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História Promessa entre irmãos: uma lenda medieval! - Quadraginta octo


Escrita por: LeticiadAquario

Capítulo 48 - Quadraginta octo


Assim como Maria havia dito, o navio dos viajantes era muito veloz. O vento ajudou muito a avançarem também, mas o sistema inovador dos remos longos foi o que mais surpreendeu os viajantes. Pela noite, Eiden voltou a analisar as estrelas e teve certeza de que estavam no caminho correto; Feanor e o rapaz dragão também cuidaram de sentir o clima com muita precisão, para conseguirem a certeza de que não seriam pegos por uma tempestade de surpresa outra vez. Ao longo da noite, todos decidiram dormir no convés do navio, até mesmo Eiden cochilou um pouco. Logo na manhã seguinte, Chris e seus amigos tiveram certeza de que ainda estavam no curso certo, mas de uma maneira bem desagradável.

- Que fedor! Nossa! – Disse Chris, tapando o nariz com força.

- É bem pior do que o esgoto do meu reino, parece o cheiro de um monte de cadáveres! – Disse Clare, se sentindo enjoada.

- Ai... Acho que o meu nariz vai cair! – Disse Penny, cobrindo o rosto com as mãos.

- Não exagerem, dá para suportar. – Disse Feanor, também tapando o nariz.

- Estamos perto do pântano, esse cheiro é um bom sinal. – Disse Eiden. – Talvez consigamos chegar hoje ainda.

Graças ao cheiro fétido constante, Chris e seus amigos passaram boa parte do dia abaixo do convés. Apenas Eiden, que conseguia suportar o cheiro mais facilmente, ficava em cima de vez em quando, tomando conta do leme e observando o caminho. E então, já no início da tarde, o rapaz dragão chamou todos ao convés.

- Já consigo ver o continente, está com um pouco de neblina, mas estamos mais perto do que nunca! – Disse Eiden, feliz.

- Tem razão, consigo ver também. – Disse Feanor.

- Viva! Apesar do cheiro, estou muito contente em saber que vamos voltar para terra firme! – Disse Chris, animado.

- Estou igualmente empolgada! – Disse Clare, contente.

- Eu também, mas não deveríamos estar. Pois tudo ali será bem mais perigoso do que pensamos. – Disse Penny.

- Não se preocupe, vamos cuidar disso lá! Por enquanto, podemos ficar felizes com isso pelo menos! – Disse Chris.

De repente, o navio dos viajantes parou bruscamente, jogando todos no chão.

- O que aconteceu!? – Disse Feanor, se levantando.

- Batemos em alguma pedra, ou algo assim? – Disse Clare, confusa.

Logo em seguida, tudo em volta dos viajantes começou a tremer, era como se o navio estivesse batendo em algo várias vezes, mas sem sair do lugar.

- Não pode ser uma pedra! O que droga está acontecendo!? – Disse Chris, nervoso.

- Ai minhas deusas, não digam que é outro monstro!? – Disse Penny, com medo.

Um rugido extremamente alto e assombroso ecoou pelo lugar, forçando os viajantes a taparem os ouvidos e voltarem ao chão, por causa da dor que o som causou. Em seguida, os tremores pararam subitamente, e tudo voltou a ficar em silêncio.

- Será que acabou? – Disse Clare, preocupada.

- Que rugido foi aquele? Nunca havia escutado algo tão assustador... – Disse Feanor, pensativo.

- Droga, eu acho que sei o que é..., mas se eu estiver certo, então... – Disse Eiden, observando o mar ao encostar na beira do navio. – SUBAM NO MASTRO! JÁ!

Apesar de confusos, os viajantes obedeceram rapidamente Eiden, e começaram a escalar o mastro principal. Quando todos já estavam relativamente distantes do convés, foram surpreendidos por um enorme redemoinho que engoliu boa parte do navio, ao olharem melhor, todos perceberam que o tal redemoinho gigante possuía inúmeros dentes grandes e pontudos, e estavam dilacerando o navio. Chris e todos os seus amigos estavam apavorados com tal visão.

- O QUE É ISSO!? – Gritaram os quatro viajantes, surpreendidos.

- É UM LEVIATÃ! – Disse Eiden, nervoso.

- Sério!? Eu pensava que era uma lenda! Estamos em sérios problemas... – Disse Feanor, chocado.

- Você não sabia disso!? Então estamos mesmo em problemas! – Disse Chris, impressionado.

