1. Spirit Fanfics >
  2. Promessa entre irmãos: uma lenda medieval! >
  3. Quinquaginta septem

História Promessa entre irmãos: uma lenda medieval! - Quinquaginta septem


Escrita por: LeticiadAquario

Capítulo 57 - Quinquaginta septem


No início, o caminho que Axill e os outros centauros tomaram parecia ser o que seguia para Inflayster, mas depois eles desviaram para a esquerda e direita, os viajantes não prestaram muita atenção, pois estavam cansados demais, machucados e muito preocupados com Chris. Depois de um tempo, todos estavam no que parecia ser uma floresta morta, mas era diferente das que Feanor e os outros haviam visto, ela não cheirava a morte, algumas árvores até tinham folhas. Todos andavam a passos rápidos, mas leves, atrás de Axill, Nique levava Chris entre os outros centauros, tomando cuidado para não sair do ritmo deles. Durante o caminho, Feanor, que estava bem atrás de Axill, notou algo no corpo do amigo que nem ele, e nem seus amigos, haviam percebido na grande floresta: bem atrás do ombro esquerdo de Axill havia uma tatuagem, ela era média, de cor prata, mas o que chamou a atenção foram os desenhos dentro de sua forma circular; era um sol e uma lua, com vários detalhes de flores e plantas ao redor, como se estivessem ligando as duas figuras.

- Axill...eu gostaria de lhe perguntar uma coisa... – Começou Feanor, se esforçando para se sentar.

- Apenas uma? – Disse Axill, rindo baixinho.

- É... Talvez mais de uma. – Disse Feanor, sem graça.

- Pode perguntar, não poderei responder tudo o que quiser saber, mas logo terá todas as respostas. – Disse Axill, sem desviar seu olhar para trás uma única vez.

- Como nos achou lá atrás? Nós nos vimos na grande floresta já a certo tempo, e você chegou até nós tão rápido... – Disse Feanor, curioso.

- Eu não fiquei por lá muito tempo, logo que cumpri minha missão eu comecei a retornar. Levei um mês para chegar até aqui e, ontem, avistei seu amigo grifo no céu. Ele parecia muito aflito e procurava por ajuda. – Respondeu Axill. – Não sei a razão, mas ao olhar para ele eu senti que algo ruim estava acontecendo, e acho que ele também sentiu que eu tinha uma ligação com vocês ao olhar para mim. Depois que ele me viu, ele nos guiou até vocês. Como disse antes, o destino queria mesmo que nos reencontrássemos.

- Também estou começando a acreditar nisso agora... – Comentou Eiden, impressionado.

- E...hum...estes seus amigos? Como os achou? Nós achamos que você era o último de sua raça também. – Disse Feanor, observando os outros centauros, que pareciam não ligar para a pergunta do elfo.

- Lembro de não ter dito que era o último. Eu disse que estava viajando pelas florestas a pedido de velhos amigos, e esses amigos me instruíram a procurar mais da minha raça. Se eu sobrevivi...por que outros não? – Respondeu Axill. – Esses são todos os que encontrei, mas são o suficiente, são amigos queridos e estou levando-os para casa.

Feanor, Penny, Eiden e Clare ficaram bem impressionados com as respostas de Axill, e, lógico, ainda mais intrigados.

- Como assim “casa”? – Disse Clare, curiosa. – É o tal lugar secreto para onde está nos levando?

No mesmo instante, todos os centauros pararam subitamente. Nique fez o mesmo, confuso apesar de tudo, assim como os viajantes.

- Nós já chegamos. – Disse Axill, sério. – Por favor, todos permaneçam imóveis até eu mandar.

- Mas estamos no meio de um monte de troncos! Como assim “nós chegamos”!? – Disse Penny, confusa.

Axill, então, começou a falar em tom firme e alto várias palavras em uma língua diferente. Porém, Feanor ficou chocado ao conhecer muito bem o idioma.

- É a minha língua... A língua élfica! Mas como ele sabe...e por que está falando isso? – Disse Feanor, surpreso.

- O que ele está falando então? – Perguntou Eiden, curioso.

- “Ó, sábios e honoráveis, guardiões! Estou de volta após minha missão, com amigos novos e com a criança que tanto esperamos! Pelo poder do sol e pela graciosidade da lua, peço que nos permitam adentrar na Floresta Sagrada!” – Repetiu Feanor, para seus amigos.

