James saiu de casa de Lily e se dirigiu para o carro. Tinha sentido a pele suave da pintora contra a sua e o perfume dela estava mesclado com o seu, lhe dando um cheiro exótico. Ligou o motor e se dirigiu até um supermercado, onde comprou um pacote de batatas fritas, frango assado, arroz e latas de cerveja. Se dirigiu para a caixa mais próxima e pagou, trazendo o saco cheio. Conduziu em direção à casa de Sirius, utilizando seu atalho preferido. Escutava um cd dos Metallica, seus pensamentos em seu melhor amigo, e em Lily. Estava preocupado com ele. E sentia que estava se apaixonando por Lily e que ela o correspondia, mas parecia que tinha medo dele, ou de se apaixonar por ele. Conseguiu evitar algumas filas de trânsito pelo caminho, para seu alívio, e entrou na rua. Estacionou o carro e saiu com o saco na mão. Galgou as escadas e tocou à campainha. A porta foi aberta por Sirius, que que tinha um ar desmazelado. Suas roupas eram velhas, seus cabelos estavam despenteados e barba no rosto, sem falar nas enormes olheiras debaixo dos olhos sem brilho. Estava terrível. Sirius perguntou, enquanto James entrava:
— O que está fazendo aqui?
— Vim almoçar com você, claro! - Exclamou James, se dirigindo para a cozinha - Eu sei muito bem que você não ia almoçar, por isso trouxe comida. E você vai comer.
— Não tenho fome. - Retorquiu Sirius, enquanto fechava a porta e entrava na cozinha, mas James retirou o que necessitavam para almoçarem. Colocou a mesa e obrigou o amigo a se sentar. Abriu os pacotes, as latas de cerveja e se sentou. Sirius observava o almoço sem interesse, não tinha apetite. James perguntou:
— Marlene está trabalhando?
— Sim. - Respondeu ele, pegando na lata de cerveja e colocou no copo com gelo, bebendo um gole – E você, também não deveria estar?
— Só tenho que trabalhar de tarde. - Informou James – Falei com a chefe que ia fazer aulas de pintura ela permitiu que eu trabalhasse só em part-time, mas só depois de me deitar aquele olhar, sabe?
— Arregalou os olhos? - Perguntou Sirius, rodando o copo nas mãos.
— Juro que ela estava igualzinha a um sapo. - Confidenciou ele – Um sapo rosa.
— Que medo. - Gemeu Sirius, tentando imaginar a cena. James acenou com a cabeça, concordando e disse:
— Mesmo.
— E como é a pintora? - Perguntou Sirius, curioso, mudando de assunto.
— Linda, Padfoot. - Revelou James, sonhadoramente, pensando nela - A mulher mais linda que já vi na minha vida.
— Duvido que seja mais linda que a minha Lene. - Brincou Sirius e James olhou para ele. Sorriu e respondeu:
— Você está enganado. Ela é uma beldade. - Sirius olhou atentamente para o amigo e falou, seriamente:
— Você está apaixonado, Prongs. - James desviou o olhar e pegou no copo, tragando um pouco de cerveja. Engoliu e comentou:
— Talvez seja só uma atração. - Sirius negou com a cabeça, dizendo:
— Você nunca falou assim de uma mulher. E seu olhar está diferente. - Acenou com a cabeça, frisando suas palavras - Está apaixonado.
James bebeu novamente, pensando nas palavras dele. Sirius era seu melhor amigo, seu braço direito e se tratavam como irmãos, não o queria enganar.
— Talvez. - Comentou - Só sei que ela é diferente.
Sirius cantarolou, desafinadamente:
— James está apaixonado. James está apaixonado. James está apaixonado. James está apaixonado.
— Cala a boca, Padfoot. - Ordenou ele, enquanto Snuffles entrava na cozinha com uma bola na boca. O cachorro deixou cair o objeto no chão, e se atirou a James, lambendo seu rosto.
— Oi, Snuffles. - Cumprimentou James, acariciando seu focinho - Como vai?
Snuffles latiu em resposta e abocanhou uma perna de frango, fugindo da cozinha.
— SNUFFLES! - Gritou James, e Sirius gargalhou. Ele ficou feliz ao ouvir seu amigo rir, mas fingiu que estava zangado. - Aquele cachorro...roubou minha perna!
Sirius gargalhava, lágrimas escorrendo por seu rosto. Snuffles nunca tinha roubado a comida do prato, normalmente esperava que lhe dessem.
— Oh, foi tão engraçado! - Exclamou ele, limpando as lágrimas que escorriam por seu rosto - Nunca pensei ver uma cena dessas.
E gargalhou mais uma vez, James sorriu e o acompanhou na risada. Os dois se riram durante uns minutos e Sirius se serviu, se sentindo um pouco melhor. Se acalmando aos poucos, começaram a comer, enquanto James falava das aulas e de Lily. Sirius ouvia com atenção embora, às vezes, pensasse em seu irmão. Queria visitar sua sepultura, mas sabia que seus pais, ou seus familiares, estariam velando e não queria problemas. Não se sentia bem o suficiente para começar uma briga no próprio cemitério.
— E você, como vai? - Perguntou James, olhando para seu amigo com atenção. Sirius abanou os ombros e comentou:
— Estou melhor que ontem. - Olhou para James, a pessoa que tinha ficado com ele a noite toda, conversado com ele, jogado às cartas enquanto bebiam, o distraindo, e agradeceu, seriamente:
— Obrigado, Prongs. - James olhou para Sirius, e ele continuou - Por tudo o que fez, e tem feito por mim.
— Os amigos são para essas coisas. - Respondeu ele, sorrindo para seu amigo, e continuaram a comer. Acabaram o almoço, colocaram a loiça na pia, deram os ossos a Snuffles, que roía com gosto o osso da perna do frango, e se despediram com um longo abraço. James saiu da casa dele mais leve, sabendo que Sirius estava um pouco mais animado.
Continua...
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