- Teresa... Isso ao seu redor...é magia!? – Disse Chris, surpreso ao ver sua irmã ao seu lado.
- Sim... Fiz o que pediu: juntei o máximo de magia que pude... A lua me ajudou nisso. – Respondeu Teresa, sorrindo para o irmão. – Agora...o que você tem em mente Chris?
- Hunf, a sua ação de pegar o poder da lua para você, aumentando os seus próprios poderes, foi bem esperta... Mas é inútil contra mim! Vocês possuem apenas um pouco da magia que as deusas possuíam, fora isso são apenas humanos! – Disse Deysmon, encarando os dois irmãos. – Nem mesmo se juntarem os seus poderes iriam me vencer... Além do mais, ambos estão no limite!
- Vamos cantar. – Respondeu Chris, sem tirar os olhos de Deysmon.
- Perdão!? – Disse Teresa, confusa.
- Aquela música que a mamãe nos ensinou... A que cantávamos juntos quando éramos crianças. Vamos canta-la agora! – Disse Chris, segurando firmemente a mão de Teresa.
- Mas...o que magia tem a ver com isso? Além disso, precisamos dar um jeito de-
- É só confiar em mim... Enquanto cantar, você deve entender... – Interrompeu Chris, sorrindo para a irmã.
Teresa havia passado anos esperando e confiando em seu irmão, e até ali ele nunca a decepcionou; por isso a garota decidiu não perguntar mais nada e apenas fazer o que Chris instruiu. Os dois irmãos respiraram fundo e fecharam os olhos por um segundo, se mantendo de mãos dadas.
- O que estão fazendo? Finalmente desistiram de lutar? – Disse Deysmon, confuso.
Então os dois, finalmente, começaram a entoar juntos o encantamento das deusas:
“No berço do tempo, vi um sonho gelado.
Tu cantavas para mim
Uma suave, e doce, canção de ninar.
O que tu desejaste?
Um mundo sem fim.
O que eu desejei?
O fim do mundo?
A voz escolhida
Está confusa
Está a rir,
A sofre,
A persistir,
A cantar...”
- Estão...cantando? Como assim!? É uma piada!? – Disse Deysmon, irritado.
Porém, Deysmon começou a reconhecer a letra e o ritmo da “música” e começou a ficar nervoso; não apenas ele, mas os demônios na terra pararam o que estavam fazendo e começaram a olhar fixamente para a torre, com muito nervosismo. As criaturas na fenda não tentavam sair mais, já reconhecendo o que estavam ouvindo. Chris e Teresa não pararam nenhum segundo, continuavam a cantar:
“...Tristeza e dor
São transformados em felicidade e sorrisos.
Sem nenhuma recompensa, aceitas morrer no desespero?
Apenas a rezar
A querer salvar-te,
A querer salvar este mundo
O que nós desejamos não é o mesmo.
Queria pôr fim a este destino com minhas próprias mãos
Dar paz e bênçãos a este mundo.
Ah, sem poder te alcançar
Não posso te dizer
Os nossos desejos apenas deixam um vazio.
Por quê? Tudo foi roubado
Ilumina o futuro
Mesmo que eu carregue dor e sofrimento...
Um requiem eterno
Neste destino inevitável
A esta luz, este destino.
Liberte tudo agora
Liberte a escuridão...”
Quanto mais cantavam, mais os colares dos dois irmãos brilhavam; a música ecoava por todo o castelo de Inflayster, chegando aos ouvidos de muitos aliados no campo de batalha.
- Essa música é... – Disse Penny, escutando a canção ecoar.
- É isso! É o encantamento das deusas! – Disse Merlin, contente.
- Chris e Teresa estão conseguindo! – Disse Clare, aliviada.
Os demônios começavam a rugir, com as mãos em suas cabeças, com se a canção os machucasse. Deysmon também estava sofrendo com isso, ele tentou bloquear sua audição, mas mesmo assim a música o atingia, tirando todas as suas forças.
- PAREM COM ISSO! – Gritou Deysmon, que conseguiu forças para avançar contra Chris e Teresa.
Os dois jovens desviaram calmamente das investidas de Deysmon, e continuavam a cantar sem parar:
“...O que tu desejaste?
O teu futuro.
O que eu desejei...por quê?
Aqueles dias que não podem mais voltar?
Continuava atrás do teu doce sorriso, e mesmo assim...
Transformar desespero em esperança
A canção que nunca para
Continuo a gritar, se este destino pode ser destruído
Apenas a rezar
Apenas por agora, deixe este funeral
Eternamente, longe, longe daqui
Uma canção ressoar.
Dar paz e benção a este mundo
Liberte esta luz, este destino, esta escuridão.
Este desespero sem fim
Transforma-o em esperança com esta canção
Sem nenhuma recompensa, aceitas morrer no desespero?
Continuo a gritar, apenas a rezar.
Apenas por agora, deixe este funeral
Eternamente, longe, longe daqui
Uma canção ressoar...”
