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História Promessa entre irmãos: uma lenda medieval! - Triginta septem


Escrita por: LeticiadAquario

Capítulo 37 - Triginta septem


Dois dias se passaram desde os acontecimentos no Reino de Vernance, os viajantes se aproximavam cada vez mais das montanhas congelantes. Eles agora andavam mais em direção ao leste, com a intenção de andar pelas extremidades das montanhas e chegar ao mar em segurança. O tempo ficou ainda mais frio do que antes, e os ventos estavam muito mais violentos; os dias ficaram mais curtos e as noites duravam mais, os viajantes foram obrigados a seguir parte do caminho de noite também. Porém, Chris e seus amigos progrediram muito desde a batalha contra os vampiros: As magias de Clare, Penny e Eiden ficaram mais poderosas e exigiam menos de seus conjuradores; da mesma maneira todos se fortaleceram bastante fisicamente, principalmente Chris, com todas as batalhas difíceis que já participou. Então, em certo dia frio...

- Ei, Feanor, não quero parecer muito preocupada, mas quanto de comida e ervas temos ainda? – Perguntou Penny.

- Não muita, principalmente ervas. Gastamos muito graças a luta contra os vampiros. Mas se racionarmos bem, devemos conseguir chegar até o mar com isso, o problema mesmo é depois... – Disse Feanor.

- Água não é um problema tão grande, nas montanhas existem fontes e podemos beber a do mar também em último caso. Em relação a comida e ervas...acho que podemos conseguir em alguma ilha, sei que vamos passar perto de uma ou duas... – Disse Eiden, pensativo.

- Precisamos tomar cuidado para economizar ervas, caso não encontremos mais. – Disse Clare, preocupada.

- Certo, vamos tomar cuidado e racionar o máximo que der! Atravessaremos o mar custe o que custar, dará tudo certo pessoal! – Disse Chris, determinado.

- Gostaria de encontrar árvores saudáveis também, estou com poucas flechas... – Disse Feanor, olhando para seu escasso estoque de flechas. – Consegui recuperar algumas das que usei em Vernance, mas perdi muitas também.

- Falando nisso, seria bom se todos nós conseguíssemos armas novas... A situação de Chris, por exemplo, é terrível! Suas proteções já eram praticamente, e logo sua espada vai partir também... – Disse Penny, pensativa.

- Vira essa boca para lá! Essa espada é muito importante para mim, eu cuido bem dela e nunca vai quebrar! – Retrucou Chris, emburrado.

No mesmo instante, flocos brancos começaram a cair do céu, devagar, como chuva. Os viajantes pararam e olharam surpresos para o céu. Chris estendeu a mão, para que um dos flocos o tocasse; quando aconteceu, o floco derreteu no mesmo instante.

- É neve! – Disse Chris, contente.

- Que lindo! – Disse Clare, erguendo as mãos para o céu.

- Há há há! Que legal! – Disse Penny, voando e observando a neve de perto.

- Isso é bem nostálgico... – Disse Feanor, sorrindo.

- É sinal de que estamos perto das montanhas. Preparem-se amigos, ficará ainda mais frio agora. – Disse Eiden.

E realmente ficou. A neve não parou de cair em nenhum momento, durante os dias seguintes. Em certa noite, Chris ficou responsável pela vigia e estava amolando sua espada de prata, enquanto fazia isso, ele, sem querer, cortou a mão. Ao parar e ver seu sangue escorrer, o rapaz se lembrou subitamente das palavras de Malkon e da última conversa que tivera com seus amigos sobre o plano de Deysmon.

- “Sangue sagrado”.... O que ele quis dizer com isso? Teresa...será que nós, realmente, não somos humanos normais? – Disse Chris, vendo seu ferimento se fechar sozinho. – Mas...então, o que nós somos?

No Reino de Inflayster, a harpia espiã de Deysmon informou a seu rei o que aconteceu com o Reino de Vernance, disse que Chris e seus companheiros expulsaram os vampiros, matando Malkon, o líder. Pela primeira vez, Deysmon ficou certo tempo em silêncio depois da notícia, não sorriu nenhuma vez. Quando ficou sozinho na sala do trono, o demônio se levantou, começou a caminhar e então, finalmente falou.

