História Promessa entre irmãos: uma lenda medieval! - Primum

As lendas surgem de várias maneiras e de vários lugares, nem todas têm finais felizes, mas há aquelas que terminam bem também. Antigamente as lendas eram bem vistas e tinham grande influência no mundo e nas pessoas, mas hoje em dia elas não passam de mitos, e agora a palavra “lenda” remete a isso: mitos e fantasias. Afinal, muitas delas foram passadas oralmente por gerações e as que foram escritas se perderam no tempo, assim fica difícil das pessoas acreditarem hoje. “Só há crença com provas”...é assim que a mente das pessoas funciona hoje. Mas aqui estamos falando de uma lenda, e cabe a você acreditar nestas palavras ou não. Acaso tenha um coração ainda esperançoso e uma mente aberta, e que não desejas provas a todo momento, então certamente vai gostar da lenda que vou contar.

Essa lenda aconteceu na Idade Média, na antiga Europa. Ao contrário do que possa estar pensando, esta não é uma lenda com castelos, dragões, príncipes, princesas e um “felizes para sempre” (apesar de ter um ou dois desses elementos). O termo arcaico para definir essa época, “Idade das Trevas”, se aplica bem a esta lenda. Comecemos do início então.

No continente europeu antigo, havia muitos reinos poderosos, por consequência havia muitas lutas por território também, mas em meados do ano 478 elas não eram muito frequentes. Além de vários reinos de humanos, as terras de antigamente eram habitadas por muitos seres místicos. Boa parte desses seres gostava de viver em seu território, sem interferir nos reinos dos humanos, mas havia aqueles que buscavam causar apenas o mal. Portanto, o preconceito dos humanos contra esses seres era grande, tão grande a ponto de batalhas entre humanos e outras raças acontecerem. Mas havia uma raça rara que sempre procurava a paz entre todos e que tinha o respeito de ambos os lados: a Raça das Deusas. Por serem poucas e raríssimas, elas eram louvadas por muitos humanos e muitas outras raças místicas de bem.

Elas eram seres magníficos, de grande poder, mas, ao contrário do que o nome sugere, não eram onipotentes e muito menos imortais. Então, no ano 588, um terrível massacre ocorreu. Humanos de vários reinos e seres malignos entraram em guerra contra todas as raças místicas de bem. Não se pode chamar aquilo de guerra...foi um verdadeiro massacre. Praticamente toda a população do bem de seres místicos foi exterminada da Europa naquele ano. Nem as próprias deusas escaparam disso. E então, a partir de então, todo o continente começou a ser dominado por um reino novo. Não era um reino comum de humanos, era um reino maligno comandado pelo Rei dos Demônios. Reino de Inflayster, esse era o nome do reino.

Esse reino começou pequeno, mas depois do Massacre das Raças, que é como ficou conhecido o dia do extermínio das raças místicas boas, o Reino de Inflayster começou a crescer mais e mais. Juntando seres malignos e recrutando humanos ruins para seus exércitos. Com o passar dos anos, o Rei dos Demônios começou a combater e a tomar os reinos dos humanos. Foram anos, e anos de guerra, e o Reino de Inflayster conseguiu eliminar e se apoderar de boa parte os reinos da Europa, sem misericórdia; ou ele destruía por completo o reino e matava toda a população, ou ele se apoderava do lugar e o reino ficava a sua mercê. Mas, havia um único reino, que não era muito grande, que ainda não havia caído nas mãos do Rei Demônio: o Reino de Floriyan.

Esse reino era governado por um rei gentil e forte, ele lutou por muitos anos e fez de tudo para proteger seu povo e seu reino. Durante todos esses anos de guerra, um cavaleiro do Rei Leonardo Floriyan, em uma das batalhas contra os exércitos do Rei Demônio, ficou gravemente ferido e, na floresta, quando estava prestes a morrer, ele foi salvo por uma deusa. Sim, era a última sobrevivente da Raça das Deusas. O cavaleiro se apaixonou a primeira vista e, depois disso, ele foi várias vezes a floresta que a viu para reencontra-la. Com o tempo, a deusa se apaixonou por ele também, e, em tempos de guerra, um lindo romance se formou. Eles decidiram viver juntos na área rural do Reino de Floriyan, e o Rei Leonardo já sabia de tudo, pois o cavaleiro era muito leal a seu rei, e como era um homem gentil ele não se opôs a decisão de seu cavaleiro. E então, no ano de 997, a deusa deu a luz ao primeiro filho do casal: um garoto, chamado Christopher. Três anos depois, no ano de 1000, nasceu o segundo filho do cavaleiro e da deusa: era uma garota, chamada Teresa.

Porém, a vida nunca permite que tudo dure para sempre, incluindo tempos felizes. O Reino de Floriyan caiu perante o Rei Demônio, graças a um golpe muito cruel: O Rei Demônio chantageou o Rei Leonardo. Ele disse que, se o Rei Leonardo continuasse a resistir, ele mataria todos os cidadãos do Reino de Floriyan, mas caso Leonardo se rendesse, ele não atacaria mais seu reino. O Rei Leonardo já estava cansado das lutas, muitas vidas foram perdidas, então ele aceitou o acordo com muito pesar. Mas o Rei Demônio impôs uma condição, a de que, em troca da promessa de nunca mais atacar o Reino de Floriyan, o Rei Leonardo teria que deixar alguns soldados de Inflayster entrar em seu reino para pegar ao menos dois tributos. E assim, desde então, em um dia de toda semana, dois ou três soldados do Rei Demônio entravam no Reino de Floriyan e capturavam duas pessoas no máximo.

Isso gerou muita revolta por parte das pessoas do reino, mas ninguém tinha a coragem de desafiar os soldados do Rei Demônio, e, se quisessem fugir, não havia lugar seguro, pois todos os outros reinos já estavam sobe o domínio do Reino de Inflayster. Então, certa noite, um dos soldados do Rei Demônio viu o cavaleiro e a deusa com seus dois filhos. Quando o Rei Demônio soube disso, ele tomou providencias. E no ano de 1001, dois soldados do Reino de Inflayster encontraram e raptaram o cavaleiro e a deusa. Graças ao cavaleiro, Christopher escapou dos soldados com Teresa em seus braços. Então, na manhã seguinte, todos do reino, incluindo Christopher, viram o cavaleiro e a deusa mortos e empalados em frente à torre do Rei Leonardo, ambos estavam com o emblema do Reino de Inflayster cravados em seus corpos.

E é dessa maneira que a lenda em questão tem inicio.