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História Protegidos — A lenda dos Sete - Um Urso no mar


Escrita por: owzetsubou

Capítulo 2 - Um Urso no mar


Fanfic / Fanfiction Protegidos — A lenda dos Sete - Um Urso no mar

 

Com os homens do rei rondando todas as cidades perto do mar foi difícil descobrir o paradeiro dos piratas, tive que mentir que meu marido era um deles para fazer perguntas sem que suspeitassem, eles sempre cediam quando viam Anthony em meus braços. Depois de varias informações falsas finalmente consegui uma dica de um lugar onde foi a ultima ancoragem de um navio suspeito, o que por sorte era perto do bar onde eu me encontrava.

O bar era a beira mar logo de cara dava para se notar que piratas frequentavam a redondeza, o cheiro de bebida e animais sujos era sentido muito longe dali. Todo o cais estava infestado por piratas e suas concubinas a pior espécie que pode existir, e entre eles estava um barco gigantesco que ao contrario dos outros não fazia questão de esconder a bandeira com o símbolos dos piratas, aquele com certeza era o navio do tal capitão Árticos um dos piratas mais falados entre as pessoas.

Eu detestava portos assim pois sempre tinham homens que se achavam no direito de me tocar por estar ali e ser mulher. Geralmente as mulheres que ficam perto de bares de piratas são prostitutas já que mulher pirata é considerada azar.

— O que uma dama feito você esta fazendo por essas redondezas? — Um homem fedendo a bebida me abordou com uma faca.

—Estou procurando um certo pirata.

— E qual seria o filho da puta sortudo? Garanto que eu seria bem melhor que ele. — Disse passando a mão pelo meu braço.

— Capitão Árticos. — Disse com a voz firme, no mesmo instante ele tirou a mão do meu braço.

— Árticos? Não sabia que árticos tinha engravidado uma vadia.

— Ele não o fez, agora se me der licença. — Árticos deve ter reforçado a sua reputação porque quando dei as costas para entrar no bar aquele homem desprezível não tentou me impedir de novo.

Quando entrei avistei logo de cara todos aqueles piratas bêbados dançando cantando ou se agarrando com alguém, mas em uma das  mesas tinha um homem exibindo suas armar e dinheiro postos em sua frente, todos que estavam perto dele o olhavam com certo respeito comparado ao nível daquele lugar, com certeza era ele. Caminhei até sua mesa e sentei sem ao menos pedir permissão

— Eu não lembro de ter pedido uma acompanhante com uma criança — Dizia ele levemente levantando a cabeça para me ver entre o seu chapéu e sua bebida.

— E não pediu senhor, estou aqui para fazer uma proposta — Ele riu estridentemente chamando a atenção dos outros no bar, alguns até levaram a mão até suas armas.

— Não estou aceitando nenhum acordo por agora mademoiselle. — Fez um gesto com a mão me dispensando.

— Não é um acordo e sim uma dívida a ser cobrada. — Ele deu outra risada alta.

— Pior ainda! Saia daqui enquanto estou de bom humor. — Ameaçando ele passou a mão por cima de uma de suas armas.

— Uma vez enquanto você ainda era um soldado da marinha britânica a sua embarcação foi atacada e mantiveram vocês como reféns, e se me lembro bem quem salvou a sua vida naquele dia foi nada mais nada menos do que o meu mestre e eu. Se não fossemos nos você estaria sobre pilhas de areia apenas como um cadáver. — Ele me olhou espantado e depois direcionou o olhar para Anthony.

— Você é aquela pirralha? Então quer dizer que essa criança é..

— Sim sou aquela criança e eu vim cobrar a dívida.

— O que você quer de mim?

— Quero passagem segura para algum lugar que eu escolher.

— E este lugar é..?

— Ainda não me decidi e acho melhor tratar deste assunto em particular.

— Vamos para a minha cabine então.

