Castiel
Arremetia contra ela sem dó, entrando e saindo. Ela se segurava para não gritar, pois qualquer barulho chamaria a atenção.
A morena agarrava a mesa, tentando manter as pernas abertas e elevadas o suficiente. As bochechas coradas, a boca semi aberta, arfando, além dos olhos revirados, demonstrando o prazer que ela sentia.
Sei que é errado transar com alguém em cima da sua mesa de trabalho, mas não deixa de ser excitante.
-Senhor Collins...- ela dizia baixo. Estava quase lá.
Um barulho chegou aos meus ouvidos. Era... O telefone?
“Que porra é essa?”- pensei. Tocou por alguns segundos, depois parou. Resolvi ignorar.
-Gostosa...- sussurrei ao ouvido dela, sentindo que faltava pouco para ela gozar - e eu também. O telefone voltou a tocar e eu bufei.
“Está de brincadeira comigo.”- pensei, enquanto a chamada caía na secretária eletrônica.
-Por mais que você tente, eu não vou desistir. - nós dois ouvimos a voz dela. -Pode me ignorar à vontade. Eu sei que está aí.- eu e a mulher olhamos na direção do telefone. -O senhor Dzerjínsky chegou. Acho melhor você parar de traçar a Keytlyn da recepção, e vir atendê-lo. - encerrou a ligação. A mulher me olhou envergonhada. Suspirei e saí de dentro dela, arrumando minha calça.
-Desgraçada.- murmurei. A mulher arrumou as roupas, ficando de pé ao meu lado. Agarrei-a, dando um beijo brusco, chupando sua língua e apertando a bunda dela. Quando nos separamos, ela estava um tanto desnorteada. Dei uma piscadela para ela e percebi que ela se arrepiou.
Ambos saímos da minha sala, e ela foi reto, indo para o elevador.
Fui até a mesa da minha querida secretária, com minha carranca armada. Ela me desafiava com aquela sobrancelha arqueada.
-Você me paga.- sussurrei no ouvido dela. Ela permaneceu apática, ainda organizando aquelas malditas pastas.
Com o olhar, chamei o velho e ele me seguiu.
Entramos na minha sala e eu fechei a porta.
-Como vão as coisas?- ele perguntou indiferente, sentando-se no sofá.
-Não me venha com essa, velhote!- exclamei, colocando a pasta em cima da mesa. -Que porra é essa aqui?
-Acredite, fiquei tão surpreso quanto você.- cruzou os braços.
-Ninguém sabe onde ela está?- me joguei na cadeira.
-Ela sumiu faz quatro dias. - ele disse. -Mas parece que o Bernaldi está desesperado.
-Incrível.- fui irônico. -Você sabe a merda que isso vai dar?
- Uma nova guerra está por vir.- ele franziu o cenho.
-Não quero nem saber quantas pessoas vão morrer só por causa de uma menina mimada que resolveu ser rebelde.- fui até uma garrafa de whisky e servi dois copos. Entreguei ao velho.
-E aquela garota na mesa de Arlette?- ele mostrou interesse.
-Arlette vai se aposentar.- bebi um gole do líquido. -E, depois de longas semanas escolhendo, ela teve a brilhante ideia de contratar a aspirante à cantora ali.- revirei meus olhos.
-É uma dos integrantes daquele curso na faculdade Sweet Amoris?- ele indagou e eu assenti. - Engraçado...
-O quê?- arqueei a sobrancelha.
-Nada.- tomou um gole. “Aí tem coisa...”- pensei. -Ela é bem arisca.
-Eu tenho vontade de matá-la.- apertei o copo em mãos.
-Ela te coloca na linha melhor que a sua mãe.- ele riu. -Ela sabe do que tratamos nessa empresa?
-Sabe. E aceitou com uma naturalidade incrível.- respondi. Ele ficou sério, como se pensasse. -Se está pensando em colocar alguém na cola dela, não se preocupe. Eu já fiz isso.
-Obteve algum retorno?- se encostou.
-Ainda não, mas logo terei.- falei. -E quando eu descobrir, vou saber quem ela realmente é.
“E o porquê de aqueles olhos serem tão familiares.”
----
Depois de três horas papeando, o velhote -finalmente- resolveu ir embora.
