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História Professor Particular - Maldita força centrípeta


Escrita por: joonmyeonie

Notas do Autor


Ayoo!~
Tô de volta aqui, galereeeee! Muito obrigada a todos os que favoritaram e comentaram. A fic deu uma boa crescida da semana passada pra cá! <33 vocês são mara.
Antes de tudo eu queria me desculpar pela linguagem chula usada nesse capítulo, perdi a conta de quantos palavrões tem shauiskjamsjkamaol.
Bom, não tenho muito o que dizer, então espero que gostem do capítulo e se divirtam nessa noite de Sábado ~um brinde aos solteiros~
Boa leitura.

Capítulo 3 - Maldita força centrípeta


  BAEKHYUN

 

 

 

 

  Talvez eu já tenha passado por dias ruins, mas nunca pensei que eles poderiam se tornar rotina, e que todos os dias eu já iria acordar querendo voltar a dormir só pra não ter que enfrentar tudo de novo.

  A minha vida estava basicamente um lixo há mais de duas semanas. Todos os dias eu tinha que sair da escola logo que acabasse a aula, ir pra casa, almoçar e esperar o professor chegar. Eu não tinha mais tempo pra mim, tempo pros meus amigos, eu não tinha mais tempo pra pichar paredes, quebrar o retrovisor do carro da diretora ou tirar graça com algum idiota que andava comigo. Minha vida tinha mudado, estava sob regras e mais regras, e isso estava me deixando perturbado.

    — Vamos amanhã, então. A gente espera o Baekhyun sair da aula com o professorzinho dele — nesse momento ele fez uma voz feminina e eu dei um soco em seu ombro, o fazendo rir. — Então a gente segue a professora, pula o muro da casa dela e um de nós risca o carro. 

  Todos riram e concordaram, inclusive eu. Não via a hora de me divertir como antes, rir com aqueles delinquentes e fazer besteiras sem ser pego. 

  — Tô de saída. Vejo vocês amanhã. — me levantei do banco e cumprimentei os cinco com soquinhos. 

  Assim que saí dali, fui direto para casa, andando com rapidez para chegar o mais rápido possível. Se minha mãe desconfiasse que eu estava andando com aqueles caras de novo, ela me deixaria de castigo por boas semanas. Já tinham se passado 10 minutos desde o fim da aula, e esse era o tempo que eu levava pra chegar em casa, então eu saí correndo. 

  Eu já estava sem fôlego correndo por aquelas ruas e desviando das pessoas, todos me encarando como se eu fosse louco ou algo do tipo. Quando cheguei perto de casa, diminui a velocidade, e passei a andar novamente. 

  Aproveitei para me acalmar respirando mais devagar e observando a revoada de pássaros que voava no alto do céu, perto das árvores. Inspirei vagarosamente e soprei pela boca. 

  Assustei-me quando pisei em uma folha seca caída pelo chão. Era Outono, minha estação favorita, as milhares de folhas alaranjadas que formavam um tapete nas ruas me chamavam muita atenção. 

  Tudo o que eu queria era chegar, me deitar e dormir o resto da tarde e de noite ficar conversando com os amigos, planejando algumas coisas e quem sabe batendo umazinha.

  Entrei em casa quase passando mal, aquela vida de sedentário ainda iria me matar qualquer dia. Minha mãe estava na cozinha, e o cheiro de comida caseira exalava pelo ambiente. 

   — Mãe, cheguei. — joguei a mochila por cima do sofá e me sentei ao lado, recuperando o fôlego. 

  Ela nem respondeu, mas eu sabia que tinha escutado. 

  Suspirei e fechei os olhos, talvez naquele momento eu tivesse um pouco de paz. Um momento só pra mim. Passei a mão nos cabelos e fiz uma massagem na cabeça, para relaxar um pouco e esquecer os problemas que estavam me atormentando.

