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História Profundo - Outro Ângulo


Escrita por: Dhnolis

Notas do Autor


Oioi, gente!

Olha ai o capítulo :)
Espero que gostem.
Beijinhos.

Capítulo 14 - Outro Ângulo


Fanfic / Fanfiction Profundo - Outro Ângulo

~ Outro Ângulo ~

 

Naruto a guiou pelo corredor, os dois trocaram risinhos cúmplices por conseguirem um tempo sozinhos do restante do grupo. Ele estava certo de que nada encontrariam naquela ala veterinária. Os aquários contidos lá eram todos de pequeno porte, usados como uma forma de quarentena quando algo acontecia nos aquários de exibição. Não dava para encaixar uma sereia em um quadradinho de vidro apertado.

Ele puxou Hinata pela mão e ela se deixou levar para mais perto dele, as bochechas coradas pela nova intimidade adquirida, roçou os lábios dela com os seus e movimentou-os com vigor, a moça não queria admitir, mas estava completamente derretida pelo humano, pela maneira como ele conseguia dobrar sua vontade sem precisar de muito. O beijo foi rápido, terminou bem antes do que ela gostaria, puxou ar aos pulmões e continuou caminhando ao lado dele em um ritmo frenético pelos corredores internos do aquário.

Era um labirinto sem janelas, frio e iluminado por luzes presas as paredes pintadas de azul, eles passaram por tantas portas e dobraram alguns corredores até conseguir chegar ali, o loiro foi o primeiro a entrar, a sala de tamanho médio estava escura, prateleiras metálicas se estendiam por uma das paredes, uma bancada com armários suspensos na outra e quatro tanques de vidro no centro compunham o ambiente, poucos animais estavam confinados na ala veterinária, de modo que apenas as prateleiras suspensas continham pequenos peixes coloridos dispostos em aquários diferentes.

Hinata passou pelo loiro e caminhou para próximo dos animais, querendo observá-los de perto.

- Eu disse. – Naruto murmurou, olhando-a de costas e analisando mentalmente o contorno da bunda da moça nas roupas humanas. – Que sua amiga não estaria aqui.

Hinata concordou com um suspiro, circulou pelo lugar e verificou o que havia dentro dos armários, quando não achou nada interessante, deslizou os dedos de uma mão pela bancada de inox em baixo dos armários, sentindo o metal frio na ponta de seus dedos.

Ela sentiu o coração pesado por não terem encontrado Tenten ali, pobre sereia, que tipo de perigos estaria correndo? Sozinha, longe do mar, longe do amor, longe de tudo o que poderia designar algum contento a vida dela.

Naruto veio se aproximando, sorrateiro, com intenções nada cordiais, ele a envolveu por trás, em um enlace com um único braço e girou o corpo esguio para si.

- Vamos acha-la. – Garantiu o loiro.

Hinata concordou, pouso uma mão em cada ombro dele, estudando as feições do loiro mais de perto, deslizou os dedos até o pescoço do rapaz e tateou para baixo, passando pelo tórax e sentindo os pequenos músculos por debaixo das roupas dele, Naruto trajava as mesmas roupas do dia anterior, o uniforme do aquário, ele cheirava a sabonete e ainda havia umidade nos cabelos dourados rebeldes, continuou rumando para baixo, tateando-o até a cintura, até ali ele era igual a ela, o problema, na verdade, era a parte de baixo, as pernas.

A moça sabia que estava entrando em um território sem volta, perigoso. E quem mais tinha a perder era ela.

Naruto assoprou contra o rosto dela e a moça inalou o aroma de menta que vinha de seu hálito, recordando-se do sorvete, ficou na ponta dos pés para estar um nível acima e conseguir tomar a boca do homem para si, iniciando um novo beijo, ela própria, com o que já havia aprendido.

Foi diferente daquela vez, tornou-se mais intenso quando Naruto a abraçou – como ela ainda estava fazendo com ele – e a ergueu com facilidade, depositando-a sentada sobre a bancada de metal, a boca dele escorregou dos lábios dela e trilharam um caminho linear até o pescoço da de cabelos azul marinho. Ela enroscou as pernas ao corpo dele, permitindo que este se aproximasse ainda mais, o peso dos lábios do loiro em seu pescoço se tornaram mais pesados, um arrepio proibido subia por suas costas conforme ela deixava algumas respirações entrecortadas saírem de seus lábios.

