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História Prolongar - 1


Escrita por: valen07

Notas do Autor


Inhai! Olha só quem apareceu dos mortos!
Mais um vez postando uma GaaSaku! Não consigo escapar dos crackships, me julguem!
Mas dessa vez, essa fanfic, que será de poucos capítulos, é em homenagem a minha grande amiga Bruna (@pequenauser) que fez aniversário recentemente <3
Bru esse é um dos seus presentes, espero que goste, fiz com muito carinho <3

Capítulo 1 - 1


Isso não podia estar acontecendo! Seu dia perfeito havia se transformado em um grande desastre! Porque ele fazia isso consigo? Será que era tão engraçado lhe torturar?

Sim, eles haviam discutido mais cedo, mas isso era motivo para fazer esta grande... grande... merda?! O sonho de sua formatara desde seus dez anos desmanchara-se em sua frente a partir do momento em que Sasuke entrara acompanhado no salão com aquelazinha qualquer.

Quem ele achava que era?!

Terminava com ela de manhã e de noite já estava com outra? E ainda se atrevia a vir para o baile que ela organizara?! Ela deveria ir lá e acabar com toda aquela palhaçada, talvez partir em dois o belo rosto do Uchiha.

Riu de si mesma e deu mais um gole direto do gargalo de uma vodka que confiscara de alguns alunos – o destino da bebida deveria ser batizar o ponche de frutas, mas dane-se agora estava ali com ela, ouvindo suas lamurias e confidenciando sua dor patética.

Saiu de seu canto escuro quando escutou a voz de algum professor que não reconhecia agora parabenizando Sasuke e Ino, como Rei e Rainha do baile. Ficou feliz pela amiga. Xingou Sasuke mais uma vez.

De repente toda aquela decoração primaveril – que ela ajudou a decorar com muito zelo –, e todas as cores e luzes a estavam deixando irritada e zonza. Rapidamente procurou a saída mais próxima.

No corredor norte da escola ela já podia chorar em paz, pôr pra fora toda aquela angustia e tristeza patética de um coração quebrado. E pensar que Sasuke brigara com ela por ser tão controladora, ótimo, no momento ela não estava com um pingo de controle sobre si mesma. Sasuke ficaria feliz assim?

Bebeu mais um gole da bebida forte, e quase não notou que ficara enroscada na maçaneta de uma porta, levando consigo uma alça de seu vestido horrivelmente caro, e de brinde levando a si própria ao chão. Sentiu uma ardência nos joelhos, e lamentou a garrafa agora quebrada.

Parecia que sua pequena travessura avisara alguém sobre sua presença ali, pois pôde escutar passos ligeiros se aproximando. Nem se deu ao trabalho de tentar parecer estar bem, apenas continuou sentada no chão sujo, escorada nos armários e esticou a pernas. Agora a saia de seu vestido parecia bem menos deslumbrante do que na loja.

- Sakura? – Havia espanto na voz do desconhecido, ou talvez conhecido. Não tinha muita certeza no momento. Mas era uma voz grossa e máscula.

Levou a vista e teve o vislumbre de uma imagem rara: Gaara O Antissocial (apelido que ela mesma colocara nele no primeiro ano do ensino médio) vestido com roupas adequadas, e não aquela coisa punk horrorosa que ele costuma vestir. Certo, ele era mesmo bonito, tinha de admitir.

De todas as pessoas no mundo que podiam aparecer, tinha de ser logo seu maior inimigo? Era de conhecimento geral e absoluto que ela e Gaara não se davam bem, aliás a palavra “bem” e o nome deles na mesma frase seria até piada.

- Surpreso?

Ela esperava uma risada debochada, ou algum comentário irônico e sarcástico como sempre, mas ele não fez nada disso, apenas abaixou-se na altura dela e a ajudou a levantar-se.

- Seu joelho está sangrando.

- Obrigada por me contar a novidade do século, Capitão Óbvio. – Não, ela não havia reparado no estrago em seu joelho, mas não queria a ele uma imagem frágil de si mesma.

- Você fica ainda mais insuportável bêbada. – Colocou o braço ao redor de sua cintura a fez apoiar-se nele.

Sakura apenas rolou os olhos e se deixou levar para sabe-se lá onde, e por um momento quase esqueceu o motivo de sua desgraça. Ao recordar-se engoliu as lágrimas, não ia chorar na frente de Gaara, mas não ia mesmo!

Ele andava devagar para que ela pudesse acompanhar seu passo, o enlace em sua cintura era firme e o perfume masculino a estava deixando com os pensamentos insanos. Nunca mais tomaria vodka na vida!

