DUAS SEMANAS DEPOIS DO CASAMENTO.
Era a primeira vez que ia visitar a mãe na clinica. Suzana não quisera a visita dela nos outros dias.
- Não fique nervosa, estou com você.
Eles estavam parados na frente da porta do quarto de Suzana.
- Obrigada!
- Não por isso.
- Marcos, eu gostaria de entrar sozinha.
Ele estreitou os olhos e franziu a testa, mas não disse nada.
Iris bateu na porta duas vezes e esperou. A maçaneta se mexeu e a porta abriu.
Sua mãe apareceu, vestindo um vestido longo azul claro, cabelos trançados e rosto um pouco abatido.
-Minha filha!
Iris abraçou a mãe e falou.
- Minha amada mãe.
Depois de um tempo abraçadas, Iris apresentou Marcos a Suzana.
-Eu já o conheço.
- Hué sabia que ele não estava morto?
- Não. Entre, temos muito que conversar.
- Só eu vou entrar mãe, Marcos ficará aqui. Eu e a senhora precisamos conversar, só nós duas.
Iris sentou-se junto com a mãe, em um sofá que tinha no quarto.
- Você quer um chá, minha filha?
- Não, quero a verdade.
- Em relação ao dinheiro?
- Sim.
- Bem, eu roubei o dinheiro, e comprei algumas casas, roupas, joias e o que sobrou coloquei em uma conta.
Iris respirou fundo e falou.
- Por qual razão, a senhora fez isso?
- Eu trabalhava naquela pousada e era tratada com uma cachorra, apesar de resolver todos os problemas.
- A senhora podia ter mudado de emprego.
- Sei disso, mas optei por um lado errado e mais fácil.
-E fez tudo sozinha?
- Sim. Eu fui aprendendo a fazer balanço financeiro com o pessoal da contabilidade.
- E depois que sabia os truques, começou a falsificar os balanços gerais de clientes, antes de entregar para a contabilidade?
-É mais ou menos por ai.
- Mãe, eu vim aqui para ouvir a verdade e não mais ou menos.
- Eu cobrava a mais pelos quartos, fingia que um chalé estava em manutenção e alugava-o, mas não repassava o dinheiro. Foram muitas coisas filha.
Suzana levantou-se e virou de costas para Iris.
- Desculpa mãe.
- Minha filha, você não tem que pedir desculpas, eu fui uma péssima mãe, dei você de bandeja para um homem sem caráter.
- É verdade, mas não sinto raiva da senhora, só queria entender tudo isso.
- Sei filha.
- No começo fiquei tão desesperada com a possibilidade da senhora, ir para cadeia, que nem sentamos e conversamos direito.
- Sei filha, você merecia uma boa explicação. Agora que estou aqui, na clinica os médicos me fizeram entender que minha instabilidade psicológica é mais grave do que eu pensava.
-Mãe a senhora não é louca.
- Mas minha Iris, se eu tivesse levado meu tratamento de cabeça mais a serio antes, teria pensando com mais clareza. Não teria roubado e muito menos metido você neste problema todo.
- Mãe, não fique assim, todos erramos na vida. Não vou deixar a nossa relação acabar por causa disso.
Suzana virou-se para Iris, com o rosto cheio de lágrimas e abraçou a filha.
-Me perdoar, filha?
- É claro mãe.
Elas ficaram abraçadas por um grande tempo.
- Iris, eu preciso falar mais uma coisa.
- Seu marido é um grande homem, ele me ajudou a pagar o pai dele e deu dinheiro para o meu tratamento.
- Mãe, isso não me surpreende. Sei que Marcos é um homem maravilhoso. Obrigada por me contar.
- Tenho muito orgulho de você e do seu marido. Agradeço por todo esse carinho.
Depois de uma hora conversando com Suzana, ela saiu do quarto.
- Anton?
Ele estava sentado lendo um jornal.
- Cara.
Eles se beijaram.
- Queria agradecer você por tudo, meu Anton.
- Você terá sua vida toda para agradecer.
- A vida toda passa tão rápido.
- Então vamos aproveitar, cara.
- Eu já estou aproveitando desde que casei com você meu lindo.
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