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História Procura-se por Eadlyn Schreave! - Capítulo 6


Escrita por: AndreZaPS

Capítulo 7 - Capítulo 6


4 semanas depois - Hopistal de Illea, 1:01 AM 
 

 

Eadlyn entrou no quarto animada, olhando para o sr. Misterioso com um sorriso estampado no rosto. Sentou-se na cadeira com rodinhas, arrastando-a até ao lado da cama onde ele se encontrava. Em sua mão, havia um pacote de presente simples. Era vermelho sangue e um laço bege havia sido feito.

–Trouxe algo pra você hoje - Eadlyn falou, enquanto largava o pacote em cima da mesinha da cômoda. Hoje havia mais um bilhete ali, e dessa vez ela abriu sem cerimônia. - Parece que alguém também te trouxe algo. Vou ler pra você, tá bom?

Eadlyn limpou a garganta, erguendo o papel pesado onde havia uma caligrafia elegante mas um tanto desorganizada.

"Amor, 
 

Estou com saudade de você, dos seus beijos. Me acostumei a te ter do meu lado, e agora nesse mês e meio sem você está sendo realmente difícil. Você irá gostar de saber que eu estou me dando melhor com seus pais agora, parece que essa tragédia nos uniu e, apesar de tudo, estou feliz com isso. Sei que você ficará também.

Meu pai mandou lembranças, pediu para que eu o citasse na carta. Disse algo como você ser o filho que ele não teve. Bom... Estamos todos aguardando sua volta, e sabemos que isso vai acontecer logo. Sua mãe tem tanta fé que até mesmo eu, que nunca fui muito espiritualizada, estou rezando e crendo que você irá nos surpreender logo. 
 

Eu te amo, e você sabe, né? Eu sei que ultimamente andávamos brigando, mas é que trabalhar juntos e ainda termos um relacionamento pessoal foi um baque pra mim, não estava preparada. Exigia uma maturidade que eu ainda não tinha. Acredito que você também não. Mas isso não importa mais, só quero que você saiba que eu sou tão apaixonada por você quanto na primeira semana de namoro. 
 

Volta logo pra gente. Por favor. 
 

Com amor, 
 

Jackeline." 
 

Após ler a carta em voz alta, Eadlyn a leu novamente, só que dessa vez, silenciosamente. Franziu o cenho antes de murmurar:

–Hum... Então você tem uma namorada? Sr. Misterioso, você deveria ter me avisado! - Ela abriu um sorriso afetado. - Deveria ter imaginado que existia uma boa possibilidade de você estar comprometido.

Ela deslizou uma mão pelo o cabelo castanho claro dele, empurrando os cachos que começavam a crescer para o lado. Seus lábios acabaram se franzindo, sentindo-se um pouco desconfortável com a descoberta.

–Eu queria tanto que você não fosse tão calado... - ela balançou a cabeça, fazendo com que seus cabelos escuros se desmanchassem do seu coque precário. - Desculpa, piada de mal gosto, né? Eu sei, me perdoe, é que não resisti. Mas no fundo, isso é meio injusto, não acha? Tipo, você sabe um pouco sobre a minha família, um pouco sobre meu passado, sobre os meus sonhos, e até mesmo a minha cor preferida de esmalte. Embora você não possa ver, você sabe que eu estou sempre de esmalte preto. Porque eu te digo. Eu te disse a decoração do seu quarto, descrevi o quão horroso é o meu uniforme, mas não que essa sua roupa fique muito atrás. Falei sobre um ou outro segredo de criança, que eu nunca falei pra ninguém, tipo o quanto que eu me sinto sozinha mesmo quando estou rodeada de gente. Isso é segredo, quero que todos pensem que sou extremamente corajosa e autosuficiente, mas você sabe, isso não é bem verdade.

Eadlyn batucou os dedos levemente no braço morno do rapaz, e então franziu as sobrancelhas.

–O que falta você saber? Ah, sim... O meu nome. Mas eu também não sei o seu, então isso me parece justo. - Ela soltou uma risada e continuou após uma breve pausa:-Ok, vou te dizer o meu nome. É Eadlyn Schreave. É bonito, assim como eu. Sim, eu também sou bonita, sr. Misterioso, sem falsa modéstia. Só não sei se a sua namorada é mais que eu - a garota bufou um pouco, ficando com ciúmes. Ela nunca gostou de dividir nada, nem amores, nem família, nem amigos e nem dinheiro. E o rapaz em coma para ela, havia se tornado, de certa forma, importante para si, embora nunca houvessem tido uma conversa de verdade; nem perto disso.

–Bom, vou dormir um pouco agora. Boa noite, você aí - então lhe beijou na testa, antes de tirar a soneca da madrugada. 

 

Horas mais tarde, na casa dos Schreave 
 

 

Assim que Eadlyn deitou-se em sua cama de barriga para cima, seu celular apitou. Hoje a garota estava um tanto cansada, e queria dormir um pouco. Não olhou a tela para saber quem havia mandando mensagem. Bocejou alto e quando fechou os olhos, o aparelho começou a tocar.

