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História Projeto viagem no tempo - Teto (não) familiar.


Escrita por: Konan26

Capítulo 3 - Teto (não) familiar.


Capítulo 2 – Teto (não) familiar.

Estou caindo.

Ou seria afundando?

Tento me mover, fazê-lo não é fácil, mas possível. Olho para os lados, procuro algo, alguém, mas o que? Eu não sei. Continuo a queda livre, ou seria mergulho? Por que estou aqui? Como acabei nessa situação? Quem sou eu?

Tantas perguntas. Minha mente está muito confusa, tantos acontecimentos; acontecimentos esses que eu não lembro.

...nata... Hinata!

Esse é... meu nome? Sim! meu nome. Alguém está me chamando. Abro os olhos, alguém também cai. É ele. Está acima de mim, um pouco distante, me estende a mão mesmo distante. Sua expressão é triste...Ele está... chorando?

– Naruto-kun!

Estiquei os braços tentando me aproximar. Segurei sua mão.

Um teto. Uma mão. Minha mão. Não consegui alcançá-lo, e ao entender isso lágrimas escorreram sem que eu pudesse evitar. Enxuguei-as, me acalmei. Desespero não ajudaria em nada.

Percebendo mais ao meu redor, notei que estava em uma cama, era macia e um lençol fino me cobria até a cintura. Ao meu lado um criado mudo com um copo d’água em cima de um guardanapo. Minhas sandálias ninja também estavam próximas a cama. O quarto em si era aconchegante e organizado, um sentimento nostálgico me dominava, mas a confusão nas minhas memórias não me permitia ir muito além do que sonhei há pouco, se é que foi um sonho.

A porta foi aberta por uma menina de cabelos longos e castanhos, eu a reconheço.

– Ah, você acordou. – Ela trazia um bule e duas xícaras numa bandeja – Sabe como chegou aqui?

– Não. – A essa altura eu já lembrava de tudo, principalmente de como não deveríamos interagir com pessoas não autorizadas.

– Acho que você caiu de um lugar alto, tá toda cheia de arranhões. – Só percebi quando ela comentou.

– Você me trouxe pra cá sozinha?

– Eu não tenho força pra isso, pedi que um membro da família secundária te trouxesse aqui. – Me oferecendo uma xícara de chá continuou – Sendo uma Hyuuga e não tendo um selo, certamente você é da família principal, mas eu nunca te vi antes.

– Eu vim de outro país.

– Mas você tem uma bandana de Konoha.

– É temporária.

– Sua memória está começando a voltar então.

– Mais ou menos. – Ri nervosa, ela não deixava passar nada – E-então, como se chama?

– Hanabi.

– É um nome bonito

– E qual é o seu?

– Bem, não posso falar, faz parte da missão.

– Se for pra se manter discreta, então acho que falhou, você estava desmaiada embaixo de uma árvore perto da entrada no Clã, muita gente te viu.

Sempre tão sincera...

– Então mesmo sendo uma criança, já sabe como manter a discrição nas missões?

– Não sou mais uma criança, sou a próxima no comando do clã Hyuuga de Konoha, é claro que sei bem mais que as outras crianças da minha idade, sou treinada para ser a melhor afinal.

– Ah, sim, eu entendo. – Esqueci de como Hanabi era cheia de si quando criança. Papai havia posto todas suas esperanças nela e esse era o resultado – Suponho que seja filha única.

– Não, tenho uma irmã mais velha.

– A tradição diz que ela quem deveria ser a próxima a liderar o clã, não é?

– Sim, só que... muitas coisas aconteceram e agora eu sou a próxima na linhagem. – Comentou cabisbaixa.

Em tempos anteriores ela nunca me mostraria esse lado. Sempre soube que eu não era a única a sofrer a pressão que nossa família – e principalmente nosso pai – havia estabelecido. Boa parte da culpa era minha por não atender as expectativas que me foram impostas, infelizmente o fardo passou adiante ficando nas costas dela.

Eu compreendia a raiva e a tristeza que ela sentia.

– Onde está sua irmã, agora?

– Ahn? Na academia... eu acho. – Coçou a cabeça – Quanto tempo você acha que leva para ficar melhor?

– Talvez, um dia ou até meio... por que, estou atrapalhando?

– Não, não é isso! – Ela ficou uma gracinha envergonhada – É que, eu não sei como meu pai vai reagir ao ver você aqui, quero dizer, você é dá família, mas, é de outro lugar, talvez tenha que pedir uma permissão antes...

– Não se preocupe, só preciso me recuperar um pouco. Não quero que você seja castigada por minha causa.

Ver minha irmãzinha ser gentil em uma época em que ela só servia de “depósito de esperanças da família”, me fazia feliz.

Mais importante que isso, eu tinha que encontrar os outros e dar continuidade a missão. Mesmo o “time 7” sendo heróis de guerra, sem a permissão de lutar eles estavam limitados a fugir e se esconder, onde algumas vezes isso não seria o suficiente. Era um impasse que somente eu, a líder da missão poderia resolver, quando achasse necessário autorizaria uma luta, mas, para isso muitas coisas deveriam ser analisadas.

Antes de mais nada, devo ir até o Hogake e informar sobre essa missão. Ele será nosso porto seguro daqui pra frente.

Fiquei deitada até o anoitecer, ainda me sentia um pouco tonta. Hanabi saia e voltava para ver se eu estava bem. Na última visita aproveitei para me informar em que época exatamente estávamos.

– Me diga, Hanabi. Quando os exames chunnins começam?

– Hm, daqui a uns meses, eu acho. – Pensou bastante antes de responder.

– Sua irmã vai participar?

– Não... ela ainda não tem equipe, parece que só será decidido daqui a alguns dias, mas, não sei exatamente quando.

– Entendo.

– Você parece bastante interessada nela, ela vai chegar daqui a pouco, se quiser que eu a chame...

– Não precisa, obrigada. É só que... sinto que ela me lembra alguém, isso é tudo.

– Sua irmã, talvez?

– Na verdade, pelo que você me disse, ela parece bastante como eu era no passado.

– O quê? Sem chance. Minha irmã é quieta e quase sem presença, é totalmente diferente de você. Você parece incrível.

– É como eu disse, somos parecidas, tudo que ela precisa é de um “empurrãozinho” – Empurrei seu ombro de leve e rimos.

– Eu sei que ela se esforça muito para conseguir a atenção do papai, isso me motiva a continuar dando o meu melhor, sabe. – Coçou o nariz com o dedo indicador e suas bochechas ficaram levemente vermelhas – É meio constrangedor admitir isso, mas, ela é minha inspiração quando eu perco as forças.

– Isso é muito bonitinho, Hanabi. – Afaguei seu cabelo, tocada pela sua confissão – Por que não diz a ela?

Quando pareceu que ela ia dizer alguma coisa, a garota – eu do passado – avisou que havia chegado.

– Ahm, poderia trazer mais uma xícara de chá? Estou com um pouco de sede.

– T-tá, eu volto já.

Acompanhei com os olhos ela sair do quarto e fechar a porta. Essa era minha chance. Não podia mais perder tempo. Afastei os lençóis que me cobriam.

Peguei minha mochila, calcei-me e vesti todo o equipamento. Já na janela, olhei uma última vez para o quarto, era uma lembrança que eu gostaria de guardar. Saltei em um telhado próximo bem a tempo de Hanabi acompanhar minha partida. Meu coração falhou uma batida ao ver seu espanto seguido de tristeza.

Quando voltar para casa, vou me certificar de passar um tempo a mais com ela.



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