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História Professional Relationship - Capítulo 14


Escrita por: StrangeDemigod

Notas do Autor


Mais uma quarta feira, mais um capítulo!
Yay! :P
Mas vamos falar sério agora.
Os acontecimentos do último capítulo foram bem tensos, mas os desse aqui serão um pouco mais. Teremos algumas pequeninas revelações também. *risada baixa*
Eu me esforcei bastante para fazê-lo, então espero que gostem.
E, não me esquecendo, agradeço aos comentários do último capítulo!
Chega de papo, ao capítulo.
Boa leitura :3

Capítulo 15 - Capítulo 14


Fanfic / Fanfiction Professional Relationship - Capítulo 14

Angely

Minha cabeça latejava.

As vozes ao redor estavam misturadas.

-Não seria melhor chamar um médico?- era o Nathaniel?

-Dê tempo a ela...- Lysandre. -Ela entrou em choque.

-Não é todo o dia em que alguém chega dizendo que você é alguém que morreu.- esse era o Kentin.

Apertei os olhos e, consequentemente, franzi o cenho, gemendo com a dor.

-Ela ‘tá acordando.- disse.

Abri meus olhos lentamente, tendo a visão de quatro cabeças sobre mim.

-Debby?- Nathaniel indagou. -Você está bem?

Me sentei, notando que estava no sofá.

-O que aconteceu?- perguntei, pressionando as têmporas.

-Você desmaiou.- Lysandre falou.

-Desmaiei?- arqueei uma sobrancelha, um tanto confusa.

Até que senti minha cabeça latejar.

“-Você está morta!- o grito de uma mulher. A visão dela completamente desolada passou por minha mente. -Tinha sangue saindo da sua cabeça! Você estava morta!- apontava freneticamente para mim, com os olhos cheios d’água. -YUNO!”

Senti meu rosto ficar molhado, enquanto meus olhos ardiam por eu sequer piscar.

-Oe, Debby?- senti tocarem a minha mão.

Bati naquela mão que encostava em mim, me afastando rapidamente.

Ouvi arfadas surpresas.

Olhei para os rostos e tudo tremeluziu.

Num momento tudo estava normal, eu via os rostos dos quatro. No outro, eu não enxergava suas faces, apenas sorrisos sádicos, além de a paisagem no fundo estar completamente vermelha.

Tudo piscava. Desviei meu olhar para o chão e vi sangue. Sangue espalhado por todo o lado e inclusive em minhas mãos.

Gritei, caindo de joelhos e esfregando as mãos em meu corpo, como se pudesse limpar aquilo.

Alguém tocou meu ombro, mas fiz questão de me afastar.

-NÃO ME TOQUE!- exclamei.

Eu escutava vozes, mas estava tudo confuso demais para eu poder entender. E um zumbido incessante também atrapalhava.

-Debby!- chamaram aquele nome e eu balancei freneticamente a cabeça para os lados, tentando afastar aquilo.

-Não, não, não, não...-eu repetia. -Por favor, não... De novo, não!

Trêmula, andei de quatro até a mesa. Engoli em seco, piscando diversas vezes, sentindo as lágrimas escorrendo por minhas bochechas.

Tudo ainda estava bagunçado.

-Só quero que isso pare!- falei, puxando as pontas dos cabelos. -Faz parar, faz parar!

Arregalei os olhos. Olhando para a mesa, enxerguei minha bolsa. A agarrei, fazendo com que tudo que tinha dentro dela caísse. Vi o frasco de remédio rolar pelo chão e, desesperada, engatinhei até ele. O agarrei com força, como se minha vida dependesse dele. Puxando a tampa do frasco de modo afoito, vi alguns comprimidos caírem no chão. Ainda agoniada e com as mãos tremendo, coloquei dois comprimidos sobre a palma da mão e os joguei dentro da boca, engolindo-os em seco. 

Fechei meus olhos, me concentrando em tentar não ter uma crise e hiperventilar. O zumbido de meus ouvidos havia sumido. Era apenas silêncio. 

 

“Temo pelo que verei se abrir os olhos.”- pensei.

Mexi os ombros e me preparei. Olhei na direção dos homens que ainda estavam naquela sabe e vi quatro faces assustadas. Pressionei um lábio contra o outro, nervosa. Aparentemente eles não iriam falar nada.

-E-Eu... Uh...- tentei falar, mas travei.

Abaixei a cabeça, passando as mãos pelos cabelos.  Sentindo o corpo um pouco mais firme, me levantei e peguei a nécessaire que estava não muito longe de toda a bagunça que eu havia provocado. Em seguida, fui para o banheiro, me trancando lá.

----

Terminei de retocar a minha maquiagem, que tinha ido para o saco.

Mas, mesmo com o rosto rebocado, eu ainda estava acabada.

Prevendo que eu poderia ter mais um ataque de asma, coloquei a bombinha na boca, puxando o remédio e segurando o ar por alguns minutos.  Soltei o ar e pisquei algumas vezes. Dando uma última olhada no espelho, abri a porta, andando de volta até a minha mesa. Os quatro ainda estavam lá.