Claro que caminhamos até um dos maiores barcos do cais, o que tinha a bandeira com o símbolo de pirata, o barco do Árticos era um navio preto grande com uma bandeira ao topo com duas espadas cruzadas. Por dentro não havia um homem sequer sem fazer nada, todos bêbados cantando ou lavando a proa, quando me avistavam começavam a brincar com o capitão dizendo que ele tirou a sorte grande.
— Voltem ao trabalho seus cães, vamos zarpar logo! — Gritou ele para cada tripulante que estava lá, todos imediatamente o deixaram em paz e foram a seus afazeres. — Por aqui mademoiselle
Na cabine do capitão havia mapas, esqueletos e vários outros artigos que era típico de piratas.
— E então é só escolher qual desses lugares você deseja ir e eu a levarei — Ele apontava para o grande mapa em sua parede — Menos na África e Japão, eu tenho umas dívidas lá.
— Eu quero ir para um lugar onde eu conseguiria me esconder sem levantar suspeitas, onde eu conseguiria criar ele em paz.
— Esse tal lugar existe?
— Deveria.
— Eu tenho uma casa escondida em uma floresta densa nas proximidades da França, eu poderia deixar você encarregada dela por quanto tempo desejar ficar.
— Mas é seguro?
— A principio é, todo lugar tem seus riscos mademoiselle, basta você saber contorna-los.
— Então eu aceito ir para França, sempre tive vontade de conhece-la.
— Então é para lá que vamos, essa é uma ótima época para conseguir novas amantes lá — Dizia ele com um sorriso maroto no rosto enquanto saia da cabine. — A propósito você pode ficar no quarto ao lado, sinta se parte da tripulação marujo.
— Sim senhor capitão.

Eu não sei o porquê as pessoas o temiam tanto, ele era apenas um homem comum. Passei aquela tarde inteira estudando a tripulação enquanto Anthony dormia. Todos eram pessoas que sofreram de algum modo por perdas ou injustiças, não pareciam homens corruptos como eram tachados pela cidade. Cada um tinha suas tarefas a cumpri para manter o navio em ordem, Árticos se mantia concentrado em manusear o navio. Me sentia de certo modo inútil lá.
— Ei Árticos!
— O que há mademoiselle?
-— Não tem nada em que eu possa ajudar? 
—  Nosso novo funcionário precisa de ajuda, vá lá em baixo a procura de Luca.
— E onde ele se encontra?
— Na cozinha, onde mais?
Na parte de baixo do navio era onde se encontrava as redes onde os marujos dormiam e no fundo daquele espaço se encontrava uma porta onde ficava a cozinha. Luca estava em um canto escrevendo em um caderno enquanto cantarolava.
— Com licença. — Bati na porta de leve esperando que ele me notasse, mas ele nem sequer virou o rosto.
— Sim?
— Vim ver se você precisa de ajuda com alguma coisa. — Nessa hora ele virou a cara e consegui ver um pouco de seu rosto, ele me encarou com seus olhos azuis, possuía cabelos cacheados tapando um pouco o rosto. Ele era amedrontador, sua cara séria parecia a de um predador.

— Você pode cortar essas batatas, elas já estão aí a um bom tempo. — Apontou para uma pilha grande de batatas no canto da cozinha.
  Eu não queria arrumar brigas com ninguém da tripulação já que eu era uma “hóspede” então apenas concordei e me direcionei para a pilha.
  O silêncio era irritante. Enquanto eu trabalhava ele ficava lá, em silêncio, apenas escrevendo.
— Você é o cozinheiro? — Eu não aguentava mais aquele silêncio.
— Não, eu apenas fui capturado e castigado a ajudar nas tarefas. Sim eu sou o cozinheiro, por agora. — Ele sorria debochado direcionando seu olhar em mim.
— Quanta sorte.
— Sou muito sortudo mesmo, pelo menos não tenho que pagar pela viajem.
— Pretendia ir a onde exatamente?
— Não sei, eu estava indo conforme os acontecimentos, eu não gosto muito de pensar para onde devo ir.
— Deve ser legal viver assim. 
— Algumas vezes sim. — Deu uma leve risada.
— Nunca pensou em levar alguém junto?
— Eu tenho um amigo que sempre me acompanha nas viagens.
— E onde ele esta? Se não se importa de responder. 
— Um certo dia eu estava cansado e acabei dormindo perto de umas caixas no cais e as pessoas pensaram que eu era tripulante do navio que era dono da mercadoria e me levaram junto, no fim eu parei aqui separado do meu amigo. 
— Isso foi irresponsável da sua parte — Como será que as pessoas do navio não notaram que ele não era um tripulante?

