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História Properly Drunk - Properly Drunk - Capítulo Único


Escrita por: Evil_Hella

Notas do Autor


Olááá, como estão? Espero que bem. Aqui vai mais um one-shot de Star Trek, agora com um casal diferente: McCoy e Chekov. Sim, sim, diferente, mas adoro.

- Eu não possuo nada de Star Trek (infelizmente), sou só uma fã;
- A história se passa no universo do reboot;
- Os significados das palavras com * nelas estão nas notas finais;
- Perdoem qualquer errinho;
- Apenas menção de Spirk em um relacionamento;
- Trechinho de Arctic Monkeys porque sou apaixonada por essa banda <3;

BOA LEITURA!!

Capítulo 1 - Properly Drunk - Capítulo Único



Secrets I have held in my heart

Are harder to hide than I thought

Maybe I just wanna be yours

I wanna be yours, I wanna be yours

– I Wanna Be Yours, Arctic Monkeys.

 

- Oh céus, o que eu fiz para merecer isso?

As palavras rolam para fora da boca de Leonard Horatio McCoy, se perdendo no pandemônio irritante do bar. Sua voz soa engraçada, a língua já quase dormente pela quantidade de álcool que desceu pela sua garganta nas últimas horas, o gosto amargo e forte do whisky ainda impregnado em cada uma de suas papilas gustativas. Ele não diria que está bêbado, talvez um moderadamente embriagado, tropeçando em seus insultos enquanto Jim tropeça nos próprios pés.

Pavel Andreyevich Chekov está do outro lado do estabelecimento, sacudindo levemente os quadris ao som da música barulhenta e isenta de letra, apenas uma batida eletrônica que reverbera pelas paredes do local, vibrando o cérebro de McCoy de uma maneira no mínimo desconfortável. Oh, pelos céus, ele não tem mais idade pra essas coisas. Aceitar gastar seu tempo livre para vir hoje com Jim foi certamente uma péssima ideia, mas desde quando o idiota loiro tem ideias boas, não é mesmo? Nem mesmo decidir começar um relacionamento com o bastardo de orelhas pontudas foi uma iniciativa muito apreciada pelo médico.

E, droga, a visão do jovem russo sincronizando os movimentos de seu corpo esguio à batida da música não está facilitando a estadia de Leonard nesse bar. Há tempos a beleza deslumbrante de Chekov tem atraído seus olhos cansados mais do que McCoy considera aceitável e profissional. Ah, mas aqueles sagazes olhos verdes o lançaram um terrível feitiço, e agora o médico nem sequer consegue negar para si mesmo que a visão dos cachos dourados não faz seu coração pular uma batida, ou que tenha passado a achar o uniforme da divisão de comando um pouco mais bonito do que qualquer outra versão, mesmo que a cor nunca tenha sido sua preferida.

Caramba, Leonard nem ao menos sabe como pronunciar o nome do meio do jovem de vinte anos. Seria “Andrê-iê-vitche”, “Andri-viche”, “Andrê-yê-viqui”, ou será que nenhuma das alternativas anteriores? Isso nem deveria importar tanto assim. Droga, ele é um médico, e não um maldito professor de idiomas! E seus pensamentos impuros acerca de Chekov já deveriam ter sido devidamente enterrados há muito tempo, antes mesmo que tivessem tido a chance de se multiplicar e migrar de sua mente para seu peito, se instalando como uma constante falta de fôlego.

E pensar que McCoy chegou a considerar que por um milagre da medicina já vivia sem coração há anos! Com uma sobrevida até que satisfatória, diga-se de passagem. Um emprego ótimo como Chefe do Departamento Médico da melhor nave da Frota, apesar de achar que não é pago o suficiente para ter que aguentar as imprudências de Kirk ou para apenas suportar a presença de Spock naquela nave.

Oh, mas McCoy certamente tem coração, e este não suporta a situação paradoxal em que se encontra: tão perto de Chekov, mas ainda assim tão longe. E é esse sentimento que o faz tirar algumas notas de dinheiro de sua carteira e deslizá-las pelo balcão até o bartender, dirigindo um último olhar a Jim e seu companheiro vulcano antes de se dirigir até a porta, fugindo da atmosfera densa e abarrotada de fumaça de gelo seco do interior do bar.

O ar gelado da noite lá fora preenche seus pulmões agradavelmente, e faz um arrepio subir por seus braços antes de conseguir terminar de vestir a pesada jaqueta de couro preto. Já passam da uma da manhã, mas nem por isso as ruas estão vazias. É isso o que acontece quando as datas de manutenção de várias naves da frota coincidem e estas precisam fazer essa indispensável parada na mesma base da Federação. O enorme fluxo de pedestres é até conveniente, considerando que McCoy vai precisar andar três quarteirões até o hotel.

