- Caramba, Morgan! - exclamo, abaixando a arma - Como entrou aqui?
- Sei da chave no vaso de planta. - me examina - Reid, vai colocar uma camisa!
Esqueci que não coloquei a camisa. Droga! A minha camisa e a blusa da Natalie estão no chão da sala. Dou as costas ao Morgan e vou para a sala. Ele me segue.
- Cadê a garota?
- Está dormindo. - respondo, vestindo a camisa
- Reid?
- Fala.
- Que marcas são essas? - olho pra ele sem entender - Ah, por favor! Me diz que vocês não transaram!
- Por que acha que transamos?
- Não sou idiota! Você é a pessoa mais organizada que eu conheço e agora encontro uma camisa e uma blusa no chão da sala, suas costas estão arranhadas seu cabelo está bagunçado...
- Eu estava dormindo.
- ... e me aparece só de calça! Reid, vocês transaram! Admita! - exclama com a voz alterada e braços abertos
- Shiu! Vai acordá-la! - respiro fundo - Está bem, nós transamos!
- Isso não vai dar certo.
- Obrigado, Morgan.
- Estou falando isso porque é seu trabalho cuidar dela. - diz se sentando - A garota acabou de ser estrupada e você transa com ela? Reid, você não é assim!
- Não consegui me controlar! Ela estava tão...
- Eu quis. - ouço uma voz atrás de mim, me viro e a vejo de pé, seminua
- Natalie! - a repreendo e jogo a blusa dela em sua direção. Ela a veste e vem em nossa direção, e se senta no sofá
- Estávamos conversamos, eu o provoquei e nos beijamos. - explicou. Morgan abriu a boca para responder, mas ela continuou: - Ele tentou me afastar, me fazer desistir, mas me aproximei de novo e o beijei. - ela termina e ele me olha
- É verdade?
- Eu a beijei.
- Vocês transaram e isso é errado. Sabe por quê? Ele tem que te proteger!
- E ele me protege.
- Na cama?
- Na cama, sim, mas fora dela também.
- Isso é loucura! Natalie, você foi estuprada há pouco tempo...
- Acha que não sei disso? - responde aos gritos - É a primeira coisa que penso quando acordo e a última antes de dormir, trêmula com as lembranças. Uma parte de mim morreu lá, e outra morre enquanto não acham minha irmã porque não lembro da droga do caminho. Estou quebrada e ele - aponta pra mim - é o único que teve coragem o suficiente pra se aproximar e tentar juntar os cacos. E quer saber? Ele conseguiu! Não tudo, mas a maioria. Então, se quiser falar do meu estupro, fale com minha psicóloga. Ela sabe de cada maldito detalhe!
Quando termina de falar, percebe que estava chorando. Ela leva as mãos aos olhos e seca suas lágrimas, enquanto se desculpa. Vou na cozinha pegar água para ela; Morgan pede que eu leve pra ele também. Da cozinha, ouço quando ele sussurra uma pergunta pra Natalie:
- Gosta do Spencer de verdade ou só transou com ele como recompensa por ter "juntado os cacos"? - vou até a porta da cozinha, ansioso, para ouvir a resposta de Natalie
- Gosto dele. - responde, e sinto um sorriso bobo em meus lábios - Gosto muito dele, de verdade. Não sei quando comecei a sentir isso, mas me apaixonei por ele, pelo jeito bobo dele, o sorriso, a risada, o brilho em seus olhos, sua inteligência e seu carinho. Me apaixonei pelo Spencer e, acredite, eu tentei sufocar esse sentimento, mas não consegui. E quando ele me disse que gosta de mim, eu... - ela suspira - ...eu só conseguia pensar em como o beijo dele devia ser bom, e então, ele me beijou. - termina, com uma voz sonhadora
- Sabe que ele pode acabar perdendo o emprego, não sabe?
- Sim. - pude ouvir a culpa em sua voz
- Mesmo assim, vai continuar com isso?
- Só se ele quiser.
- Você quer, Spencer?
- Hm? - pergunto saindo da cozinha, me fazendo de desentendido - Quero o quê?
- Acha mesmo que eu não sei que você estava ouvindo atrás da porta? - ele cruza os braços
- Eu não estava escutando vocês!
- Spencer - ela me chama. Me viro e a vejo com a sobrancelha erguida e também de braços cruzados - Estava ouvindo atrás da porta?
- Eu...
- Spencer...
- Está bem! Eu estava ouvindo atrás da porta! - confesso e ela nega com a cabeça, sorrindo de lado. Aquele sorriso lindo! - Quero.
- Ah, vocês dois me enlouquecem! - diz Morgan, bufando em seguida - Ok, vocês vão fazer o que quiserem desde que isso não interfira no seu trabalho...
- Protegê-la.
- Isso. Vai ter que melhorar nisso, porque quando eu entrei, você estava dormindo.
- Você sabe da chave no vaso de planta.
- Se eu sei, Parker também sabe.