Kentin e Nathaniel estavam no sofá. Lysandre estava de pé, de braços cruzados. E Castiel estava sentado na minha cadeira, me olhando com aqueles olhos cinzas tempestuosos.

-Se sentindo melhor?- o tom dele era irônico.

-Castiel!- Lysandre o repreendeu.

-O quê?- ele arqueou a sobrancelha. -Eu só quero zelar pelo bem estar dos meus funcionários.- ele deu de ombros, se levantando e se colocando ao meu lado. Engoli em seco. -Mas eu nunca desconfiaria de que você era uma drogada.- ele tacou um comprimido contra o meu rosto.

-Eu não sou uma drogada.-meus ombros tremiam.

-Você parecia sedenta pelos comprimidos.- a voz dele exalava acidez. -Afinal, o que é isso?

-Fluoxetina.- respondi.

-E você usa por quê...?- Ele se encostou na mesa, arqueando as sobrancelhas.

-É para o meu TOC.- falei.

-Somente isso?- ele tinha um sorriso de escárnio nos lábios. Eu suava frio.

-Castiel, acho melhor maneirar.- Nathaniel pediu.

-Eu nem comecei.- olhou para o loiro. -Vamos ouvir o que ela tem para falar.-voltou seu olhar para mim. -Então, Debby?

-E-Eu...- gaguejei.

-Diga logo!- exclamou, me assustando.

-Castiel!- Lysandre o segurou pelo ombro.

-Ninguém mais vai me interromper!- tirou a mão do albino de seu ombro. -Diga, antes que eu perca a paciência. Para que você usa esse remédio?

-Para o meu TOC.- repeti e ele colocou a mão no cós da calça. Mas travou quando continuei a falar. -E para a minha síndrome do pânico e a minha depressão.- Ele ficou estático, com a boca semiaberta. E eu sabia que os outros não estavam diferentes. Eu poderia ter começado a chorar, mas minha cota de lágrimas já havia se excedido. -Essa resposta está boa para você?!

-Debby...- Kentin segurou no meu ombro.

-Eu não tomo os comprimidos porque quero, mas porquê preciso.- falei. -Eu não pedi para ter esses transtornos! Então não abra a boca para falar asneiras!

-Acalme-se, garota.- ele pediu. Bufei, cruzando os braços.

-Ele só queria saber o motivo de você ter...- Lysandre procurou a palavra certa.

-Enlouquecido.- Kentin murmurou, mas eu ouvi.

-Desculpe.- suspirei. “Se vocês soubessem...”-pensei.

-Só quero garantir que não vá acontecer de novo. - Castiel disse.

-Não vai.- afirmei. -Pode ter certeza.

-Se você diz.- ele se desencostou da minha mesa.

-Uh- chamei a sua atenção. -Aquela mulher...

-O que tem ela?- ele me olhou.

-Será que...- eu não conseguia encontrar as palavras certas.

-Não se preocupe, ela não vai chegar mais perto de você.- ele disse.

-Não!- falei. -Eu quero conversar com ela.

-Nem fodendo!- se virou bruscamente até mim. -A culpa é sua de ela estar naquele estado.

-Eu não tenho culpa de me parecer com a Yuno Nagashaghi.- e eu realmente não tinha. -Eu... Quero tentar ajudá-la.- juntei as minhas mãos, nervosa.- Você pode querer me demitir depois disso, ou até mesmo me matar. Mas eu não me importo.- falei. - Só me deixe conversar com ela.

-Se você entrar lá, ela provavelmente vai te matar. - ele não parecia estar falando sério.

-Já corri riscos piores. - dei de ombros. Ele negou com a cabeça e saiu andando.

Mordi o lábio inferior. Senti minha garganta seca e tomei um pouco de água.

O ruivo voltou e me chamou com o indicador.  Fui até ele.

-Boa sorte. Você vai precisar. - abriu a porta e a segurou. Com os ombros tensionados, entrei na sala. A mulher estava sentada numa poltrona, tomando uma xícara de chá. O homem ao seu lado a confortava. E foi ele quem me notou. Sussurrou algo no ouvido dela, que assentiu e se levantou, passando ao meu lado, tocando em meu ombro, transmitindo conforto. Fechou a porta, nos deixando lá, no completo silêncio.

Me dirigi até a poltrona em frente a ela, me sentando.

Eu simplesmente não sabia como começar aquela conversa. Mas eu havia ido até ali, então ei iria até o fim.

-Bom...- ela nem me deixou começar. Levantou a mão, pedindo para que eu parasse.

-Eu não sei o porquê de você ter vindo aqui...- colocou a xícara em cima da mesa. -Mas saiba que foi inútil.

-O que...- mais uma vez ela me interrompeu.

-Por que você se parece tanto com ela?- olhou no fundo dos meus olhos. -Até os olhos, são iguais...

-Eu, sinceramente, não posso te dizer como eu me pareço com ela. Eu apenas me pareço. - juntei as mãos. -Há coisas na vida que são simples coincidências. Algumas mais estranhas do que outras.

-Mas você tem a voz dela.- ela suspirou, desviando o olhar. Encolhi os ombros, pressionando um lábio contra o outro.