Uma mão leve é pousada sobre seu ombro e Leonard pula em surpresa, se virando quase instantaneamente graças ao susto. Seus olhos encontram os de tom verde, e ele franze o cenho. Há alguns segundos atrás o russo estava dançando com alguns colegas que McCoy não reconhecia dentro do bar, e agora está parado à sua frente abraçando o próprio corpo e esfregando as mãos em seus braços para cima e para baixo como se tentasse adquirir algum calor corporal, afinal, a noite está fria e com certeza a camiseta branca que Chekov usa não é o suficiente para mantê-lo aquecido.

- Droga, Chekov, você me assustou! – o médico exclama, pousando uma das mãos sobre o peito. Seu coração bate descompassado, e ele não consegue decidir se é pelo susto em si ou pelo fato de estar frente a frente com Pavel relativamente sozinho.

- Ah, desculpe, não foi minha intenção. – o jovem diz com seu sotaque carregado enfeitando suas palavras. Maldição, como Leonard adora esse sotaque tão cativante. – Eu só queria saber se está tudo bem. Vi você sair do bar com pressa.

McCoy franze o cenho. Então quer dizer que Chekov estava o observando? E se estava, por quanto tempo? Oh, merda, o que mais falta acontecer? Teria o jovem percebido que seus olhos castanhos se desviavam em direção à sua figura dançante pelo menos três vezes mais do que o de qualquer outro no estabelecimento? E, droga, isso significa muito, considerando que a beleza estonteante de Pavel costuma atrair muita atenção.

- Estou bem, Chekov, só precisava de um pouco de ar. – Leonard responde um segundo mais tarde do que gostaria, graças ao seu estado desorientado pelas linhas do rosto do jovem. – E você, o que faz aqui fora?

- Eu já disse. Eu vim atrás do senior... Digo, você. Vim atrás de você. – Chekov corrige a si mesmo, certamente se recordando das incontáveis vezes em que Jim o disse que não era necessário que se referisse a ele, McCoy e Spock como “senhor” quando estavam em suas horas livres.

- Ah, sim, certo. – diz desconcertado, sem entender como deixou essa passar. – Eu vou voltar para o hotel, você pode voltar lá pra dentro agora que viu que estou bem. Você está tremendo como uma vara verde aqui fora. Onde diabos está seu casaco?

- Estava com Sulu, mas ele saiu com um cara. – o russo se justifica, ainda esfregando os próprios braços. Suas bochechas estão coradas e pelo modo como sua língua se enrola mais do que o normal nas palavras, McCoy pode dizer que Pavel está um pouco mais do que bêbado. – Será que eu posso voltar com você?

- Claro, sem problemas. – dá de ombros, vendo o jovem oscilar levemente sobre os próprios pés.

- Eu divido quarto com o Sulu, e o meu cartão de acesso estava no bolso da minha jaqueta. – Chekov diz torcendo o nariz levemente como se não estivesse acreditando no próprio descuido. – E se eu fosse pro seu quarto? A gente podia se divertir...

Leonard engasga com a própria saliva subitamente, entrando em um ataque de tosse que rouba seu fôlego por alguns segundos, o fazendo colocar um dos punhos sobre a boca para evitar acabar cuspindo em Pavel. O rapaz continuado parado impassivelmente, mordendo o lábio inferior de maneira provocante. Todo seu corpo emana uma aura de sensualidade que torna difícil para McCoy pensar em linha reta, e sua aparente inocência é tão assustadoramente sexy que faz com que o médico prenda a própria respiração por um instante.

- Hm, Chekov, quanto você bebeu? – Leonard pergunta nervosamente, evitando encarar os olhos do russo.

- Nevazhno*... – murmura com a voz embriagada, sorrindo de maneira desafiadora.

- Chekov, eu não falo russo.

- Eu disse que não importa. – o rapaz repete revirando os olhos. – Não importa o quanto bebi. Eu gosto de você, Leonard. Acha que eu não vejo como você me olha?

Oh, droga, droga, droga, droga...

McCoy sente seu corpo ficar tenso, seja pela súbita declaração de Pavel ou por ouvir seu nome sendo pronunciado pelos lábios rosados em um pesado sotaque russo alterado pelo excesso de álcool, muito provavelmente uma boa vodca.

- Chekov, você está bêbado, não está pensando direito. Amanhã você vai acordar e se arrepender e...

