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História Promessa entre irmãos: uma lenda medieval! - Sextus


Escrita por: LeticiadAquario

Capítulo 6 - Sextus


Depois do embate contra os quatro soldados de Floriyan, o elfo Feanor levou Christopher para sua humilde casa. Era realmente muito simples, sem muita estrutura: não havia teto e nem paredes, praticamente tudo ali era da floresta, com exceção de poucos objetos. Os dois rapazes, após chegarem, tomaram conta dos ferimentos de batalha. Para a surpresa de Feanor os ferimentos de Chris já haviam se curado sozinhos, mas o rapaz ainda mantinha a exaustão da luta. Chris não sabia ainda a razão de sempre se curar sozinho, e ainda levaria um tempo para descobrir. Graças a várias ervas da floresta, Feanor não corria risco de vida, ele ficou coberto de folhas e pastas verdes, e Chris o ajudou cobrindo as feridas com talas de pano que ele trouxera consigo. Logo depois, Feanor deixou Chris sozinho em sua casa, comendo frutas e bebendo água, enquanto cuidava dos corpos mortos dos soldados. Não demorou muito para que o elfo voltasse.

- Ah! O que fez com eles? – Perguntou Chris, curioso.

- Os coloquei no mesmo lugar dos outros invasores. – Respondeu Feanor, sentando-se ao lado do rapaz.

- E esse lugar seria? – Insistiu o rapaz.

- Um pouco a leste, aqui dentro da floresta, existe um precipício, mal da para ver o final dele. Eu sempre jogo os corpos ali, não que isso seja costume meu. – Disse Feanor, comendo algumas frutas. – No passado, muitos viajantes e comerciantes tinham que passar por esta floresta para chegar ao lugar de onde você vem, e muitos deles passavam por aqui sem um elfo para guia-los. Só minha raça conseguia andar por aqui sem se perder nem nada, então essas pessoas acabavam caindo do precipício.

- Nossa, nenhum de vocês quis ajudar essas pessoas? – Perguntou Chris, assustado.

- Sinceramente, eu nunca estive presente quando acontecia isso. Mas, um ponto negativo da minha raça era que eles não se importavam muito com os outros, se preocupavam mais em se cuidar. – Respondeu o elfo.

- Ainda bem que você não é assim! – Disse Chris, aliviado. – Mas agora quero que me explique melhor o que me disse mais cedo! Sobre o tal plano do demônio Deysmon.

- Ah...na verdade, eu não sei mais do que aquilo. Tudo que sei é que essas guerras começaram por que o Rei Deysmon tinha um grande plano, um plano muito ruim. Foi essa a causa principal para tudo começar, mas eu não sei que plano é esse... – Disse Feanor, sério. – Depois de dominar todo o continente, suas intenções são desconhecidas. Ninguém sabe se o tal plano dele se concretizou ou não.

- Seja lá o que for, eu sinto que ele não conseguiu ainda. – Disse Chris, sério. – Como minha irmã entra nessa história?

- É, eu também penso como você. Bom, eu nunca soube do exército de Inflayster levando prisioneiros vivos desde a guerra...principalmente crianças. É só um palpite, mas se diz que ela esta viva, pode ser que ela e o tal plano do Deysmon tenham alguma ligação.

- Entendi...nesse caso, eu realmente não tenho mais tempo a perder! – Disse o rapaz, se levantando bruscamente. – Preciso partir ago-

- Nem pensar! – Interrompeu Feanor, puxando o braço de Chris, o forçando a sentar novamente. – Já vai anoitecer, se vai partir, terá que ser pela manhã.

- Por que!? Você não conhece bem esse lugar!? – Implicou Chris, nervoso.

- Sim, mas até eu sei que não se deve andar por florestas à noite. Além da visibilidade ruim, criaturas estranhas gostam de perambular à noite. – Respondeu Feanor, calmamente. – Mas caso queira testar a sorte, experimente ir sem mim.

Na mesma hora o garoto se lembrou da história do precipício e desistiu de ir sozinho, de má vontade ele decidiu esperar até o dia seguinte. Chris pegou sua espada para limpa-la e amola-la, para passar o tempo.

- Onde conseguiu essa espada? Ela é de prata. – Perguntou Feanor, curioso.

- Ah, meu professor fez para mim! Quer olhar? – Disse Chris, entregando a espada para o elfo.

- Incrível...ela é muito bem feita. Faz anos desde a última vez que vi uma espada de prata. Os exércitos costumavam usa-las nas guerras contra o Reino de Inflayster. – Disse Feanor, observando a espada, impressionado. – Seu professor é um excelente ferreiro.

