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História Promessa entre irmãos: uma lenda medieval! - Sexaginta duo


Escrita por: LeticiadAquario

Capítulo 62 - Sexaginta duo


Após ouvirem as instruções de Merlin, e de serem mandados embora de sua casa, os viajantes seguiram para encontrar os anões da Floresta Sagrada. A tarde já estava se encerrando, e Chris e seus amigos haviam andado pelo caminho da direita por muito tempo, sem acontecer nada e muito menos acharam alguém.

- Ei, ele disse que iriamos cair em algum momento..., mas nada até agora! – Disse Chris, impaciente.

- Já começou a anoitecer, com tanta coisa acontecendo eu perdi a noção do tempo. – Disse Feanor, olhando para o céu.

- Será que é uma boa ideia continuarmos a andar assim? Quero dizer, e se sairmos daqui sem querer!? – Disse Penny, preocupada.

- Não se preocupe, a Felícia disse que apenas passando pelos ents que vimos ontem poderíamos sair daqui. – Disse Clare, tranquilizando a amiga.

De repente, Nique, que estava andando na frente de todos, parou e começou a olhar para o chão fixamente. Com isso, os viajantes se aproximaram do amigo, curiosos com sua ação.

- Será que é aqui em baixo? – Perguntou Penny, tocando o chão.

- Aha! Nós não caímos! Podemos cavar e chegar lá em baixo em segurança! – Disse Chris, feliz por saber que Merlin não podia acertar tudo.

- Hum...Feanor, você também está ouvindo algo? – Disse Eiden, desconfiado.

- Sim, várias vozes falando algo ao mesmo tempo... – Disse Feanor, pensativo.

- E o que dizem? – Perguntou Clare, curiosa.

Subitamente, o chão abaixo dos viajantes cedeu e todos os seis caíram dentro de uma carroça, que parecia conter ferragem e carvão dentro. Havia vários anões ao redor dos viajantes, alguns estavam portando canos grandes, e esses riam sem parar da queda de Chris e seus amigos.

- Diziam: “podem mexer, eles chegaram”... – Responderam Feanor e Eiden, tentando limpar toda a sujeira de suas roupas.

- Há há há! Minhas deusas... Aquele druida astuto pode me irritar sempre, mas bem que ele disse que isso ia ser divertido! – Disse um dos anões, chorando de rir.

- O Merlin disse que cairíamos, não que seriamos derrubados! – Disse Chris, emburrado.

- Não muda o fato que caímos na caverna deles... – Disse Penny, arrumando seu cabelo.

A caverna dos anões mais parecia uma mina, era bem quente ali, continha muitas ferramentas de ferreiros, matérias aos montes, poços de água, construções de madeira, muitas peças de armaduras e armas prontas de todos os tipos e muitos anões. Naquela floresta havia uma raça em considerável abundância: os próprios anões; seres bem antigos e, apesar da baixa estatura, com grandes e eximias habilidades no artesanato e construção, principalmente de armas e armaduras. Tal como gostam de viver em lugares escuros, como cavernas e minas, os anões adoram ouro e coisas preciosas e, é claro, uma boa festa; devido ao comportamento ranzinza e difícil dos anões, eles nunca foram muito amistosos com outras raças, apesar de sempre respeitarem a natureza. Além disso, eles sempre cultivaram uma rixa muito antiga com a raça élfica.

- Uau! Até que são muitos! – Disse Chris, impressionado.

- Quantas armas e armaduras bem feitas...impressionante. – Disse Eiden, olhando o estoque dos anões de longe.

- Apesar de toda a história entre nossas raças, nós todos adquirimos um grande respeito por você, príncipe elfo! Conte com nossa ajuda e amizade de agora em diante! – Disse um dos anões, apertando a mão de Feanor.

- Nossa, vindo de vocês, isso significa muito. Eu ajudarei no que eu puder, contem comigo. – Disse Feanor, sorrindo.

Todos os anões ali estavam bem sujos e vestiam roupas bem simples, assim como aventais bem gastos.

- Eu sou o chefe de todos aqui, meu nome é Anvil! É uma grande honra para mim, e para nós, ter vocês todos aqui em nosso lar! Principalmente você, jovem Chris! – Disse Anvil, acenando com a cabeça para os viajantes.

- Por favor, não precisam de tanto! Eu é que estou honrado de conhecer vocês! – Disse Chris, contente. – Bem, Merlin disse que iriamos tratar de nossas armas com vocês...

- Exato, me acompanhem! – Disse Anvil, andando até chegar em uma parte isolada da área de ferraria, lá havia uma mesa redonda e em cima dela estavam o arco partido de Feanor, e os pedaços da espada de prata de Chris.

Chris ficou muito triste ao ver a sua preciosa espada, a que Isak fez para ele há muito tempo, quebrada daquele jeito, afinal ele ainda não havia visto sua arma desde que acordou de sua “morte”.

- Essas duas armas têm grande valor para vocês...por isso guardei, e esperei que viessem me ver. – Disse Anvil, subindo em um banco para ficar na mesma altura que os viajantes.

