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História Promessa entre irmãos: uma lenda medieval! - Nono


Escrita por: LeticiadAquario

Capítulo 9 - Nono


Feanor e Penny passaram o restante da tarde procurando mais ervas medicinais no bosque. A fada também ajudou o elfo a pegar mais frutas, e sementes nutritivas; ela também mostrou que tinha talento para artesanato: além de ter feito dois novos cantils para água, ela concertou as capas de Feanor e Chris. Após isso, Feanor cuidou de terminar suas novas flechas, Penny ficou bem impressionada com a velocidade e habilidade que o elfo tinha para tal.

- Obrigado pela ajuda, já estamos bem o suficiente de mantimentos. – Agradeceu Feanor, feliz.

- De nada, era o mínimo que eu podia fazer... – Disse Penny, olhando para Chris, triste. – Ei, ele não acordou ainda...

- Não é para menos, deve estar exausto. Alguém normal nem sairia vivo daquela luta, mas como estamos falando do Chris...ele vai acordar novo em folha amanhã. – Disse Feanor, acariciando a cabeça de Penny. – Pode ficar tranquila.

- Certo. Falando nisso, é bom dormirmos também. Mesmo ainda não sendo tarde da noite, ambos precisamos dormir bem! – Disse Penny, mais tranquila.

- É verdade, quanto mais descansarmos melhor. – Disse Feanor, se deitando em meio às flores. – Boa noite para você Penny.

- Para você também Feanor! – Disse Penny, se jogando no chão florido.

Todos os três precisavam muito descansar depois do embate contra as harpias, todos tinham se machucado muito e gastado todas as suas forças e poderes. Porém, no meio da madrugada, Chris acordou. Ele acordou assustado, seu corpo já estava totalmente curado, mas ele ainda o olhou e viu que estava com algumas ataduras com ervas. Por um momento, ao se ver sem camisa, ele temeu estar sem seu colar, mas ele estava pendurado em seu pescoço, como sempre, Chris ficou aliviado. O rapaz retirou suas faixas, e tomou muito cuidado para se levantar sem acordar seus amigos. Ele andou um pouco pelo bosque e se sentou próximo à cachoeira, lá ele ficou olhando para o céu e depois para seu colar. Chris, então, começou a cantar uma canção, bem baixinho.

-“No berço do tempo, vi um sonho gelado. Tu cantavas para mim uma suave, e doce, canção de ninar...”.

- Hum, isso é novidade.

- Nossa Feanor...eu já não tinha dito para não fazer isso de novo? – Disse Chris, assustado e se virando para seu amigo.

- Não foi minha intenção te assustar dessa vez, eu tenho passos leves, desculpe. – Disse Feanor, rindo. – Não sabia que cantava, que música é essa?

- Eu não canto, não é nada demais... – Disse Chris, envergonhado.

- Garanto que sua voz é melhor que a das harpias. – Disse Feanor, sentando junto ao amigo.

- Há há há! Obrigado, eu acho. – Disse Chris, rindo. – Minha mãe me ensinou. Ela cantava para mim e para minha irmã todos os dias...ela tinha uma voz maravilhosa. A música é bem grande, isso foi só o começo; apesar de nunca ter entendido bem a letra, eu sempre achei a música muito bonita, ela me faz sentir bem...não sei explicar.

- Entendi, a melodia é bonita mesmo. Imagino que Teresa goste também. – Disse Feanor.

- Ah sim! Depois que nossos pais se foram, eu passei a cantar para ela todos os dias. Ela só dormia direito depois que eu cantava a música, depois ela pedia para cantarmos juntos também. – Disse Chris, sorrindo e segurando seu colar mais forte.

- Está preocupado com ela? – Perguntou Feanor, aparentemente triste.

- Eu sempre estou...mas agora eu estava pensando no que eu fiz ontem. Eu fiz totalmente o contrário do que você me pediu, fui imprudente. Como resultado, todos nós nos ferimos bastante. – Disse Chris, frustrado. – Eu posso ter ficado forte, mas se eu continuar irresponsável eu posso mesmo morrer...e pior, eu posso levar você, ou outros, pelo mesmo caminho. Preciso crescer mais! Não posso ficar dormindo sempre que tiver uma luta difícil!

- Não se julgue tanto. Eu sei bem o que eu te disse, e não falei para que mudasse de atitude. É verdade que você age mais do que pensa, mas esse é o seu estilo, e é uma das suas melhores qualidades. Se não fosse você, toda aquela vila estaria arruinada, e Penny teria sido levada daqui. – Disse Feanor, sério. – Apesar de ser uma tarefa difícil, eu não vou deixar você morrer nessa jornada. Agora somos amigos, e vou te ajudar sempre que precisar. Pode continuar sendo irresponsável, que eu serei o mediador disto.

