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História Promessa entre irmãos: uma lenda medieval! - Quinquaginta duo


Escrita por: LeticiadAquario

Capítulo 52 - Quinquaginta duo


- Por que estão aqui!? Isso...não é possível! Todos vocês já se foram... Eu vi acontecer! – Disse Penny, apavorada.

- Penny...se estamos assim, é por sua culpa!

- Minha...culpa!? – Disse Penny, nervosa.

Então, as várias fadas feridas começaram a aparecer aos montes, ao redor de Penny. A fada estava muito abalada e apavorada, principalmente com uma visão tão cruel de seus companheiros feridos daquele jeito.

- Sim! Se você não tivesse fugido...alguns de nós poderíamos ter sobrevivido!

- Por que fugiu Penny!?

- Por que nos abandonou!?

- N-não! Não foi desse jeito! Eu...não podia fazer nada! Eu...eu...eu estava com medo! – Disse Penny, que não conseguiu segurar o choro.

- Sim... Você sempre teve muito medo...

- Costumava se esconder primeiro quando éramos invadidos...

- Mesmo no dia do massacre, você foi a primeira a se esconder, enquanto todos nós éramos caçados e mortos!

- Eu tentei lutar! Eu tentei..., mas...eu... – Tentou dizer Penny, já sem forças.

- Mas você estava com medo.

- Você engana a si mesma com sua falsa coragem, é uma vergonha para todas as fadas.

- Aceitou seguir aquele humano idiota...., mas sempre que acontece algo perigoso, você fica atrás deles.

- Penny, você é muito cruel. Está usando todos eles como escudo, ou melhor...

- ...é por que você tem medo de ficar sozinha.

- CALEM A BOCA! NÃO É ISSO! – Gritou Penny, colocando suas mãos na cabeça, desesperada. – Eles são meus amigos! Eu...não os segui por isso!

- Nós também éramos seus amigos.

- E sua família.

- Mas mesmo assim você fugiu e nos deixou morrer!

- Penny, você sabe a sensação de ter suas asas arrancadas bem devagar?

- Isso enquanto você ainda está respirando.

As fadas começaram a rastejar até Penny, que já não suportava mais aquilo. Em sua cabeça, ela se lembrou do terrível passado: vendo seus amigos e familiares serem torturados e mortos, sem poder fazer nada.

- Desculpa...desculpa...desculpa! Eu nunca quis...que aquilo acontecesse... – Disse Penny, que se agachou e, ainda com as mãos na cabeça, continuou a chorar.

- Não adianta pedir desculpas.

- Como se já não bastasse toda a vergonha e dor que nos causou...

- Você ainda apagou o massacre completamente de sua mente, e adotou um humano como seu amigo!

- Mas...isso não tem...nada a ver! Eu... – Tentou dizer Penny.

- Sem mais desculpas.

- Se ficar calada e não resistir, poderemos lhe perdoar.

Penny estava cansada e apavorada, a culpa estava corroendo seu coração. Então, a fada não percebeu e nem reagiu quando todas as fadas mórbidas começaram a se aproximar e encobrir seu corpo. Porém, enquanto era consumida pelos seres estranhos e sentimentos ruins, Penny se recordou de um momento nostálgico: do dia em que encontrou Chris e Feanor pela primeira vez, no bosque, ela e o rapaz não se davam bem, discutiam muito e ela não tinha a menor confiança nele. Se lembrou do momento em que Chris contou seu objetivo:

“- Acho que já sabem que isso é loucura, né? – Disse Penny, impressionada. – Irem sozinhos até aquele inferno...só para salvar uma mulher, que pode nem estar viva mais!

- Acontece que ela está! Não me importo com sua opinião, nós vamos lá e vamos salvar minha irmã! – Disse Chris, irritado.”

O momento em que Penny percebeu que Chris era diferente, e quando ele foi gentil com ela, passavam por seu coração:

“- Realmente, você é diferente...não tem maldade no coração, sinto algo bem místico em você. – Disse Penny, voltando ao normal e olhando para Chris.

- Tudo bem, eu entendo seu lado. Você está com medo, sozinha e sem poder sair daqui. – Disse Chris, sorrindo e colocando sua mão na cabeça da fada. – Eu, na sua idade, também ficaria com medo de um bando de harpias!”

Quando as harpias que buscavam Penny atacaram, e Chris decidiu lutar sem pestanejar:

“- Esperem! É perigoso! São muitas! – Disse Penny, preocupada.

- Você fica aqui! Vamos acabar com todas elas, assim nunca vão te achar! – Disse Chris, olhando para a fada. – Vamos lá!”

Quando tomou coragem pela primeira vez em muito tempo, e lutou lado a lado de Chris contra as harpias:

“- Eu já cansei de fugir...e de sentir medo. Eu fugi no passado, fugi de proteger essa vila antes...e eu quase fugi agora. Não podia deixar vocês, nem mais ninguém morrerem! – Disse Penny, corajosamente. – Hoje eu acabo com vocês, Harpias!