- O Malkon caiu perante ele também... Estou desapontado, muito mesmo... – Disse Deysmon, usando sua magia para criar uma projeção e ver Chris e seus amigos viajando. – Como pode essa praga estar me irritando tanto!? Me desafiando, matando meus lacaios...e tomando os meus domínios! Fui condescendente até agora..., mas já chega!

Deysmon ergueu sua mão direita e apontou para a projeção de Chris, ele tinha a intenção de fazer alguma magia negra, mas, para sua surpresa, nada aconteceu com o rapaz.

- O que está havendo? Por que não consigo mata-lo?! Eu deveria conseguir! Tive domínio sobre seu inconsciente antes! – Disse Deysmon, furioso e tentando mais vezes.

Depois de tentar várias vezes, sem sucesso algum, o demônio sentiu uma dor muito forte em seu braço direito de repente. Deysmon se afastou da projeção, e ficou de joelhos, segurando seu braço.

- Há há há... Acho que já entendi... Sophia, você, mesmo morta, ainda insiste em me vigiar! Você protege eles de mim... Não posso mata-lo com minha magia negra, mas existem outros meios para dar fim a vida de seu precioso filho! – Disse Deysmon, rindo. – Ah...Graças a isso você me fez recordar o ódio que sinto por você, mas pode ter certeza Sophia...eu farei seus filhos pagarem caro pelo que você e sua raça fizeram! Quando minha raça retornar, pode ter certeza de que eles serão os primeiros a sofrer!

No mesmo instante, Chris e Teresa sentiram uma sensação muito ruim ao mesmo tempo. Chris parou de andar e, instintivamente, segurou seu colar contra seu peito.

- O que houve Chris? – Perguntou Clare, segurando a mão do rapaz.

- Algum problema? – Perguntou Feanor.

- Não sei... Senti algo ruim, mas não deve ser nada demais! Estou bem! – Disse Chris, passando sua mão delicadamente no cabelo de Clare. – Não se preocupem, vamos andando.

E ao mesmo tempo, no calabouço do Reino de Inflayster...

- Que sensação terrível... – Disse Teresa, segurando seu colar. – Espero que nada de mal tenha acontecido com o Chris... Imagino que ele deve estar mais perto, já se passaram meses desde que ouvi notícias sobre ele. Bem, preciso continuar a me fortalecer! Caso contrário, não poderei cumprir a promessa que fiz com ele!

Teresa voltou a meditar, ela começou a fazer isso a um mês. Toda vez que Deysmon saia de perto, ou quando terminava suas sessões de treino absurdas, a garota se concentrava para treinar seu espirito e sua magia. Graças a isso, Teresa ficou mais forte e mais resistente, porém, ela ainda sofria muito fisicamente com os treinos que Deysmon a obrigava a fazer.

Com o passar do tempo, o caminho dos viajantes começou a ser repleto de neve. Todo o chão estava coberto de branco, a neve caia cada vez mais forte e, é claro, o frio aumentava mais. No começo, Chris achou muito divertido tudo aquilo: ele, Clare e Penny brincaram boa parte do caminho com a neve. Porém, as noites se tornaram absurdas demais para dormir com uma simples fogueira, começou a ser constante ter nevascas durante a noite.

- Então como fazemos? Mesmo que fiquemos juntos, não vai ser suficiente, já que não acham que uma fogueira funciona... – Disse Eiden, suspirando. – Hum... O que é? Por que estão me olhando assim?

Chris, Feanor, Penny e Clare só conseguiram pensar em uma solução para suportar as noites frias: Eiden teria de virar dragão toda noite, e o restante dormiria em baixo de suas asas, perto de seu corpo quente como fogo.

- Ah! Que gostoso! – Disse Chris, se debruçando na barriga do dragão.

- É tão quentinho! – Disse Clare, contente.

- Você é o melhor Eiden! – Disse Penny, rindo.

- “Sinceramente, a que ponto eu cheguei!?”

- Não diga isso, é só até passarmos do frio das montanhas. Depois nunca mais precisa fazer isso. Vamos dormir agora, “grande dragão”. – Disse Feanor, segurando a risada.

E assim a viagem seguiu, até os viajantes chegarem, finalmente, no pé das montanhas congelantes. 



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