  Aquela sensação era muito relaxante, e eu estava adorando, mas de nada adiantou, porque a campainha tocou, e aquilo foi como uma descarga de raiva e estresse sobre mim.

  — AH, NÃO. PUTA QUE PARIU. CARALHO. PORRA. PUTA MERDA. — Eu sabia que era ele, e só de pensar em sair daquele sofá me deixava irritado demais. 

  Talvez eu tenha falado aqueles palavrões um pouco alto demais, o que resultou em um grande tapa estalado na minha boca.

  — Limpa essa boca, garoto. Se você chamar mais um você já sabe. — ela levantou a mão de novo e eu me escondi com o braço. Ou era castigo, ou eram vários tapas pra eu “aprender a falar direito" 

  — Desculpe, mãe. 

  Ela estendeu a toalha que enxugava as mãos sobre o ombro e ajeitou os cabelos, como se precisasse se arrumar para falar com ninguém mais ninguém menos que Chanyeol.

  Revirei os olhos e levantei do sofá quase que me arrastando. A vontade que eu estava de sumir dali não era pouca. 

  A cada passo que eu dava em direção à porta, eu pensava no que eu poderia estar indo fazer ao invés disso. Chanyeol deveria estar lá fora esperando pra dar um “boa tarde" mais do que falso, e ia me lançar um sorriso patético como se amasse me ver, e eu iria retribuir. 

  — Nem precisa dizer “boa tarde" que quando você chega é sinal de que ela vai ficar péssima. — Eu disse assim que abri a porta, e ele apenas me encarou e soltou um riso soprado.

  Então o mesmo entrou, passando por mim sem nem mesmo me olhar. Cumprimentou minha mãe e sentou na cadeira de sempre. 

  Fiquei parado apenas o observando com a porta escancarada atrás de mim.

  — Não vai falar comigo, não? — fechei a porta e fui andando de braços cruzados em sua direção. 

  — Você é demente, é? Não acabou de dizer pra eu não falar com você? 

  — Eu falei pra não me dizer boa tarde, e não pra não me cumprimentar. 

  Sentei na cadeira fingindo estar com boa vontade. Meu estômago roncava e minha cabeça latejava. 

  O maior coçou os olhos de forma preguiçosa e se espreguiçou. Ele estava péssimo, e dava para notar pelas suas olheiras gigantescas. 

  Ele estava com o cabelo penteado para baixo, como uma franjinha negra quase cobrindo os olhos. Vestia um moletom cinza e uma bermuda preta. Estava bem à vontade, e não parecia nem um pouco formal. 

  Jogou-se para trás e se se encostou à cadeira, levando o livro junto e colocando por cima das pernas, passando as páginas ligeiramente. Ele fungava e coçava o nariz com a outra mão, parecia estar resfriado ou algo do tipo.

  Fiquei apenas esperando ele começar a falar de física e estragar aquele momento de paz e silêncio que nos encontrávamos. 

  Enquanto ele estava concentrado apenas passando página por página, eu o observava de longe, correndo com os olhos pelos mínimos detalhes do seu rosto e imaginando o que ele fazia no "outro lado" da vida dele. Talvez fosse virgem, talvez já tivesse transado com várias, talvez fosse um nerd excluído, talvez o líder do grupinho bagunceiro ou quem sabe alguém super amado e adorado por onde passava. Eu estava super curioso quanto à sua vida, e obviamente comecei a perguntar.

  — Você ainda está no ensino médio? 

  — Faculdade. — ele coçou de novo a ponta do nariz que já estava vermelho, e em seguida me entregou o livro. — Medicina veterinária. 

  — SÉRIO?! 

  Eu jurava que ele era mais novo e ainda nem tinha saído do ensino médio, e levei um tapa na cara quando ele disse que já estava fazendo até mesmo faculdade. 

