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História Project: AVNN - 03 - When These Red Eyes Shine


Escrita por: AceOfSpd

Notas do Autor


- Tô com muito sono hoje, então nada de glossário -.- vá googlar, seu preguiçoso. ~Ace

Capítulo 3 - 03 - When These Red Eyes Shine


 

03 – When These Red Eyes Shine

 

Estar morto é relativo. Estar vivo, mais ainda.

 

Lilith, após o término de suas aulas vespertinas, retornava para sua casa exausta; seus nervos neurais pareciam estar explodindo. Tal mal-estar era comum nos dias com aulas de educação esportiva – Tinha pouca resistência ao calor dos raios solares. Constantemente acabava por ter sangramentos nasais e desmaios. Mas ainda assim estava aliviada por não precisar comparecer sob tais condições em sua entrevista, afinal seria problemático se lhe atacasse um colapso durante a avaliação. Ela teria tempo de recuperar sua estamina e se aprontar-se propriamente.

Lilith locomoveu-se lentamente pelas vinte e sete quadras com as quais já está familiarizada, antes de finalmente avistar, no fim de uma esquina afastada, as escadarias cinzas e muradas que à levavam a porta de sua pequena residência alugada. Destrancou a porta, recolheu seus sapatos e então finalmente poderia ficar á vontade. Aquele ambiente era sua barreira de isolamento. Seu mundo solitário, e ao mesmo tempo aconchegante.

A água... mesmo fria, é tão analgésica e agradável.” Lilith pensava enquanto se via sob a refrescante precipitação. Aos poucos, sua temperatura corporal baixava, e Lilith procurava manter sua mente em branco para facilitar o alívio de seu stress. Ela costumava contar mentalmente os segundos, com intenção de distrair-se de suas preocupações com a vida escolar. Exatos trezentos segundos depois, estava ela girando o regulador, já com alguma ideia em mente de que indumentária deveria dedicar para o evento.

Não tardou muito, sua ansiedade para com as coisas a fez estar pronta mais de uma hora antes de sair. Ela revisou seu currículo e ensaiou diálogos algumas vezes, para tentar evitar problemas com sua falta de envoltura e falatória. O tempo parecia passar mais vagarosamente que de costume, o que é comum quando se está esperando por algo.

[. . .]

 

Sentada na recepção, Lilith aguardava pacientemente a agenda. Havia chegado com cerca de dez minutos de antecedência. Já perdera a conta de quantos copos de água havia descartado no curto período de tempo desde que chegou. Sua frequência cardíaca não perdoava, e sua pressão era sufocante à ponto de causar fisgadas de dor aguda em seu peito. Suportando a atmosfera não muito agradável, acompanhada do escurecer ao fim da tarde, ela contava os segundos, ou talvez até os centésimos que passavam enquanto a secretária – que mais parecia uma máquina com um coque no cabelo – digitava algo no teclado de seu computador empresarial em velocidade insana, amplificando ainda mais o nervosismo de Lilith.

O lobby era silencioso como um cemitério, excluindo os batimentos do coração de Lilith, e os tecs que ecoavam do teclado. Ao que aparentava, a maior parte do pessoal já cumprira com sua carga horária. E então, exatos seis minutos e vinte e dois segundos – pelo que Lilith havia contado até agora – ouviu-se ressoar o toque do aparelho interfônico próximo ao mouse, que foi quase instantaneamente removido do gancho pela inusitada senhorita “máquina de coque” - como assim Lilith mentalmente à apelidou – e respondido rapidamente, com palavras quase sussurradas. Ela levanta a mão, chamando a atenção de Lilith, que logo é mandada para o terceiro andar, na sala de número quatro. Após subir pelo elevador, ela se deparou com um longo corredor mal iluminado, que contava com algumas portas – que estavam trancadas, ocultando a visão de seu interior – e que estavam enumeradas de forma a manter os lados divididos em números ímpares e pares. Caminhou lento e silenciosamente até a porta da sala quatro. Estava fechada. Quando aproximou sua mão da maçaneta, esta girou, à surpreendendo por um momento. A porta se abriu, revelando a familiar silhueta;

- Anella-san. Bem vinda. - Perante ela, o rapaz Sejuou, com sua serenidade e expressão únicas.

- Desculpe o incômodo. - Lilith entra, um pouco receosa.

- Venha, sente-se. Aceita chá? - Ao ouvir tal frase, quase pairou em desespero por um milésimo de segundo. Não esperava que lhe oferecessem chá, e muito menos que teria que beber algo na presença de um desconhecido, algo que não havia feito muitas vezes. Ao menos estava aliviada por não ser sake.