-Foi um prazer conhecê-la, senhorita Williams.- ele se despedia da minha secretária. Ele tinha um sorriso muito aberto. “Deve de ser a bebida”- pensei.
-Igualmente.- ela sorria. O pior era que ela disfarçava bem o quão falsa estava sendo.
Pegando o elevador, ele sumiu. Ela estava de costas para mim, encarei-a mortalmente. E o que ela fez? Simplesmente passou por mim indo até sua mesa e arrumando sua bolsa.
-Vai me ignorar agora?- olhei-a, cético. Ouvi um murmúrio, mas não compreendi.
-Precisamos conversar.- ela disse.
-Sobre as suas atitudes dentro desse lugar?- ironizei.
-Não...- deu uma revirada de olhos.- Você me pediu para organizar uma festa para Arlette. Então, precisamos discutir os detalhes.
-Por quê?- arqueei uma sobrancelha.
-Tudo deve sair nos conformes.- pendurou a bolsa no antebraço.- E você a conhece a mais tempo do que eu.-arrumou o cabelo. -Nada melhor do que uma discussão sobre o assunto num almoço.
-E quem não te garante que eu não tenho nenhum encontro marcado para agora, no almoço?- cruzei os braços, convencido.
-Porque qualquer chance de você ter um encontro, eu destruí três horas atrás, interrompendo seu “momento”.- arregalei meus olhos com a piscadela que ela deu. -Vamos, então?- simplesmente saiu andando.
“Ninguém merece.”- pensei e bufei, acompanhando ela.
----
-Você disse que iríamos ter uma reunião.- falei. -Então por que eles também estão aqui?- apontei para os outros três sentados à mesa. Nathaniel, Lysandre e Kentin.
-Obrigado pela parte que me toca.- o loiro fora irônico.
-Todos vocês conhecem a Arlette.- ela olhava o cardápio. -Nada mais justo do que todos opinarem. - falou. -Apesar de você ser o chefe, o mundo não gira ao seu redor.
“Eu vou matá-la.”- minhas mãos coçavam para batem em alguém.
Ouvi as risadas dos outros. Revirei meus olhos.
-Você é incrível.- Kentin sorriu para ela. Eu quis vomitar.
-E bonita.- Nathaniel deu uma piscadela para ela. Mal sabe ela que ele só quer traçá-la.
-O-Obrigada.- ela ficou corada? -Então, no que pensaram?- todos olharam-na, confusos. -Sobre Arlette. -surpresos, permanecemos em silêncio.-Acalmem-se. Um de cada vez.- pediu, ironicamente. -Vamos por etapas.- abriu a bolsa e retirou um caderno pequeno de lá. -Antes de tudo, quantas pessoas?
-Acho que só as mais próximas dela na empresa.- falei. -Umas quarenta ou cinquenta pessoas.
-Certo.- ela escreveu no caderno. -Um local?
-Tem uma rede de restaurantes que disponibiliza um espaço para eventos.- Lysandre disse. -O nome é Jolie Mason.
-Incrível.- ela sorriu levemente, anotando no caderno. -A parte da decoração, deixem comigo.- ela escrevia tão rápido que eu me assustei. -O que acham de se deve fazer para ela?
-Acho que uma homenagem seria bonito.- Lysandre se pronunciou.
-Nada de coisas bregas de retrospectivas em vídeo.- Nathaniel falou e vi que a morena riu.
-Certo.- ela disse. -Mas o quê, então?- mais uma vez, todos ficaram calados. Ela abriu a boca, parecendo que teve uma ideia. -Ela gosta de flores?
-Sim. De muitas, na realidade. Não tem uma específica.- Kentin falou.
-O que acham de uma homenagem com flores?- olhamos para ela.- Tipo... Cada um entrega uma flor para ela, com um significado do que sentem por ela, assim, no final, formando um lindo buquê de flores mistas.
-Bem gay isso.- comentei. Ela me encarou como se dissesse: “Se tem uma ideia melhor, diga então”.
-Eu gostei.- Lysandre disse. -Mas como vamos saber que flor dar para ela?
-Parem para pensar um pouco.- ela pediu. -O que cada um de vocês sente por ela?- sorriu. -Não precisam me dizer agora. Só reflitam.- deu uma piscadela. Foi quando nossos pedidos chegaram à mesa.
----
-Foi um ótimo almoço.- Kentin disse a ela.