As palavras misteriosas de Axill só conseguiram confundir e intrigar mais ainda os viajantes, porém, logo após o centauro proferir tais palavras, barulhos estranhos começaram a ecoar em volta de todos; o chão tremia um pouco também e, para a surpresa dos viajantes, dois dos grandes troncos em frente a Axill estavam começando a se mover. Eles se viraram para todos, mostrando seus rostos velhos, como as árvores, e suas barbas de folhas e musgos. O chão tremia, pois eles tiraram suas grandes e compridas mãos do solo. Os centauros novatos estavam um pouco nervosos também, tal como os viajantes que mal podiam crer em seus olhos.

- São...ents! – Disse Feanor, incrédulo. – Minhas deusas...não vejo ents há anos!

- E eu nunca havia visto um... – Disse Eiden, impressionado.

- Não creio que são ents mesmo! Achei que todos haviam sido destruídos! – Disse Penny, surpresa.

- São árvores que se mexem? É isso? – Disse Clare, confusa.

- Bom vê-lo novamente, Axill. Vejo que conseguiu sucesso em vossa missão. – Disse um Ent, observando Axill de cima.

- Ah...elas falam também... – Disse Clare, impressionada.

- Também estou feliz em vê-los de novo, Cherry e Pine. – Disse Axill, sorrindo gentilmente. – Mas preciso correr, eles estão precisando de cuidados urgentes.

- Oh? Mais um elfo, que alegria! Assim como uma fada, um grifo, uma maga e...um dragão! – Disse Pine, observando os viajantes com muita alegria.

- “Mais um”? – Repetiu Feanor, ainda mais confuso.

- Aquele é o rapaz? A tal criança? – Perguntou Cherry, apontando seu longo dedo para Chris.

Feanor notou que, nas palmas das mãos direita dos dois ents estavam as mesmas tatuagens, iguais a de Axill. A cada segundo que passava, Feanor ficava cada vez mais intrigado, da mesma maneira que seus amigos.

- Sim, ele está em perigo. Precisamos ver a Lady Felícia, vamos deixar as formalidades para depois. – Disse Axill, preocupado.

- Claro, podem passar. – Disseram Cherry e Pine, juntos.

Ents são criaturas extremamente antigas, dizem que estão no mundo desde seu início. São seres de bem, assumidos nas formas de árvores que tem o dever de cuidar e proteger a natureza, assim como árvores comuns. A diferença principal entre um ent e uma árvore normal é o tamanho: um ent é enorme, muitas vezes maior do que uma árvore qualquer. Essas criaturas tem um laço especial com os elfos, pois eles ensinaram os ents a falar há muitos anos atrás. Por isso, essas duas raças são muito amigas e possuem um respeito mútuo invejável; porém, ents tem a mesma fraqueza de árvores comuns: eles morrem se cortados ou queimados. Aconteceu isso no Massacre das Raças, muitos ents foram queimados junto com florestas comuns, trazendo mais tristeza para a natureza.

- Certo, vamos andando pessoal. – Disse Axil, começando a passar entre os dois ents.

Quando todos passaram por Cherry e Pine, tiveram uma surpresa ainda maior: eles estavam em um lugar completamente diferente. Era uma floresta linda, cheia de verde, flores e árvores, até rios e cachoeiras; com um céu azul e várias nuvens espalhadas. Animais selvagens passavam por todo o lugar, o cheiro das plantas e o ar puro eram incríveis. Mas o que surpreendeu de verdade os viajantes foram os habitantes de lá: eram todos criaturas místicas. Havia grifos, gigantes, ents, anões, ananicos, elementais, ninfas, dóplers, lobos gigantes, duendes, hipogrifos, drows, golens, druidas, fadas e elfos. Feanor e Penny quase choraram de tanta emoção, fazia muito tempo que não viam um lugar lindo e com tantos seres familiares assim. Todos os habitantes pararam o que estavam fazendo para observar os viajantes passarem, eles tinham muita curiosidade e pareciam felizes, como se esperassem por isso há tempos.

- Onde estamos? – Perguntou Clare, impressionada.

- Em um local seguro. – Respondeu Axill.

- Na Floresta Sagrada? – Disse Feanor.

- Isso mesmo, como esperado do príncipe elfo. – Disse uma voz misteriosa.

Axill parou e se ajoelhou diante de uma mulher, ela parecia ser um pouco velha, com quarenta anos aparentemente, mas muito bonita. Ela tinha cabelos loiros compridos até a cintura, ondulados, ela usava uma coroa de flores brancas na cabeça e vestia um vestido comprido com várias cores sutis e que pareciam brilhar; ela não usava sapatos e seus olhos eram azuis profundos. A mulher sorria com muita gentileza para os centauros novos e os viajantes, que ficaram bem tímidos com isso. Ao olhar para o estado de Feanor e de seus amigos, principalmente de Chris, seu olhar se tornou muito triste.