- Obrigado, e o que você acha? – Perguntou Feanor, sério.

- Seu arco era feito de uma madeira resistente, mas temos um outro tipo de madeira, que é tão resistente como ferro! Posso recriar seu arco com esse material, e também vou trocar o fio, que era feito de cipó. – Disse Anvil, analisando o arco. – Gostaria que ficasse comigo para testar a madeira, ver caso se sinta confortável e se houver problemas! Além disso, penso em fazer suas flechas com o mesmo material do arco...com as pontas de prata! Ao final, se gostar, sua arma nova vai receber uma runa mágica de Merlin! O que acha?

- Runa mágica? As nossas também terão isso!? – Disse Chris, surpreso.

- Sim! Foi ideia daquele mago maluco, mas que nós achamos interessante e digna de vocês todos! – Disse Anvil, rindo de satisfação.

- Eu acho perfeito, muito obrigado de novo, e vou tentar ser de ajuda por aqui. – Disse Feanor, satisfeito.

- Anvil... Você tem mais prata? – Perguntou Chris.

- Sim, temos bastante, guardamos um estoque para este momento! – Disse o anão.

- Por favor, quero que tente concertar minha espada! Pode até melhorar se quiser, mas não quero outra! Essa espada é importante para mim, foi feita pelo meu mestre e enfrentei muitas coisas ao seu lado! – Disse Chris, sério.

- Hum...ela está bem danificada... Vai ser difícil..., mas não impossível! Gostei do desafio meu jovem! Vou fortalecer sua arma, melhorar poucas coisas e deixar como nova! – Disse Anvil, determinado.

- Muito obrigado! – Disse Chris, contente.

- Você, jovem dragão, tive uma ideia perfeita para você. – Disse Anvil, apontando para Eiden.

- Eu não sou muito acostumado a usar armas... – Disse Eiden, sem graça.

- Eu sei, não se preocupe! Olhe este projeto! – Disse o anão, colocando um papel com o desenho do que parecia ser uma proteção de armadura para as mãos, mas ela tinha diferenças: cobria apenas as costas das mãos e parte dos cinco dedos, haviam elevações em cima de cada dedo, como se fosse o que hoje conhecemos como um “soco inglês”.  – Você prefere lutar com seus punhos em sua forma humana, então desenhei isso! Vou usar prata e misturar com um metal duro, porém leve! Cada soco que der em seus inimigos irá acrescentar muito mais danos e, talvez, morte certa!

- Nossa! Isso é...incrível! Nunca vi nada assim! É perfeito, obrigado! – Disse Eiden, contente.

- O seu, senhora fada, não será uma arma até chegar as mãos de Merlin! O que vou fazer é um tipo de acessório: vou criar dois braceletes delicados para você usar em seus pulsos, vou fazer de prata por precaução, mas serão bem leves! – Disse Anvil, olhando para Penny.

- Hum...interessante, gostei! Mal posso esperar para ver a runa que o Merlin vai colocar! – Disse Penny, animada.

- O mesmo eu digo para você Clare: até Merlin colocar as runas, não será uma arma ainda. Mas ele me deu boa parte dos materiais do que eu vou fazer para você: um cajado! – Disse Anvil. – Vou usar o mesmo material do arco novo de Feanor, com detalhes em prata, vai ficar bem leve e resistente!

- Um cajado!? Finalmente poderei canalizar meu poder em algo! Sempre quis ter um! – Disse Clare, contente. – Muito obrigada Anvil!

- E para o grifo, vou fazer umas lâminas de prata para colocar em suas patas dianteiras, vai ser como braceletes em suas patas! Vai ficar um pouco mais pesado que os outros, mas nada que atrapalhe seu voo e sua velocidade! – Disse Anvil, e em resposta, Nique balançou a cauda animadamente. – Maravilha! Tudo o que preciso agora é tirar as medidas de vocês, para fabricar suas armaduras! Não precisam se preocupar: elas ficarão do estilo que gostam e tentarei fazer o mais leve possível, com boa movimentação para vocês e, claro, muito resistente!

- Tudo bem, já conseguimos notar que você é incrível! Contamos com você! – Disse Chris.

- Quando tudo vai ficar pronto? – Perguntou Eiden.

- Terminaremos na manhã do terceiro dia! Assim todos poderão se acostumar com suas novas armas e as armaduras! – Disse Anvil, determinado.

- Mas e as de todos aqui? – Perguntou Clare, preocupada.

- Nós já fizemos de todos faz tempo, só estamos terminando as dos centauros novos, mas vamos conseguir terminar no prazo! – Disse o anão. – OUVIRAM TODOS!? NINGUÉM DESCANSA ATÉ TERMINARMOS ISSO!

Os anões todos gritaram com determinação e, assim, após todos terem suas medidas tiradas pelos anões, os viajantes voltaram para o lugar onde acordaram. Como já estava de noite, todos tentaram dormir bem, mas Chris estava com dificuldades nisso.

- Chris, não consegue dormir? – Perguntou Feanor, que estava de costas para o rapaz.