- Obrigado Feanor! – Agradeceu Chris, sorrindo.

- Outra coisa, é muito natural ficar assim depois de lutar contra monstros, principalmente você, que fez isso pela primeira vez. Uma coisa eu te garanto: vamos lutar contra muitos desses, e até piores, durante nossa jornada; vamos ganhar experiência e nos fortalecer a cada luta. Quando chegarmos ao castelo de Deysmon...estaremos muito mais fortes do que hoje. – Disse Feanor, sorrindo.

- Isso aí! Não vamos perder para ninguém! – Disse Chris, animado e batendo seu punho com o de Feanor.

Penny ouviu toda a conversa, ela estava minúscula e escondida atrás de uma árvore, bem perto dos dois rapazes. Ela estava surpresa com a conversa, com a amizade entre o elfo e o humano e com a determinação deles. Depois de um tempo, todos voltaram a dormir. E os três passaram mais três dias no bosque, foi o tempo que Feanor e Penny melhoraram totalmente; Chris passou seu tempo interagindo mais com Penny e treinando também.

- Estou me sentindo tão bem! – Disse Penny, voando sem parar em volta dos rapazes.

- Eu também, até minha perna melhorou totalmente. – Disse Feanor, contente.

- Ótimo! E preciso agradecer você de novo Penny! Você ajudou a gente a pegar isso tudo, e ainda concertou nossas capas! – Disse Chris, mostrando sua sacola cheia de ervas e mantimentos.

- N-não precisa agradecer! – Disse Penny, nervosa. – Depois de tudo o que fizeram pela vila, por mim e com as harpias...era o mínimo.

- Ah, falando nisso, Chris... – Começou Feanor, nervoso. – Na luta, eu deixei duas delas escaparem...fiquei preocupado com vocês, e perdi a chance de acerta-las.

- Tudo bem! Se eu estivesse na sua posição, eu também as deixaria escapar. – Disse Chris. – Não faz mal, eu duvido que elas voltem aqui!

- Então temos que ir agora, vamos viajar pelo campo até chegarmos à entrada da grande floresta. – Disse Feanor, pegando suas coisas e vestindo sua capa.

- Outra? – Disse Chris, fazendo o mesmo.

- Essa é diferente, ela cobre uma boa parte do continente, é bem densa e perigosa. Vamos passar muito tempo lá, por isso temos todas essas provisões. – Explicou Feanor. – Ou seja: não podemos gastar sem limite.

- Tá, tá...entendi! – Disse Chris, envergonhado.

- Hum...olha, eu...eu...gostaria de pedir algo. – Disse Penny, timidamente. – Eu poderia ir com vocês?

Chris e Feanor ficaram levemente surpresos com o pedido da fada.

- Por quê? Agora finalmente esta livre para ir para outro lugar, ou viver aqui sem medo. – Disse Chris, confuso.

- É...mas eu gostaria de aprender mais com vocês! Eu...ainda sinto medo de algumas coisas, e sinto que se eu for com vocês eu ficarei mais corajosa! Por favor! Eu ajudarei vocês sempre! Vou ajudar a salvar a sua irmã Teresa também! – Pediu a fada, olhando para Chris. – E...eu...gostei de vocês, queria ser amiga de vocês também...

Feanor sorriu, ele notou que Penny tinha a mesma intenção de acompanhar Chris que ele. Chris riu um pouco e, então, pegou a garotinha e a levantou.

- Sua fada boba...nós já somos amigos faz tempo! – Disse Chris, rindo. – Claro que pode nos acompanhar, você é incrível! E agora será ainda mais divertida essa viagem!

- S-sério!? – Disse Penny, muito feliz e com o rosto vermelho. – Mas...não me chama de boba! E me põe no chão, seu atrevido!

Penny acabou chutando a cara de Chris sem querer, de tanta vergonha. O rapaz ficou um pouco irritado e Feanor riu bastante da situação. A fada voltou ao chão e foi para uns arbustos pegar suas coisas. Ela estava com uma pequena capa cinza, e com uma pequena sacola nas costas.

- Olha só...ela já estava bem preparada. – Disse Feanor, surpreso.

- Espertinha! Aposto que passou todos esses dias se preparando para nos seguir! – Disse Chris, provocando a garota.

- Não me provoque, se não eu mudo de ideia! – Disse Penny, emburrada.

- Duvido... – Retrucou Chris.

- Chega vocês dois... – Disse Feanor, respirando fundo. – Vamos logo então.

- Ah...não vai ir voando Penny? – Perguntou Chris, curioso.

- Agora não! Voar atrai muita atenção... – Disse Penny, começando a andar atrás de Feanor.

Os três começaram a sair do bosque, e passaram pelo vilarejo que ajudaram. O lugar estava já sendo reconstruído, as pessoas trabalhavam e viviam suas vidas como se o ataque das harpias não tivesse ocorrido. Quando estavam prestes a deixar o lugar, um senhor de idade chamou a atenção de Chris.