 — Eu sei.
— Não pretende ir atrás dele?
— Não, isso seria trabalho de mais! — Ele pela primeira dês da hora que eu cheguei ali parou de escrever, se virou para a minha direção rindo.
— Você é meio preguiçoso. 
— Muitas pessoas me falam isso. — Me encarou sério — E no fim ele vai dar um jeito de me encontrar. Ele sempre o faz.
— O que pretende fazer até ele te encontrar?
— Você é meio curiosa em.
— Só quero fazer o tempo passar mais rápido. — Eu estava ajoelhada em um dos cantos da cozinha tendo que descascar batatas, não era atoa que eu estava parecendo curiosa. Não tinha mais nada ali interessante.
— Eu pretendo conhecer este lugar ao qual vamos e depois pensarei no que fazer.
— Uma vida realmente incrível, sem responsabilidades. 
— E o que uma garota da sua idade pode saber sobre responsabilidades?
— Eu tenho o dever de proteger meu amigo. 
— Interessante, é alguma promessa ou dívida?
— Ambos. 
— A sua vida será cheia de aventuras também. — Ele me lançou um olhar gentil enquanto fechava o caderno.
— Terminei com as batatas, algo a mais?
— Pegue a panela e sirva a tripulação, eles parecem animais quando estão com fome e é melhor não os provocar.
— Sim senhor. 
— A propósito, passamos a tarde a conversar, mas você não disse o seu nome mademoiselle. 
— Meu nome é Catherine Lumière senhor. 
— Me chame de Luca, espero que você aproveite a viajem.

Ele levantou e apertou a minha mão, ele era bem mais alto do que eu. No início da tarde eu pensei que ele era uma pessoa arrogante mas no fim acho que ele só tem preguiça de interagir.

Ele me ajudou a servir os outros tripulantes, e até mesmo me ajudou a lavar tudo depois.

Quando anoiteceu eu me retirei para o quarto que Árticos me emprestou, Anthony ainda dormia tranquilamente.

Havia se passado uma semana dês que embarquei nesse navio, ia tudo muito tranquilo. No amanhecer eu ajudava Luca com a cozinha, a tarde cuidava de Anthony e escutava as histórias de Árticos, era uma rotina agradável. Árticos dizia que era uma raridade essa época do ano não acontecer nenhuma tempestade em seu caminho, segundo ele faltava apenas mais dois dias para o destino final. Isso não me agradava, eu gostava dessa rotina.
— Você está viajando de novo. — Luca disse passando a mão na frente do meu rosto.
— Me desculpe. — Luca estava me contando histórias sobre viagens às quais ele fora obrigado a fazer, ele se perde muito do amigo e já se meteu em vários lugares do mundo. Um em especial e a terra natal dele, disse que Veneza é um lugar encantador, mas com péssimo senso de humor.
— Já terminou seu trabalho?
— Falta apenas esperar a comida ficar no ponto.
— Não esqueça dessa vez de levar um pouco para o capitão, você sabe que depois ele vem me atormentar por ter o esquecido. 
— Eu sei, e eu só esqueci uma vez. Nem havia esquecido de fato, só não tinha o encontrado.
— Explique isso para ele então. — Ele riu baixinho e se virou para voltar a escrever.
— Sabe, já faz uns dias que estamos juntos e você nunca disse o que tanto escreve nesse livro. 
— São histórias.
— Que tipo de histórias?
— Todas as aventuras as quais eu já vivi, gosto de registrar tudo.
— Porque não registrou antes?
— Eu estava ocupado de mais fugindo de pessoas que não vão muito com a minha cara. 
— Isso faz você parecer meio sozinho aqui, eu cheguei aqui depois de você é consigo afirmar que sou mais apreciada que você. 
— Eu gosto de escrever em solidão, meus pensamentos voam nessas horas e sobre você ser mais apreciada que eu é meio obvio, afinal, seus cabelos alaranjados chamam muita atenção.

— Seus olhos azuis também.

— Garanto que os tripulantes preferem ver você lá em cima do que eu.
— Hoje você deveria subir e comer com o resto da tripulação, já que falta tão pouco para embarcamos.
— Eu vou pensar.
— Já vou indo levar a comida, você pelo menos podia levar os pratos. 
— Você é mandona e curiosa, duas combinações horríveis.
— E você é preguiçoso e metido. — Foi a primeira vez que o vi rir sem o ar de debochado dele, ele era uma pessoa legal. Pena que teríamos que nos despedir.

— Vamos logo! — Ele levantou da cadeira pegando os pratos.

  No convés já estavam todos os tripulantes esperando pela comida, cantando e bebendo pela proximidade com terra firme. Luca os encarava como se tentasse memorizar cada passo dado. 