- Nyet*! Nyet! – o jovem russo o interrompe, repentinamente se lançando na direção de Leonard e tapando sua boca com uma das mãos, perigosamente pressionando seu corpo contra o do homem mais velho. – Sem arrependimentos! Eu quero você, Leonard.

McCoy suspira profundamente, sentindo seu corpo sacudir com uma eletricidade recém-descoberta que acende cada milímetro de seu corpo com uma onda de desejo que manda para seu último resquício de sanidade para bem longe. Chekov retira a mão de sua boca, mas, antes que Leonard tenha sequer tempo para reagir, o russo já está conectando seus lábios ao dele em um beijo quase faminto, pedindo passagem com a língua, a qual o médico cede imediatamente, se entregando ao gosto viciante de Pavel, algo que parece uma mistura de vodca, chiclete de menta e um fogo interior do qual ele ainda era ciente da existência.

- Okay, okay. – Leonard se rende, segurando o jovem pela cintura, apertando o corpo esguio contra o seu próprio, aproveitando a sensação dos braços do russo envoltos em seu pescoço. – Droga, Chekov, como é que eu nunca percebi que você gostava de mim antes?

- Sou ótimo em guardar segredos, Leonard. E nada de Chekov, me chame de Pavel.

- Pavel? Eu gosto desse nome, é... Exótico. – McCoy comenta, sorrindo para a expressão embriagada do rapaz.

- Será que podemos nos divertir agora? – Chekov provoca, sussurrando de maneira instigante enquanto praticamente se pendura nos ombros do médico.

McCoy ri enquanto o jovem russo embriagado se desprende de seu abraço e começa a puxá-lo pela calçada na direção do hotel, sentindo o calor do álcool ainda queimar em seu corpo, agora incrementado pelo desejo e excitação com a ideia de finalmente ter Chekov para si.

Talvez aceitar vir hoje com Jim não tenha sido uma ideia tão péssima assim...

(...)

McCoy abre os olhos, piscando algumas vezes para ajustar a retina à luz que entra pelas cortinas abertas do quarto. As paredes claras do quarto de hotel deixam a luminosidade ainda mais acentuada, e isso não ajuda em nada sua dor de cabeça latejante graças aos drinks da noite passada.

Um calor aconchegante envolve o lado direito de seu corpo, e Leonard olha para baixo para encontrar a figura de Pavel aconchegado em seu peito abaixo do grosso edredom cinza, o ouvido bem acima de onde seu coração bate. Uma das mãos do médico está envolvendo a cintura do russo, que usa apenas sua boxer preta e a enorme camiseta preta de McCoy. Oh, que bela visão logo ao acordar.

- Leonard? – a voz de Chekov chega aos ouvidos de Leonard apenas como um sussurro. Ele assiste os olhos verdes se abrirem por um instante antes de voltarem a se fechar. – Bom dia.

- Bom dia, Pavel. – diz com um bocejo, escutando o russo gemer miseravelmente enquanto tenta esconder o rosto da claridade o pressionando contra o peito do mais velho. – Ressaca?

- Da*... – murmura sem sequer se mexer, suspirando audivelmente.

- Isso é péssimo, considerando que hoje é nosso último dia aqui. – Leonard fala em voz baixa, afagando as costas do rapaz carinhosamente. – Podíamos sair, fazer alguma coisa juntos.

- Okay, okay. Eu vou tomar uma aspirina e pegar meus óculos escuros no quarto. – o jovem se apressa em dizer, sorrindo levemente enquanto se senta. – Me espere aqui, Leonard.

Chekov se despede com um selinho nos lábios de McCoy antes de vestir sua calça jeans e deixar o quarto ainda descalço e com o cabelo desgrenhado, já que seu próprio quarto fica no mesmo corredor.

Quando os dois saem para almoçar, caminhando até o restaurante mais próximo do hotel, Jim e Spock os encontram no meio de uma das tentativas de Chekov de ensinar a McCoy como pronunciar “Andreyevich”, tarefa na qual estava falhando miseravelmente. Desnecessário dizer que Kirk automaticamente passa a importuná-los até a alma para contarem cada detalhe do que aconteceu.

Contudo, o ponto alto do almoço é quando Jim deixa escapar que Sulu foi talvez o último a deixar o bar, e Leonard não consegue evitar o sorriso incrédulo e bem humorado que ilumina seu rosto ao ver Pavel corar ao perceber que o médico descobriu sua mentira.

E, caramba, em todos os seus anos de vida, McCoy nunca esteve tão feliz por alguém mentir para ele.


Notas Finais


Palavras em russo:
Nevazhno: "não importa";
Nyet: "não";
Da: "sim".

E aí, gostaram??

RIP Anton Yelchin </3


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