  A pior coisa que já aconteceu comigo foi a reprovação na sétima série, logo que eu comecei a “dar trabalho", como dizia minha mãe. O fato de eu conversar e atrapalhar a aula acabou acarretando em notas baixíssimas e a repetição de ano. Minha mãe me brigou muito naquele dia e eu ainda levei bons tapas para aprender a valorizar a educação que ela estava me proporcionando. Isso tudo sem contar com o sermão que tive que escutar dela me comparando com meu irmão mais velho que sempre foi um grande exemplo de menino responsável e blá blá blá. Por isso, com 18 anos eu ainda estava preso no terceiro e último ano, e esperava que aquilo acabasse ali. 

  — Quantos anos você tem? 

  — Faço 18 em Novembro. Por quê? 

  — Nada... — peguei o livro e dei uma olhada rápida. 

  Como de costume, coloquei a tampa da caneta na boca fiquei mordendo e pensando longe, enquanto encarava aquela folha. Aquele costume não era bom, e eu sabia disso, mas era meio difícil e impossível ao mesmo tempo parar com aquilo. 

  No livro ele tinha marcado uma questão para que eu copiasse no caderno e fizesse. A fórmula era pequena, mas eu sabia o trabalho que ia me der até eu chegar no bendito resultado. 

  Comecei a resolver tudinho do jeito que ele tinha me ensinado. Eu finalmente estava conseguindo mentalizar algumas coisas. Como começar, desenvolver pelo menos até a metade e depois ele me ajudava só a finalizar. Estava tudo dando certo. 

  Se não desse certo depois de tanto esforço da minha parte eu também não saberia mais o que fazer. 

  Comecei a rabiscar em um papel, fazendo as continhas aleatórias. Chanyeol estava encostado na cadeira, com a cabeça jogada para trás e os braços cruzados. Ele estava perceptivelmente doente, mas eu tive receio em perguntar.

 

 

 

 

 

...

 

 

 

 

  Tudo o que minha mãe me deu foi um copo de suco gelado, já que eu não tinha almoçado nada. Aquele líquido não tirava nem 1/4 da minha fome, mas aliviava a sede e amenizava os roncos que meu estômago estava dando. 

  Eu estava pensando no resultado da multiplicação de 7 por 6 enquanto mexia o canudo dentro do copo tentando fazer a pedra de gelo subir sem escorregar. Aquilo era totalmente hipnotizante e se dependesse de mim eu não ia parar nunca até que eu conseguisse fazer o que queria.

  Senti um leve toque no braço, e quando olhei para o maior, ele estava com as sobrancelhas arqueadas. 

  — Quanto é? 

  — É 42. — falei com precisão. 

  Ele concordou comigo e continuou me explicando o resto da conta, com muita dificuldade porque estava espirrando repetitivamente. 

  Quando acabamos, ele foi buscar outro exemplo, e eu rabisquei um desenho qualquer no cantinho da folha do caderno, enquanto o esperava. Aquela maldita mania de desenhar em todo canto de folhas não me deixava nunca, e todos os meus cadernos eram repletos daqueles desenhos insignificantes e pequeninos. 

  — Ok. Agora você precisa ver força centrípeta. — ele limpou a garganta, ajeitou a postura e esticou a mão que estava ocupada com um lápis. apontando para uma linha do livro.

  — Ver o quê? Força centrípeta? Mas esse assunto é do primeiro ano. É um saco.

  — Sim, eu sei, mas você tem que relembrar, porque tá no cronograma de revisão do terceiro ano. 

  Eu achava muito injusto ter que começar um assunto que o professor ainda nem tinha dado. Tudo bem que futuramente o professor ia começar a rever isso, mas por enquanto o ideal era que fizéssemos só o que foi pedido, e não nos precipitássemos. 

  — Ah, não, não mesmo. Espera ele dar pra nós começarmos a revisar.

  — Não, deixa logo eu te explicar que ele não vai demorar pra dar. Aí quando ele falar você já vai saber o que fazer. — ele o livro e o empurrou pra mim, apontando uma questão — Vamos fazer essa. 

