História Promises: The Time Machine - Luhan - Substitua seus suspiros pela sua respiração

Ainda naquela noite, naquele café. Tomamos um chá juntos, enquanto esperávamos o temporal acabar.

- Meus avós viviam aqui. – ela contou.

- É lindo. – foi a única coisa estúpida que consegui dizer. Ela era tão doce, vista e conhecida de perto.

- Um dia, meu avô deu um broche de presente a minha avó, mas infelizmente ela o perdeu. – a simplicidade em seu olhar enquanto olhava uma foto do objeto em seu celular, era encantadoramente triste, ela realmente parecia procurar aquilo, mas com inúmeras tentativas falhas. – Eu quero encontrar outro para ela.

- Posso dar uma olhada? – questionei, demonstrando interesse.Ela me mostrou terminando sua frase com um “até mesmo um parecido”.

Quando olhei-o, imediatamente me lembrei de algo semelhante que vi na loja de antiguidades, estava na seção de jóias e parecia algo antigo, de gerações.

Levantei a cabeça e ela o fez, ao mesmo tempo, cruzando nossos olhares tão aproximados que pude sentir sua alma mas em um súbito movimento, nos afastamos como dois pequenos corações nervosos.

E tentando descontrair, ela me contou algo que eu nunca esquecerei, por mais fútil que fosse, eu iria ao menos lembrar que minha amada preferia tomar chá de mafumeira quando chove, porque antigamente, quando ela ficava resfriada, sua vó fazia um pouco para sua neta. E o moreno garoto, vulgo eu, ficou ouvindo, enquanto seus olhos brilhavam como as estrelas tapadas pelas costinas pesadas de algodão daquele momento.

De dentro da minha bolsa, peguei o livro que comprei e entreguei para ela, com o propósito de causar nela o mesmo sentimento de reviravolta que ela causou em mim, se ela soubesse como eu me senti, sempre se lembraria de mim ao chegar perto desta capa.

Enquanto ela agradecia, seu celular tocou e se desculpando, ela atendeu.

Eu não pude ouvir a conversa, nem conseguia imaginar do que se tratava ou com quem era, mas foi algo preocupante que a deixou frustrada. Eu apenas conseguia observar cada movimento seu, maravilhado.

- Desculpa, eu tenho que ir agora. – recolheu suas coisas com certa demonstração de preocupação. – Até a próxima. – seus dedos pareciam tremer e sua mente parecia ter um milhão de pensamentos que te faziam não conseguir transformar os suspiros em respiração. – A propósito – se virou para mim novamente antes de sair – Você está livre amanhã à tarde? Ás três? Aqui, às três da tarde, ok? – respondi um curto “Ok”, não sabia o que fazer ou como agir em sua frente – Ok, a gente se vê então, tchau!

“Três horas” – falou em tom alto antes de atravessar a porta. E mais uma vez, eu estava a deixando partir, sem nenhum esforço para que ela ficasse.