- Para onde está me levando? – Estacou os pés no chão e ignorou a dor em seu joelho, estavam no estacionamento da escola, e por um momento sentiu pânico. Pelo o que sabia Gaara podia estar esperando essa oportunidade há muito tempo, um momento fácil para acabar com ela.

Ele a olhou como se uma segunda cabeça tivesse nascido em si, e respondeu como se fosse à coisa mais óbvia do mundo.

- Vou te levar pra casa.

Casa? Ela não queria ir para casa, se a sua mãe a visse assim poderia entrar em pânico, e nunca mais teria um dia de paz. Sua mãe podia ser liberal em alguns assuntos, mas repudiava bebida como se fosse o próprio diabo.

Seu pai dirigia embriagado quando morreu.

Quando se deu conta da merda que estava fazendo com sua mãe, quis chorar novamente. Gaara até o momento parecia alheio ao seu dilema interno, estava mais preocupado em achar o carro – que Sakura sabia que era do irmão mais velho dele.   

 Depois de localizar o carro de modelo popular, ele a acomodou no banco do carona e com cuidado prendeu o cinto de segurança. Sakura segurou uma risada, ora, onde estava toda aquela pose de rebelde que não liga para nada?!

Era assim que as pessoas se sentiam quando ficavam bêbadas? Choravam e depois riam? Que coisa estúpida.

Gaara entrou no carro, e todo o perfume masculino invadiu o ambiente, e Sakura tinha certeza que seus neurônios tinham entrado em curto-circuito, pois ela não podia simplesmente acha-lo atraente. Não podia!

- Gaara... – Desprezou sua voz tremulante.

- O que foi? – Ele parou o que estava fazendo e dirigiu toda sua atenção para ela.

- Eu não quero ir pra casa.

- E pra onde quer ir? Espero que seja aqui em Konoha, o tanque não está cheio pra ir para muito longe. – Ele sorriu e ela o achou adorável.

- Eu não posso aparecer em casa assim. – Segurou a saia verde de seu vestido para enfatizar.

- Eu até trocaria de roupa com você, mas verde não fica bem em mim. – Ele sorriu novamente, e Sakura sentiu como se fogos de artificio explodissem em seu estômago. Era a vodka, tinha certeza.

- Gaara Sabaku sabe sorrir?

- Há muitas coisas que as pessoas não sabem sobre mim. – O momento passou, o sorriso foi embora dando lugar à expressão de sempre.

Sakura achou melhor não dar continuidade a aquela conversa estranha e sem sentido, tinha medo do que acabaria falando.

- Eu tenho uma reserva no Palace’s. Você pode me deixar lá.

Por um instante ficou com vergonha de dizer sobre a reserva, afinal quando a fizera tinha claras segundas intensões de desfrutá-la com Sasuke. Aquela era noite de sua formatura, diria adeus a estudante colegial que era e romperia o hímen de seu corpo. Era a tradição, não?

Bem, com certeza isso fora antes de Sasuke chutá-la. Então, ela provavelmente passaria o resto da noite sozinha, e passando mal feito um animal doente.

Gaara não comentou sobre o hotel, apenas deu a partida. Antes que chegassem ao seu destino, ele parou em uma farmácia, não deu explicações apenas entrou e saiu rapidamente, não dando chances de questionamento.

Foi até a sua porta e abriu, pediu que colocasse as pernas para fora e só nesse momento Sakura reparou que nas mãos deles havia algodão, água oxigenada e uma caixa de band aid. 

Ele limpou seu ferimento e colocou um curativo com estampa de morango, pareceu um pouco constrangido ao se dar conta de seu olhar especulativo.

- Achei que combinava. – Deu os ombros e voltou para o carro.

O resto do caminho foi silencioso e curto, Konoha tinha um tamanho razoável, porém encaminhava para o caminho de uma metrópole. Cada vez mais os empreiteiros investiam na cidade.

O ruivo estacionou uma quadra antes do grande hotel, ainda desnorteada Sakura desafivelou o cinto e com muito custo conseguiu sair do carro, não deu nenhum palavra em agradecimento, não daria esse gostinho a ele.

No momento em que fecharia a porta com muita brusquidão, tanto quanto seus braços de gelatina conseguiriam, quase caíra sobre o carro. Imediatamente pôde ouvir a porta do motorista abrir e fechar com pressa.

Logo depois se viu envolvida pelo perfume de Gaara, o Antissocial. Ele não disse nada e ela também não sentia vontade de debater com ninguém, queria apenas acabar o dia e fingir que ele nunca tinha acontecido.

