1. Spirit Fanfics >
  2. Promessa entre irmãos: uma lenda medieval! >
  3. Sexaginta septem

História Promessa entre irmãos: uma lenda medieval! - Sexaginta septem


Escrita por: LeticiadAquario

Capítulo 67 - Sexaginta septem


Todos já estavam atarefados e de pé na manhã do dia seguinte, afinal, o dia de partir já havia chegado. Mesmo nos outros lugares, onde todos só iriam lutar no dia posterior ainda, a preparação estava intensa: Maria escolhia os homens que a acompanhariam por terra e decidia o navio que seria transportado depois; Nik, Katarine e Leonardo conversaram com seus respectivos súditos, avisando que precisariam de todo homem que pudesse segurar uma espada e um escudo; e nos dois vilarejos os próprios aldeões começaram a improvisar armaduras, arrumar armas antigas e cuidar dos cavalos.

Na Floresta Sagrada, todos estavam passando pelos seus treinos finais, e os viajantes ajudavam como podiam nas tarefas de levar e trazer armas e armaduras para cada um dos seres místicos ali. Felícia conversou com Chris pela manhã, revisando a ideia que todos haviam discutido no dia anterior; Merlin ensinou como fazer a magia de teleportar para Clare, e instruiu a garota que ele usaria a maior parte do poder mágico; e Feanor, Eiden e Penny ajudavam Anvil no que podiam. Com todos esses afazeres, a manhã passou bem rápido e já estava de tarde. Chris começou a andar um pouco pela floresta, ele estava pensativo e parecia procurar por alguém; então o rapaz foi parar no local onde acordou pela primeira vez naquela floresta: em meio àquele cenário lindo, estava Clare de costas para Chris. Ela estava com Nique e acariciava o grifo delicadamente; ao olhar para Clare daquele jeito, Chris se lembrou instantaneamente da primeira vez que a encontrou e de como a havia achado linda.

- Então você estava aí... Estive te procurando. – Disse Chris, se aproximando de Clare e Nique.

- Eu ou Nique? – Perguntou Clare, rindo.

- Ah! Você, claro! E não me leve a mal Nique... – Disse Chris, envergonhado.

O grifo pareceu entender o que Chris queria com Clare e, então, se levantou e decidiu se distanciar um pouco dos dois. Assim, Chris se sentou ao lado de Clare, e ambos ficaram encarando o céu da tarde e a natureza ao redor.

- O que será que vai acontecer depois dessa batalha? Digo, com todos nós... – Disse Clare, finalmente, sem tirar os olhos do horizonte.

- É... Eu pensei em perguntar para vocês ontem...sabe, se tinham planos para depois ou coisas para fazer. – Disse Chris, suspirando. – Mas me dei conta de que ninguém deve estar pensando nisso agora...

- Tem razão, todos estão presos no domínio de Deysmon por tanto tempo...que não devem saber o que fazer após conseguirem a liberdade. – Disse Clare, olhando para o chão, aparentemente preocupada.

- Apesar de tudo... Eu já tenho certeza de duas coisas que quero fazer, depois que vencermos a luta. – Disse Chris, coçando a cabeça.

- Oh, sério? Quais seriam? – Perguntou Clare, olhando curiosa para Chris.

- Hum...bem... Primeiro eu quero voltar com a Teresa para o Reino de Floriyan, lá é nosso lar afinal... – Disse Chris, nervoso. – E depois... Olha, Clare, tem uma coisa importante que queria lhe dizer já faz um tempo... Eu não posso mais deixar isso de lado!

Clare parecia confusa e bem curiosa com as palavras de Chris, enquanto a garota olhava fixamente para o rapaz, ele só conseguia olhar para frente.

- Sabe, não sou bom para essas coisas... Pensei em muitos jeitos de dizer isso, e muitos lugares também..., mas decidi falar de uma vez da minha maneira! – Disse Chris, respirando fundo e encarando Clare subitamente. – Clare, eu quero levar você comigo para casa também! Depois que tudo isso acabar eu quero viver com você também....e, você sabe, casar e coisas assim...