Sem vontade, ela desbloqueou a tela e atendeu sem antes olhar no identificador de chamadas.

–Oi? - Meio que resmungou.

–Bom ddia - a outra voz falou, simpática.

Eadlyn franziu o cenho.

–Boa noite.

O rapaz riu.

–Como você está?

–Quem é? - Quis saber antes de rolar pela a cama e ficar de barriga para baixo. Espichou os olhos para o relógio, contando mentalmente quantos minutos poderia ficar jogando conversa fora antes de se irritar e desligar na cara de quem quer que fosse.

–Não reconheceu minha voz?

–Sou meio surda - rebateu.

–Sou o Henri.

A garota franziu o cenho, confusa.

–Quem?

–Henri- repetiu.

–Eu ouvi, mas dá onde? Como conseguiu meu número? Não lembro de nenhum Henri.

–Nossa, isso foi realmente triste. Você me magoou.

Ela revirou os olhos. Estava com sono, e isso a deixava um pouco mais agressiva que o normal.

–Vou desligar, minha mãe me ensinou a não falar com ddesconhecidos - blefou, uma parte de sua mente queria saber quem era.

–Ei, espera! Calma.

–Desenvolve, garoto.

–Na festa. Nos conhecemos na festa. Você me beijou, lembra? Sou de Carolina.

–Como conseguiu meu número? - Indagou, remexendo suas memórias até lembrar-se vagamente do garoto que não era de se jogar fora.

–Você me deu.

"É, bebi demais naquele dia", pensou ela, um pouco frustrada. Geralmente não dava seu contato para os caras que ficava esporadicamente.

–Ah - foi o que ela respondeu.

–Vamos marcar algo? Sei lá... Uma cerveja.

–E porque você decidiu me ligar logo agora? Tipo, faz tempo que você tem o meu número. Por que demorou tanto pra entrar em contato?

Ele demorou um pouco para responder. Precisava dizer algo que não o deixasse em maus lençóis depois.

–Hm... Pensei que te esqueceria, mas com um beijo daquele, foi difícil.

–Claro, claro.

–E então?

Eadlyn não queria conversar com ele agora. Queria dormir. E, além do mais, estava desconfiada. Será que ele tinha uma lista de garotas para sair e deixou ela por último? Nada explicava ele ter demorado tanto pra ligar para ela, se tivesse interessado de verdade, teria o feito antes. 

–Olha, de boa, liga depois. Vou dormir, tá? Tchauzin.

–Eu vou ligar mesmo, não vai escapar de mim de novo.

"Ah, sim... Claro, que sexy"

–Tá, até mais - e desligou. 
 

 

5 horas depois, Eadlyn ouviu um estrondo vindo da cozinha, fazendo com que acordasse com um sobressalto. Esfregou os olhos com as mãos e jogou seus cabelos para trás antes de colocar suas pernas para fora da cama. Quando encostou seus pés no chão, não sentiu a madeira fria de sempre; olhou para baixo, verificando que havia algo extremamente nojento e melecado no piso. A sensação era terrível, parecia vômito ou algo pior.

Seus lábios curvaram-se para baixo, instantemente um culpado veio em sua mente.

–Ahren, seu nojento! Você me paga! - Ela berrou, levantando lentamente da cama, tomando cuidado de não resbalar e acabar caindo no chão.

Na cozinha, Ahren ouviu sua irmã. Um sorriso triunfante ergueu seus lábios e uma risadinha marota ecoou pelo o ambiente. 
 

Hospital de Illea, 18:32 PM 
 

Eadlyn estava sentada no extenso banco de madeira enquanto Samara terminava de ajeitar seus cabelos em duas longas tranças, uma de cada lado de sua cabeça.

–Você deve estar meio morta hoje - Eadlyn comentou.

–Estou, mas fazer o quê? Precisava pagar as horas que estava devendo, senão corria o risco de Morgana sugar o meu sangue até a morte - respondeu, extremamente séria. Isso fez Eadlyn soltar uma risada.

–Hein, adivinha quem me ligou hoje.

Samara esbocou um sorriso malicioso.

–Henri?

A Schreave enrugou a testa e, em seguida, ergueu uma sobrancelha.

–Como você sabe?

–Eu vi ele ontem num bar. Me reconheceu e pediu o seu número, e eu dei.

–Ele disse que eu que tinha dado.

–Falei pra não tocar no meu nome senão ele seria um homem morto. Passou no teste, se não me dedurou, é legal. E gostoso.

Eadlyn coçou sua nunca.

–É... Pior que é.

–Vão sair?

–Me convidou, mas não sei se vou.

–Vai ir sim, senão vou te obrigar, vagabunda.

Eadlyn revirou os olhos, se perguntando como ela faria isso. Estava prestes a indagá-la, quando Morgana entrou no banheiro.