  Se tinha uma coisa que eu detestava nesse mundo, era quando alguém me contrariava, me obrigava a fazer algo que eu não queria ou teimasse comigo, e ele estava fazendo os três juntos, me deixando muito puto. 

  — Eu não vou fazer. — empurrei o livro de volta e cruzei os braços. — Se você quer tanto ver essa porra, veja sozinho. 

  Nesse momento eu quis ter um botão pra voltar no tempo e não falar nada do que eu tinha falado, porque Chanyeol me lançou um olhar que nunca tinha lançado anteriormente, e eu confesso que era a primeira vez na vida que alguém tinha feito isso comigo, chegando até a me constranger. 

  — Escuta aqui, Baekhyun. Eu estou aqui DOENTE, ESTRESSADO e CANSADO, muito cansado. Eu tenho a porra de um trabalho para apresentar AMANHÃ, mas eu to AQUI na SUA casa para ensinar você para a porra das suas provas. Você ta pouco se fodendo pra mim há duas semanas e eu já to cansado das suas grosserias. — Ele fechou o livro e se levantou, passando a mão nos cabelos rapidamente, que voltaram para o mesmo lugar. — Já que você não quer nada com nada, eu não vou mais perder o meu tempo. Estuda sozinho.

— Você tá sendo pago pra me ensinar, e não pra mandar em mim. — eu não podia deixar ele falar aquelas coisas pra mim e fingir que nada tinha acontecido.

— E você não tem capacidade de passar UMA HORA calado estudando pra fazer a prova e tirar notas que prestem. Arruma outra pessoa, e vê se respeita ela. 

  Ele pegou o celular e colocou a cadeira no lugar, se direcionando a saída.                                                                              

  Mais que rapidamente eu me levantei da cadeira e fui atrás dele. Se ele colocasse o pé pra fora de casa por aquele motivo, eu estava muito, mas muito fodido na mão da minha mãe, e só de imaginar isso, eu já estava com medo. 

  — NÃO!! — eu gritei quando ele colocou uma das mãos na maçaneta. Puxei seu outro braço pela manga da roupa e ele rapidamente se desvencilhou de minhas mãos. — Não, Chanyeol. Por favor, desculpa, vai. Você sabe que esse é o meu jeito, mas eu juro que eu vou melhorar, pelo amor de Deus não vai. — Ele tentou abrir de novo, mas eu o puxei novamente — Por favor...

  Era extremamente humilhante pra mim ter que chegar a esse nível. Principalmente porque eu nunca fui acostumado a pedir desculpas ou “por favor", minha mãe sempre me ensinou, mas eu nunca liguei muito. Aonde quer que eu fosse, as pessoas sempre me tratavam de forma diferenciada, então o meu jeito sempre foi um pouco boçal e rude e até mesmo autoritário. “Por favor" “Desculpe" e “Obrigado" não eram palavras comuns no meu dicionário. Eu tinha plena consciência de que era mandão e estúpido, mas infelizmente eu era assim, e não podia fazer nada quanto à isso. 

  Ele ficou parado, de costas para mim, com a mão sobre a maçaneta. Não me encarou por nem mesmo um segundo. Depois de alguns segundos aqueles dedos grandes escorregaram por ela, e ele desistiu de ir, fazendo com que eu desse um suspiro, aliviado. 

  — Se você for estúpido de novo eu vou e não volto mais.

  — Vou me controlar. Prometo. 

 

 

 


Notas Finais


VRÁAAA!
A reação do Baekhyun quando o Chanyeol tocou a campainha é totalmente a minha, aliás, eu tenho uma professora particular, e quando ela chega é bem triste.
Espero que tenham gostado.
Não deixem de dizer o que acharam, por favorzinhoooo! <3

Beijos e até o próximo!~~~~


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