Depois disso, o ambiente ficou pesado. Natalie claramente se isolou em sua mente, provavelmente se lembrando dos momentos em que esteve com aquele desgraçado. Então, ela se trancou no quarto e Morgan, depois de comprar uma caixinha azul com pílulas, atendendo ao meu pedido, e me repreender com o olhar por termos transado sem camisinha, foi embora.
Da porta do quarto de Natalie, ouço o chuveiro ligado e percebo que ela está tomando banho. Vou para o meu quarto, pego algumas roupas e me dirijo ao banheiro, seguindo o exemplo dela. Já no banho, algumas partes de minhas costas ardem. Sorrio ao me lembrar do motivo. Saio do banheiro e, depois de me vestir, do quarto, e vou para a sala, onde a encontro sentada no sofá, com seu notebook em cima das pernas. Ela parece digitar um texto, e só percebe a minha presença quando me sento ao seu lado.
- O que está fazendo?
- Digitando.
- Haha. Está digitando o quê?
- Deixa de ser curioso! - responde rindo, mas me conta mesmo assim - É uma história
- Sobre o quê?
- Dragões e unicórnios.
- O quê?
- É. Um príncipe dragão e uma princesa unicórnio. Eles se amavam, mas não podiam ficar juntos porque suas famílias são inimigas, e tal.
- Tipo Romeu e Julieta, só que de um jeito estranho.
- Só que eles não morrem.
- Então o que acontece?
- Bom, o reino dele é no céu, e o dela, na terra...
- Mas ela não é um unicórnio? Eles não têm asas?
- Sim, mas ela não sabe voar, então tem que ficar na terra. E o povo dela não gosta do príncipe dragão, então ele fica no céu. Até que ela aprende a voar e foge para o reino celeste e eles se casam.
- E vivem felizes para sempre?
- Não, alguém morre, eu só não decidi quem.
- Você disse que eles não morrem!
- Alguém morre, e um deles vai ser acusado, Spencer. - ela diz como se fosse obvio e revira os olhos
- Olha, é a coisa mais absurda que eu ouvi na minha vida. - afirmo e começo a rir, mas ela me bate, rindo também
- Não chame O Dragão e o Unicórnio de absurdo!
- Que original.
- Cala a boca! - diz rindo, enquanto sobe em cima de mim, fazendo cócegas para me fazer ficar quieto.
Rio até não aguentar mais, e ela para, percebendo que subiu no meu colo. Quando ela ia sair, roçou na minha ereção, me fazendo gemer. Rio rouco:
- Não sabia que você corava.
- Eu não coro!
- Ah, não? - pergunto, me aproximando - Eu posso ser seu dragão - digo e ela sorri, e então, eu a beijo
Nosso primeiro beijo foi urgente, necessitado; esse é doce, lento e excitante. Natalie rebolava lentamente no meu pênis, me enlouquecendo. Suas mãos no meu peito, acariciando por cima da camisa. As minhas em sua cintura, a apertando de vez em quando. Ela geme meu nome quando beijo seu pescoço.
Eu levanto do sofá, novamente nos levando para meu quarto, sem interromper o beijo. Ela desce do meu colo antes de chegarmos a cama e começa a tirar sua roupa enquanto tiro a minha, a puxando pela cintura logo em seguida. Aperto sua bunda com força e sussurro no seu ouvido:
- Gostosa. - ela sorri, percebo - Você será uma boa unicórnio?
- Ah, cala a boca - me joga na cama e sobe em cima de mim. Encaixa meu pênis em sua entrada e desce de uma vez só, gemendo no meu ouvido, e rebola em movimentos circulares, me fazendo endurecer ainda mais dentro dela.
- Ah, Natalie!
Então, ouvimos um barulho. Baixo, mas alto o suficiente para percebermos que alguém está aqui, como, não sei, porque o Morgan deixou a chave comigo antes de sair e eu tranquei a porta quando ele foi. Natalie sai do meu colo e busca suas roupas. Eu faço o mesmo, procurando minha arma na gaveta. Com ela nas mãos, me viro e levo um susto ao vê-la tirando uma faca de debaixo do travesseiro. Ela se vira e dá de ombros, como se não fosse nada demais. Agora, não é mesmo. Peço que ela fique no quarto e tranque a porta quando eu sair, tanto a do quarto quanto a que dá para o banheiro. Ela assente e beija minha bochecha.
Assim que saio, ouço o barulho da tranca logo atrás de mim. Respiro fundo e vou até sala, conferindo se está vazia. Em seguida, para a cozinha, e então o quarto dela. Vazio. Me viro para sair e vejo a porta da sala aberta. Vou até lá e sinto algo duro bater na minha cabeça. Minha visão escurece e eu caio no chão. Perco a consciência.
***
Quando acordo, vou até o quarto e vejo o sangue na parede e a faca que ela tirou do travesseiro estava caída no chão. Abro a porta do banheiro do mesmo jeito que abri as outras, e meu coração se despedaça ao vê-lo vazio. Sinto lágrimas rolando no meu rosto, enquanto disco o número do meu chefe, que atende no segundo toque.
- Hotch, ele pegou a Natalie. - de novo
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