Era assim que os humanos faziam?

Suas bocas voltaram a se atracar à medida que o loiro enlaçou seus dedos aos longos cabelos da moça, vez ou outra, quando Naruto abria seus olhos para verificar as reações de Hinata, via as bochechas coradas dela, um pingo de vergonha estampado em seu rosto angelical, mas não a recusa, não. E isso o motivava a seguir em frente.

 Eles se separaram quando a única porta do ambiente foi aberta e o principal cientista passou para dentro, Kabuto estava distraído, lendo algumas folhas de papéis que carregava em uma das mãos, presas em uma prancheta parda, ele ergueu seu olhar acompanhado dos óculos circulares e focalizou o casal ainda muito próximo um do outro.

- Então é aqui que vocês vem para transar escondido?

Hinata desceu da bancada e o loiro entrou na frente dela, querendo esconder a moça atrás de seu corpo.

- Desculpe, chefe.

Mas o cientista apenas riu e abanou a mão em um floreio. Já tinha sido jovem também, sabia como era, hormônios coisa e tal.

- Se quer saber eu mesmo já transei nessa sala, mas não conte à Orochimaru. – Kabuto pediu, com um sorriso largo no rosto. Ele se aproximou de onde os dois estavam e abriu o primeiro armário suspenso atrás de um pacote de seringas. – Acabaram na outra ala, vim buscar algumas. – Explicou.

Naruto concordou e riu, tentando amenizar a situação, segurou o pulso de Hinata com força e a moça entendeu que algo muito ruim estava acontecendo ali, ela se encolheu, cabisbaixa.

- Vamos embora daqui agora, senhor Kabuto.

Até aquele momento o cientista não havia dado muita importância à presença feminina de Hinata no ambiente, mas a curiosidade o fez erguer os olhos e então ele a viu, tinha convivido com as criaturas por dez anos, como não poderia reconhecê-la? Mesmo fora do tanque, mesmo em roupas comuns, era uma delas ali.

Ele desceu os olhos pelo corpo delgado e sua intuição de cientista disparou dentro de si, sem pensar duas vezes, atingiu o rosto de Naruto com a prancheta que carregava em uma das mãos.

O loiro cambaleou, seu nariz latejava de dor e ele sentia o sangue quente escorrendo por seu rosto, mesmo assim, não desistiu de tentar proteger a moça, se reergueu e a empurrou com seu próprio corpo para trás até receber outro impacto contra a prancheta.

O segundo fez sua cabeça girar, sentiu ela agarrada aos bolsos traseiros de sua calça e viu de relance o terceiro golpe de prancheta vindo em sua direção, foi a ultima coisa que focalizou antes de desmaiar.

O pacote de seringas caiu no chão, assim como a prancheta.

Kabuto o encarou de cima, estalou a língua e então arrumou os óculos diante do nariz, focalizando a moça que ainda estava de pé, ela o encarou, completamente apavorada e seu corpo congelou completamente quando o viu vindo em sua direção, ela sabia! Sabia que deveria ter ficado dentro do tanque, quieta, comendo a maldita ração em blocos.

Kabuto prendeu uma de suas mãos no pescoço da moça, puxou-a para mais perto de si e ela acabou pisando no corpo inerte de Naruto sem querer, de perto, Kabuto analisou os olhos perolados da moça, a curvatura dos lábios e as roupas simples que a moça usava, ela tentou impulsionar o corpo para trás, mas estava presa pelo pescoço como um cão que está preso a guia.

O cientista terminou de deslizar os olhos pelo corpo dela, muito intrigado com a falta da calda e a presença das pernas. Ele apertou o pescoço da moça com mais força e ela deixou escapar um gemido de dor.