- Aí sim! Vamos lá! – Disse Chris, animado.”

Lembrou de quando Chris fez uma loucura para protege-la dos monstros:

“- Tudo bem...com você...Penny? – Perguntou Chris, ferido.

- Seu...seu...idiota! Em que estava pensando!? E se eu não tivesse feito esse arbusto!? – Disse Penny, irritada e quase chorando.

- Ah...nem pensei nisso...desculpa aí. – Disse Chris, sorrindo e desmaiando logo em seguida.”

E, enfim, do momento em que se tornaram amigos e começaram a viajar juntos:

“- Hum...olha, eu...eu...gostaria de pedir algo. – Disse Penny, timidamente. – Eu poderia ir com vocês?

- É...mas eu gostaria de aprender mais com vocês! Eu...ainda sinto medo de algumas coisas, e sinto que se eu for com vocês eu ficarei mais corajosa! Por favor! Eu ajudarei vocês sempre! Vou ajudar a salvar a sua irmã Teresa também! – Pediu a fada, olhando para Chris. – E...eu...gostei de vocês, queria ser amiga de vocês também...

- Sua fada boba...nós já somos amigos faz tempo! – Disse Chris, rindo. – Claro que pode nos acompanhar, você é incrível! E agora será ainda mais divertida essa viagem!”

Com tudo isso passando várias vezes em sua mente, Penny entendeu que ela não poderia perder mais para o medo. Ela não estava mais sozinha, e deveria seguir em frente.

- Eu não posso deixar vocês fazerem isso... Eu tenho que sair daqui! – Disse Penny, se levantando e voando sobre os seres estranhos, limpando as lágrimas. – Não pude salvar vocês, eu nunca me perdoarei por isso..., mas agora sou diferente! Estou mais forte, e tenho coragem! Não estou com o Chris e os outros por medo, mas por que eu gosto deles, e decidi seguir a viagem até o fim!

- O que!?

- Não sei o que vocês são, mas não são as fadas que conheci! Eles me apoiariam mesmo quando eu errei, e não tentariam me fazer desistir dos meus amigos! E...vocês estão errados ao julgar o Chris assim! Ele é meu amigo, e é um humano sensacional! Existem vários assim pelo mundo! – Disse Penny, corajosamente. – E eu usarei toda a minha coragem para apoiar meus amigos, e proteger o mundo que é importante para mim!

Após as palavras corajosas de Penny, os seres estranhos começaram a desaparecer, gritando de dor e desespero. Ao mesmo tempo, uma luz branca, muito forte, começou a brilhar intensamente, e Penny não fazia ideia do que fazer. Em poucos segundos, quando a névoa azul se dissipou, Penny havia desaparecido.

Eiden estava muito confuso, ele mal conseguia se mover de tão surpreso que estava, ao ver sua mãe bem a sua frente, no estado em que estava.

- Eiden...

- É a minha mãe..., mas não faz sentido! Ela morreu há muito tempo! – Disse Eiden, nervoso.

- Meu filho...por que esqueceu o que lhe ensinei?

- Como...assim? – Disse Eiden, relutante e nervoso.

- Dragões vivem sozinhos, somos majestosos demais e muito poderosos. Eu lhe ensinei a ser forte o suficiente para viver sozinho...

O rapaz dragão ficou abalado e em silêncio, pois se lembrava bem do dia em que sua mãe disse quase as mesmas palavras.

- No entanto, você se mostrou fraco demais...a ponto de ser capturado e torturado.

- Ah...eu...eu... – Tentou dizer Eiden, nervoso.

- Não seria tão ruim se morresse lá, mas você estava fraco a ponto de um humano lhe salvar! E aceitou tal ajuda... Como pôde!?

- M-mãe...eu... É que... – Tentou dizer Eiden, ainda mais nervoso.

- Você manchou o passado de nossa raça majestosa. Começou a passar mais tempo como um humano do que em sua forma original, e, o pior, começou a viajar junto do humano que lhe salvou! Por que se rebaixou tanto!? Depois de tudo que nos fizeram...

- Por favor, entenda! Eu...não quis trazer vergonha para você e para nossa raça... Foi difícil viver sozinho! – Disse Eiden, sem saber direito o que dizer.

Então, vários dragões começaram a surgir ao redor de Eiden. Todos estavam muito feridos de algum jeito, quase mortos, e caídos, encarando Eiden com muito desprezo. Isso chocou ainda mais o rapaz dragão.

- Não pode se esquecer de toda a dor e sofrimento que passamos por culpa dos humanos...

- Eles fizeram isso conosco...

- E agora domesticaram você!

- Não! Somos amigos! – Retrucou Eiden, nervoso.

- É só uma palavra pomposa...

- Outro jeito de dizer que ele lhe tem na palma da mão!

- O que você tem a ver com o objetivo daquele humano? Para que se colocar em tanto perigo desnecessário?

- Olhe para você mesmo! Seu estado é deplorável, uma vergonha para um dragão!