A maga, após a fala de Chris, levou alguns segundos para poder absorver e entender tudo. O rapaz até ficou nervoso e um pouco preocupado com o silêncio de Clare.

- Você...me pediu em casamento? – Disse Clare, ainda sem muita reação.

- S-sim... Sim! Foi isso mesmo! Bem, eu mesmo já lhe disse que tinha certeza que queria ficar com você para sempre... Eu não sei dizer muito bem, é difícil colocar em palavras, mas eu realmente amo muito você! – Disse Chris, sério. – Eu te amo Clare, e eu quero que viva comigo!

Clare ainda não sabia o que dizer e seu rosto estava bem surpreso, Chris então ficou muito mais angustiado.

- Mas...bem, não sei o seu lado, é verdade... Falei isso tudo sem saber o que você quer...me desculpe! Se não quiser vir e nem aceitar eu vou entender... – Disse Chris, nervoso e abaixando a cabeça.

Para a surpresa de Chris, Clare o abraçou rapidamente. A maga começou a rir sem parar e, ao olhar para o rosto de Chris, ela estava com os olhos marejados e com um grande sorriso no rosto.

- Quer saber o meu lado? Há há há! Chris...você é bobinho as vezes. – Disse Clare, muito contente. – É claro que eu vou com você! Meu lugar é ao seu lado, seja lá onde queira ir... Por que eu te amo demais Christopher.

- Então...então...quer dizer que você aceita casar comigo!? – Disse Chris, espantado, mas muito contente.

- SIM! – Disse Clare, voltando a abraçar Chris com força.

Os dois, então, começaram a se beijar apaixonadamente; ambos estavam extremamente contentes com o futuro que imaginaram ter juntos. Em meio aos vários beijos do casal, Nique surgiu muito contente e pulou em cima do dois.

- Nique! – Disseram Chris e Clare, juntos e rindo.

- Ei, amigão, sabemos que está tão feliz quanto nós..., mas você é pesado! – Disse Chris, empurrando o grifo para trás.

- Há há há! Obrigado por nos parabenizar! – Disse Clare, sorrindo para o grifo.

- Ah sim, Clare... Será que poderíamos deixar para contar essa novidade para os outros depois? Quero dizer, depois da luta. – Disse Chris.

- Sem problema, a Penny jamais iria se concentrar na batalha depois de saber disso! – Disse Clare, rindo. – Vamos todos nos concentrar no que temos de fazer agora...depois vamos poder contar para todos com calma.

Com isso decidido, Clare e Chris ficaram juntos mais um tempo, aproveitando a imensa paz e felicidade que estavam sentindo. Já no restante da tarde, todos os habitantes místicos da floresta começaram a se arrumar: todos estavam vestindo suas armaduras, assim como escolhendo suas armas. A armadura da Floresta Sagrada não era diferente das armaduras de exércitos comuns, o diferencial principal era o material: o metal das armaduras era bem leve e resistente, diferente das armaduras humanas; além disso todas as armaduras tinham detalhes em branco e carregavam o símbolo das deusas no centro do peitoral. Os cavalos de todos também estavam sendo protegidos com armaduras, bem parecidas, em questão de acabamento e material, com as outras.

As armaduras dos seis viajantes eram um pouco diferentes: o tamanho delas foi reduzido para facilitar a mobilidade de todos e, também, para que ficasse mais confortável e não atrapalhasse muito. Mas as proteções de Penny e Eiden eram as que mais se diferenciavam, por um único detalhe.

- Essa armadura não vai te atrapalhar, não importa o quanto aumente ou diminua de tamanho! Revesti ela com magia! – Disse Merlin, olhando para Penny. – Ela vai acompanhar o tamanho de seu corpo e se adaptará facilmente.

- Muito obrigada! Isso é incrível! – Disse Penny, olhando sua pequena armadura.

- A sua funciona da mesma maneira, Eiden. Quando se transformar em dragão, a armadura vai mudar e se moldar a sua forma gigante! Do mesmo jeito quando voltar para sua forma humana! – Disse Merlin, animado. – Confesso que foi difícil, coloquei várias runas para que desse certo...