O sorriso sádico brotou dos lábios dele, era hora de descobrir coisas das quais ele nunca desconfiou nos últimos dez anos de estudo daquelas criaturas.

~~~

Itachi olhou para Kisame pelo rabo de olho e designou um sorriso lentificado para o homem azul, ele parecia cansado, vira-o dormir pouco em uma poltrona velha no quarto do Uchiha, os risos das moças sempre acordavam o grandalhão e como conseqüência, o homem erguia-se e ruminava pelo quarto, vendo a silhueta das mulheres por uma fresta na porta e se certificando de que elas estavam bem.

Era claro que ele se importava com elas, mas Itachi ainda não havia identificado até onde o azulado iria por cada uma.

Em alguns momentos ele pensou em começar um dialogo, mas sempre acabava desistindo, optando pelo silencio.

Quando eles passaram para dentro da ala veterinária, Tenten foi à primeira coisa que viram.

O lugar estava vazio de outros animais, era alto, amplo.

Possuía duas piscinas retangulares compridas e uma porta metálica que ocupava uma parede inteira que dava para o lado de fora do aquário, especificamente perto do tanque dos golfinhos.

Caixas de vidro com cerca de dois metros de largura e um metro e meio de altura estavam locadas no lado oposto às piscinas.

Bancadas dividiam a sala e armários metálicos dispostos em cômodas no chão estavam por todo canto. Uma maquina portátil de raio x num canto, próximo de onde a sereia deprimida estava instalada remetia a idéia de que ela não estava lá muito bem. Ao lado da aparelhagem, uma maquina de suporte para transporte também estava ao lado do tanque, era certo que estavam usando-a para erguer Tenten do caixote de vidro.

Eles se aproximaram da sereia, o alivio estampado no rosto de Kisame, mas a sereia não demonstrou nada ao reconhecer o rei dos mares vindo em sua direção.

O olhar vago, triste, sem esperanças estava preso nela.

Os dois pararam diante do tanque e ali puderam observar a sereia melhor: Ela estava com as mãos enlaçadas uma a outra por amarras feitas com tecido, na calda, via-se a ausência de algumas escamas, o lugar ferido deixava a mostra pontos vermelhos que se destacavam na extensão prateada. Além disso, vergões avermelhados se estendiam pelos braços e rosto da hibrida.

- Tenten! Graças a Deus.

- Temos que tirá-la daqui! – Itachi balbuciou surpreso por encontrar a criatura com vida. – Posso operar a maquina e tirá-la do tanque ou você acha melhor transformá-la ai mesmo?

Kisame não tinha resposta, ele focalizou os olhos castanhos dela, abaixou-se e tocou o vidro com uma mão espalmada, mas nem assim a criatura ali dentro reagiu.

- O que foi? – Itachi quis saber. – Qual o problema?

Ele próprio se moveu até o lado de Kisame, o tanque era baixo, emergiu uma mão dentro da água até tocar o alto da cabeça da sereia.

- Vamos te tirar daqui.

Ela ergueu o semblante para ele e Itachi sentiu o estomago embrulhar, ele era o causador daquilo? O fato da sereia estar apática era resultado do que fizeram com ela?

- Tenten... – Kisame a chamou e então a morena desviou os olhos de Itachi para Kisame. – Vamos embora, você vai para casa.

Ela movimentou a calda e impulsionou o corpo para cima, tirando de dentro da água a cabeça inteira, estava no limite do vidro, fitou novamente Itachi e este recolheu sua mão, abaixando-se para ficar no mesmo nível que Kisame estava.

- Fico feliz que esteja viva!

Estar viva era o problema, Kisame não conseguia ver?

A voz da hibrida saiu baixa, rouca e melodiosa, ela tinha apenas uma pergunta para fazer ao rei dos mares.

- E Neji?

Kisame não queria ser o portador de uma noticia tão terrível quanto aquela, aquilo iria devastar a moça por completo, ele procurou em seu interior a coragem para dizer tudo, porém não foi necessário.

- Eu sei que não. – Ela disse simplesmente.

Itachi ainda estava um pouco confuso quanto aquilo tudo.

- Eu sinto muito, Tenten. Eu não consegui protegê-los.

A história para Kisame se resumia aquilo: Uma dor profunda por não ter sido capaz, foi um rei fraco, falho. Perdeu quatro dos seus. Cinco, alias.