- C-claro… obrigada. -

- Então, Anella-san… Eu li em seu currículo que possui facilidade e desenvoltura com a química orgânica, e que possui afinidade teórica superior a média escolar… - Disse ele, com um tom sério – porém calmo – à medida que servia chá em um par de pequenos copos de porcelana que estavam sobre a mesa do escritório. Sua facilidade em falar com alguém desconhecido à surpreendia.

-Sim… é uma disciplina que aprecio bastante. - Quase engolindo palavras, Lilith segura o copo de chá recém-preenchido e o leva até os lábios; E antes que pudesse tragar uma gota do líquido, Sejuou impede-a, interrompendo o trajeto do copo em suas mãos.

-Ei, ei, cuidado! Está muito quente. - Lilith corou, com seus nervos entorpecidos de vergonha, enquanto observava o rosto de pele estranhamente pálida do rapaz, que sorria singelamente.

- O-obrigada… que descuido o meu.

[. . .]

Lilith, diferente do esperado, aos poucos foi criando alguma facilidade para com o diálogo, o que favoreceu o passar desapercebido do tempo. Muitos minutos passaram, e eles dois mantiveram conversa sobre o funcionamento do estágio e outros assuntos empresariais. Logo, chegara a hora de se despedirem – na verdade, esta hora passara à pouco, visto que o planejado para o término era próximo de 6:30, e já tardavam as sete da noite. Kubrikku, mesmo ainda não tendo o confirmado oficialmente, resolvera dar o contrato à ela, porém esta teria de preencher e enviar um formulário para formalidades. Lilith estava relativamente tranquila – apesar de ainda estar com resquícios de ansiedade, afinal, agora começaria com um estágio. Logo após deixar o edifício, lembrou-se de que este era o dia mensal das compras domésticas, e que já passara das sete – não haviam mais lojas convencionais funcionando à esta hora. Teria que optar por uma com funcionamento 24/7, e estas não se encontravam em ruas próximas ou à caminho de sua casa. Teria que desviar caminho, e chegaria realmente tarde se o fizesse. Mas as opções não passavam de ir, ou dormir de estômago vazio.

[. . .]

 

Alguns legumes, curry e arroz – o que compunha o interior da sacola plástica em suas mãos – o cardápio daquela noite, e de todas as outras em que não resolvesse comprar comida pronta . A noite estava fria, a estrada escura, e ainda não estava tão perto de sua rua, faltando algumas quadras de distância. Não estava com medo, ou receio. Com sua mentalidade lógica, sabia que as chances de algum malfeitor se aventurar por ali eram baixas, e nunca tal coisa havia ocorrido antes. Mas logo percebeu que algo ali estava diferente. Tinha algo estranho. Intuição, talvez. Tal intuição que a fez virar seu pescoço para observar seu detrás. Maldita intuição.

Tão visível quanto uma mancha preta em papel branco, uma silhueta roliça e envolta pelas sombras da noite era quase invisível – Alguém a seguira. Sua respiração parou. Como não havia notado? - Tal pergunta era a última coisa que passaria por sua mente naquele momento. Estava a uns quinze metros de distância, na mesma guia da calçada. A figura se aproximava, com passos largos e lentos, e se aproximava aos poucos do foco de luz de um poste aceso – ou quase, estava piscando violentamente. A luz revelou sua silhueta em um corpo rechonchudo de um senhor de óculos, trajado com paletó – que mal cabia em seu corpo – e chapéu de cor escura. Lilith aos poucos estava retomando sua iniciativa, e recuperando sua capacidade de falar. Mas antes de ser capaz de proferir qualquer palavra, a figura do homem de meia idade lhe dirigiu a voz:

- En-con-trei. - As palavras, saindo em tom cantarolado, e expressão de satisfação. Uma pontada de dor e adrenalina se encontrou com o interior de Lilith.

E então, algo aconteceu. Algo bizarro aconteceu.

O homem roliço de meia idade, ignorando a lei biológica, implodiu, literalmente. A carne de seu corpo começara a expandir como um balão, esfarrapando completamente sua indumentária, e aos poucos, tomava uma forma abstrata e indescritível. Como se estivesse se transformando. Como se estivesse se metamorfoseando. Aos poucos, uma nova silhueta surgia perante a visão apática e perplexa de Lilith; Uma criatura horrenda, de pelo menos dois metros de altura e coberta de pelos, negros como a noite. Possuía uma formação craniana que lembrava à de um lobo, porém era bípede e de musculatura sobrenaturalmente desenvolvida.

Dentre toda a bizarrice de seu aspecto, uma coisa em particular trancou a atenção de Lilith; Os olhos da tal criatura. Eles eram brilhantes. Dois pontos vermelhos e brilhantes, tão profundos quanto o inferno.

 

 

- Continua.



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