–Srta. Schreave, poderia me acompanhar por gentileza?

"Ih, fodeu", pensou Samara, seus olhos levemente mais abertos que o normal. Eadlyn e ela trocaram um breve olhar antes de acompanhar Morgana pelo o corredor. Em determinado ponto, parou.

–Recebi alguns comentários seus hoje.

Ela estreitou os olhos.

–Que comentários?

–Que você anda dormindo em horário de serviço.

–Mentira - mentiu a moça.

Morgana cruzou seus braços volumosos e ergueu as duas sobrancelhas.

–Mentira?

Eadlyn colocou uma mão na testa e fechou os olhos. Não queria mentir, mas iria mesmo assim.

–Claro que é. Quem te falou isso?

–Schreave, a fonte é estritamente segura.

–Foi Michelle? Você pediu para ela me espionar?

–Não importa. Você será demitida por justa causa.

A garota arregalou os olhos, e abriu um sorriso descrente.

–Você só pode estar me zoando.

Morgana olhou de relance para o seu relógio dourado de pulso.

–Não, não estou. Dormir em horário de trabalho sem permissão e, ainda por cima, em um dos quartos, é motivo pra demissão em justa causa - falou séria, mas um sorriso brincava nas extremidades de seus lábios. Não era mistério para ninguém que a Macfield não ia com a cara de Eadlyn desde a primeira vez em que a garota a retrucou. E isso foi no primeiro dia de trabalho.

–Por favor, Morgana... - Clamou, seu rosto inteiro se contorcendo.

–Nem tente, querida.

Ela suspirou, de repente irritada.

–Você não tem provas - e cruzou os braços, jogando o peso de uma perna para a outra.

–Tenho. Minha fonte me mostrou um vídeo.

Eadlyn tinha certeza de que havia sido Michelle. Morgana devia a ter subornado com uma promoção ou dinheiro para ficar de olho nela. E provavelmente teria colocado alguém para ficar de olho em Samara também.

–Ah, quer saber? Eu não preciso dessa merda aqui, na moral! - Eadlyn exclamou, fazendo com que algumas cabeças se voltassem para onde estava. - E, sério, Encapetada Macfield, foda-se você e esse emprego xinfrim! - Gritou, parecendo estar muito exaltada. - E você é ridícula!

Morgana se manteve neutra. A felicidade por estar prestes a demitir Eadlyn e, além disso, estar tendo provas de que ela merecia ser demitida (a essa altura, todos estavam parados observando a cena) era maior do que a raiva e a vontade de partir pra cima da garota. Morgana havia blefado, não havia vídeo algum.

Mas agora, nem mesmo precisava. 
 

 

Alguns metros adiante, Jackeline e Marlee haviam parado por alguns segundos para assistir.

–Odeio barraco - Jackeline murmurou com a voz indiferente. - Por ser o melhor Hospital de Illea, deveriam escolher a dedo seus funcionários, e não qualquer uma que fica gritando pelo os corredores como uma doida.

Marlee concordou com a cabeça.

–Incômodo, sem dúvida. Nunca gostei desse tipo de comportamento, tenho pavor. Ainda mais no local de serviço. Eles deveriam passar por um treinamento antes. Não gosto de lidar com gente sem educação.

Jackeline concordou com a cabeça, e então continuou a caminhar, acompanhada de Marlee ao seu lado. Entraram no quarto de Kile e tiveram uma surpresa.

Ele estava sentado em sua maca. Seu rosto e sua mente completamente desorientadas. Havia aberto um pacote de presente vermelho e saboreava bolachas de manteiga. Enquanto mastigava, ele lia e relia um pequeno pedaço de papel, onde estava escrito "Espero que goste, sr. Misterioso, são os meus preferidos".

Ele sorriu satisfeito.

"Ela existe de verdade então, não foi feita da minha imaginação", pensou, aliviado.

–Kile! - Marlee praticamente gritou, fazendo com que o garoto se sobressaltasse com o susto. - Chama um médico, Jack! - Ordenou, já correndo em direção ao filho, com lágrimas nos olhos.

Jackeline estava tão surpresa e contente que, por alguns segundos, não conseguiu fazer suas pernas se moverem. Quando conseguiu, partiu correndo porta a fora.  Marlee jogou-se sobre Kile, beijando sua testa e bochechas sem parar. Segurou a cabeça dele entre as mãos, e mal conseguia ver corretamente as feições do caçula dos Woodwork, tamanha era a correnteza de lágrimas que borravam sua visão.

–Kile, como você está?

Kile piscou algumas vezes, sentindo-se incomodado.

–Quem é você? - Perguntou, pegando sua mãe de surpresa.

Ele balançou a cabeça, sua respiração estava se alterando, estava estressado e desorientado. Marlee ficou parada, chocada.

Seu filho não se lembrava dela.

Kile havia perdido, por tempo indeterminado, sua memória antes do acidente.


Notas Finais


Eae?


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