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História Promessa entre irmãos: uma lenda medieval! - Viginti et quatuor


Escrita por: LeticiadAquario

Capítulo 24 - Viginti et quatuor


O céu sobre os viajantes continuava escuro, mas não tanto quanto antes, ele estava cinza agora. Mas ainda era difícil de enxergar e de identificar quando era dia ou noite, por essa razão Eiden seguia liderando os amigos com sua visão poderosa; Clare às vezes dava mais luz com sua magia, mas era o dragão que guiava a todos praticamente. Em um cenário tão assustador e incomodo, os viajantes decidiriam parar apenas uma vez para dormir e comer, a pausa das tardes ficaria para depois que vissem luz de novo. Dias se passaram andando pela escuridão, e nesse tempo Feanor melhorava de seus machucados, ele estava retomando sua velocidade normal e suas feridas já estavam quase todas cicatrizadas, embora ainda sentisse dor em certos lugares.

- Quando veremos luz outra vez!? Todo esse breu está me deixando louca! – Disse Penny, incomodada.

- Hum...Eu também quero ver o sol logo que possível, mas caso queira Penny, eu posso usar minha magia de fogo outra vez... – Disse Clare, preocupada com a amiga.

- Há há há! Não se preocupe Clare, não gaste sua magia por isso! Mas concordo com a vovó...eu também cansei desse clima! Dormir está ficando impossível de tanto frio! – Disse Chris, que espirrou logo em seguida.

- “Vovó” é a sua mãe! – Disse Penny, voando e chutando a cabeça de Chris por trás. – E não estávamos falando do frio!

- Estamos todos incomodados, mas logo vai passar...Já estamos há dias nessa situação, sinto que logo voltaremos a ver a luz do sol. – Disse Feanor.

- Mal posso esperar...As noites que estou passando quase em claro não estão me caindo bem... – Disse Eiden, aparentemente exausto.

Desde que se afastaram das ruinas de Waardy, os viajantes têm sofrido constantes ataques de goblins durante o sono. Por isso, e para evitar ataques piores, Eiden ficou todos os dias de vigia, por ser o único com bons sentidos naquela escuridão. Chris e seus amigos, durante a viagem, passaram perto de mais ruinas, dessa vez de vilas, mas, para evitar uma experiência ruim outra vez, não pararam para ver, apenas davam a volta e seguiam em frente. Depois de continuarem a andar, como sempre, os viajantes começaram a perceber uma diferença de solo.

- A grama sumiu...Parece que estamos pisando em pedras! – Disse Chris, pisando no chão firmemente.

- Mudamos de terreno sem perceber. – Disse Feanor, que conseguiu ver o chão repleto de pedras.

- Caramba...Espero não ter que lutar aqui, não é um bom ambiente para mim. – Disse Penny, tocando no chão pedregoso.

- Todos fiquem perto. Não apenas o chão é de pedra, mas tem vários pedregulhos e pedras afiadas por aqui. Sigam-me com cuidado, e não andem muito separados. – Disse Eiden, começando a andar com mais atenção.

Penny decidiu voar nesse trajeto e ficou planando bem perto de Feanor, que seguia bem atrás de Eiden. Clare segurou firme no braço esquerdo de Chris, e os dois andaram juntos; naquele momento, ambos ficaram aliviados de não conseguirem ver um palmo na frente do nariz direito, pois os dois estavam com os rostos vermelhos de vergonha. Seguindo em ritmo lento, durante o caminho, os viajantes notaram que agora começava a chover, mas não era uma chuva qualquer...era uma grande tempestade.

- AAAH! Me segura Feanor! – Gritou Penny, que quase foi levada pelo vento forte.

- Cuidado! Segura nas minhas costas! – Disse Feanor, segurando a fada e a colocando sobre suas costas.

- Caramba! Faz tempo que não vejo uma tempestade assim! Estamos encharcados! – Disse Chris, colocando Clare perto de seu corpo, e usando seu braço esquerdo para tentar se proteger da chuva.

- Tem até raios! Eiden, não consegue ver nenhum abrigo por perto? – Disse Clare, com frio, e envergonhada por estar tão perto de Chris.

- Droga...Não vejo nenhum abrigo, agora a chuva também dificultou minha visão. – Disse Eiden, olhando para todos os lados.

De repente, os viajantes sentiram um tremor. Depois outro. E mais outro. Os tremores eram fortes, os viajantes só não caíram de cara no chão por estarem próximos e por se equilibrarem.

- O que é i-i-i-isso!? – Disse Chris, em meio aos tremores.