— Por que você esta encarando eles assim? Não é como se eles fossem te matar.
— Regra número um de um escritor: observe cada detalhe. 
— Tudo bem escritor, agora distribua os pratos. 
Por incrível que pareça Luca se juntou a eles, sentou ao lado do capitão e esperou que eu passasse com a comida, me arrisco em dizer que ele bebeu também.
Aproveitei enquanto todos estavam comendo e fui ver como Anthony estava. Era incrível como ele conseguia dormir tão tranquilamente.
— Então é essa a sua responsabilidade? — Luca entrou no quarto onde eu dormia com Anthony. 
— Sim.
— Você não me disse que era uma criança, ele é seu? — Ele analisou Anthony com certa ternura e depois me encarou sorrindo.
— Não.
— Qual é o nome? — ele passou a mão pelo rosto de Anthony com cuidado para não o acordar. 
— O nome dele é Anthony. 
— Bonito nome, o que aconteceu com os pais dele?
— Morreram protegendo-o.
— Tão pequeno e já enfrenta tantas coisas, isso me parece até familiar.  
  Luca fixou seus olhos no braço de Anthony, eu havia deixado o colar do tempo amarrado em seu pulso e pelo seu olhar ele sabia do que se travava.
— Mas me diga, o que é essa joia que ele carrega em seu pulso?
— E uma herança da família. 
— Ela me parece familiar. — Deu outra de suas risadas debochadas 
— É apenas uma joia sem valor. 
— Você não confia em mim não é mesmo? — Riu com o ar sarcástico — Eu não pretendo matar ele ou vender. 
— Eu não deixaria você sequer tocar nele. 
—Você já deixou, e isso foi um erro de sua parte. A sua sorte e que eu querendo, ou não, talvez eu seja um aliado seu. 
— Como assim? — Ele puxou um cordão de seu pescoço e na ponta havia um urso entalhado a madeira seus olhos eram feitos claramente da pedra do tempo. 
— Você é um dos protegidos. — Ele ainda encarava Anthony, mas com olhos transparecendo tristeza. 
— Sou Luca Voltolini, protegido pela família da preguiça. Esse é, e sempre será meu pecado. 
— Fico honrada em conhecê-lo — Meu mestre uma vez me disse que se um dia eu encontrasse outro pecado era para trata-lo o mais cortes que eu conseguir, eles são possíveis aliados.

— Seu protegido e de qual casa?
— Ele é protegido pela família da Ira.
— Um líder então. Ouvi boatos no cais de que havia ocorrido uma serie de assassinatos de crianças recém-nascidas, suspeitei na hora de que podia ser obra dos caçadores, mas eles conseguiram fazer com que parecesse um serial killer pela cidade.
— Eu não sei como esses boatos foram lançados. 
— E os pais dele? Foram realmente mortos?
— Sim.
— Então ele já é um escolhido. — Concordei com a cabeça. — Eu não acredito que vou dizer isso.

  Ele sustentou o meu olhar com certa preocupação eminente.

— Devo admitir que em muitos séculos você foi uma das poucos pessoas além de Ethan, meu guardião, que eu realmente respeitei, e por isso quando você precisar pode me chamar que eu lutarei por você.
— Você realmente quer fazer o contrato com ele?
— Eu estou aceitando me juntar a você, ele eu já não sei se é digno.
— Fico honrada em aceitar em nome dele esse contrato, sempre que precisar pode nos chamar também. 
— Eu provavelmente não chamarei, você sabe que sou meio preguiçoso.
 O contrato é bem simples, ambos protegidos tem que oferecer um pouco de seu sangue ao outro. Com isso uma marca preta aparece em seu braço direito com o símbolo da casa do outro, sempre que um precisar do outro e só deixar uma gota de sangue em cima da marca que o outro saberá aonde ir. Se por uma eventualidade você fizer o acordo com um protegido pelas virtudes a marca vai ser no braço esquerdo em dourado.

Luca pegou uma faca que ele tinha no cinto e fez um furo na mão dele depois me entregou a faca para que eu fizesse o mesmo. Os guardiões podem fazer o acordo em nome dos protegidos. Depois que eu apertei a mão de Luca eu senti o meu braço arder um pouco, uma marca de um urso apareceu em meu braço.
— Que o caminho de vocês seja tranquilo. — Disse ele analisando a marca do dragão que ficou em seu braço. Ele aparentemente tinha outra marca ali, mas ele não levantou a manga o suficiente para que eu conseguisse ver de quem era.
— Assim espero, você não quer ajuda para encontrar o seu guardião? Assim eu ficaria mais tranquila quando desembarcamos. 
— Eu prefiro tomar conta de vocês, meu guardião sempre me acha e ele sabe que consigo me defender, mas você não tem tanta sorte com o seu.

— Acho justo então.

— Acho que deveríamos deixar o seu pequeno amigo dormir e voltarmos para a “festa” lá fora.



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