-Concordo.- sorriu. -Vocês são uma ótima companhia.
-Quem sabe nós não poderíamos sair um dia?- Nathaniel se ofereceu. Aparentemente, ele estava tentando se aproximar dela.
-Sei o que você quer.- eu e os outros dois observávamos o casal. -Desculpe, mas terei de recusar. - ela falou e eu tive de me conter para não rir. -Se tem uma coisa que eu não estou procurando, esta coisa é um novo relacionamento.- ela massageou o anelar direito. -Depois de mais falhas no quesito “amor perfeito” do que se pode contar, isso está fora de cogitação.- desviou o olhar. -E, aparentemente, um mafioso não seria uma boa aposta. - deu de ombros. -Você é um cara legal, mas não vamos ultrapassar os limites, tudo bem?
-A-Ah... Sim.- o loiro estava estático.
-Ótimo.- ela disse. -Foi um ótimo almoço, como já dissemos, mas tenho de voltar ao meu posto, antes que o meu chefe...- olhou diretamente para mim. -Diga que eu fico vagabundeando por aí. Não que ele não o faça.- colocou os dedos sobre os lábios, rindo baixo. Arqueei minha sobrancelha. -Até alguma hora, rapazes. E não se esqueçam de me dizer as suas respostas sobre Arlette.- virou-se e entrou no prédio.
Nathaniel ainda estava estático. Demorou apenas cinco segundos após a saída dela para explodimos em gargalhadas.
-Foi rebaixado para friendzone.- Lysandre disse.
-Você nunca vai sair dessa zona.- Kentin continuou.
-Calem-se!- Nathaniel armou a maior carranca e exclamou nervoso.
-Ora, loiro! Tire essa cara de quem comeu e não gostou! Melhor ainda: de quem nem vai comer!- continuamos rindo da cara de tapado dele.
-Vocês são uns idiotas filhos da puta mesmo.- negou com a cabeça. -Fiquem rindo sozinhos aí, dementes.- e entrou no prédio.
----
-Posso entrar?- ouvi a voz dela.
-Claro, Arlette.- respondi, me levantando da cadeira. Ela entrou, fechando a porta. -Aconteceu algo?
-Não, nada.- sentou no sofá e eu a acompanhei. -Apenas queria saber de você.- ela tinha uma feição abatida. Percebi o que era.
-Você soube sobre o velho vir aqui, não é?- perguntei retoricamente. -Foi a senhorita “Sou Cantora” ali fora, não foi?
-Ela não sabia.- Arlette abaixou a cabeça. -E eu não acho que seja algo que se deva dizer. Então acalme-se.
-Eu tenho vou matá-la.- apertei a ponte do nariz, fechando os olhos. Senti Arlette me abraçar.
-Ora, Castiel...Você sabe que todos mafiosos russos são violentos e abusivos. Que não têm piedade até mesmo das mulheres.- ela disse. - E você pode até ser um deles,mas nunca será como eles, pois você jamais mataria uma mulher. Principalmente se a mulher em questão for ela.- virou meu rosto de frente para o dela. -Você parece estar numa busca, eu vejo isso em seus olhos. E, para o fim dela, aquela garota será a resposta.- me deu um beijo na bochecha. -Já está na hora de eu ir.- ela se separou de mim, se levantando. -Pense sobre o que eu te disse.- se despediu com um último beijo na minha testa. Saiu da sala e eu bufei.
-Porra, Arlette... - falei para mim mesmo. -Você é especialista em deixar os outros com remorso. - sorri. Meu telefone tocou, interrompendo a minha linha de raciocínio.
-Oi gato...- ouvi uma voz.
-Keytlyn?-arqueando as sobrancelhas, respondi.-O que quer?
-Mesmo não nos encontrando na hora do almoço, não pude deixar de pensar em você.- a voz dela estava entrecortada.
-É por isso que você está se tocando nesse minuto?- sorri safado. -Ora, gostosa...
-Por que você não vem aqui comigo? Vamos nos divertir um pouco...- ela pedia.
-Me diz onde você está que eu chego aí rapidinho.- me levantei.
-No meu apartamento.- disse simplesmente.
-Te vejo em cinco minutos, gata. - eu disse. -E se prepara para não conseguir sentar direito nos próximos dias.- desliguei, saindo da minha sala feito um furacão.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.