- N-n-n-nada bom! – Disse Feanor, com dificuldades de se manter em pé.

- Ah não...SEGUREM-SE PESSOAL! – Gritou Eiden.

Então, Chris e seus amigos foram levantados para o alto, abruptamente. O chão havia se erguido, levando os viajantes junto. Ao atingirem uma altura incrível, os viajantes foram lançados ao ar e começaram a cair. Durante a queda, Chris e seus amigos conseguiram ver o que havia acontecido: o chão não havia subido, eles estavam em cima de um ser gigante feito de pedras. A criatura colossal não tinha olhos e nem boca, mas possuía o físico de um humano, mas gigante e completamente feito de pedras. Feanor foi rápido e se segurou em um dos pedregulhos das costas do monstro, Penny segurava o elfo com muita força e não caiu também. Porém, Clare escorregou das mãos de Chris.

- CLARE! – Gritou Chris, que juntou os braços e começou a cair mais depressa.

Ao ficar na mesma altura que a maga, o rapaz a segurou firme, pegou sua espada e a cravou nas costas do monstro. A espada de Chris deslizou um pouco, fazendo os dois ficarem bem abaixo de Feanor e Penny. Eiden usou suas mãos fortes para se agarrar no braço do monstro.

- QUE COISA É ESSA!? UM GIGANTE!? – Gritou Chris, pendurado.

- Não um gigante normal...É um gigante de pedra! – Disse Eiden, surpreso.

- Droga! Não é apenas um! – Disse Feanor, nervoso.

No mesmo instante, os viajantes puderam ver um, dois...três. Muitos gigantes de pedra surgindo próximos a eles. Em meio a tempestade, os gigantes soltavam rugidos ensurdecedores, que mais se assemelhavam a barulhos de trovão. Sem poder tapar os ouvidos, e quase escorregando pela chuva, os viajantes estavam apavorados, sem saber como escapariam dessa. Em certo momento, o gigante de pedra, no qual Chris e seus amigos estavam, berrou bem alto e, logo em seguida, virou seu rosto gigante para Chris.

- Acho que ele sentiu seu golpe de espada... – Disse Clare, sem tirar os olhos do rosto do gigante.

- E parece que ele não gostou nada disso... – Completou Penny, nervosa.

O gigante de pedra, então, levou o seu braço direito até suas costas e começou a se coçar, em uma tentativa para se livrar de Chris e seus amigos. O que era uma simples coceira para o monstro, era como um terremoto e uma avalanche de pedras para os viajantes. A mão da criatura estava, exatamente, entre Chris e Feanor, ambos não aguentavam mais se segurar. Então, Eiden se soltou do braço do monstro e pulou para trás. Ao fazer isso, em pleno ar, Eiden se transformou em dragão. Ao tocar no chão, e provocar mais um grande tremor, ele usou uma de suas patas dianteiras para pegar seus amigos rapidamente das costas da criatura. Eiden segurava seus amigos com cuidado e firmeza ao mesmo tempo, os viajantes ficaram espantados observando aquele confronto gigantesco da pata de Eiden.

- “Aguentem firme, e se segurem!”.

A voz de Eiden, enquanto dragão, ecoou na cabeça dos viajantes. Dessa vez, não apenas Chris conseguia ouvi-lo. Por ser grande, o gigante tinha movimentos lentos, então ele virou seu corpo na direção de Eiden, como se estivesse indignado com a presença do dragão. Eiden usou sua cauda e atacou o gigante de pedra rapidamente, desequilibrando a criatura e a derrubando no chão. Isso chamou a atenção de todos os gigantes de pedra do local, eles começaram a andar na direção do dragão, que estava concentrado em manter um único deles no chão. O dragão usou sua pata dianteira e as duas traseiras para pressionar o corpo do gigante contra o chão, impedindo-o de se levantar.

- EIDEN! OLHA PARA FRENTE! – Gritou Chris, assustado e apontando para frente.

Ao erguer a cabeça, Eiden só deu tempo de ver um enorme pedregulho voando em sua direção e atingindo-o no rosto. Um dos gigantes de pedra havia arremessado a pedra contra Eiden, que perdeu o equilíbrio e caiu para trás.

- EIDEN! LEVANTA! – Gritou Penny, preocupada.

