História Promise - Novas amizades

Hoje seria outro dia pateticamente normal. Eu iria para escola, voltaria para a casa, cuidaria das crianças e a vida iria seguir.

Passaram-se uma semana do ocorrido, e o último diálogo que eu tive com o menino que ajudaei, foi há três dias atrás.

[Flash Back on]

— Oi. — Disse o menino a qual eu ajudei.

— Oi. — Eu respondi.

Não pude deixar de reparar como ele era. E aliás, ele era bem bonito.

— Obrigado pela ajuda no dia em que fui espancado. — Disse ele.

— Eu faria o mesmo por qualquer um. Não foi nada. — Ele pareceu bem incomodado com minha resposta, mas era a verdade. Ilusão nunca foi a melhor opção.

— Mas, qual seu nome? — Eu mudei de assunto antes que se tornasse constrangedor.

Parece muita loucura da minha mente, mas provavelmente essa é a primeira conversa que tenho com algum menino, desde que meu amigo morreu.

— Pode me chamar de Suho. E o seu nome? — Ele disse  sorrindo.

— Pode me chamar de Yuju.   — Seu sorriso se alargou.

— Obrigado por me ajudar naquele dia, sério. — Ele diz ficando sério de repente.

— Eu já disse que não precisa ficar me agradecendo...—  Eu disse.

— Mas eu me sinto na obrigação de te agradecer. Pelo que eu vi, ninguém se importou se eu estava ou não bem. — Ele disse me encarando tão profundamente. Era como se ele pudesse ler meus pensamentos, como se no momento, ele soubesse o que se passava em minha mente. Era como se ele me conhecesse a muito tempo.

—  Por que fizeram aquilo com você? — eu desviei o olhar e deixei que minha curiosidade falasse por mim. — Foi alguém da escola? — Nesse momento ele desviou o olhar.

—  Digamos que eu tenha... alguns problemas, nada demais. E não foi ninguém da escola. — Ele diz encolhendo os ombros.

— Você é espancado quase até a morte, e não é nada demais? — Ele me olha sério novamente. Parecia ser um assunto delicado, e a minha mania de falar e depois pensar, não estava ajudando.

— Não é importante, ok? Vamos comer alguma coisa? — O silêncio então, era o melhor a se fazer.

[Flash Back off]

Após isso, nós fomos até o refeitório juntos e comemos. Depois, nos separamos e essa foi nossa segunda, e última conversa.

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Passaram-se as aulas e o intervalo chega, liberando os alunos carentes de paz e libertação de atividades. No refeitório, sento-me em uma das mesas sozinha com meus fones, até que alguém me cutuca.

— Olá. — Disse a menina com um sorriso que se estendia praticamente, até quase as orelhas.

— Oi. — Eu disse acenando.

— Meu nome é Melissa e sou nova por aqui. Resolvi falar com você porque praticamente, é a única que está sozinha. — Ela diz apontando para as mesas ao nosso redor. Realmente, eu era a única sozinha ali.

— Devo te agradecer? — Eu digo levantando uma das sobrancelhas.

— Na verdade? Não! — Ela diz gargalhando. 

Nós conversamos o resto do intervalo e seguimos para casa. Ela me contou sobre o que fazia e gostava,  e me disse que após a escola se encontraria com o namorado, por isso não poderia demorar em sala. Éramos da mesma classe, o que eu creio, que ajudou em sua adaptação. Eu sentia que teríamos um bela amizade pela frente. Era legal pensar assim.

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Com o fim das aulas, voltei para casa, e o resto do dia  seguiu-se  corretamente. As crianças continuavam com suas bagunças, porém a alegria delas me contagiava. Vê-Las correndo, sorrindo e brincando era inspirador. Me fazia parar e pensar no quanto elas são felizes por não se importar com o mundo a sua volta. Por um instante, eu queria estar no lugar delas.

Saí do meu trabalho de "babá" e ao chegar em casa, tomar meu banho e comer, eu fico olhando um bom tempo pra foto que tenho com meus pais. Por que comigo? Sem que eu perceba já estou chorando.

Parando um pouco de chorar, eu penso que sair seria bom, eu esqueceria os problemas. E foi isso que fiz. Saí andando recebendo o vento e a calmaria que o mesmo trazia até a mim. Era simplismente maravilhoso sentir as lágrimas sendo secas pela brisa gélida da noite.

Eu andei por um longo tempo, a cidade ficava linda a noite. Casais andavam de mãos dadas, famílias caminhavam juntas pelas calçadas, e eu, era apenas eu andando com marcas de lágrimas e olhos inchados, pela vida.

Da Ponte, eu podia contemplar melhor o lago iluminado e os carros que passavam na avenida do outro lado. Seria romântico se minha história não fosse  catastrófica.

— Olhando a vista?  — olho para o lado assustada e o encontro-o. Era ele.

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