1 MÊS DEPOIS
Me mudei, estou morando em um apartamento maior e mais espaçoso. O Tchula, bom... ainda tá encabulado com a história de eu. Bom, vocês já sabem... eu iria conversar com o dono da boate, queria sair daquele lugar antes de qualquer coisa. Estou na frente do local, saí do táxi e entrei no mesmo indo em direção a sala dele
- Ainda bem que você está aqui, precisamos conversar - falei assim que liberaram a minha entrada
- Claro, sente-se - falou me olhando e a única coisa que eu senti foi nojo.
- Vim te pedir demissão - peguei uns papéis dentro da minha bolsa
- O que? Mais você não pode... o dono desse lugar pode...
- Não me interessa o que o dono vai pensar, eu só quero que você assine a minha carta de demissão - coloquei os papéis na mesa vendo o seu desespero
- Mas... o dono desse lugar pode me mandar embora por perder uma das melhores desse lugar, sem você isso aqui pode falir...
- Mas eu estou me destruindo, você não entende. Você deve ter família não é?
- Mas é claro - ele assentiu
- Então, a sua família sabe que você é o diretor de um bordel? - ele negou - Então você já deve ter pensado em como ela iria reagir se você contasse! Pois bem, o meu irmão já sabe. Você deve imaginar como ele se sentiu ao saber que sua irmã é prostituta? Se fosse a sua irmã como você iria se sentir ao saber que ela se prostituia?
- Eu iria me sentir um lixo - respirou fundo
- Então, pensa na minha família. Eu fiquei 8 anos presa nesse inferno. Seria justo eu viver minha vida, sem ter que me preocupar.
- Ok - ele pegou o papel e assinou os papéis
- Obrigada - sorri colocando novamente na bolsa, foi mais fácil como eu pensei
- A CASA CAIU - olhei para trás e vi dois polícias apontando a arma - VAMOS TODOS PARA A DELEGACIA - um deles me pegou pelo braço e eu gritei - CALA A BOCA OU VAI SER PIOR PRA VOCÊ - olhei assustada para ele que me conduziu até o carro me jogando lá dentro praticamente
[...]
Ótimo, agora eu estou aqui dentro de uma delegacia esperando alguém me chamar. Tinha um policial que toda hora me olhava e eu já estava ficando com medo dele, o chamei ele se aproximou e se sentou ao meu lado
- Deseja alguma coisa? - ele me perguntou
- Sim, um telefone. É que o meu celular desligou - ele balançou a cabeça e apontou para um que era ao lado da recepção - obrigada - levantei e o primeiro número que veio a cabeça Tchula, não Tchula não. Ele iria me interpretar mal. Juliano, também não. Não tenho intimidade com ele. Sim, sim a Yasmin. Disquei o número dela que atendeu quando eu estava preste pra desligar
Ligação On
- Alô - Yasmin atendeu no com uma voz rouca, deveria está dormindo
- Yasmin, eu preciso de ajuda - falei desesperada
- O que? Mais porque? O que aconteceu?
- Eu estou na delegacia - falei e ouvi ela gritar
- Porra Débora, já estou indo aí. - ela desligou e eu voltei a me sentar
Ligação Off
Fiquei sentada esperando a Yasmin mais de 30 minutos, bebi uma água para me acalmar porque eu estava quase entrando em desespero. Olhei para a porta e vi ela passar pela mesma praticamente correndo, vi um homem barbudo e o... Juliano? O que ele faz aqui? Levantei e franzi a testa e ela me abraçou
- Espero que não se importe - ela sussurrou no meu ouvido e eu a respondi
- Com certeza não irei - respondi no mesmo tom e a soltei do abraço, cumprimentei os dois e chamei ela pra beber uma água, não iria contar o que aconteceu na frente deles dois - porque você trouxe os dois? - perguntei irritada
- Desculpa, eu estava na casa do Henrique. O Juliano ouviu e queria vim também
- Mas você precisa me ajudar, eu estava lá pedindo minha demissão... - contei a história pra ela
- Valá muleer, você é louca? E se você fosse presa agora? - arregalou os olhos
- Vai me ajudar? - ela assentiu
- Débora, o delegado te chama. - assenti e saí atrás dele
- Me conte a sua versão, senhorita? - perguntou tentando lembrar meu nome
- Débora
- Isso, pode começar
- Bom, eu tenho 8 anos que sou de lá e hoje eu fui pedir minha demissão... - contei a história toda pra ele
- A sua história é totalmente igual a que aquele moço me contou, ele me contou também que você não tinha nada a ver com a implantação inapropriada de drogas que lá se encontrava
- Drogas? - perguntei assustada
- Sim, você não sabia?! - arqueeou as sobrancelhas
- Pra ser sincera, nunca soube disso. Também não sabia que o lugar era inapropriado
- Recebi uma denúncia anônima de ontem a noite que havia muito barulho de sons altos e muito homens saindo bêbados, dirigindo em tempo de acontecer um acidente. Mas me responda uma única pergunta, você sabe quem é o dono daquele bordel? - ele perguntou
- Não, na verdade ninguém nunca soube quem é
- Você tem certeza? Você não está mentindo pra mim, está?
- Não, pela vida do meu irmão que eu não estou mentindo
- E você não desconfia de quem seja? - ele perguntou e nessa hora me veio à mente
- Eu desconfio de um homem - ele pegou um caderno e um lápis
- Descreva
- Ele é um pouco mais velho, tem barba e é meio calvo. Ele tem uma tatuagem no braço e... - ele me interrompeu
- Espera, calma. Você sabe qual tatuagem?
- Eu não sei ao certo, mas me parece que é um dragão
- um dragão como esse? - ele me mostrou uma imagem e eu concordei
- Sim
- Você sabe o nome dele? - eu tentei lembrar
- Me parece que é o Marcos - arqueei as sobrancelhas - mas porque?
- Vou te contar, ele é envolvido com drogas, é o chefão de uma das maiores gangues daqui - arregalo os olhos - ele não manteve nenhum tipo de contato com você? - eu nego - então fique longe dele, ele é perigoso
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