- É mesmo, e um grande homem também! – Disse Chris, pegando a espada e sorrindo.

- A propósito...qual é o nome da sua irmã? – Perguntou Feanor.

- Teresa! Esse é o nome dela...ela deve ter uns...vinte e dois anos agora. – Respondeu Chris, com um sorriso triste.

- É um nome bonito. Lamento ela ter sido levada tão jovem... – Disse Feanor, tristemente.

- Eu também...mas vou resgata-la em breve! Aposto que você e ela serão bons amigos, vou trazê-la aqui um dia para se conhecerem. – Disse o rapaz, sorridente.

- Bom, vou aproveitar a última luz da tarde para caçar nosso jantar. Aproveite e acenda nossa fogueira. – Disse Feanor, pegando seu arco e flechas e se levantando.

Um tempo depois, a floresta ficou totalmente escura, com a luz da fogueira de Christopher apenas. O lugar que era bonito há horas atrás se tornou assustador. Feanor trouxe um cervo, os dois assaram a carne e comeram bem.

- Achei que elfos fossem vegetarianos! – Disse Chris, de boca cheia.

- Nem todos eram assim, como os humanos, isso é uma opção que se faz. Para comer, eu sempre agradeço a natureza antes de matar o animal. – Disse Feanor. – Faça um favor e coma de boca fechada Chris!

- Por isso demorou tanto para trazer um cervo? – Perguntou o rapaz, ainda de boca cheia.

- Chris! – Disse Feanor, irritado.

E a noite seguiu, mas Christopher não conseguia pregar o olho. Em certo momento, o rapaz se levantou e subiu em uma árvore. Ele pretendia ver do alto o lado de fora da floresta. Ao subir, ao invés de passar pelas copas, ele viu algo mais interessante: havia um lugar bem iluminado no meio da floresta. Chris ficou curioso, ele desceu da árvore e decidiu ver o que era. Depois de andar em plena escuridão por um tempo, ele conseguiu chegar ao lugar iluminado. Chris ficou bem surpreso ao ver vários túmulos. Era um lugar bem aberto, cheio de túmulos bem feitos e, em cada um, havia uma flor e uma lanterna.

- Você é bem hiperativo, não?

Christopher levou um grande susto. Ele deu um grande berro e se virou para ver quem era: era Feanor, que segurou a risada com o susto do rapaz.

- Caramba! Não faça mais isso! – Disse Chris, aliviado. – Como me seguiu? Fiz o mínimo de barulho possível!

- Esta brincando? Eu consigo ouvir sua respiração de longe. – Responde Feanor. – A pergunta é: por que veio aqui?

- Ah...desculpa, só vi a luz e fiquei curioso. – Disse Chris, sem graça.

- Foi imprudente, podia ter se perdido e até morrido. – Disse Feanor, suspirando.

- Hum...esses túmulos são-

- Sim, são do meu povo. – Interrompeu o elfo. – São os que morreram no dia do massacre.

- Você enterrou todos!? – Disse Chris, surpreso. – E fez todos esses túmulos também!?

- Só os que consegui achar...muitos corpos foram levados embora daqui. Eu mesmo fiz cada uma dessas lápides. – Disse Feanor, tristemente. – Toda a noite eu venho aqui...e rezo para que estejam em paz.

Christopher ficou olhando para os túmulos, com um olhar sereno, mas triste.

- Entendo por que não consegue dormir, mas quanto mais ficar acordado, mais cansado estará amanhã. – Disse Feanor. – Vamos voltar.

Então, Chris foi até os túmulos, fechou os olhos e juntou as mãos. Feanor ficou muito surpreso.

- O que esta fazendo? – Perguntou o elfo, confuso.

- Desejando que tenham paz...e pedindo desculpas pelas ações da minha raça no passado. – Respondeu Chris, rezando.

Feanor não sabia o que dizer, ele ficou bem confuso depois de conhecer Christopher. Logo depois, ambos foram dormir. E bem cedo, no dia seguinte, os dois começaram a atravessar a floresta. Até que, depois de algumas horas, eles chegaram ao fim.

- Conseguimos! Finalmente! – Disse Chris, contente.

- Pois é... – Disse Feanor, sorrindo.

- Feanor...nem sei como lhe agradecer! Muito obrigado, meu amigo! – Disse Chris, apertando a mão do elfo, contente.

- Eu é que não sei como lhe agradecer Chris...eu... – Disse Feanor, pensativo. – Eu...desejo sorte em sua jornada.

- Obrigado! Voltaremos a nos ver! – Disse Chris, partindo em direção ao norte.

