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História Promessa entre irmãos: uma lenda medieval! - Quinquaginta sex


Escrita por: LeticiadAquario

Capítulo 56 - Quinquaginta sex


Com a derrota total de Chris, que havia sido derrubado no precipício por Beniesh, o restante dos viajantes perdeu todas as forças que ainda lhes restavam. Eles estavam chocados, feridos e muito tristes, ao mesmo tempo em que boa parte dos ogros comemorava a “vitória” de Beniesh. Gritando, rindo e erguendo suas armas, os lobos gigantes uivavam e a harpia comemorava com seu grito fatal.

- Vamos terminar com isto agora. Matem-nos! – Ordenou Pazugorn, colocando seus homens em ordem apenas com seu tom de voz firme.

Pazugorn se afastou de Clare e Penny, para que seus homens terminassem com as vidas delas. E então, quando todos os ogros estavam em posição e prestes a matar os viajantes, todos escutaram um grito forte, agudo e muito imponente. O som assustou os ogros e seus lobos, Pazugorn estava confuso e chegou a pensar que a origem era a harpia. Logo em seguida, assustando os ogros que estavam próximos ao precipício, Nique surgiu do fundo do buraco, com toda sua imponência, carregando Chris com suas garras dianteiras. Nique gritava e batia suas asas para afastar Beniesh e outros ogros próximos, então o grifo pousou e colocou Chris, inconsciente, no chão com cuidado.

- Nique... – Disse Eiden, fraco, mas feliz ao ver o amigo.

O grifo ergueu bem o corpo, se posicionou em cima de Chris, para que o rapaz ficasse protegido, e demonstrou toda sua ferocidade para seus inimigos, como se estivesse protegendo seu próprio ninho. Os viajantes nunca haviam visto Nique de forma tão magnifica, ele se assemelhava muito a sua falecida mãe agora.

- Grifo maldito... – Reclamou Beniesh, segurando seu membro decepado com força. – Mas não adiantou nada fazer isso, pois esse garoto já está morto!

- Silêncio! Fiquem quietos, todos vocês! – Disse Pazugorn, subitamente, levantando sua mão como uma ordem.

Pazugorn começou a escutar um barulho estranho: parecia ser uma corrida, mas de mais de uma pessoa e, ainda por cima, montadas a cavalo. O som aumentava de intensidade a ponto de todos conseguirem ouvir, e se aproximava mais e mais do local onde os ogros e os viajantes estavam. Então, centauros invadiram o lugar, pulando por cima dos ogros e lobos gigantes, gritando sem parar e atacando com suas lanças e espadas. Tanto os ogros como os viajantes estavam muito confusos e surpresos com aquilo: o grito assustador e a batida forte dos cascos dos centauros parecia incomodar muito a audição dos lobos gigantes, fazendo alguns correrem de medo; muitos dos ogros eram atacados pelas armas, mas também eram pisoteados sem dó pelas criaturas equinas. Não eram muitos centauros, cerca de seis deles apenas, mas estavam dando muito trabalho para os ogros, que mal conseguiam atacar.

- Maldição... RECUAR! RECUAR! – Gritou Pazugorn, começando a se retirar do campo de batalha.

Beniesh estava no chão, não conseguia se mover e estava com medo de fazê-lo, e então um centauro começou a correr em sua direção, prestes a mata-lo, mas Pazugorn foi mais rápido e pegou Beniesh, o colocando em seu lobo também.

- Vamos voltar, perdemos mais soldados do que eu esperava, e enfrentar esses centauros assim não é algo sábio. – Disse Pazugorn, forçando seu lobo a correr mais depressa.

- Há há há! Não importa se aqueles peões sobreviveram... O garoto morreu! – Disse Beniesh, encarando o campo da batalha atrás e rindo, como se tivesse vencido toda a batalha.

Ao lado de cada viajante ferido, ficou um centauro, como se estivesse de guarda. E, no centro, estava Axill, o centauro amigo que Chris e seus amigos encontraram na grande floresta, ele olhava furiosamente e fixamente para o céu. Então, ele pegou seu arco e flecha e disparou para cima; em menos de dez segundos a harpia espiã caiu morta no chão, com uma grande flecha atravessando seu peito. Nesse momento os centauros levantaram suas armas e gritaram para comemorar, mas Axill levantou sua mão, pedindo para que fizessem silêncio, e olhou tristemente para o corpo de Chris. Nique tentava reanima-lo de todos os jeitos, ele o mexia com seu bico, usava suas patas para chacoalha-lo e até gritava baixinho em seus ouvidos, como se estivesse chamando seu nome, mas nada acordou o rapaz.