- Mas garantimos que funciona! Afinal, eu que fabriquei! E supervisionei o trabalho desse druida maluco! – Disse Anvil, apontando para Merlin.

- Enfim! Além de tudo o que fiz, acrescentei uma runa especial na proteção de suas pernas. Todos sabemos que você saiu muito prejudicado ao levar todos em segurança para longe do leviatã...suas pernas ficaram bem machucadas, e sua força, mobilidade e velocidade diminuíram. – Continuou Merlin, ignorando o anão. – Por isso coloquei uma runa de progressão nas pernas da armadura! Ela vai...hum...como posso dizer... “curar suas pernas” durante a luta!

- Como assim? – Perguntou Eiden, confuso.

- Quando vestir isso, você sentirá que suas pernas estão muito bem! Não vai sentir incomodo e nem dor, na hora da luta sua velocidade volta ao normal assim como sua força nas pernas! Essa magia faz com que o corpo ferido recupere seu estado normal por um período de tempo... Infelizmente não é uma cura definitiva, mas vai ajudar você durante a batalha! – Explicou Merlin. – Foi o mais perto que chegamos da magia de cura das deusas!

- Nossa... Eu realmente agradeço! Muito obrigado! – Disse Eiden, contente.

- Deixe para lá, agora vão se vestir! Todos vocês! Não temos tempo a perder! – Disse Merlin, sério.

O fim de tarde já estava começando, e todos na Floresta Sagrada estavam devidamente protegidos: lobos gigantes estavam com suas armaduras, assim como os elfos, as fadas, os centauros, os anões, ananicos, drows, os elementais, gigantes, dóplers, ninfas, duendes, golens, hipogrifos e grifos. Apenas os ents não usavam armadura e eles ainda estavam aguardando a hora de partir para saírem do lugar; todos os que tinham um cavalo já estavam montados, enfileirados e prontos para partir. Felícia e Merlin estavam do mesmo jeito, na frente de todos: ambos carregavam um cajado grande cada um. Faltavam apenas os viajantes aparecerem, eles estavam acabando de se vestir, mas seus cavalos e Nique já estavam prontos.

- Está confortável? – Perguntou Chris, acariciando o bico de Nique, que estava com armadura na cabeça, nos quatro membros, no peito e nas costas, e já estava equipado com sua arma.

Nique balançou a cauda animadamente, dando o sinal de que estava se sentindo bem.

- É a primeira vez que visto uma armadura...e também que vou começar uma batalha nesta forma. – Disse Eiden, já completamente vestido.

- Eu também... Na verdade, nunca lutei numa guerra de verdade, ao menos não uma assim. – Disse Penny, que havia acabado de se trocar e estava flutuando ao lado da égua de Feanor.

- Me sinto nostálgico, fazia tempo que não me arrumava para uma guerra. Mas essa é bem diferentes das que já lutei. – Disse Feanor, já pronto e guardando seu arco em suas costas.

- Meu coração está acelerado... E confesso que estou com um pouco de medo. – Disse Clare, que estava pronta e acariciava seu cavalo.

- É...eu também. Estou sinceramente nervoso... – Disse Chris, respirando fundo.

- Verdade, esta é a primeira guerra de vocês dois... – Disse Feanor, pensativo. – Seria anormal se vocês não estivessem se sentindo assim. Eu também sinto medo, toda vez.

- Eu também. – Disseram Eiden e Penny, juntos.

- Sim, é normal! Mas não precisamos ficar com medo agora...pois não estamos lutando sozinhos dessa vez! – Disse Chris, segurando a mão de Clare. – Vamos lutar como sempre, do mesmo jeito que fizemos até agora! Todos juntos, sem desistir e com a certeza de que vamos vencer!

Após as palavras corajosas de Chris, o rapaz guardou sua espada na bainha e montou em Nique, em seguida seus amigos montaram em seus respectivos cavalos, com Penny sentada atrás de Feanor. Então, ao chegarem onde todos estavam alinhados e esperando, os viajantes se dirigiram para a linha de frente, junto de Merlin e Felícia, e se posicionaram.

- Vou desfazer a nossa magia, então estaremos fora, desprotegidos e na escuridão. – Disse Felícia. – Usarei uma magia de luz para iluminar um pouco de nosso caminho.