- Rapaz...foi você e seus amigos que nos ajudaram há alguns dias não? – Perguntou o senhor, se aproximando dos três.

Instintivamente Feanor abaixou mais seu capuz, para esconder suas orelhas, e Penny tentou se esconder atrás das pernas do elfo.

- Hum...bem...fomos sim, lamento por todos os que morreram no ataque. – Disse Chris, timidamente.

- Tudo bem, se não fossem vocês, mais teriam morrido. Desde que ficamos sob o domínio daquele demônio, temos servido de comida para suas harpias, ninguém jamais tentou nos ajudar. Por isso, como chefe da vila, eu agradeço profundamente. Jamais esqueceremos de vocês. – Disse o senhor, chorando e abaixando a cabeça.

Chris, Feanor e Penny ficaram sem saber o que fazer diante daquela situação.

- N-não precisa disso! Não foi nada...nós não poderíamos deixar algo terrível acontecer diante de nós. – Disse Chris, com o rosto vermelho.

- Obrigado pelas suas palavras, mas precisamos ir. – Disse Feanor, puxando o braço de Chris.

- Entendo...boa viagem para vocês! Rezaremos pela segurança dos três. – Disse o senhor, acenando para os três.

- O-obrigada... – Agradeceu Penny, baixinho e seguindo os amigos.

- Obrigado! Se cuidem! – Disse Chris, acenando para os aldeões e sendo arrastado pelo elfo.

Depois de se despedirem dos cidadãos, os três já passavam uma hora andando pelo campo.

- Caramba...nunca me agradeceram assim...fiquei feliz! – Disse Chris, contente.

- Eu também... – Disse Feanor.

- Eu também...morri de vergonha! – Disse Penny, envergonhada.

- Por que vocês dois ficaram tão tímidos lá? – Perguntou Chris.

- Chris, nós ainda não estamos acostumados a ser bem tratados por humanos. Você é o único que nos vê diferente...pense pelo nosso lado um pouco, é difícil para nós. – Disse Feanor, um pouco triste.

- Ah...desculpa, mas eu tenho certeza que tem mais pessoas por aí que vão gostar de vocês! E se não gostarem...vamos ver o que vão falar depois de verem meus punhos! – Disse Chris.

- Há há há! Você é mesmo incrível! – Disse Penny, rindo.

Ao mesmo tempo, do outro lado do continente, as duas harpias que fugiram chegaram apressadas e apavoradas no castelo de Deysmon. Ele tinha acabado de sair do calabouço, onde estava Teresa, quando as duas apareceram exaustas.

- Nossa, o que houve? Não podiam esperar para me encontrar em meu salão? – Disse Deysmon, surpreso.

- Meu Lorde...por favor, nos ouça! Nós fomos exterminadas! No vilarejo bem ao sul daqui! – Disse uma das Harpias, apavoradas.

Teresa, ao ouvir isso, encostou seu ouvido na porta.

- Hum? Como assim? – Perguntou Deysmon, confuso.

- Eram três...havia um elfo, a fada que estávamos perseguindo...e um humano! – Disse a outra Harpia, irritada. – O maldito cavaleiro assassinou nossa líder! E os três mataram todas as outras!

- Que? Um elfo, uma fada fugitiva e um cavaleiro? – Disse Deysmon, rindo. – Isso é bem engraçado!

- Mas é verdade! Eles são perigosos senhor! – Disse a Harpia.

- Tenho certeza de que não é nada...mas para que fiquem tranquilas tomarei uma providencia: quero que uma de vocês voe para o sul de novo, mandem um aviso para todos os meus servos ficarem atentos. Eles têm autorização para matar qualquer um que lhes representar ameaça. – Disse Deysmon, apontando para uma das harpias.

- S-sim! Meu Lorde! – Disse a Harpia, voando para fora do lugar.

- E...e eu, meu senhor? – Disse a outra Harpia, nervosa.

- Hum...estou entediado por aqui, e seu alarde todo me deixou um pouco irritado. Então, você vai ser meu brinquedo! Vamos para minha sala de tortura. – Disse Deysmon, contente e pegando a harpia pelo pescoço.

- NÃO! POR FAVOR! – Gritou a Harpia, apavorada.

- É feio ouvir atrás da porta princesinha. – Disse Deysmon, dando um forte soco na porta do calabouço e partindo do lugar logo em seguida.

Teresa caiu para trás com o susto, mas ela ficou, por dentro, muito feliz com o que ouviu.

- Um cavaleiro...deve ser o Chris! Eu sei! – Disse Teresa, chorando de felicidade e segurando seu colar. – Ainda bem...meu irmão esta vindo! 



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