- Meu nome é Felícia, eu sou uma druida e comando este lugar agora. Estamos muito felizes com a chegada de vocês. – Disse Felícia, se aproximando dos viajantes. – Agora precisamos cuidar dos ferimentos de nossos convidados.

- Por favor, cuide do Chris primeiro! – Disse Eiden, preocupado.

- Sim, ele está morrendo! Por favor! – Disse Penny.

- Eu sei, sei de tudo. Centauros, vocês seguirão Axill, os viajantes precisam me seguir, por favor. – Disse Felícia, séria.

Ao seguirem Felícia, os viajantes adentraram mais fundo na floresta, em um local onde não havia muitos habitantes.

- Olha, nós temos muitas perguntas, e ainda estamos muito confusos... – Disse Feanor, andando, com dificuldade, lado a lado com Felícia.

- Com certeza tem, e vou responder todas elas, mas quero que o jovem Christopher acorde e ouça também. Mas já posso deixar algo claro: somos aliados de vocês, e nosso inimigo é o Reino de Inflayster. – Disse Felícia, gentilmente, mas séria.

Depois de um tempo, eles chegaram a um local tão magnifico quanto os outros: era um rio, todo coberto por plantas e de água cristalina; e no centro havia um tipo de cama feita de flores e folhas, e um caminho de terra até lá. Felícia e os viajantes foram até o centro, e a druida pediu para que deixassem Chris na cama com cuidado, e todos ficaram em volta, preocupados.

- Seu poder divino está enfraquecendo... Como pensei, ele não sabe das habilidades que possui, por consequência, seu poder está selado e só funciona pelas suas emoções inconscientemente. – Disse Felícia, colocando sua mão na cabeça de Chris.

- “Poder divino”? – Repetiu Penny, confusa.

- Chris é filho de uma deusa, da grande Deusa Sophia, a líder. Imagino que tenham notado algo místico nele, mas não sabiam disso. – Disse Felícia, examinando Chris.

Os viajantes ficaram surpresos, mas não tanto, pois no fundo todos sabiam que Chris era especial.

- Seus ferimentos se curam normalmente sozinhos... Agora está explicado a razão, mas agora não estão mais, por que ele só se cura se tem determinação, se ele tem algo que o move! – Disse Clare. – Foi por causa das palavras daquele ogro... Quando ele disse a Chris que Teresa havia morrido, ele...

- Ele perdeu a vontade de viver e lutar, por isso seu poder não age mais. – Completou Felícia.

- O que podemos fazer? Como vamos salvá-lo? – Disse Eiden, preocupado.

- Nós não podemos fazer nada, só ele pode reativar seu poder e se salvar. O que posso fazer é estabilizar sua condição física com minhas poções, e manter seu coração batendo até que ele retorne. – Explicou Felícia.

- Mas ele não vai fazer nada! A irmã dele, que era tudo para ele, se foi! Ele deve pensar que não tem motivos para lutar mais... – Disse Feanor.

- Ele precisa perceber que Teresa não morreu, acho que podemos ajudar um pouco nessa parte... – Disse Felícia, pensativa.

- O QUE!? – Disseram os viajantes, confusos.

- Vocês sabem que as deusas têm grande ligação com a natureza e com todos nós, seres místicos; quando uma morre, o mundo é afetado e entra em colapso, e nós sentimos isso. – Explicou a druida. – Vocês viram o resultado disso na viajem de vocês: boa parte da natureza foi destruída, não foi apenas pelas guerras, mas sim pela morte das deusas. Se Chris ou Teresa, que são os últimos seres com sangue das deusas nesse mundo, morressem mesmo, a natureza restante morreria e, com certeza, nós sentiríamos isso na pele.

- Ou seja, se estamos todos bem... – Disse Penny, entendendo a situação.

- Isso, ela está viva, assim como ele. Creio que isso deve ter sido obra de Deysmon, fazer o rapaz acreditar que perdeu sua irmã para mata-lo depois...é um plano cruel demais e só pode ser dele. – Disse Felícia, nervosa.

- Então era mentira! Tudo o que aquele ogro disse... – Disse Clare, aliviada.

- Mas o Chris não sabe disso... Precisamos avisá-lo! – Disse Eiden.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...