mas passo boa parte do tempo dormindo, não é péssimo.

Samara ficou desconfiada e apertou seus olhos minimamente.

—Pelo o amor de Deus, só não me diga que está saindo com o tio da portaria.

Eadlyn revirou os olhos azulados.

—Ele tem mil anos.

—Não mesmo, deve ter uns 60. São 940 anos a menos.

—Você é nojenta, pega ele pra você.

A garota deu de ombros, e começou a lixar as unhas novamente.

—Garanto que é muito melhor do que esses carinhas de 20, 30 anos. Sabe como é? Tô falando de experiência.

Eadlyn fez uma careta engraçada.

—Se você montasse um bordel, ele se chamaria asilo - ela comentou casualmente.

—Vagabunda, você tem razão; seria um sonho?

Eadlyn meio que riu, meio que roncou com o nariz.

Estava prestes a zoar Samara mais um pouco, quando Morgana Macfield entrou no banheiro com os braços cruzados. Parecia sentir o cheiro de "matação de tempo" de longe.

—Estão no horário de intervalo? - Indagou, parando em frente à porta com as pernas afastadas uma da outrs e as mãos na cintura. Samara, às vezes, tinha medo de Morgana se transformar em uma bruxa de verdade.

—Estou indo embora - Eadlyn disse com um sorriso amarelo no rosto.

—E você, garota? - Quis saber ao apontar com o queixo quadrado para a menina de cabelos cacheados.

—Estava limpando o banheiro.

Morgana não se deu ao trabalho de olhar ao redor pra murmurar:

—Mesmo? E porque está encardido?

—Recém comecei.

—Bem, eu estou indo, senão vou perder o meu ônibus! - Eadlyn falou, já se esgueirando pela a parede e passando por Morgana num susto. Antes de sair, lançou um sorriso zombeteiro para Samara, que respondeu com um dedo do meio erguido enquanto a Macfield passava a mão no chão para ver o quão sujo estava.

Enquanto voltava pelo o corredor, Eadlyn cogitou passar no quarto 212. Queria ver o garoto mais uma vez antes de sair, mas não sabia ao certo o motivo. Quando estava se aproximando da sala, viu duas mulheres elegantes. Uma é, na claridade que entrava pela as grande janelas do hospital, loura. Seus cabelos iam até os ombros. Eadlyn achou-a terrivelmente bonita, ainda que já estivesse quase nos 50 anos. A outra era mais jovem, tinha cabelos em um corte curto e moderno, a pele era de um caramelo bronzeado. Também era muito bonita. E ambas entraram no 212.

"Devem ser da família dele", pensou Eadlyn enquanto passava apressada em frente ao quarto em que elas entraram. Tinham cara de quem tinham dinheiro, mas Eadlyn não poderia esperar coisa diferente. O Hospital de Illea era famoso no país todo pelo o atendimento de excelente qualidade e por ser a primeira opção de celebridades locais e, até mesmo, estrangeiras.

Eadlyn deixou de pensar nisso assim que passou pelo o estacionamento e saiu corrente até a parada. Avistou o ônibus ao longe e, um segundo de atraso, a faria perdê-lo e ser obrigada a ficar ali por mais ou menos 40 minutos até o próximo chegar. Quando entrou no transporte, seu rosto estava um pouco suado. Pagou os 3,80 pela a passagem e passou a roleta, segurando-se firmemente pelo os bancos até chegar na última fileira. Se acomodou próximo à janela e arregassou o vidro para o lado. Amava quando o vento batia forte em seu rosto, o que, definitivamente, não agradava a todos. A mulher que sentou-se ao seu lado, por exemplo, estava bufando por dentro pela a quantidade de vento que estava entrando e bagunçando seus cabelos finos. Eadlyn percebeu, mas não se deu ao trabalho de se importar.

"Os incomodados que se retirem", pensou ela. 
 

Quando Eadlyn entrou em casa, foi até ao seu quarto, pegou um frasco de perfume vazio e, então, o encheu de água com a ajuda da torneira do banheiro. Silenciosamente, caminhou pelo o corredor de madeira da casa e, assim que parou de frente à porta do quarto de Ahren, ela mordeu o lábio inferior animadamente. O rangido da porta era alto, mas a garota sabia que o irmão tinha o sono pesado. Parou ao lado de sua cama, o frasco em sua mão como se fosse uma arma. Posicionou-o próximo ao seu rosto e então apertou o burrificador.

Ahren acordou imediatamente, o rosto completamente franzido de raiva. Ele jogou o travesseiro contra a irmã, extremamente furioso, mas a garota foi mais rápida e se esquivou.

—Odeio você! - Gritou, sua voz saindo um pouco rouca.

Eadlyn estava gargalhando, o que somente aumentava a raiva que o garoto estava sentindo dela. A jovem inclinou-se para baixo e beijou a nuca de Ahren e, por muito pouco, não acabou recebendo um tapão em troca.

—Amo você! - Cantarolou ao sair em disparada para fora do quarto.

