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História Promessa entre irmãos: uma lenda medieval! - Viginti unum


Escrita por: LeticiadAquario

Capítulo 21 - Viginti unum


Na manhã seguinte, logo cedo, Chris acordou finalmente. Ele estava com a barriga enfaixada, e quando se sentou sentiu um pouco de dor no local. Os companheiros do rapaz logo se reuniram a sua volta.

- O...que houve? Onde estamos? – Disse Chris, um pouco confuso.

- Estamos protegidos por enquanto, eu e Clare fizemos esta espécie de cabana! – Disse Penny.

- Alguns dos inimigos que restaram partiram logo depois de você ter sido ferido gravemente. – Concluiu Eiden.

Chris se lembrou na mesma hora do que tinha acontecido. Ele se lembrou de seu encontro com Beniesh, de suas palavras e de como foi derrotado outra vez. Ao olhar com mais atenção para cada um dos seus amigos, Chris ficou triste e nervoso ao vê-los feridos e cansados.

- Você está bem Chris?  - Perguntou Clare, preocupada.

- Não...Que droga! – Disse Chris, nervoso.

- Pode explicar o que foi aquilo ontem? Quem era aquele ogro? – Perguntou Feanor, sério.

- Aquele era o mesmo ogro que levou a minha irmã...Foi contra ele que tentei lutar a muito tempo, e ele quase me matou duas vezes... – Respondeu Chris, decepcionado. – Pela segunda vez eu estava no chão, incapacitado, e fui obrigado a vê-lo partir...

- Entendo... – Disse Eiden.

- Mas não é motivo suficiente para explicar sua imprudência. Já falei com você isso algumas vezes, mas você tem que se acalmar em algumas situações! Tanto ontem como no Reino de Stráuvia...suas ações podiam ter custado a sua vida, e a de todos nós aqui. – Disse Feanor, nervoso.

Chris não disse nada, pois sabia que o elfo tinha razão. Ele deu uma rápida olhada nos machucados de Feanor e de Eiden, depois voltou a olhar para o chão, como se fosse um garoto que aprontou uma travessura.

- Mas não se culpe pelo que houve conosco! Você reencontrou o raptor da Teresa, não teve culpa de perder a razão... – Disse Clare, tentando animar o rapaz.

- Não tente aliviar para o lado dele Clare! Ele não é uma criança! – Disse Penny, séria.

- Isso mesmo, mas apesar disso tudo...Era impossível todos sairmos ilesos de um combate como aquele, mesmo que o Chris não tivesse explodido. Os inimigos eram em maior número e bem fortes, nós nos saímos bem para a situação. – Disse Feanor, suspirando. – Não é só você que ficou frustrado ontem Chris, eu também fiquei. Preciso melhorar e ficar mais forte.

- Eu também, é ridículo o trabalho que tive ontem... – Disse Eiden, sério.

- Verdade...Preciso me aprimorar bem mais. – Disse Penny, pensativa.

- Foi minha primeira luta real...Apesar de não ter sido tão ruim, eu ainda tenho muito a aprender. – Disse Clare, sem graça.

Não apenas por terem tido trabalho com seus inimigos, todos os quatro ficaram frustrados por não terem conseguido ajudar o Chris quando ele mais precisou. Mas eles não contaram isso, é claro.

- Perdoem-me amigos...Por minha causa, por ser fraco ainda, eu deixei vocês para trás e acabaram em perigo. Achei que agora conseguiria derrotá-lo...mas ele é forte demais para mim ainda. – Disse Chris, tristemente.

- Tudo bem, não precisa se culpar tanto, mesmo tendo sim uma parcela de culpa. Encontraremos aquele ogro outra vez, dá próxima estaremos mais fortes e não cairemos nos mesmos erros. – Disse Feanor, sorrindo. – É assim que a vida é.

- Isso mesmo! – Disseram Eiden, Clare e Penny, sorridentes.

Mas Chris ainda estava triste, pois ele não parava de pensar nas palavras do ogro em relação à Teresa.

- Feanor...Ele disse que a Teresa estava sendo mantida presa num calabouço, e que o Deysmon vai visita-la sempre. – Disse Chris, preocupado. – Lembra do pesadelo que tive? Ela também estava em um calabouço lá...isso significa que ela também pode estar...

