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História Promessa entre irmãos: uma lenda medieval! - Quadraginta


Escrita por: LeticiadAquario

Capítulo 40 - Quadraginta


Os viajantes chegaram a um ambiente no qual o chão era coberto de cascalhos e pedras para todos os lados, o vento era forte e carregava a maresia para os rostos de Chris e seus amigos. Ao verem o imenso mar, bem à frente, as ondas batendo violentamente nas pedras no chão, todos os viajantes ficaram maravilhados.

- Nossa.... Que enorme! – Disse Chris, impressionado.

- Legal! Nunca vi tanta água assim! – Disse Penny, empolgada.

- É lindo.... Lindo demais! – Disse Clare, contente.

- Nunca tinha parado para ver o mar.... E é mesmo incrível. – Disse Feanor.

Até Nique concentrou seu olhar no imenso mar azul, o pequeno grifo parecia muito impressionado também. Porém, de tanto se surpreenderem com o mar, os viajantes não perceberam os detalhes da praia.

- Ei! Abaixem todos! – Disse Eiden, se escondendo atrás de uma série de pedras grandes, seguido de seus amigos. – Olhem com atenção para a praia.

Após erguerem a cabeça com cuidado, os viajantes ficaram bem assustados com o que viram: parte da praia estava cheia de navios ancorados, todos com o brasão de Inflayster. Havia alguns soldados dentro e fora de suas embarcações, pareciam esperar por algo.

- Droga! Nunca vi tantos assim! – Disse Chris, nervoso.

- Essa não... Pensei que eles não sabiam do nosso plano! – Disse Clare, preocupada.

- Talvez não saibam mesmo, isso é só uma precaução que Deysmon tomou... – Disse Feanor, pensativo.

- Ainda sim... Isso é péssimo! Nunca pensei que encontraríamos praticamente um exército aqui! – Disse Penny.

- Não dá para enfrentar todos eles, estão bem armados e em maior número. Além disso, estragaríamos o nosso plano de chegar com cuidado e sem atenção ao outro lado. – Disse Eiden, nervoso.

- Tem que ter um jeito de atravessar esse lugar sem sermos pegos! – Disse Chris, olhando para todos os lados, procurando algo que resolvesse seu problema.

Enquanto Chris balançava a cabeça em todas as direções possíveis para procurar uma solução, Nique subiu em uma das pedras, ignorando a possibilidade de ser visto.

- Nique! Vem para cá! É perigoso! – Disse Clare.

O grifo começou a apontar seu bico para uma certa direção, ele usou sua cauda para bater no rosto de Chris e chamar sua atenção.

- Ai! O que houve!? – Disse Chris, esfregando o rosto e olhando na direção que o grifo apontou. – É...uma casa!?

Todos olharam bem e viram, alguns metros depois de onde os navios de Inflayster estavam ancorados, uma casa bem a beira mar. Havia vários remos, redes e botes do lado de fora; parecia ser uma casa de pescador. Alguns poucos soldados de Inflayster estavam na frente do local, encarando o mar.

- Vejam, um barco está chegando. – Disse Feanor, apontando para o mar.

Era um barco de médio porte, com velas grandes e um par de remos. Ele estava carregando três barris e duas pessoas estavam a bordo: dois senhores, um velho e um adulto; eles eram simples, bem pobres e, pelos seus rostos, estavam exaustos, fora que pareciam não comer direito a dias. Após aportarem atrás da casa, vários soldados se aproximaram e começaram a tirar os barris do barco. Os dois senhores desceram e pareciam discutir com os soldados.

- Eu não consigo ouvir a conversa... – Disse Chris, incomodado.

- Nós conseguimos. – Disseram Eiden e Feanor, tentando prestar atenção à cena.

- Ótimo! Nos contem tudo! – Disse Penny, curiosa.

- Os soldados estão indagando o porquê dos senhores terem trazido poucos peixes, só dois barris estão carregados e ainda pela metade. – Contou Eiden.

- E eles responderam que os peixes estão escassos nesta área, por alguma razão eles migraram para outra parte do mar. – Continuou Feanor. – Os soldados de Inflayster usam o peixe que vem daqui como parte da alimentação, mas agora eles estão conseguindo cada vez menos.

- Por consequência, os dois senhores ali não ficam com nenhum peixe que pegam, o pouco que conseguem vai para os soldados. – Completou Eiden. – Os soldados querem que os pescadores continuem procurando e indo mais longe para buscar comida.

- Mas eles estão dizendo que mais além é perigoso, está cheio de monstros e piratas. Além disso, eles não aguentariam uma viagem longa. – Disse Feanor.

- Estão batendo neles! – Disse Clare, preocupada.

- Que filhos da-

- Calma! Não comece! Olhe bem para a situação! – Disse Feanor, segurando o braço de Chris. – Os inimigos não vão matar os pescadores, eles são muito canalhas para irem pescar por si próprios.

- Que horror... Os pobres coitados vão acabar morrendo logo... – Disse Penny, tristemente.

- Então, com isso sabemos que esses soldados só estão aqui para buscar alimento e fiscalizar o “trabalho” dos pescadores. – Disse Eiden. – Mas não resolve nosso problema de passar e atravessar o mar.