Sakura agradeceu a todos os deuses existentes e não-existentes quando vira que o saguão do hotel estava quase vazio, salvo alguns funcionários matando hora ou turistas. O ruivo a ajudou ir até o balcão de recepção, onde Mary, ex-namorado de Kankuro (irmão do dito cujo que a impedia de se estabacar no chão amadeirado) estava com uma expressão um pouco assombrada. Maravilha, era só o que faltava.

- Tá olhando o que?! – Estranhamente sua língua parecia ser feita de algum material completamente estranho ao seu corpo – Tenho uma reserva em nome de Sakura Haruno.

Mary, a garota que tinha um batom bonito demais na opinião de Sakura rapidamente conferiu alguns dados e alcançou uma chave e entregou para Gaara, que na visão de Sakura foi a mais cruel ofensa que teve na vida.

- Meu nome, minha chave! – Rapidamente tomou a chave das mãos do ruivo, que tinha se distraído ao trocar breves palavras com a ex-cunhada, e saiu marchando para o elevador.

Não importasse que seu vestido estivesse arruinado ou seu penteado que levou duas horas para ficar pronto estava desmoronando. Ela ainda melhor que todas aquelas pessoas, dessa cidadezinha infernal.

 Antes que as portas pudessem se fechar Gaara conseguiu passar por entre elas – Que isso? Vai me seguir a noite toda?

- Talvez uma palavra de agradecimento fosse bem-vinda. – Ele disse, como sempre, sério demais.

Apenas deu os ombros e encostou-se a parede metálica, sua cabeça girava, rodava, piorava ainda mais se fechasse os olhos. Quando andava podia sentir que estava pisando alto demais, prometeu a si mesma que nunca, jamais, faria esse tipo de coisa!

Sua suíte era a 37, mas parecia que a fechadura estava quebrada já que Sakura não conseguia de jeito nenhum encaixar a chave na mesma, escutou um palavrão sussurrado ao seu lado e logo depois mãos maiores e mais pálidas que as suas tomaram a chave da sua mão e como em um passe de mágica conseguiu abrir a porta.

Uau, ele era mesmo esperto, pensou Sakura.

Entrou no quarto e a primeira coisa que fez foi se livrar dos saltos, lindos e torturantes. Mastigaram seus pés a noite inteira. A segunda coisa foi desabar na primeira poltrona que vira.

Não se atreveu a checar a decoração do quarto, pois parecia que sua dor de cabeça havia piorado milhões de vezes.

Pelo canto do olho pôde ver Gaara entrar no banheiro para fazer sabe-se-lá o que, e nesse momento, apenas nesse momento Sakura lembrou-se de Sasuke e dos anos que passaram juntos. Ele sempre fora seu grande amor, a pessoa com quem mais desejou ter um futuro.

E agora o que sobrara? Restos de atenção, migalhas de um coração despedaçado. Nunca imaginara que ele poderia ter dito o que disse. Sakura não era uma garotinha controladora, muito menos maníaca por atenção.

- Tudo bem, o que aconteceu? – Viu que Gaara tinha voltado e sentara na cama, de frente para ela, com uma boa distância.

Só agora viu que estava chorando, lágrimas e mais lágrimas invadiam seu rosto e pioravam ainda mais a situação de sua maquiagem. Tratou de limpar rapidamente com as mãos, como se isso fosse impedir de mais delas se soltassem.

- Eu não leio mentes. – Disse após seus minutos de silêncio, contundo não estava com um tom de impaciência.

- Acontece que hoje era pra ser o dia perfeito. – Conseguiu articular algumas palavras quase sem fôlego.

- É só a formatura do colegial, não é grande coisa. Na verdade, é bem irritante. – Gaara deu os ombros, como se não importasse nenhum pouco, e provavelmente não se importava mesmo.

- Era pra ser a minha formatura! Pra você pode ser qualquer coisa, mas é importante pra mim. Eu nem ao menos tive uma única dança no baile que eu organizei!  

A falta de credibilidade de Gaara fazia o sangue de Sakura ferver, se irritava até quando ele abria a boca para ajuda-la.

- Viu só?! Não está mais chorando. – Ele sorriu de canto, e só assim a Haruno percebeu que realmente as lágrimas não desciam mais.

- Pare de ser um maldito egocêntrico! Eu tinha planejado este dia desde os meus 10 anos!

- Planejou uma reserva em um hotel com 10 anos? Nossa, você era uma criança muito madura... – Ali estava o tom de deboche que Sakura era tão acostumada, o odiava com todas as forças.