Eiden se lembrou de todos os ferimentos que ganhou até ali, e ficou apavorado ao considerar as palavras terríveis dos dragões; ele temia admitir que eles podiam estar certos. Tanto a cabeça como o coração de Eiden doíam muito, principalmente depois de ver seus antigos familiares naquele estado, profanando tais palavras.

- Me perdoem... Me perdoem... Nunca quis machucar vocês... Lamento ser tão fraco... – Disse Eiden, fechando os olhos e colocando as mãos na cabeça, desesperado.

- Não se preocupe minha criança...

- Se entregue para nós, que toda essa dor e vergonha sumirão...

A neblina azul, que estava por toda parte, começou a se aproximar de Eiden, que já não tinha mais força e vontade para falar mais nada. A névoa começou a rodeá-lo, e os dragões se aproximavam com suas bocas abertas, preparados para consumir o rapaz. Apesar de estar repleto de dúvidas e medo, lembranças começaram a ressurgir na mente de Eiden, lembranças de quando ele estava sendo torturado pelos soldados de Inflayster, e Chris e seus amigos interviram pelo seu bem:

“- PAREM COM ISSO! – Gritou Chris, irritado. – Você! Tire essa espada daí! Agora!

- Sou o cara que vai acabar com vocês! Agora parem de machuca-lo e venham me enfrentar! – Disse Chris, irritado e desembainhando sua espada.

- Por que ele pediu ajuda! E não vou sair daqui até acabar com vocês e ajuda-lo! – Respondeu Chris, sério. – Andem logo!”

Lembrou do momento em que estava à beira da morte, mas Chris insistiu em salva-lo, apesar dos riscos e da grande chance de ser impossível:

“- Parece...que queriam um dragão no exército deles, e como sou o último vivo...eles começaram a me caçar. – Respondeu o rapaz. – Não aguento mais...como se já não fosse doloroso o suficiente...viver anos sozinho...passei muitos deles sendo caçado e torturado...é melhor que eu morra logo.

- Não diga isso! Nós já...acabamos com aqueles monstros! Ninguém mais vai te caçar! – Disse Chris, ofegante, mas nervoso. – Vou salva-lo sim!

- Ei! Afaste-se! Você é louco!? – Disse o rapaz, preocupado e tentando sair do lugar.

- Não...sou só um idiota, que não vai morrer de jeito nenhum até cumprir seu objetivo! Seu sangue não vai me matar, eu garanto! – Disse Chris, sentando-se na frente do dragão. – Agora limpe essas suas orelhas draconianas e me ouça bem: Não vou morrer, e muito menos vou deixa-lo morrer aqui! Ser um dragão não é maldição nenhuma! E também você não estará mais sozinho!

- Como pode afirmar...tantos absurdos assim!? – Disse o rapaz, confuso.

- Por que agora eu vou cuidar de você! Você não se livrará de mim facilmente! – Disse Chris, pegando várias ervas médicas da mochila do elfo. – Agora não fale mais nada!”

E do momento em que ele se tornou amigo de Chris, e decidiu acompanhar todos na jornada:

“- Obrigado! E como disse que não ia deixa-lo sozinho...você vem com a gente? – Disse Chris, sorrindo.

- Obrigado...prometo que farei tudo o que puder para ajudar sua irmã e vocês... – Disse Eiden, emocionado. – Agora devo minha vida a você Chris...

- Nada disso...agora somos amigos, não precisa me dever nada! Mas...é isso aí! Podemos ir voando às vezes agora! – Disse Chris, animado.”

Eiden fez desaparecer suas dúvidas ao se lembrara desses momentos, ele havia deixado de ficar sozinho, e havia crescido mais forte graças a Chris e os outros, e ele não se renderia agora.

- Não vou me render! Preciso voltar para meus amigos, não posso ir! – Disse Eiden, determinado e espantando a névoa ao seu redor. – Vocês não são minha família! Todos sempre foram orgulhosos, mas não a ponto de me pedirem para morrer! Minha mãe de verdade se sacrificou pelo meu bem, para que eu vivesse!

- O que está dizendo Eiden!?

- Eu assumo que não sou muito forte, e que pode ser que eu tenha traído o estilo de vida dos dragões..., mas ter sido salvo pelo Chris não foi uma vergonha, foi a melhor coisa que me aconteceu! E esses ferimentos, para mim, são muito importantes! Eles são a prova de que lutei e de que estou vivo! – Disse Eiden, encarando os seres misteriosos furiosamente. – Não é vergonha viver ajudado pelos outros, e ser solitário não é glória! Comecei uma nova vida graças ao Chris, consegui muitos amigos...e vou continuar a viver do meu jeito, ao lado deles! Viverei meu futuro com meus amigos, não sozinho!

Uma luz começou a brilhar sem parar, os seres misteriosos desapareceram aos berros, e a neblina começou a se dissipar. Eiden tentou se proteger, sem saber o que estava acontecendo, mas desapareceu na mesma hora. 



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