Marcos não queria pensar na possibilidade de Iris ser uma interesseira, mas para falar a verdade ela não parecia interessada em nada com dele. Aqueles olhos luminosos estavam vasculhando a rua de alto a baixo.
- Está procurando alguma coisa?
Ela o olhou.
-Estava procurando um táxi.
- Posso lhe dar uma carona para aonde você quiser.
- Um táxi já estaria ótimo.
Nossa ela não queria mesmo nada com ele. Pensou Marcos.
Um táxi amarelo estava se aproximando e ela fez sinal, mas já era tarde. O carro passou sobre uma poça, molhando suas e pernas.
- Posso lhe dar uma carona para aonde você quiser.
O modo com que ele repetiu a pergunta fez Iris corar. Ao encarar seu olhar negro e brilhante e perceber a tensão no maxilar, Iris entendeu tudo. Ela o insultara recusando a carona.
- Eu estava tentando não atrapalhar sua noite. Murmurou ela.
-Um pouco tarde para isso, não?
-O que quer dizer?
-Acabei de salva-la de dois idiotas, estou há quase uma hora parado aqui nesse frio por causa da sua indecisão e teimosia, acho que é um pouco tarde para pensar em não atrapalhar minha noite.
- Me desculpa pela minha teimosia e indecisão. Estou indo embora e o liberando do seu cavalheirismo.
Empinando o queixo e com os olhos inflamados de raiva, ela se virou, mas quando ia dar o segundo passo para atravessar a rua o salto do seu sapato prendeu em um buraco, ela tentou tirar, porém perdeu o equilíbrio. Teria caído direto em uma poça no meio da estrada caso aquele homem não tivesse reagido com velocidade instintiva.
-Iris, cuidado!
Num piscar de olhos ele estava atrás dela, segurando-a antes que o tropeço virasse queda e trazendo-a de volta para a segurança da calçada.
Segurança? Que segurança? Os braços calorosos daquele homem eram mais perigosos do que a queda a qual escapara por pouco.
Anton a tinha agarrado de um jeito que a deixou bem junta a ele, envolvida por aqueles braços, com a cabeça encostada no peito dele, o coração batendo direto em seu ouvido.
O sangue de Iris começou a esquentar em reação àquela proximidade. O coração disparando, como o dele. Ela estava em seus braços, sentindo seu calor e sua força destruir os pensamentos racionais dela.
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