Então, os demônios de dentro da fenda começaram a ser puxados mais para o fundo, e as criaturas que estavam na terra estavam sendo forçadas a voltar para dentro da fenda. Os aliados estavam extremamente contentes e torciam muito por Chris e Teresa.
- NÃO PAREM DE CANTAR! CONTINUEM! – Gritavam eles, os aliados, sem parar.
Deysmon fincou sua espada no chão, e usou toda a sua força para não ser puxado, ele estava extremamente furioso e desesperado.
- Eu... EU NÃO VOU VOLTAR! NÃO SEREI PRESO! NOVAMENTE...EU VOU FICAR AQUI! E VOU MATAR VOCÊS! – Gritou Deysmon.
O encantamento se aproximava de seu fim, os demônios já começavam a voltar para a fenda e a mesma começava a se fechar:
“...O que tu desejaste...
O que eu desejei...
A voz que sobrou foi de dor
Enquanto pensava em ti...
Por ti agora eu canto sozinho...
Dar paz e bênçãos a este mundo
Com minhas próprias mãos vou por este destino para dormir
Ah, a morrer
O nosso destino está chegando no fim...
Se eu estivesse contigo, poderia ir a qualquer lugar...
A voz inicial a conceder tudo
Ilumina o futuro
Enquanto este corpo deteriorado é destruído
Um requiem eterno.
Neste destino inevitável
A esta luz, este destino
Liberta tudo agora,
Liberta a escuridão.
No final da luz
Nós adormecemos! ”
Ao terminarem a canção, a fenda mágica no céu havia desaparecido, os demônios que estavam na terra foram presos novamente...com exceção de Deysmon. Ele havia conseguido resistir, estava exausto, sem forças e muito irritado.
- Vocês... Qual é o problema de vocês, deusas, hein!? Novamente vocês acabaram com os meus planos... Mesmo depois de mortas... Por que insistem em me atrapalhar!? – Disse Deysmon, furioso, chorando e sem conseguir se levantar.
Chris e Teresa estavam ofegantes e exaustos, o brilho em volta de Teresa havia sumido, assim como a lua no céu. Os dois não responderam às perguntas de raiva do demônio, Chris e Teresa olhavam serenamente para ele, pensando em tudo que haviam passado por culpa de Deysmon até ali...até aquele momento.
- O que!? Não dirão nada!? – Disse Deysmon, incrédulo. – Nenhum discurso de vitória ou nada parecido!?
- Você...fez muito mal a este mundo e aos seres vivos que vivem nele. Tudo o que você fez não tem justificativa e muito menos perdão, não importa o quanto você grite por aí... – Disse Chris, trocando sua espada para a mão direita, segurando firme juntamente com a mão de Teresa.
- Mas...mesmo assim, gostaríamos de agradecer. Apesar de tudo, se não fosse você, nada disso teria acontecido... Eu e meu irmão não teríamos ficado mais fortes e unidos, e não saberíamos de nosso passado... – Completou Teresa.
- Eu também não teria visto tantos lugares e nem ganharia os amigos que tenho hoje... Por isso, obrigado Deysmon. – Disse Chris, sério.
- Há há há.... Vocês são realmente...filhos da mãe de vocês, agradecendo a um demônio... Ter a gratidão de vocês me enjoa, mas agora eu prometo...que vou ficar quieto e bem distante de todos vocês, então podem-
- Ah sim... Nossa mãe perdoou você e decidiu confiar nas suas palavras. – Interrompeu Chris.
- A atitude dela não foi errada... Você é quem errou ao jogar fora aquela chance. – Completou Teresa, séria.
- Mas nós não somos a nossa mãe. Vamos acabar com você...de uma vez por todas! – Disse Chris.
Chris e Teresa seguraram firme a espada de prata, juntos, e correram na direção de Deysmon, que permanecia ajoelhado, perplexo e sem forças. Os dois irmãos conseguiram atingir o monstro, perfurando seu coração com a espada.
- O...o que... – Tentou dizer Deysmon, cuspindo sangue.
- O seu tempo nesse mundo acabou Deysmon... – Disseram os dois irmãos, retirando a espada do corpo do demônio.
Teresa caiu de costas no chão, extremamente cansada com tudo, enquanto Chris encarava a figura patética de Deysmon murmurando coisas sem sentido enquanto agonizava.
- Como não poderia deixar de ser.... Isso aqui é pelos nossos pais! – Disse Chris, que usou suas últimas forças para cortar a cabeça de Deysmon, que acabou caindo da torre.
Chris também caiu no chão, muito cansado e ferido. Os dois irmãos puderam ver, então, a magia negra do demônio sumir aos poucos do céu, revelando o amanhecer que já estava chegando, era possível ver o sol nascendo no horizonte.
- Irmão...podemos ir...para casa agora? – Perguntou Teresa, chorando.
- Sim... Desculpe a demora irmãzinha, mas agora....já podemos voltar. – Disse Chris, chorando e sorrindo.
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