Enquanto Eiden ainda tentava se recuperar da pedrada no rosto, o gigante que havia derrubado se levantou e segurou a cauda do dragão. Com muito esforço, o gigante levantou Eiden pela sua cauda e o jogou no chão, do outro lado; o dragão usou sua outra pata dianteira para proteger seus amigos do impacto, aproximando-os de seu corpo. Eiden se machucou, mas antes que pudesse tentar se recuperar, o bando de gigantes de pedra começava a se aproximar dele. Eiden foi veloz e deu um bote no gigante mais próximo, mordendo o rosto do monstro e usando seus dentes poderosos para arrancar e jogar a cabeça longe. No instante que fez isso, o corpo sem cabeça do gigante caiu morto, os outros começaram a tentar atacar o dragão outra vez. O dragão começou a rugir para assustar os gigantes e a mordê-los sem parar; os gigantes revidavam com rugidos igualmente potentes e com pedradas.

- ATRÁS DE NÓS! – Gritou Feanor.

Um gigante de pedra vinha por trás do dragão e, antes que o rapaz pudesse evitar, o monstro segurou nos chifres de Eiden e começou a puxa-lo para trás. Isso machucava o dragão, que começou a rugir de dor; seu corpo envergava mais e mais para trás, o gigante tinha como objetivo torcer seu corpo. Mas Eiden usou suas garras das patas traseiras e se plantou no chão, e começou a forçar a cabeça para trazer o gigante para frente, isso foi um verdadeiro cabo de guerra mortal. Ao mesmo tempo, um gigante de pedra corria na direção do dragão, com um pedregulho pontudo apontado para a barriga do rapaz.

- EIDEN! – Gritaram os amigos, preocupados.

O dragão usou sua cauda para chicotear o gigante que vinha em sua direção, fazendo-o soltar o pedregulho pontiagudo; logo em seguida, Eiden usou suas patas traseiras para empurrar o inimigo da frente e, com o impulso, conseguiu voltar todo o corpo para frente, lançando o gigante que o prendia para longe. Enquanto ofegava, sem tempo para pensar em mais nada, Eiden levou um poderoso soco no lado esquerdo de seu rosto, bem no lado de seu olho cego. O dragão caiu no chão, machucado e inconsciente. Os amigos de Eiden gritavam para que levantasse logo, pois os gigantes vinham em sua direção. Então, Clare começou a recitar rapidamente muitas palavras mágicas e fez com que, com sua magia, os raios da tempestade atingissem os gigantes, atrasando-os. Mas isso não duraria para sempre, os inimigos eram muitos e Clare não dava conta de todos.

- EIDEN, ACORDA!!! RÁPIDO! – Gritou Chris, com toda a força e fôlego que tinha.

Em um pulo, o dragão acordou e socou o gigante mais próximo, arrancando sua cabeça. Depois, Eiden usou sua cauda e girou, derrubando todos os gigantes ao seu redor. O dragão uso seu sopro de gelo, e impediu boa parte dos gigantes, mas eles eram mais fortes e quebravam o gelo com mais facilidade. Eiden começou a se afastar devagar, nervoso com a situação; o dragão mostrava os dentes e rugia para os gigantes sem parar.

- Para que esse barulho todo!? – Disse Penny, tapando os ouvidos.

- Ele está sem saber o que fazer!? –Disse Clare, fazendo o mesmo.

- Acho que ele...está tentando fazer outra coisa... – Disse Chris, observando a atitude do amigo dragão.

- “Droga! Se eu ao menos conseguisse...!!”.

Um gigante lançou outro pedregulho na direção do dragão, Eiden foi rápido dessa vez e se abaixou, usando suas asas para proteger a si mesmo e a seus amigos. Eiden voltou à ação, usando suas asas para afastar e jogar os gigantes para longe; o dragão avançou e desferiu uma cabeçada no gigante de pedra a sua frente, derrubando-o no chão. Outro monstro se aproximou do dragão e, usando suas mãos poderosas, segurou sua boca, fechando-a a força. Eiden mexia a cabeça freneticamente, tentando fazer o gigante solta-lo, mas sem sucesso; outro gigante de pedra surgiu por trás do dragão, e bateu em suas costas com força, forçando-o a ficar deitado no chão. Os gigantes começaram a se aproximar mais e mais de Eiden, batendo nele para que não levantasse mais.

- EIDEN! VOCÊ CONSEGUE! É O DRAGÃO MAIS FORTE DO MUNDO! – Gritou Chris, várias vezes, a plenos pulmões.