Uma das coisas que Eadlyn achava mais divertido na vida, era incomodar o seu irmão. Sabia que teria troco vindo dele, e ela mal podia esperar pelo o que a aguardava. 
 

Naquele mesmo dia, às 23:26 da noite

 

 



              Eadlyn abriu a porta sem cerimônias. Invadiu o quarto como se fosse o dela própria e acomodou-se no sofá.

—Boa noite, sr. Misterioso. Como está hoje? - Perguntou.

Silêncio.

Ela deu de ombros e fingiu uma voz masculina, respondendo sua própria pergunta:

—Oh, estou bem, Eadlyn, que gentileza sua perguntar. E você como está?

Eadlyn pigarrreou, e agora murmura com sua voz normal:

—Estou muito bem, muito bem, sr. Misterioso. Vamos tomar umas cachaças qualquer dia desses? Não pense coisas erradas ao meu respeito, mas às vezes é necessário beber uma pinga mais forte pra relaxar o cérebro. Falando nisso, lembrei de algo. Você quer que eu te conte? Bom, como você não pode me responder com uma negativa, será obrigado a me ouvir. Teve uma vez que eu e uma amiga do colégio, a Anna, fomos beber. A gente era bem novinhas, acho que uns 13 anos - Eadlyn balançou a cabeça de um lado para o outro e sorriu. - Ao invés de ir pra escola num dia qualquer, saímos pra beber. Compramos duas garrafas de cerveja e uma de vodka. Sorte nossa que no nosso bairro, o pessoal não se importava muito com essa lei de vender bebida pra menor de idade. Até porque Anna, tinha um corpão! Era estranho, uns peitos gigantes num corpo desnutrido e cara de criança... Sr. Misterioso, todos queriam ficar com ela, mas falando sério agora... Eu sou mais eu. Tipo, pelo menos sou proporcial.

Eadlyn pensou por um instante e então gesticulou vagamente com as mãos e continuou.

—Bem, voltando ao assunto. Nós fomos a pé até um parque que tinha perto da escola, trouxemos de casa uns copos de plástico e então essa foi a primeira vez que fiquei de porre. Aos 13 anos. Muito nova, não acha? Mas foi bem legal, tirando a parte em que vomitei na minha roupa nova, sujei meu cabelo e apanhei da minha mãe. Pensei que ela não ia desconfiar, mas fui inocente, claro. Como ela não ia perceber que a filha chegou cambaleando e fedida a álcool e não se dar conta? Fui burra, deveria ter fugido à noite pra fazer isso.

A garota ficou pensativa por um momento, e suspirou em seguida, sentindo seu peito se apertar um pouco.

—Naquele tempo, minha mãe ainda se importava comigo. Mas há dois anos atrás, ela deixou a mim e ao meu irmão, e nunca mais voltou. Antes eu rezava pra ela voltar, mas agora não mais. Ou me quer, ou não me quer. Não nasci pra megalhas, nasci pra pedaços inteiros. Falando sério, porque eu estou dizendo isso pra você? - Indagou ao se levantar e sentar-se na cadeira, que dessa vez já estava à postos ao lado da maca. - Será que sou carente? Estou desabafando com um estranho? Já sei, estou fazendo você de diário humano. Coloco pra fora essas merdas de sentimentos que tenho aqui dentro sem precisar me expor e ser julgada e nem demonstrar fraqueza, porque isso vai ficar só entre nós dois. Só que só eu vou saber, porque você está em coma e provavelmente não irá saber de mim quando acordar. Mas eu não me importo. Ei, deixa eu contar pra você... É bem legal colocar pra fora as nossas mágoas em voz alta. Deve ser por isso que o pessoal vai em psicólogos. Como não tenho dinheiro, você deve servir... com todo o respeito, claro. Nossa, como eu fui parar nesse assunto? Acho que eu falo demais. Ah! Já ia me esquecer. Hoje eu vi duas mulheres bonitas e elegantes entrarem aqui; quem será que são?

Eadlyn deu de ombros.

—Não que me importe, mas a moça é sua namorada? Bem, vocês até que combinam... Muito chique ela, mas claro que eu arrumada também ficaria chique. Qualquer uma ficaria. Talvez ela seja a sua irmã... A outra, pode ser sua mãe... Vocês têm a mesma cor de cabelo, pelo o menos. Digo, nunca vi você ao sol, mas seu cabelo deve ficar alourado como o dela. Na verdade, falando nisso, qual será a cor dos seus olhos? Azuis? Verdes? Castanhos? Acizentados? Sério, queria muito ver. Quero ver a sua cor, espero que você acorde logo. Será uma das minhas metas ver os seus olhos. Sou fã... É a parte mais bonita de alguém. Ah, e só pra te informar, eu sempre conquisto tudo a que me proponho a conquistar. É aquela coisa, meta dada é meta concluída.

Quando Eadlyn disse isso, ela estava falando extremamente sério.

Muito sério.



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