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História Promessa entre irmãos: uma lenda medieval! - Quinquaginta primo


Escrita por: LeticiadAquario

Capítulo 51 - Quinquaginta primo


- Meu pai morreu há muito tempo! Quem é você!? – Insistiu Feanor, irritado.

- Feanor...nós o salvamos há muito tempo, no massacre covarde que os humanos fizeram contra nós, para que protegesse a história e o futuro de nossa raça...

Feanor, com as palavras do ser que dizia ser seu pai, ficou abalado e se lembrou instantaneamente do dia em que muitos de sua raça foram mortos covardemente, seus pais e amigos, todos bem diante de seus olhos.

- Mas...o que você esteve fazendo!? Você se juntou com um humano...e o chama de “amigo”...

- Abandonou nosso lar, nossa cultura e a todos nós...

- Príncipe! Por que!?

Surgiram a mãe de Feanor, no mesmo estado em que seu pai se encontrava, e em seguida vários elfos, todos feridos, sangrando e com armas em seus corpos. Eles surgiam ao redor de Feanor, gritando as mesmas frases sem parar.

- Eu...eu...eu não abandonei ninguém! Nenhum de vocês! Eu ainda tenho muito orgulho da nossa raça, e tenho raiva dos humanos ainda..., mas... – Disse Feanor, nervoso e soltando seu arco.

- Você é fraco demais!

- É uma vergonha para todos os elfos!

- Se rebaixou tanto a ponto de se ferir por um humano e por outros seres menos importantes!

- Por que sofre tanto para seguir aquele ser nojento!?

- Para que se dar ao trabalho de vir tão longe...por causa de humanos!?

- Por que...eu...eu... – Disse Feanor, que caiu de joelhos no chão, chorando e de cabeça baixa. – Vocês estão errados...não entendem...

- Não estamos errados, é você que está.

- Mas pode mudar isso se desistir.

- Isso mesmo, ainda pode recuperar sua honra e de nossa raça também.

- Eu...posso mesmo? – Disse Feanor, cansado.

- Sim! Meu filho, você só precisa desistir de tudo...e voltar para casa.

Feanor ficou no chão, sem olhar mais para seus pais e seus amigos mortos em volta, e então a neblina azul começou a envolver o elfo, que estava imóvel, sem reagir a nada. Enquanto ele estava sendo coberto pela neblina, Feanor se recordou da vez em que encontrou Chris, do instante em que se viram:

“- Quem diabos é você!? Eu não fiz nada para ser atacado! – Disse o rapaz, olhando para todas as árvores, atento.

- Fez sim...você ousou adentrar minha floresta! Achei que os humanos já tinham aprendido que esse território é proibido. – Continuou a voz, mudando de lugar.

- Na verdade...eu só sabia que ninguém entrava aqui, mas, que eu saiba, uma floresta não pode pertencer a ninguém! Ela é de todos, seu egoísta! – Retrucou Christopher, confuso. – E por que fica me chamando assim? É algum animal por acaso?”

Do instante em que decidiram se aliar:

“- Tudo bem, pode passar...mas eu vou te acompanhar até o fim do caminho! Ainda não confio em você. – Disse o Elfo, colocando seu arco em suas costas.

- Sem problemas! Muito obrigado! – Disse Christopher, se levantando.

- Você não sente medo de mim? Ou qualquer outro sentimento ruim? – Perguntou o Elfo, sério.

- Hã? Claro que não! Você é uma pessoa legal, apesar de um pouco ranzinza. Mas por que eu sentiria algo de ruim em relação a você? – Disse Christopher, confuso.”

De quando começaram a conversar sobre o passado um do outro:

“- Não, não entende! Você é humano e não sabe como eu, um elfo, se sente em relação a isso! – Retrucou o Elfo, furioso e pegando o rapaz pela gola de sua camisa.

- Quis dizer que entendo como é perder tudo o que você ama! – Disse Christopher, empurrando o elfo. – Além disso, eu concordo que há muitos humanos ruins e nojentos por ai...mas nem todos são assim.”

De quando Chris contou sua ideia pela primeira vez:

“- Isso é loucura! Incontáveis guerreiros de todas as raças já lutaram contra aquele demônio, eu inclusive, e ninguém conseguiu uma vitória! E você espera ir lá sozinho!? – Disse o Elfo, incrédulo.