- Eu não me importo com o que você acha de mim, e muito menos para a sua opinião. Aliás, já pode ir embora. – Para Sakura aquela palhaçada já tinha acabado, era só ele cair fora que ela continuaria com o plano de passar mal e chorar no banheiro.

Gaara levantou-se e Sakura achou que finalmente poderia ficar sozinha, mas ao contrário de ir até a direção da porta, o ruivo dirigiu-se para um pequeno rádio que havia por ali, que passaria despercebido para Sakura se não fosse esse momento.

- O que está fazendo? – Perguntou com seu costumeiro azedume.

Ele não disse nada, apenas para irrita-la, e continuou a mexer no aparelho de som.

- Você não disse que não teve uma dança na sua formatura? Bem, ainda não é meia-noite, tem tempo.

O ruivo virou-se para ela e depois a melodia bonita de Linger, dos The Cranberries começou a tocar. Aquela era uma de suas músicas favoritas e Sakura quase chorou novamente.

Ele ficou a sua frente e ela não soube o que fazer, ele estendeu a mão quase sem jeito – Por favor, não deixe que eu fique nessa situação patética por muito tempo.

Soltou um pequeno riso e segurou na mão que lhe era oferecida. Ele era bem alto em comparação a ela, então sua cabeça alcançava quase seus ombros. O ritmo lento da música os deixavam hesitantes e sem jeito algum.

- Você é péssimo nisso. – Sorriu e olhou para ele.

- Diz isso como se você fosse um exemplo de dançarina. – Realmente parecia que ela possuía dois pés esquerdos.

Os dois começaram a se divertir com aquilo e Gaara até mesmo arriscou um uma rodopiada, que quase levou os dois ao chão. Ainda controlando a risada e quase se esquecendo da noite péssima que tivera até agora Sakura reparava o quanto os olhos verdes de Gaara eram bonitos, ou o quanto a tatuagem que antes era extremamente radical para ela, ficava bem nele.

- Por que me ajudou? – Teve que fazer a pergunta que estava quase rasgando sua garganta para sair.

Ele demorou alguns segundos para responder, apenas a fitando.

- Hoje é o último dia. – O Sabaku dissera como se tivesse muito sentido, mas Sakura não entendeu o que ele quis dizer, então apenas concordou em silêncio.

Ficaram-se encarando por alguns segundos até que alguém tomou a iniciativa de unir as duas bocas, só não sabia dizer se foi ele ou ela mesma. O importante era que tudo aconteceu como em mágica.

Ela se sentia como a Cinderela ao contrário, seu vestido rasgado e sujo, descalça e despenteada, e no lugar do príncipe tinha um rebelde, e para ela estava ótimo assim. Em sua cabeça tudo fazia muito sentido no momento.

Gaara soube como trata-la e fora gentil com ela, era voraz e delicado ao mesmo tempo, sedutor ao extremo, Sakura achara que desmaiaria a qualquer momento, porém continuou lúcida o suficiente para gravar todas as texturas do corpo de Gaara. Ele era lindo e único.

Ele a fez sentir-se a garota, agora mulher, mais linda do mundo e especial do mundo.

Porém no dia seguinte, Sakura soube que seu conto de fadas era apenas um conto de horror suburbano, sua cabeça parecia ia explodir, os raios solares que entravam pela janela apenas a deixavam mais irritada e confusa, ao lado da cama tinham uma jarra de água, um copo e cartelas de algum tipo de remédio.

Tinha também um bilhete, com uma letra caprichosa em tinta preta, escrita por cima da logomarca do Palace’s.

“Não se preocupe com despesas.

Adeus, Sakura.”

E nesse momento Sakura pode finalmente realizar o desejo da noite passada e chorar sozinha.

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- Querida, está tudo bem? – Por um pequeno surto quase não conseguira escutar a voz de sua superior, apenas sorriu e acenou com a cabeça.

Às vezes ela tinha costume de pensar em besteiras do passado.

- Claro, estava apenas pensando no novo cliente.  – Conseguiu arrumar uma desculpa rápida para a mulher e pareceu que funcionou.

- Que bom que está animada, ele é um cliente importante.

Shizune, com seu belo corte Chanel exalava simpatia e competência, era a responsável por arrumar os melhores clientes para a importante empresa que trabalhava como arquiteta.

- Ah, diga ao Sasuke que ele está mais do que convidado para a nossa pequena confraternização no mês que vem. – Disse antes de sair.

Sasuke, é claro, tinha que concentrar nele, afinal era seu noivo. E não em erros de uma única noite.

 

 

 “Você estava mentindo o tempo todo?

Foi só um jogo para você?”


Notas Finais


Então é isso gente :v
A gente se vê nos próximos caps, e nos comentários <3


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