Ela meneou a cabeça, apoiando o rosto na margem do vidro, de seus olhos castanhos, brotaram lágrimas espessas, repletas de dor. Ela passara aqueles anos todos olhando para fora de seu cativeiro, querendo encontrar nos humanos algo que a fizesse se lembrar do tritão que tinha seu coração, às vezes via algo, via alguém.

Assistia os casais se aproximando, de mãos dadas, o sorriso que trocavam, via os pequenos humanos – crianças – ao lado dos pais, ela nunca teria aquilo com o hibrido que amava, pois Neji estava morto. Nunca mais iria fazer algo como aquilo com ele.

Quando a enlaçaram na rede, ela se desesperou, procurou por ele e acabou se deparando com um corpo quase sem vida afundando, ela pode sentir quando ele partiu. Então, quando a tiraram das águas salgadas do mar, era como se fosse apenas sua carcaça sendo puxada, tudo nela havia morrido quando Neji se foi.

Nada nunca mais seria como um dia foi.

Não era como Karin, que tinha alguém a esperando naquelas águas profundas, ou como as outras duas que ainda não haviam conhecido o que era o amor.

O amor era o que lhe completava a existência.

E agora não tinha mais aquilo.

- ...Por favor... – Ela pediu em tom de suplica. - ...Por favor.

E Kisame compreendeu o que ela queria dizer com aquilo, ele negou imediatamente com um meneio, não, não poderia.

- Por favor. – Implorou outra vez.

- Não, você ainda tem muito o que viver.

Itachi acompanhava a conversa em silencio, pelo rumo que a coisa estava tomando, ele compreendeu que ela desejava a morte.

- Tem algo dentro de você. – Ele sibilou, imaginando que aquilo pudesse fazer ela mudar de idéia. – Eu causei isso e sinto muito, mas agora, tem algo dentro de você.

Tenten sorriu tristemente. Não havia nada dentro dela, só um vazio imenso que tomava conta de cada um de seus pensamentos. Direcionou um olhar pesaroso ao Uchiha e ali ele conseguiu compreender que não importava se havia algo ou não, ela estava cansada.

Quão fundo era capaz chegar por outro ser vivo? Ela tinha alcançado seu limite.

- Se quer me ajudar, humano, então, por favor... – Implorou, desta vez a ele. – Eu estou tão cansada.

Voltou-se a Kisame e reforçou:

- Eu quero encontrar ele de novo, se não nesta vida, na outra.

Como ele poderia fazer aquilo sem arrebentar o que ele próprio era?

- Por todo esse tempo que fiquei presa, meu rei, por favor... Não me deixe sofrer mais neste mundo.

Atendendo ao desejo dela, o homem tubarão se colocou de pé, Itachi permaneceu ajoelhado diante do tanque, ele não desviou os olhos dos dela em momento algum. Viu quando Kisame segurou o pescoço delicado da moça, quando seus dedos se apertaram ao redor deste até que a vida fosse arrancada da sereia deprimida . Ele sussurrou um “Sinto muito” para ela antes da moça entregar-se à morte.

Kisame continuou apertando o pescoço da sereia por mais algum tempo, até que o corpo dela dissolvesse em água dentro do tanque e desaparecesse por completo, ele tinha lágrimas presas aos olhos e uma amargura tomando seu coração, engoliu em seco e retirou a mão de dentro da água, focalizando o teto alto da ala veterinária.

Foi tudo culpa dele.

Ele fez o ultimo desejo dela se tornar realidade e teria que carregar o peso daquela escolha pelo tempo que tivesse de vida.

O Uchiha não disse coisa alguma, apenas se ergueu e puxou o celular de dentro do bolso, digitando uma mensagem ao irmão sobre a morte da quarta sereia.

 

 


Notas Finais


ROOTED
Mito Uzumaki veio até Konoha para selar um acordo de paz por meio de um matrimonio com o Hokage da vila, Hashirama Senju. Todavia, ela encontra no noivo um homem com muito pouco interesse em um relacionamento.
Desgostosa com o rumo que as coisas estão tomando em sua vida, ela acaba conhecendo Madara, e ela vê nele tudo o que esta sendo privada com este casamento arranjado.
Dividida entre o dever com seu clã e a vontade de ser livre, a ruiva não sabe qual caminho deve seguir.
https://spiritfanfics.com/historia/rooted-9817341


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