História Promise - Remember

Então era isso... Ele não havia morrido, eu não tinha morrido. Eu apenas passei por um breve momento de desmaio enquanto o médico falava. Mas e ele? Eu ainda me lembro que tentei saber dele, mas o médico apenas me disse que as notícias não eram boas, e então eu fui embora e comecei realmente a acreditar que ele havia morrido. Eu insisti em ficar no hospital, porém todos me aconselharam a voltar pra casa, Margarida, disse que era melhor que eu voltasse. E então depois de tanto tempo ligando para o hospital e recebendo notícias dizendo que ele estava quase morrendo, eu desisti de ligar. Acreditando realmente que ele faleceu.  Mas tudo não passou de um longo mal entendido.  Porém, as  dúvidas ainda continuavam em minha mente. Por que ele não me procurou?

Flash Back off

— Por que você não veio atrás de mim? Você simplismente desapareceu! — Eu disse com a expressão confusa.

— Eu fiquei um ano e meio em coma induzido no hospital. Quando eu acordei, os médicos me disseram que foi por pouco eu não morrer. Talvez eu seja um milagre. Ou sorte. Eu não sei. — Ele disse jogando os ombros como se não soubesse mais o que falar.

— Isso não explica o fato de que quando você acordou, você não me procurou. — Ele ficou me olhando por segundos que pareciam anos. E depois, resolveu responder.

— Eu mudei de cidade, fui morar em outra com mais recursos para minha recuperação. Eu precisava. Mas eu tentei te achar. Eu tentei te ligar no seu número antigo de celular. Mas eu não consegui... ninguém me atendia. Se passaram tantos anos que eu pensei até que você tinha morrido, mas vejo que não. — Ele sorri fraco olhando pra mim, como se estivesse se recordando de todos os meus mínimos detalhes. Eu particularmente, sentia falta desse olhar sobre mim. — Quando eu voltei para a cidade, eu fui na sua casa, mas tudo que eu encontrei foi uma família estranha e desconhecida, no lugar.

Tudo estava se encaixando agora. Fazia mais sentido que antes. Eu também fui imprudente. Troquei meu número de celular, mudei de casa... era praticamente impossível ele me encontrar. Eu posso entender seu lado, e tudo que eu queria agora, era compensar o tempo que passei longe dele, com um longo e apertado abraço, o abraço de quem tentando me ajudar, quase morreu. Me sentia um tanto culpada, mas a culpa não me levaria a lugar nenhum, e enfim, ele estava vivo.

— Você foi o motivo pelo qual eu lutei pela vida, Yuju. — Ele disse, me olhando com os olhos marejados. E enquanto ele me olhava, meu coração batucava mais, que escola de samba no Carnaval. Essa frase, definitivamente, foi muito profunda pra mim.

— Eu posso te abraçar? — Eu perguntei com vergonha, afinal, foi muito tempo separado para voltar a ter um contato desses.

— Achei que você não fosse se lembrar nunca, do abraço. — Ele disse e me abraçou.

Apesar de na vida eu não ter recebido tantos abraços, aquele, eu considerava o melhor. Não porquê era um bom abraço, também mas, os principais motivos eram:  A) ele vinha de um alguém que eu amava, e que eu pensava estar morto. B) Seu abraço me aconchegava de forma perfeita, era como se meu corpo fosse feito no formato para encaixar ao dele. C) Aquilo era muito mais que um abraço. Eram palavras ditas com o contato do corpo.

Era tão gratificante saber que a nossa amizade continuava a mesma. Mesmo com todos os conflitos, não pairou um clima estranho sobre nós. Era como se estivéssemos em um encontro planejado... nossa amizade era tão linda,  e eu ainda sentia que podia confiar nele. Estava tudo nos conformes. Estava tudo perfeitamente igual.

Eu me enterrei em seus braços e senti seu perfume, ele afagou meus cabelos e alisou minhas costas, eu senti saudades de tudo aquilo.

— Pequena... eu senti tanto sua falta!
— Ele dizia me apertando cada vez mais. Esse sim era meu Chanyeol, agora sim ele estava voltando ao seu normal. E eu estava adorando ter ele de volta. Cinquenta por cento do meu eu, havia voltado.

Depois que nos soltamos do abraço, saímos andando pela Ponte, como nos velhos tempos. Nós falamos sobre tudo. Relembramos coisas do passado... falamos sobre a escola, enfim, resumimos nossas vidas da forma mais prática.

Os carros ainda passavam, os casais apaixonados ainda estavam por ali, o vento ainda batia contra meu rosto. Só que agora era diferente, porque eu tinha com quem contar, eu tinha ele ali, eu tinha meu amigo, comigo. Eu não estava nem acreditando, ele estava de volta!