Depois de repetir essa frase várias vezes, seus amigos começaram a pronuncia-la também. Com o apoio de seus amigos, algo em Eiden despertou. Ele sentiu um ardor diferente em seu corpo, que estava subindo até sua garganta. O dragão conseguiu erguer seu pescoço para cima e, para a surpresa de todos, cuspiu fogo. A força do sopro foi tão poderosa que fez o gigante que prendia sua boca recuar, em chamas. Eiden continuou a cuspir suas chamas para todos os lados, queimando os gigantes e fazendo-os recuar. Os gigantes de pedra começaram a fugir, todos ardendo em chamas, sem conseguir apaga-las mesmo com a chuva forte. Então, quando a área ao seu redor já estava livre, Eiden abriu suas asas e, em grande velocidade, alçou voo. O dragão subiu até além das nuvens de chuva, passando pela tempestade, até alcançar algo incrível: o céu da noite, todo estrelado e limpo. Eiden planou por um tempo, surpreso com a vista, o dragão colocou seus amigos em suas costas com cuidado.

- O céu da noite... – Disse Feanor, impressionado.

- LUZES! – Disse Penny, rindo de felicidade.

- Incrível! – Disse Chris.

- Que lindo! – Disse Clare, maravilhada.

- “Estão...todos bem aí?”

- SIM! – Disseram os viajantes, desviando a atenção para o dragão.

Os viajantes, então, começaram a olhar para baixo. Eles conseguiram ver que, além das nuvens de chuva, havia um tipo de nevoeiro negro, ele se estendia muito atrás dos amigos e um pouco mais para frente também.

- Sinto um poder negro muito grande... – Disse Clare, olhando para o nevoeiro. – Essa é a magia que faz com que o céu fique escuro.

- Não consegue desfazer isso? – Perguntou Feanor.

- Infelizmente...não tenho tanto poder para isso, se eu fosse mais forte ou se pudéssemos eliminar a origem desta magia... – Disse Clare, tristemente.

- Tudo bem, quando vencermos o Deysmon, tudo ficará bem! – Disse Chris, colocando sua mão no ombro de Clare.

Mesmo com as nuvens e com o nevoeiro mágico, era possível ver os gigantes de pedra do alto. Eles ocupavam grande parte do lugar, havia muitos.

- Minhas Deusas...Estávamos no meio de um campo de guerra! – Disse Penny, surpresa.

- “Estávamos pisando neles o tempo todo...”.

- Que loucura! Achei que seria nosso fim! – Disse Chris, caindo de costas no corpo do dragão. – Nossa...é tão boa essa brisa...Sentia falta disso.

Eiden começou a voar, em frente; a brisa e a tranquilidade do céu noturno encantaram os viajantes. Chris e seus amigos não conseguiam falar nada durante o voo, apenas olhavam para o céu, e curtiam o vento em seus rostos. Eles ficaram assim por uma hora.

- “Desculpem amigos...mas preciso descer...Já não aguento mais.”

Eiden desceu devagar, tomando cuidado com seus amigos. Os viajantes voltaram para a chuva e para a escuridão, eles estavam em um campo de novo, com algumas poucas árvores e pedras espalhadas. Eiden se deitou no chão, e seus amigos desceram.

- Você conseguiu! Cuspiu fogo! – Disse Chris, contente.

- E foi incrível lá atrás, se não fosse por você, teríamos morrido. – Disse Feanor, sorrindo.

- Parabéns Eiden! – Disse Penny, batendo palmas.

- E muito obrigada também. – Disse Clare, sorrindo.

- “Foi graças a vocês...Se não fossem vocês, eu nunca teria ficado forte assim. E agradeço muito pela ajuda lá, eu também teria morrido se não fosse por vocês. Obrigado!”

- Mas...Está tudo bem? Acho que deve estar com muita dor... – Disse Feanor, preocupado.

- “Já estive pior...mas estou ferido sim, mesmo não sendo nada grave. Uma noite de sono vai me fazer bem, amanhã continuaremos.”

- Como vamos dormir nessa chuva? Eu vi árvores lá de cima...mas não consigo ver... – Disse Chris, tentando ver ao redor.

Eiden usou sua cauda para arrastar seus amigos até perto de seu corpo, ele usou suas assas para cobri-los. Parecia que Chris e seus amigos estavam dentro de uma grande cabana.

- “Assim está bom? Ficarei bem aqui...Só quero dormir...”

- Está ótimo! E quentinho! Muito obrigado Eiden! – Disse Chris, contente.

Eiden dormiu, e não se incomodou com a chuva. Chris e seus amigos relaxaram e se encostaram à barriga do dragão, que estava bem quente por causa do fogo. Depois de muito tempo, os viajantes conseguiram ter uma noite de sono tranquila e sem problemas, graças à proteção de um poderoso dragão.



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