- É que ainda estou pensando sobre tudo o que aconteceu hoje... – Disse Chris, que olhava para a copa das árvores balançando com o vento.

- Descobrir que é filho de uma deusa e da história da sua mãe deve ter sido bem impactante. – Disse Eiden, que também olhava para cima.

- Fora que sabemos que a Teresa está em um perigo real, e que não temos mais muito tempo. – Disse Penny, que estava encolhida entre Feanor e Chris.

- E que só você e ela podem derrotar o Deysmon de uma vez... – Disse Clare, que estava abraçada com Chris, encostando o rosto em seu braço direito.

- Ninguém está conseguindo dormir pelo jeito... – Disse Chris, rindo baixinho. – Mas é verdade que foi...hum...muita coisa para absorver. Fiquei surpreso sim em saber minha real identidade, mas já desconfiava a algum tempo que eu não era um humano normal...só não fazia ideia de que minha mãe era uma deusa...e a líder ainda por cima.

- Engraçado...de “sagrado” você não tem nada. – Disse Penny, segurando o riso.

- Pois é...eu puxei mais ao meu pai. – Disse Chris, sorrindo. – Mas eu sinceramente...fiquei muito feliz em saber a história dos dois. Minha mãe foi incrível, mais do que eu imaginava...assim como meu pai. Eu tenho muito orgulho de ser filho deles.

- É...foram pessoas incríveis mesmo, fiquei feliz de saber dessa história. – Disse Feanor.

- Minha mãe era tão gentil...até tentou perdoar e acreditar em Deysmon... Eu não culpo ela pelo que aconteceu depois, afinal ela apenas decidiu acreditar que todos podem ser bons... Ela era uma pessoa incapaz de acreditar na maldade... A Teresa é muito parecida com ela. – Disse Chris, suspirando.

- Sim, a atitude da sua mãe foi admirável... Muitos deviam tomar ela como um exemplo, fico triste por ela ter sido enganada e por tudo o que veio depois. Ela deve ter sofrido muito com a culpa... – Disse Clare, que parecia querer chorar.

- Acredito que Teresa irá gostar de saber como ela era...quando eu salva-la, vou contar tudo. Aposto que ela sentirá muito orgulho também... – Disse Chris, que usou seu braço direito para abraçar Clare, tranquilizando a moça.

- Será que a Teresa herdou um poder de cura parecido com o seu? – Perguntou Eiden, curioso.

- Talvez...e por falar nisso, vocês sabiam como o meu poder funcionava? – Disse Chris, pensativo.

- Ah...já faz um tempo que eu lhe examinei, e descobri que seu poder mágico funcionava sem você notar...motivado pela sua vontade de viver, que imaginamos que era a Teresa. Fiquei com medo de contar e o poder parar de funcionar..., mas não sabia que era um poder sagrado! Me desculpe... – Disse Clare, nervosa e encostando a cabeça no corpo de Chris, envergonhada.

- Há há há! Não se preocupe...eu entendi a preocupação, e agradeço. Mas vou ficar bem! Agora eu tenho vários motivos para viver além da Teresa...você é outro dos meus grandes motivos. – Disse Chris, beijando a cabeça de Clare, delicadamente. – Assim como todos vocês...e muitas outras coisas, por isso meu poder vai continuar sempre.

- Nossa, parece que ter quase morrido fez com que crescesse um pouco. – Disse Feanor, sorrindo.

- Um pouco... Vou continuar crescendo e me esforçando. – Disse Chris, suspirando. – Depois do que a Felícia contou eu fiquei triste pelo rei Leonardo...

- O de seu reino, não é? – Disse Penny.

- Eu não gostava dele e nunca tratei ele com o respeito que merecia... Na viagem eu notei que a função dele era importante e que ele sempre fez o que pôde pelo meu reino, e agora eu fiquei sabendo que ele sempre cuidou da minha família e tentou cuidar de mim... – Disse Chris, tristemente. – Espero que ele ainda esteja bem, gostaria de me desculpar depois de tudo...

- Não se preocupe, tenho certeza que ele está bem. – Disse Eiden, sorrindo.

- Agora eu sou um líder... Quando a Felícia disse isso tudo, eu fiquei bem nervoso, ainda mais quanto as pessoas que conheci virem lutar... – Disse Chris, pensativo. – Mas graças a vocês e a todos aqui...esse sentimento passou um pouco, estou me sentindo mais seguro e forte, por tantas pessoas estarem do meu lado. Eu acredito que vai dar tudo certo e vamos vencer no final!

- Isso mesmo, vamos todos lutar ao seu lado...e vencer! – Disseram os viajantes, determinados.

- Só uma coisa me preocupa no momento... – Disse Chris. – Eu vou ter que falar com todo mundo que conhecemos no caminho..., mas o que eu vou dizer!?

- Há há há! Não se preocupe, apenas fale normalmente e seja você mesmo. – Disse Feanor, rindo.

Após todos rirem e conversarem mais um pouco, os viajantes finalmente adormeceram. Assim se encerrou um dia, faltando quatro para o início do plano de Deysmon e para a batalha final entre o bem e o mal acontecer.



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