Chris começou a andar por uma ravina, em direção ao norte, o rapaz via um imenso horizonte a sua frente. A partir dali ele não sabia o que iria encontrar. Depois de alguns minutos de caminhada, ele teve uma grande surpresa.

- Está indo para o lado errado.

No momento em que Chris ouviu essa voz familiar, ele se virou rapidamente. Era Feanor, ele estava com uma capa cinza, uma pequena sacola pendurada em seu ombro, e suas armas em suas costas.

- Feanor!? O que esta fazendo aqui!? – Disse Chris, confuso.

- Decidi...que irei com você Chris. Em um único dia você me mostrou muitas coisas incríveis. Devo muito a você. – Disse Feanor, se aproximando do rapaz.

- Mas e sua floresta!? – Disse Chris.

- Depois de ontem, duvido que alguma alma entre lá por um bom tempo. Além disso, minha família esta lá! Você me fez ver que ficar preso em um só lugar, preso ao passado, não é um bom jeito de viver. – Respondeu o elfo.

- Sério!? Então...vai me ajudar a salvar a Teresa!? – Disse Chris, feliz.

- Vou sim. Farei tudo o que puder, até lhe darei minha vida se necessário for. – Disse Feanor, sério.

- LEGAL! – Disse Chris, abraçando o elfo. – Nunca pensei que teria um companheiro nessa aventura!

- Hum...além disso, não sei o que seria de você sem mim! O que vi ontem me preocupou um pouco...e agora descubro que você não sabe o caminho para Inflayster! – Disse Feanor, envergonhado.

- Claro que sei! Eu estudei muitos mapas! É só seguir reto! – Disse Chris, apontando para o norte.

- Pelo amor das Deusas...se tivesse estudado direito, saberia que temos que ir para o oeste agora! Seguir reto vai nos levar até várias montanhas, temos que passar pelo bosque do oeste primeiro. – Disse Feanor, incrédulo.

- Mas nos mapas diz que Inflayster é do outro lado do continente! – Insistiu Chris, nervoso.

- E você acha mesmo que seguir reto vai te levar lá? Sinceramente...mesmo que levasse, você chegaria lá em um ou dois anos! O lugar é a mais de mil milhas daqui! – Disse Feanor, nervoso. – Você é melhor lutando mesmo...

- N-não diga isso! Achava que estava lendo o mapa certo... – Disse Chris, envergonhado. – Mas então mostre o caminho! Vamos lá Feanor!

- Vamos...mas lembre-me de nunca deixar você mostrar o caminho de novo. – Disse Feanor, seguindo para o oeste.

- Ora, cale a boca! – Retrucou Chris. 

Assim, Chris e Feanor começaram a viajar juntos, em direção ao Reino de Inflayster, e com o objetivo de resgatar Teresa. Ao mesmo tempo, um mensageiro do Rei Leonardo havia acabado de entrar na sala do trono no Reino de Floriyan.

- Majestade...eu não encontrei rastro algum dos soldados que enviou! Nem de Christopher! Os rastros somem na floresta do norte, e...quando entrei lá vi marcas de sangue...mas nenhum corpo! Nem mesmo seus cavalos! – Relatou o homem, assustado.

- Entendo...obrigado pelo seu trabalho, e por favor não comente isso com mais ninguém. – Disse o Rei, gentilmente.

Logo após o mensageiro sair do salão, Isak e o Rei começaram a conversar.

- Christopher deve ter lutado contra os soldados. – Disse Isak, sério.

- Sim...para salvar sua irmã, ele esta disposto até a me desafiar e a enfrentar seus próprios companheiros de espada. – Comentou o Rei Leonardo.

- Aqueles homens detestavam o Chris...aposto que tentaram mata-lo, ele jamais atacaria sem razão. – Disse Isak, preocupado.

- Sim, eu sei. A determinação dele é incrível...talvez eu deva...voltar a acreditar em algo. – Disse o Rei, sorridente.

- Majestade? – Disse Isak, confuso.

- Bom, não podemos fazer nada em relação a isso. Cinco guerreiros meus sumiram na misteriosa floresta do norte, e não temos pessoal o suficiente para uma missão de resgate. – Concluiu Leonardo.

- Muito obrigado, Majestade! – Disse Isak, contente. – O Senhor já ouviu os boatos de que um elfo guarda aquela floresta?

- Oh, já sim! Seria maravilhoso se fosse verdade, não? – Disse Leonardo, rindo. – Assim o Christopher teria companhia durante sua jornada.

- Verdade...mas tenho pena do elfo, se isso acontecesse. – Disse Isak, rindo também.



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