- Bom... Não é algo muito honesto, mas podemos pegar o barco dos pescadores de noite e navegar. A falta de luz e nosso silêncio fará com que ninguém desconfie e, se conseguirmos nos afastar bem, não vão nos perseguir caso notem a falta do barco. – Disse Clare, pensativa. – Hã? Algum problema?

Todos olharam muito surpresos para Clare, não pela ideia exatamente, pois todos já pensavam nisso, mas por ter sido ela quem sugeriu.

- Há há há! Nenhum! É por essas e outras que eu te amo! – Disse Chris, beijando a garota.

- Vamos roubar... Bem, não temos outra ideia mesmo. – Disse Feanor, suspirando.

- Não é roubo! Vamos devolver o barco para eles! – Disse Chris, determinado. – Quando tudo acabar.

- Duvido que ele estará inteiro para isso... – Comentou Penny.

- Esses soldados são do tipo que, de noite, só vive dentro do navio fazendo festa e bebendo... Bem típico. Não vai ser problema se formos de noite. – Disse Eiden, observando os soldados.

Nique parecia bem animado com todo o plano, mas como sabia que era para se manter em silêncio, ficou bem calmo e comportado aparentemente.

- Algum de vocês sabe navegar...né? – Perguntou Clare.

- Na verdade não... – Disseram todos, sem graça.

- Mas não deve ser difícil! Quer dizer, é só remar e o vento ajuda também! – Disse Chris.

- Estou começando a ficar com medo do que está por vir... – Disse Penny, nervosa.

- Daremos um jeito, agora vamos esperar anoitecer. Vamos aproveitar e nos preparar. – Disse Feanor, sério. – Eiden, sabe nos guiar pelo mar até a encosta que devemos ir?

- Um pouco... Eu só voei por aí, mas eu posso me guiar pelo céu. De noite, pelas estrelas, eu saberei bem o caminho. Além disso, quando começarmos a sentir um cheiro horrível de enxofre e coisas mortas, estaremos no lugar certo. – Disse Eiden.

- E que lugar terrível é esse!? – Disse Clare, espantada.

- Eu sei! É o pântano! Então vamos passar mesmo por ali.... – Disse Penny, levemente apavorada.

- De lá é só caminho por terra até o Reino de Inflayster. – Disse Feanor. – Ao menos eu acho...

- “Acha”? – Disse Chris, confuso.

- Faz muito tempo que fui por ali e, ainda sim, nunca cheguei até o Reino de Inflayster. As coisas depois do mar serão novidade para mim. – Disse Feanor, sem graça.

- Isso vale para mim também, eu ficava mais por aqui, perto das montanhas, mas nunca cheguei a ir mais além. – Disse Eiden.

- Não faz mal, se é só um caminho único... – Disse Clare.

- E não é só isso. Não se preocupem, quero dizer, olhem para mim! Eu saí de Floriyan sem conhecer nada do outro lado dos muros, mas cheguei até aqui. Estaremos juntos, e com certeza chegaremos até o Reino de Inflayster! – Disse Chris, corajosamente.

 Com todos decididos e determinados, os viajantes aguardaram o anoitecer. Os soldados de Inflayster, como Eiden dissera, ficaram todos dentro de seus respectivos navios e, pelo barulho vindo deles, estavam mesmo festejando. A casa dos pescadores estava livre, mas suas portas e janelas estavam trancadas. Chris e seus amigos começaram a caminhar com muito cuidado até lá, se esforçando para não fazer nenhum tipo de barulho. Ao chegarem até o barco, Eiden e Feanor começaram a desamarra-lo, enquanto Clare, Penny e Nique subiam a bordo. Chris começou a tirar dois sacos de sua mochila, e os colocou bem na frente da porta dos fundos da casa.

- Chris! O que fez? Vamos logo, já estamos de partida. – Sussurrou Feanor, já dentro do barco.

Chris começou a empurrar o barco e, quando já estava começando a avançar, pulou para dentro dele.

- Dei um pouco de comida e ervas para eles, e também coloquei um aviso de que o barco será devolvido um dia. – Disse Chris, sorridente.

- O que!? – Disse Penny, incrédula. – Nós já tínhamos pouco, e você tirou mais!? Não deu nossa preciosa água também né? Aquela que o Eiden tirou das fontes das montanhas....

- Não, calma aí! Deixe de ser egoísta. – Disse Chris.

- Bom, não podemos fazer nada... Esse é o Chris afinal. – Disse Feanor, sorrindo. – Vai pegar um dos remos.

- Vamos, pelas estrelas eu sei para onde temos que ir. – Disse Eiden, pegando o outro remo.

- Olhe só Nique, as estrelas parecem tão mais brilhantes daqui... – Disse Clare, acariciando o grifo e olhando para o céu.

E assim, os viajantes seguiram o caminho pelo mar. Afim de evitar perseguições, Eiden e Chris remaram por boa parte da noite, tomando distância dos inimigos. Mesmo nunca tendo navegado antes, os viajantes estavam conseguindo se sair bem juntos. Depois de verem que estavam no caminho certo, eles decidiram dormir, mas, é claro, Eiden teve de ficar no comando do barco, bem acordado.



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