-Escute.- chamei a sua atenção. -Eu percebi que você tinha uma grande conexão com Yuno Nagashaghi. E a morte dela deve der trazido muita dor a você.

-Você não sabe a dor que eu senti. Vê-la jogada lá, sem vida.- as lágrimas começaram a cair de seus olhos.

-Eu imagino. Eu senti algo parecido.- coloquei a mão sobre o peito. -Saber que ela morreu por nada, só porque tinha um bom coração e queria proteger, acima de tudo.

-Como você...- ela inclinou a cabeça, confusa.

-Minha mãe morreu dessa maneira.-olhei-a. -Morreu me protegendo de um assassinato mandado. - ela arregalou os olhos. -E eu fui quem mais sofreu. Dias e noites enfurnada dentro do quarto. Sem comer ou dormir direito.-mordi o lábio inferior. -Desenvolvi depressão e síndrome do pânico. Demorei meses para voltar ao normal.- ri sem ânimo. -E quer saber? Depois de quatro longos anos, eu ainda não me curei.

-Por que está me contando essas coisas?- perguntou.

-Porque eu quero que saiba que você não está sozinha.-apertei os dedos. -Não foi a primeira a sofrer com isso e, infelizmente, não vai ser a última. -me levantei, para logo em seguida me ajoelhar na frente dela. -Eu não sou a melhor pessoa do mundo para lhe dizer isso, mas... - agarrei a mão dela, a surpreendendo. -Se quiser chorar, chore. Extravase tudo o que você sente. - olhei no fundo de seus olhos. - Não contenha os seus sentimentos. Se fizer isso, vai ficar ainda pior.- uma lágrima solitária escorreu pelo meu rosto. -Experiência própria.- ela me olhava, sem reação. -É apenas isso que eu vim lhe dizer. E peço desculpas por ter te deixado dessa maneira.- me levantei.

Quando me virava para sair da sala, ela agarrou o meu braço, me fazendo virar novamente para ela. Arqueei minhas sobrancelhas, surpresa.

-Não sou de fazer essas coisas...- ela tinha o olhar desviado, longe do meu. -Mas obrigada por me confortar.

-Sem problemas.- sorri. Ela ficou parada alguns instantes, me encarando.

-Agora, vaza daqui, garota. E chama o meu marido e o meu filho.- falou, cruzando os braços.

Um sorriso leve se estampou em meu rosto.

-Sim, sim.- afirmei, me retirando dali.

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-Você tem certeza de que está bem?- Kentin me perguntou pela milionésima vez.

-Eu estou bem. Não precisa se preocupar.- o confortei.

Kentin e eu havíamos entendido e ele me pagou um café depois de ter me “sequestrado”. Ele era engraçado e não tentava se jogar em cima de mim. Por isso eu gostava da companhia dele.

-Eu fiquei realmente assustado.- colocou a mão nos bolsos frontais da calça. -Eu jamais imaginaria...

-Que a garota toda sorridente sofresse de transtornos mentais?- arqueei a sobrancelha. -Até aqueles que julgam ser os mais perfeitos têm os seus defeitos.- dei de ombros, pegando minha bolsa.

-Já vai?- ouvi uma voz atrás de mim. Me virei e encontrei meu chefe.

-Tenho uma festa para planejar e menos de um dia para fazer.-olhei-o, com as sobrancelhas arqueadas.

-Acha que está em condições de fazer algo assim?- indagou.

-Está preocupado comigo, senhor Collins?- sorri de escárnio. Ele mexeu os ombros, parecendo nervoso. -Isso é uma coisa nova.

-Pare de falar asneiras, garota.- revirou os olhos. Ri de leve, colocando a ponta dos dedos sobre a boca.

-Fique tranquilo.- coloquei a mão na cintura. -Arlette vai ter a melhor festa de despedida que qualquer um já sonhou. - bati palminhas.  -Falando nisso, o senhor foi o único que não me entregou a resposta sobre Arlette.

-Pensei que vocês tinham desistido disso.- comentou.

-Pensou errado.-peguei uma mecha do meu cabelo e comecei a enrolá-la. -Você tem sorte de eu já ter escolhido uma por você.- me antecipei, antes de ele falar. -Não se preocupe, é uma coisa simples, mas com muito significado.- em um pedaço de papel, escrevi o nome da flor. -Pesquise o significado dela e faça o seu maravilhoso discurso.- guardei no bolso de fora de seu paletó. -Não precisa agradecer. -dei uma piscadela. -Tenha um excelente dia.- me despedi, indo em direção ao elevador.


Notas Finais


"Ela parece bem feliz para alguém que acabou de sofrer um ataque, não?"
Antes que vocês perguntem isso, nossa protagonista é como muitos outros que sofrem desses transtornos mentais: se esconde atrás de uma máscara com um sorriso.
Triste, não?
Ah, sobre o remédio, ele realmente trata essas doenças -e outras mais. Podem pesquisar, se preferirem.
Pois bem, no próximo capítulo teremos a visão do nosso #homaodapourra sobre os fatos acontecidos.
Até a próxima!
Kissus, ~StrangeDemigod.


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