- Por favor...leve-me até ele... – Pediu Feanor, sem conseguir se levantar.

- Eu também...por favor... – Disse Eiden, olhando para o centauro do seu lado.

- Chris... Leve-me até ele... – Pediu Clare, sem parar de chorar.

- Por favor... – Disse Penny, fazendo o mesmo.

Atendendo aos pedidos dos viajantes feridos, os centauros os levaram com cuidado para perto de Chris. Ao serem colocados de volta no chão, Clare começou a examinar o rapaz desesperadamente.

- Não estão se curando... Os ferimentos não param de sangrar... – Disse Clare, com as mãos ensanguentadas.

E não era apenas isso: o corpo de Chris já estava bem frio, a coloração da sua pele já estava ficando diferente. Clare, com muito receio, decidiu colocar seus ouvidos no peito ferido do rapaz, para checar se seu coração batia, nem que fosse um pouco apenas.

- E-e então!? – Disse Penny, nervosa.

- Parou... – Disse Clare, sem forças.

- O que!? – Disse Eiden, sem acreditar.

- O coração...não está mais batendo... – Disse Clare, voltando a chorar muito. – Oh não... Chris!

Clare chorava por cima do corpo do rapaz, abraçando sua cabeça com força. Penny logo caiu em lágrimas também, e fez o mesmo que Clare. Os centauros abaixaram suas cabeças, em sinal de tristeza e pesar; Nique deitou ao lado do corpo de Chris e usou seu bico para erguer uma de suas mãos, depois colocou sua cabeça no chão, abaixo dela, como se Chris estivesse acariciando a cabeça do grifo.

- Impossível... Não acredito...que isso aconteceu... – Disse Eiden, tentando se manter firme, mas já começando a chorar.

No mesmo instante começou a chover, não era possível ver o tempo cinza por culpa da neblina, mas todos abaixo sentiam os pingos leves da chuva, que escorriam junto das lágrimas de todos os viajantes.

- É mentira... Não acredito...que você, depois de gritar tantas vezes e encher nossas cabeças com certezas absurdas...de que chegaríamos em Inflayster bem, que venceríamos Deysmon...e até que festejaríamos depois com todos os nossos amigos... Depois de fazer tanta pose, depois de me tirar da minha floresta...você simplesmente morre assim! Eu não aceito isso! – Disse Feanor, olhando irritado para o corpo de Chris, chorando sem parar.

Eiden logo abraçou Feanor com força, para que o elfo parasse de dizer tantas coisas e apenas chorasse. Enquanto todos choravam e lamentavam, Axill se aproximou do corpo de Chris e o observou com muita atenção.

- Eu o ouço... Ainda escuto o coração dele. É bem fraco e devagar, mas seu coração ainda bate. – Disse Axill, sorrindo sutilmente. – Se concentre e você também ouvirá, Eiden.

Eiden ficou espantado, assim como todos os viajantes, o rapaz dragão limpou as lágrimas rapidamente e procurou se concentrar. Então, ele também começou a ouvir, a pulsação fraca de Chris, sua pequena chama de vida ainda acesa.

- SIM! ESCUTEI! – Disse Eiden, contente.

- ELE ESTÁ VIVO! – Gritou Penny, chorando de alivio.

- Mas não por muito tempo, ele precisa de cuidados especiais agora. – Completou Axill, sério.

- Como!? Onde vamos arrumar esse tipo de cuidado!? – Disse Feanor, preocupado.

- Lembram que disse que, se o destino quisesse, nos veríamos de novo? Parece que o destino quer salvar o jovem Chris. Eu e meus amigos vamos leva-los para um certo lugar... e nesse lugar, seu amigo pode ser salvo. – Disse Axill. – E vocês também poderão se cuidar.

- Que lugar seria esse? – Perguntou Clare.

- É um segredo. Logo vocês saberão. Senhor Grifo, leve o jovem Chris com você e nos siga por terra. O restante de vocês pode montar nos meus amigos, já que não estão em condições de andar. – Disse Axill.

Então, com todos montados nas costas dos centauros, e Chris posto com cuidado nas costas de Nique, Axill liderou o caminho para um lugar misterioso, que, segundo ele, poderia trazer Chris de volta. 



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