O fato era que Baekhyun odiava despedidas.
Ainda mais quando encontrava um sorriso forçado nos lábios coradinhos de seu namorado.
Sehun era uma das coisas pela qual poderia sacrificar o quentinho de suas cobertas após um dia cansativo ou a companhia de seu gato de estimação, que sempre encontrava-se dengoso no dia seguinte – isso quando obtinha forças para despedir-se de Sehun e seus beijos marcantes.
E no momento, encontrava-se cursando seu último semestre em História e a pressão daquilo não o deixava deitar a noite e obter uma só noite tranquila de sono – e olha que dormir era uma de suas coisas favoritas no mundo inteiro; tirando sua paixão pela história e pelo garoto de sorriso difícil ao seu lado.
Sehun parecia perceber o seu estresse diário e estabelecera um acordo: após largar seu turno em uma lojinha de conveniência, onde trabalhava, o buscaria no estágio e o livraria de pensamentos desgastantes com muitos beijos e curiosidades sobre o espaço e o mundo.
Baekhyun não o acatou e desde que lembrava-se de tê-lo conhecido, quase nunca conseguia recusar os pedidos proferidos pelo mesmo e Sehun aproveitava-se daquilo como podia.
Ao chegarem no apartamento pequeno e extremamente arrumado do mais novo, ambos se apertavam no sofá envelhecido para assistirem uma reprise de algum filme passado, que nenhum dos dois prestava realmente a atenção. E que justamente em seu fim, Baekhyun interrompia o beijo mais intenso e cheio de intenções da noite para proferir as palavras que saiam azedas por seus lábios.
— Preciso ir.
E mesmo relutante – podia sentir uma serie de pedidos para ficar, camuflados em beijos plantados sobre seu pescoço – arrumava suas vestes e ambos os cabelos revoltos.
Então caminhavam, ambos com as mãos no bolso do moletom do mais novo, assoprando do ar gélido enquanto sorrisos contidos pincelavam as faces coradas pelo frio.
O caminho até o ponto de ônibus mais próximo ao apartamento de Sehun era a algumas quadras e o sereno da noite envolvia e aproximava os corpos instantaneamente – como se aquela fosse a única razão para ambos andarem grudadinhos um ao outro. E quando encontravam-se já sob o ponto, esperam pela carona do mais velho.
Sehun aproxima mais os corpos e arrasta o nariz gélido e avermelhado pela pele sensível do menor, que deixa um riso nervoso escapar e encolhesse mais contra seu corpo.
— Seu cheiro é tão bom, hyung.
Arrepios percorrem o corpo do menor.
— Eu passei o dia inteiro suando feito um porco! Eu acho que estou fedendo mais que o lugar habitual do mesmo e você me diz que... Sehun!
O garoto solta um risinho arteiro rente ao pescoço de Baekhyun e deposita um beijinho molhado sobre a marquinha que deixara na pele pálida, após dar uma mordidinha discreta – ou não – ali.
— E eu acho que você deveria deixar de ser teimoso e vir morar de vez comigo. — Sehun pode ouvir o resmungar vindo do mais velho e consta que o mesmo está novamente repensando sobre o assunto, pois aperta seu moletom com força.
— Já conversamos sobre isso, Hunnie. — ele resmunga novamente, aborrecido, mas consigo mesmo por pensar em ceder aos pedidos dengosos do mais novo quando dera sua palavra final. — Ontem.
Ao longe, o transporte público começa a descer a rua e Baekhyun solta-se de Sehun pronto para dar sinal ao mesmo, com uma clara chateação por estarem tendo aquela conversa novamente, mas sente seu corpo ser envolto novamente, impedindo-o.
— Mas eu não aguento mais te observar entrar naquele ônibus todo bonitinho com um beicinho enorme e não poder te derrubar em meu sofá e terminar aquilo que você sempre interrompe!
O garoto observa atentamente a face levemente emburrada do mais velho, volta e meia, deixando beijos molhados por seu maxilar, o vendo fingir que cada suspiro que soltava era de frustração.
— Para com isso.
Sehun não para.
E disposto a obter uma resposta, apenas segue com suas carícias instigantes sobre a pele macia do menor.
— Eu não vou ceder se é isso que você...
Ainda tentou dar-lhe uma bronca quando o selar gélido e suave junto ambos os lábios, mas a forma como Sehun continuou a mordiscar seus lábios não ajudou a concluir qualquer raciocínio, então impulsionou a cabeça para frente, fazendo com que os lábios se colassem com entusiasmo. Os braços de Baekhyun fecham-se sobre a cintura de Sehun, que sorriu quando os dedos desesperados do mais velho procuraram o tecido de seu moletom, segurando-o com força.
O barulho do ônibus dobrando a esquina fez os dois embolarem-se mais sobre o amontoado de braços e sorrisos cúmplices. E permaneceram por um longo tempo com suas carícias, com a música dos pneus dos ônibus que passavam por ambos, como trilha sonora da noite gélida.
— Que tal você cumprir com aquela proposta? — pergunta Baekhyun euforicamente. Sehun olha-o indignado, vendo-o apenas gargalhar e envolver o seu pescoço. Mal sabia Sehun que ele guardava internamente aquele pequeno objetivo proposital.
Por que amar Sehun é perder todos os ônibus na hora da despedida.
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