Chris socou o chão de raiva e preocupação, pois em seu sonho ele viu Teresa sofrendo. Só de imaginar isso outra vez, seu coração doía muito. Todos, menos Feanor, estavam confusos com as palavras de Chris; mas vendo a cara de sofrimento do rapaz, Clare pôde entender o que ele queria dizer.

- Mas...agora você tem certeza absoluta de que a Teresa está viva. – Disse Clare, gentilmente levantando o rosto de Chris, sorrindo.

O rapaz ainda não havia percebido, pois, desde o dia em que Teresa foi levada, ele sempre acreditou fielmente que ela estava viva e o esperando. Mesmo todos dizendo o contrário, e de as possibilidades serem muito ínfimas, ele sempre acreditou. E agora, pela primeira vez, ele teve certeza absoluta, alguém realmente disse que Teresa estava viva ainda.

- Pois é, você estava certo o tempo todo. – Disse Feanor.

- Isso! Ela está viva! – Disse Penny, contente.

- A esperança ainda está viva Chris. – Disse Eiden.

- É verdade...Ela está mesmo viva! Há há há...Ela está me esperando! – Disse Chris, rindo de alivio e se deitando novamente. – Obrigado pessoal...Não sei o que faria sem vocês...Vamos continuar nossa jornada!

Então, depois de recuperarem o ânimo e se arrumarem, os viajantes seguiram seu caminho. Passaram o dia todo andando pela ravina de antes, que se estendia até muito além. No caminho eles sentiram o frio ficar mais constante, e que o céu estava acinzentado. Ao anoitecer, eles se instalaram próximos a um cerco de rochas e, depois de comerem um pouco, foram dormir; menos Chris que ficou responsável pela primeira vigia. O rapaz estava no topo de uma das rochas, olhando para o horizonte escuro, com apenas algumas luzes fracas no céu, que eram a lua e algumas estrelas. Enquanto olhava, ele não parava de pensar na sua irmã e nas palavras de Beniesh. Chris segurou seu colar com as duas mãos, depois as levou para sua testa e fechou os olhos, como se estivesse rezando.

- Teresa...Eu sei que a nossa conversa naquele dia não foi um sonho, você falou mesmo comigo. Então, por favor, fale comigo outra vez! Quero saber como você está! Se está machucada, se está com medo...Por favor, me dê à certeza de que você não está sofrendo! – Disse Chris, de olhos fechados.

Chris ficou em silêncio por alguns segundos, como se esperasse uma resposta.

- Eu sinto sua falta...Quero muito ver como está, deve estar muito bonita...Tenho tanto para lhe contar, e quero muito que conheça meus amigos! Sinto falta até de cantar aquela música junto com você... – Disse Chris, abrindo os olhos, com um sorriso triste – Mas vou te encontrar! Vou salva-la, não importa o que aconteça! Não deixe de confiar em mim, por favor, Teresa.

A noite seguiu, e Penny, que deveria ter tomado o segundo turno da vigia, não quis acordar. Chris teve que passar a noite toda no posto. Porém, ele não conseguiu ficar acordado; o rapaz dormiu bem em cima da rocha. E todos ficaram assim, mesmo quando já havia amanhecido. Então, enquanto todos estavam dormindo, pequenas criaturas começaram a aparecer, e a se aproximar dos viajantes sorrateiramente. Elas eram verdes, pequenas, e bem feias; quase não usavam roupas e carregavam pequenas armas na cintura, que mais pareciam de brinquedo. As criaturas começaram a pegar as bagagens dos viajantes, pegaram tudo em silêncio: as mochilas, a comida, as ervas. Então, quando estavam começando a desaparecer com as coisas roubadas, um dos pequenos monstros avistou o colar de Chris. A criatura se aproximou do rapaz e, com todo cuidado, tirou seu colar, mas quando estava para descer da rocha, Chris acordou.

- EI! O QUE ESTÃO FAZENDO!? – Gritou Chris, surpreso.

As criaturas se assustaram e começaram a correr, Chris, desengonçado, pulou da rocha e começou a segui-los. Os outros viajantes acordaram de susto e, ao verem seus pertences roubados e Chris correndo, foram atrás.

- O que aconteceu!? – Disse Clare, confusa e correndo.

- Fomos assaltados!? – Disse Penny, surpresa.

- Droga! Se não os ouvi chegar quer dizer que são... – Disse Eiden, seguindo Chris.

- Isso, são goblins! – Disse Feanor, pegando se arco.

