Ponto de vista de Skyller:
Com um sorriso de orelha a orelha, deixei o hospital. Olhei para o céu, que se abria aos poucos, e lentamente, os raios solares iluminava a rua. Puxo meu celular do bolso da calça, desbloqueando a tela para ver as horas. O relógio marcava exatas 14:30 da tarde.
— É... Meus pais vão me matar. — então corri.
Ao chegar em frente a minha casa, parei, tomando fôlego. Abro a porta de entrada, dando de cara com meus pais. Apesar de estar hiperventilando e completamente suada, sorri tentando disfarçar. Sei que eles vão me perguntar por onde estive.
Lucia (mãe): — Skyller, por onde esteve que só chegou agora em casa? — seu ar era de um ser superior, mas sei que está pose toda logo será abandonada.
— Fui ao hospital visitar meu amigo Lysandre. Rosalya e Alexy me acompanharam. — encarei meu pai, que suspirou.
Philippe (pai): — E como está sua recuperação? Está indo tudo bem? — meus pais sentaram-se na mesa, onde abrigava um lanche da tarde.
Após o acidente de Lysandre, meu pai vem se demonstrando ser compreensível com o caso, já que o mesmo viu sua filha aos prantos sobre o peito do platinado. Tenho sorte, pois meus pais nem desconfiam de nosso relacionamento, bom, se ainda temos um...
Automaticamente, imagens de Lysandre e Rosalya se abraçando volta a atormentar minha mente, juntamente com suas palavras:
"Lysandre: — Eu estou namorando a Rosalya?
— O q-quê?!
Lysandre: — Para ser franco, quando eu a vi aqui, eu pensei que...
— Você estava querendo dizer que... você se sente atraído pela Rosa...?"
Senti toda a esperança que restava em meu coração, sumir. Sumir como lágrimas em meio a água quente do chuveiro... Como pegadas na areia em um dia de chuva...
— Pra quem perdeu a memória, até que ele está progredindo bem. Já se lembrou de alguns acontecimentos do colégio, e relacionados a sua vida... pessoal. — sorri, tentando esconder meu desanimo.
Meus pais continuaram a conversar, enquanto eu me permaneci quieta. Assim que terminei meu café da tarde, subi para meu quarto, me jogando na cadeira do computador.
Tenho passado tempo demais no quarto, sozinha, sem brilho, desocupada, numa pequena crise, sem conseguir fazer nada, nada que preste pelo menos.
Escondi meu rosto com as mãos, suspirando pesadamente. Então, sussurrei:
— Por favor, lembra de mim.
Alguns dias depois...
Passei a visitar o hospital frequentemente. A cada visita ao quarto de Lysandre, uma lembrança era proferida. Preferi omitir alguns detalhes, como nosso beijo, briga, e Dake. Eu estava realmente me esforçando a ajudá-lo. Mas nada aconteceu. Eu meio que sabia onde as coisas iam dar — foi quase, mas não deu. Valeu a tentativa, o empenho, o interesse.
Suspirei, sentindo algumas lágrimas rolarem pelo meu rosto. Coloquei minhas mãos sobre meu rosto, o escondendo.
— Eu não aguento mais... — minha voz saiu abafada.
Lysandre: — Hum?
— Te contar sobre nós, sobre nossos momentos não vai funcionar. E-eu não sei mais o que fazer...
Lysandre: — Skyller...
— Desculpa, eu não posso mais continuar com isso. S-sinto muito. Eu quero muito te ajudar, mas... Eu não consigo.
Lysandre me olhava estático. Seus olhos estavam nublados, assim como os meus. Pude ver seus olhos lacrimejarem, talvez seja por pena.
— Desculpa...
Peguei minhas coisas e fui embora. Saí rumo à minha casa em passos lentos, afinal, não estava com pressa.
Cheguei em casa, abri a porta e encontrei minha mãe sentada na ponta do sofá, com uma revista qualquer nas mãos.
— Cheguei.
Lucia: — Que desanimo é esse, minha querida? Aconteceu alguma coisa?— perguntou preocupada.
Sentei ao seu lado sem dizer uma palavra, então a abracei. A tempos que eu não passo um tempo com minha mãe, ela estava sempre ocupada, ou eu estava sempre evitando.
Pousei minha cabeça sobre seu peito, apertando a mulher. Então comecei a chorar, como se todos os meus problemas estivessem desmoronando, ali, naquela hora. E a única solução fosse chorar. Pude sentir minha mãe afagar meus cabelos com suas mãos leves, enquanto proferia palavras de conforto. Com a voz embargada pelo choro, perguntei:
— Será que eu sou assim, tão fácil de esquecer? Será que tudo o que nós vivemos não significou nada pra ele? Será que um dia ele se lembrará de nós?
Várias perguntas. Nenhuma resposta.
Continuei a chorar por algum tempo. Até que me acalmei. Meus olhos ardiam, meu nariz escorria como o de uma criança que chorou por não ganhar um doce.
Lucia: — Minha querida... — sorriu amorosa. — Não sei que tipo de relação você tinha com este rapaz, mas não desista. Pode ser difícil agora, mas tudo irá se resolver.
— Mãe... Eu e ele namoramos... — confessei.
Lucia: — Isso é mais um motivo para não desistir!
— M-mas... — gaguejei, sentindo as palavras entaladas na minha garganta. — As memórias que ele tem, são de meses atrás. Meses em que ele gostava da Rosalya... Meses em que eu nem existia na vida...
Minha mãe se manteve em silêncio. Realmente, era uma situação complicada. Seu namorado perder a memória num acidente, passar dias internado e quando acordar, confessar a própria namorada que se sente atraído pela sua melhor amiga, é, não é fácil.
— Desculpa por não falar sobre o meu namoro com o Lysandre. Fiquei com tanto medo de vocês não aceitarem e me proibirem de ver ele, que não tive coragem de contar. Acho que agora isso não importa mais... — suspirei. — Vou pro meu quarto, com licença.
Subi para meu quarto, jogando minha mochila pra qualquer canto do quarto. Me joguei na cama, nem mesmo me troquei, estava esgotada, psicologicamente exausta, então cedi ao cansaço e adormeci.
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