- Ah sim, você enviou aquele...hum... “corvo” para a Maria? – Perguntou Clare.

- Sim, fizemos isso ontem a noite mesmo! Acho que até amanhã de manhã ele chega, pois mandamos com cuidado por causa da escuridão e por precaução. – Respondeu Merlin.

- Certo... Então estamos indo...para onde a Teresa está, finalmente. – Disse Chris, observando o colar de sua irmã, que estava amarrado em seu pulso direito.

- Sim! Escutem todos: nós vamos correr em velocidade máxima! Não pararemos por nada! Precisamos chegar lá amanhã a tempo, e até lá o inimigo saberá de nós! Então...não hesitem! Vamos com tudo o que temos! O tempo de se esconder já acabou! – Disse Felícia, corajosamente.

Todos os seres místicos gritavam e levantavam suas armas para o alto, os viajantes estavam bem sérios e aguardavam ansiosos para avançar. Então, Felícia e Merlin desfizeram sua magia e a escuridão, e todo o cenário de morte, rodearam todos os guerreiros. Felícia logo usou sua magia de luz, e seu cajado emitiu uma grande e intensa luz branca, iluminando parte do caminho a frente.

- VAMOS LÁ! – Gritou Chris, que começou a voar com Nique, seguido, em terra, por todos os cavalos e seus cavaleiros e, logo depois, vários ents começaram a retirar suas raízes da terra e seguiam a passos lentos, porém grandes, o exército dos viajantes.

Não muito tempo depois do exército de Chris começar a avançar, Deysmon estava se dirigindo até seu salão real quando sentiu várias presenças mágicas e poderosas de uma vez.

- O...o que é isso!? De onde surgiu toda essa magia de luz!? – Disse Deysmon, confuso.

Deysmon se apressou em subir no topo de sua torre e começou a encarar o horizonte negro, o demônio se concentrou bastante para tentar identificar a origem dos poderes que sentiu.

- Aqueles dois druidas velhos... São eles, finalmente decidiram se mostrar! E estão trazendo criaturas bem raras na direção do meu reino. – Disse Deysmon que, subitamente, sentiu uma dor forte em seu braço direito, e caiu de joelhos. – Não...impossível! Essa presença...não pode ser dele!

O demônio conseguiu sentir o poder e a vida de Chris de longe, e se aproximando de seu reino. A magia divina que vinha de dentro do rapaz ressoou pelo corpo de Deysmon, fazendo a magia de Sophia reagir.

- COMO!? COMO ESTÁ VIVO!? – Gritou Deysmon, furioso e confuso.

O poder da fúria de Deysmon chamou a atenção de Pazugorn, que se apressou em encontrar seu rei.

- Meu senhor, o que aconteceu!? Esses poderes mágicos...tem um exército vindo em nossa direção!? – Disse Pazugorn, que encontrou Deysmon ajoelhado e de cabeça baixa.

- Aquilo não é um exército... São apenas rebeldes, simples formigas... Mas o que está me irritando é que estão sendo liderados pelo filho daquela deusa desgraçada! – Disse Deysmon, se levantando.

- O que!? Mas...eu vi aquele rapaz morrer! – Disse Pazugorn, incrédulo. – Como ele-

- Não interessa! Aquela praga está viva ainda, é um fato! Teresa não pode saber disso de jeito nenhum... Não vou deixar que me atrapalhem mais ainda, não agora! – Disse Deysmon, pensativo. – Vamos elimina-los do jeito que querem! Pazugorn, quero que diga para nossos magos convocarem nossos exércitos! Mande-os trazer todos para cá! E prepare todos os nossos guerreiros daqui para um massacre!

- SIM SENHOR! – Disse Pazugorn, se apressando em cumprir as ordens de seu rei.

- Vou concentrar meu poder e minhas forças para começar o ritual o mais cedo que puder amanhã... Assim que a lua der seu menor sinal aqui, Teresa irá abrir o portal! – Disse Deysmon, rindo. – Há há há! Até que sua resistência é notável garoto... Se quer tanto lutar comigo assim, vou realizar o seu desejo! 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...