- DEVOLVAM NOSSAS COISAS! – Gritou Chris, que pulou em cima do goblin que roubou seu colar.

O rapaz conseguiu pegar a criatura, mas o goblin mordeu ferozmente as mãos do rapaz, fazendo-o soltar por causa da dor. Os viajantes conseguiram alcançar Chris, então Feanor preparou uma flecha e disparou, certeiramente, na cabeça do goblin que Chris tentou pegar. O pequeno monstro caiu morto na mesma hora, então os outros pararam de fugir de repente, e começaram a correr em bando na direção dos viajantes.

- Eles ficaram furiosos. – Disse Eiden.

- Ei, ei...eles são um monte! E a mordida dói! – Disse Chris, se levantando e olhando para suas mãos feridas.

- Clare e Penny, contamos com a magia de vocês. – Disse Feanor, pegando mais flechas.

- Entendido! – Disseram Clare e Penny, juntas.

As duas moças colocaram suas mãos no chão e, usando seus poderes, fizeram raízes brotar do chão bem embaixo de onde o bando de goblins estava. Eles começaram a morrer pelas raízes e pela terra que engolia alguns que escapavam; Feanor aproveitou o pânico dos monstros e começou a acertar com suas flechas os que estavam de posse de seus itens, um por um, e também matava os desgarrados que conseguiam escapar da magia de suas amigas. Não levou muito tempo para acabarem com todos e para recuperarem suas coisas.

- Caramba...Quase perdemos tudo para essas coisinhas feias! – Disse Chris, suspirando.

- Goblins são especialistas em roubar e assassinar sem serem vistos, sempre andam em bando e faziam grandes estragos nas guerras. Devemos estar perto de um ninho deles. – Disse Eiden.

- Detesto essas criaturas! – Disse Penny.

- Não teríamos passado por isso se você tivesse tomado o resto da vigia de ontem... – Disse Chris, aborrecido.

- A culpa não foi minha! Fadas precisam de uma boa noite de sono para recuperar seus poderes! – Retrucou Penny.

- Então por que se ofereceu para vigiar!? – Disseram os quatro amigos da fada, confusos.

- Enfim, já estamos com tudo recuperado e, graças a essa pequena perseguição, já avançamos um pouco. Vamos continuar, assim evitaremos outro contato com estas coisas. – Disse Feanor, começando a andar. – Já sabemos que precisamos ter cuidado com as coisas pequenas.

- Pois é...São pequenos, porém mortais! – Disse Chris, olhando para seu machucado já quase curado.

- Tomem, vamos ter o café da manhã no caminho. – Disse Eiden, entregando um pouco de comida para cada um de seus amigos.

- Obrigada. O céu tem ficado cada vez mais escuro, não acham? – Disse Clare, olhando para o céu acinzentado.

- Sim, logo nem saberemos mais se é dia ou noite. Isso significa perigo. – Disse Feanor, sério.

- Significa que estamos chegando às tais ruinas! – Disse Chris.

- Vamos encarar muita escuridão, mas ela irá passar. – Disse Penny.

- E frio também, mas só veremos neve quando chegarmos às montanhas. E aí será outro problema... – Disse Eiden.

- Por quê? – Perguntou Chris, curioso.

- Para não escalarmos as montanhas, teríamos de seguir um caminho entre elas, que seria mais rápido. Mas essa rota está totalmente bloqueada, e tomada pelo Reino de Inflayster. Só um exército para passar por lá. – Explicou Eiden, sério. – Isso significa que não teremos escolha se não passar pelas montanhas por cima, escalando mesmo. Mas não para por aí...

- Tem mais problemas!? – Disse Penny, já cansada só de ouvir.

- A barreira de Inflayster se estende até um pouco depois das montanhas, e para evitar isso teremos que cruzar parte da nossa rota pelo mar. Assim contornaremos essa barreira, mas não significa que será mais fácil e rápido. – Concluiu Eiden.

- O mar... – Disseram os quatro viajantes, encarando Eiden.

- Não me digam que nunca viram o mar!? – Disse Eiden, surpreso.

- Eu já vi uma vez na guerra, mas nunca naveguei... – Disse Feanor, pensativo.

- EU NUNCA VI! – Disseram Chris, Penny e Clare, empolgados. – QUE LEGAL!

Assim, já planejando os próximos passos, os viajantes continuaram o caminho, em direção as ruinas do Reino de Waardy. 



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