O mastro onde os viajantes estavam se segurando começou a ceder, pois o navio inteiro já estava começando a ficar em pedaços e a desaparecer em meio ao redemoinho de dentes no mar. Então, Chris e seus amigos decidiram saltar e caíram do outro lado do, antes, navio, dentro do mar. De baixo d’água, todos ficaram paralisados de medo ao verem a forma do leviatã: mesmo em baixo do mar, ainda se via a boca imensa do animal, com fileiras de dentes intermináveis, então, olhando mais para baixo, foi possível ver que o monstro era coberto de escamas verdes, com várias nadadeiras e não era possível ver o fim de seu corpo comprido, como o de uma serpente, que se estendia até o sombrio escuro das profundezas do mar. Então, um dos olhos gigantes, de cor negra, observou os pequenos viajantes, afundando mais e mais, e paralisados de medo; isso fez com que Chris e seus amigos ficassem com mais pavor ainda. Apesar do tamanho imensurável, o leviatã se movia com grande velocidade; ele afundou mais e balançou um dos pares de suas barbatanas, com a intensão de afundar ainda mais os viajantes, que precisavam muito respirar. No instante em que a boca gigante e monstruosa do lendário animal estava prestes a pegar Chris e seus amigos de uma vez, Eiden chicoteou um dos olhos do monstro com sua cauda, pegou seus amigos e nadou o mais rápido que podia para a superfície.

- PRECISAMOS FUGIR DAQUI! – Gritou Penny, apavorada e de volta a superfície.

- EIDEN! NÃO DÁ PARA VENCER ESSA COISA!? – Disse Chris, tossindo e recuperando o fôlego.

“- Não dá! É impossível até para mim vencer um leviatã! Precisamos fugir! Segurem-se firme em meus chifres, vou fazer de tudo para nos levar voando daqui! – Disse Eiden, colocando seus amigos em cima de sua cabeça.”

Eiden, com dificuldade e pressa, começou a alçar voo, se esforçando para tirar rapidamente a água acumulada em suas asas. Quando o dragão começou a planar, e já estava prestes a pegar mais impulso e rumar ao céu, o leviatã surgiu com um salto e mordeu a cauda de Eiden e parte de suas duas patas traseiras com seus dentes assombrosos, e começou a puxa-lo para baixo. O dragão rugiu de dor e não teve força nenhuma para resistir e voltar a voar.

- EIDEN! – Gritaram os viajantes, segundos antes de serem puxados de volta para o mar.

Apesar da dor e do medo, Eiden se esforçou para virar o corpo e usou suas garras para tentar forçar o leviatã a abrir a boca. Com a resistência do dragão, o leviatã começou a chacoalhar a cabeça de um lado para o outro, forçando Eiden a parar de resistir, isso prejudicou ainda mais o dragão, e os viajantes que se seguravam nele também. Logo em seguida, o leviatã soltou o dragão e começou a abrir a boca, para devorá-lo; nesse instante, Eiden reagiu e disparou um sopro de fogo com muito poder e força, dentro da boca do monstro. O leviatã sentiu muita dor, ele fechou a boca rapidamente e começou a se remexer para todos os lados; era possível ver seu corpo brilhar por dentro, o monstro começou a afundar e a rugir de dor. Eiden aproveitou a chance e voltou a superfície, se esforçou de novo e começou a voar. Os viajantes estavam todos desmaiados, e Eiden, apesar de tudo, fez o possível para continuar a voar e levou todos em segurança até o continente. Bem a beira mar, próximos ao pântano, Eiden voltou a sua forma humana, totalmente ferido e desmaiou também.

Já no fim da tarde, Chris acordou, bem assustado e vomitando a água que havia respirado e engolido antes.

- Chegamos em terra? Ah! Pessoal, todos estão bem? Acordem! – Disse Chris, se levantando com dificuldade.

Foi então que o rapaz viu a situação de Eiden, ele correu desesperado na direção do rapaz dragão, bem preocupado ao ver as pernas do amigo muito feridas e sangrando.

- EIDEN! ACORDA! – Gritou Chris, chacoalhando o amigo.

Logo em seguida, o restante dos viajantes acordou e foram, quase que imediatamente, até Eiden, e ficaram muito chocados com os ferimentos que recebeu. Então, depois do esforço de todos em reanima-lo, Eiden acordou.

- Pessoal...nós...chegamos no pântano? – Disse Eiden, recuperando a consciência aos poucos.

- Sim, sim! Graças a você, agora aguente firme! – Disse Clare, segurando as lágrimas.

- As suas pernas...estão horríveis! Está sentindo elas? – Disse Penny, preocupada.

- É um milagre...elas ainda estarem no meu corpo... E sim, infelizmente estou sentindo uma dor dos infernos... – Disse Eiden, tentando se sentar.

- Calma aí! Isso é bom, vamos cuidar de você! Depois continuamos a viagem! – Disse Chris, determinado. – Feanor, vamos ajudar o Eiden!

- Sim! Penny, me ajude com as ervas. Clare, quero que diminuía a dor dele com sua magia. – Disse Feanor, começando a pegar sua mochila encharcada. – Qualquer um que não seja o Chris, cuide para não tocar no sangue de Eiden!

- Há há há... Isso é bem nostálgico... De novo, estou em uma situação lamentável... E vocês vão me ajudar... – Disse Eiden, fraco.

- É isso aí! E, assim como daquela vez, eu vou te salvar! Então cuide para não morrer! – Disse Chris, tentando parar o sangramento de Eiden, enquanto Clare usava sua magia.

- Pode deixar... Eu não quero...morrer dessa vez... – Disse Eiden.



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