Quando eu era pequena, meus pais ensinaram-me a valorizar e agradecer por tudo que temos. Como eu tinha por volta de cinco anos de idade, eu descartei esse conceito, ou pelos menos achava que tinha o feito. Porém, essa lição de moral voltou com toda a força hoje, acertando meus pensamentos em cheio.
Eu segurava a sua mão com força, mesmo com um monte de enfermeiros em volta exigindo minha retirada do quarto. Aquilo não podia estar acontecendo de jeito nenhum. Meu cérebro havia criado uma ilusão sem nexo, onde os aparelhos a minha volta estavam com defeito, ele ainda estava com seus batimentos cardíacos normais. Mas, no fundo, eu sabia que não era nada disso; sua hora havia chegado. Gritei seu nome inúmeras vezes, eu precisava ver seus olhos pela última vez. Os olhos que sempre cintilavam, com pequenas rugas nos cantos quando sorria. Ah, aquele sorriso...irresistível. Não podia simplesmente aceitar o fato que seus braços nunca mais me passariam apoio, que sua voz não transmitiria mais palavras de conforto, que sua mão nunca mais seguraria a minha.
Meu coração quebrou-se em pedaços tão pequenos quanto átomos, e as lágrimas escorriam na mesma intensidade que uma correnteza. A minha única certeza no momento era que ele não era o único morto; parte de mim foi-se junto a ele. Tantos risos, tantos choros, tantos abraços e beijos, tantas pequenas brigas, tantos planos; tudo isso não podia ser em vão.
A única coisa que sobrou foi a minha promessa, a qual eu jurei nunca quebrar. Era algo muito fácil: amá-lo pelo resto de minha vida. E, bem, tenho a certeza de que mesmo com outras pessoas surgindo em minha vida, nenhuma delas me fará rir como ele conseguiu. Nenhuma delas me fará feliz como ele fez. Nenhuma delas me fará sentir como ele fez. Prometi-o meu amor eterno, e assim será. Para sempre.
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