- Com certeza, eu sei bem dos riscos e tudo o mais...e não me importo. Tudo que quero é salvar minha irmã! Eu falhei com ela no passado...não falharei agora! Não importa o que terei de passar, mesmo sozinho, eu irei até o Reino de Inflayster. – Disse Christopher, encarando o elfo, seriamente.”

De quando ambos foram atacados, e Chris retornou para proteger o elfo:

“- Por que...voltou? Devia ter ido embora... – Disse o Elfo, confuso e ferido.

- Em certo momento eu entendi que não consigo deixar ninguém para trás! No momento em que pisei fora dos muros de Floriyan, eu decidi que jamais fugiria! – Disse Christopher, sem tirar os olhos dos inimigos. – Não vou perdoar esses monstros por tamanha crueldade!”

Quando Chris e Feanor se tornaram amigos de verdade:

“- Não se preocupe, vamos ficar bem. – Respondeu o Elfo, rindo baixo. – A propósito...meu nome é Feanor.

- Ah! O meu é Christopher, mas pode me chamar de Chris! Agora sim, seremos amigos! – Disse Christopher, contente e estendendo sua mão para o elfo.

- Como é? – Perguntou Feanor, confuso.

- Meu pai me ensinou que duas pessoas só se tornam amigas de verdade quando se apresentam e apertam as mãos! Vamos lá, Feanor, aperte aqui! – Explicou Chris.”

Quando Chris rezou pela paz dos ancestrais de Feanor, do fundo de seu coração:

“- Você enterrou todos!? – Disse Chris, surpreso. – E fez todos esses túmulos também!?

- Só os que consegui achar...muitos corpos foram levados embora daqui. Eu mesmo fiz cada uma dessas lápides. – Disse Feanor, tristemente. – Toda a noite eu venho aqui...e rezo para que estejam em paz.

- O que está fazendo? – Perguntou o elfo, confuso.

- Desejando que tenham paz...e pedindo desculpas pelas ações da minha raça no passado. – Respondeu Chris, rezando.”

E, por fim, do momento em que ele decidiu seguir Chris em sua jornada:

“- Decidi...que irei com você Chris. Em um único dia você me mostrou muitas coisas incríveis. Devo muito a você. – Disse Feanor, se aproximando do rapaz.

- Mas e sua floresta!? – Disse Chris.

- Depois de ontem, duvido que alguma alma entre lá por um bom tempo. Além disso, minha família esta lá! Você me fez ver que ficar preso em um só lugar, preso ao passado, não é um bom jeito de viver. – Respondeu o elfo.

- Sério!? Então...vai me ajudar a salvar a Teresa!? – Disse Chris, feliz.

- Vou sim. Farei tudo o que puder, até lhe darei minha vida se necessário for. – Disse Feanor, sério.”

Enquanto a névoa envolvia o corpo de Feanor, sua mente e coração se recordaram de momentos marcantes e importantes. Ele percebeu que não poderia desistir, que não queria desistir.

- NÃO! NÃO VOU DESISTIR! – Gritou Feanor, se levantando.

No mesmo instante, a névoa que tentava envolver o elfo se foi, e seus “pais e amigos” ficaram muito abalados e assustados com a ação de Feanor.

- Vocês estão errados! Não são meus pais e nem meus amigos! – Disse Feanor, enfrentando os seres com coragem. – Eu ainda carrego todos eles em meu coração, minha família e amigos de verdade, assim como tenho ainda raiva de alguns humanos... Não poderei apagar isso facilmente, e jamais esquecerei toda essa dor. Assim como agora, houve momentos em que pensei em desistir de tudo...

- Então...por que!?

- Por que eu mudei! Eu conheci o Chris! Ele é um humano, sim, mas é um homem bom! Um homem tão nobre e gentil como jamais havia visto em vários anos de vida! Ele é meu melhor amigo, prometi que o ajudaria! – Disse Feanor. – Meus pais de verdade me salvaram, não só pela raça, mas por que me amavam! E queriam que eu vivesse! Graças a isso, eu pude ver mais e aprender, vi o mundo de maneira diferente e conheci muitas pessoas e criaturas diferentes! Fiz amigos importantes, que se importam e gostam de mim de qualquer modo! Eles estão sempre comigo, e é por isso que eu continuo seguindo em frente! Não desistirei, não apenas por eles, mas por mim também!

Os seres misteriosos começaram a se contorcer de repente, então uma luz branca e muito forte começou a brilhar. Todos os seres sumiram e se tornaram neblina; Feanor teve de tapar o rosto por causa da luz, a névoa azul começou a se dissipar e, então, ele desapareceu. 



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