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História Prova de vida - 01-Onde tudo começou


Escrita por: LucasPereira983

Capítulo 1 - 01-Onde tudo começou


Fanfic / Fanfiction Prova de vida - 01-Onde tudo começou

  Era por volta das dez horas da noite quando Pedro entrou no avião com seus amigos Fernando, Henrique, Larissa, Gabriela e Amanda, ele sentou-se na cadeira sessenta e cinco, bem ao lado da turbina. Amanda que era sua melhor amiga, desde sua infância, estava sentada na cadeira ao lado, ela não era tão alta, tinha cabelos longos e castanhos, olhos castanhos claros, de pele branca e com um estilo bem culto, vestia uma camisa preta com um leve decote, calças jeans e um all star. Levantou o olhar até encontrar os olhos de Pedro e disse:
  -P. posso segurar a sua mão? Tenho medo de voar.
  -Claro... não, não tem problema.
  A voz saiu tremula e Pedro gaguejou um pouco. Desde que Amanda tinha tirado o aparelho e trocado os óculos fundo de garrafa por lentes de contato, ela tinha ficado muito mais bonita aos olhos de Pedro, o que o deixava meio sem jeito, já que o estilo conquistador de garotas, não fazia parte dele. Pedro tinha cerca de um metro e oitenta, pele branca e cabelos escuros, estava no segundo ano junto com resto dos amigos, menos por Gabriela, que era um ano mais nova que todos eles, tinha quinze anos mas usava roupas provocantes e tinha um talento com a maquiagem que passava fácil por uma estudante do terceiro ano. 
  O avião começou a subir e Amanda apertou a mão de Pedro com tanta força que as juntas de sua mão ficaram brancas. Durou cerca de alguns segundos até o medo passar, ela soltou a mão do garoto e se ajeitou na poltrona de maneira que pudesse deitar no ombro do amigo e dormir até chegarem no destino. Seus amigos Gabriela e Henrique estavam na cadeira da frente e Larissa e Fernando na de trás.
  O avião estava quase vazio exceto por um casal e cinco famílias espalhadas pelo avião. Pedro e seus amigos decidiram passar o feriado prolongado na casa da avó de Gabriela que fica em Milão. O avião faria conexão em Madri no aeroporto de Barajas e em seguida iria direto para Milão. A viagem levaria quase seis horas, não era tão longa. Pedro já havia viajado para o Chile de carro com seus pais, passou quase três dias na estrada, dormindo em hotéis e comendo em padarias e restaurantes espalhadas pelo percurso. Já eram quase onze horas quando decidiu se juntar a Amanda e dormir um pouco.
                                                                                  ***
  Pedro acordou com  uma turbulência no avião. Amanda que ainda dormia, acordou com um susto e abraçou Pedro com força. Seus olhos estavam arregalados e ela carregava uma expressão de pavor no rosto. Logo em seguida outra turbulência desta vez com mais intensidade, o avião parecia sambar no ar. Pedro olhou pela janela e viu que uma das turbinas estava em chamas, então a voz do piloto explodiu nos auto falantes da aeronave:
  -Senhores passageiros, estamos com uma pane na turbina direita e não poderemos seguir viagem, seremos obrigados a fazer um pouso forçado. Peço que todos coloquem o cinto de segurança e sigam a orientação das comissárias de bordo.
  Então uma comissária de bordo apareceu no corredor, pegou o microfone que ficava pendurado na parede e disse que o piloto tentaria pousar em uma ilha. Mas a ilha era coberta por árvores altas, então o piloto optaria por um pouso mais perto da costa. Todos colocaram o cinto e o avião começou a despencar. Amanda pressionou a cabeça contra o peito de Pedro e o envolveu com os braços, buscando algum conforto no amigo.
  Uma menina pequena estava sentada segurando seu urso de pelúcia, o avião estava balançando muito e ela acabou deixando ele cair. Então a garota aproveitou um momento de distração dos pais, tirou o cinto e foi buscar o urso que havia deslizado para a parte da frente do avião. O pai demorou alguns segundos para perceber que a filha havia desaparecido, então ele soltou o sinto e foi procurar a criança enquanto a mãe apenas se esticava para olhar por cima dos bancos. Ele encontrou a criança que ainda estava andando atrás do urso, pegou-a no colo e correu para a poltrona, a garotinha apontava  para o urso que continuava deslizando apenas dizendo:
  -Puf.....
  O pai corria com a criança no colo, passou pela poltrona de Fernando que estava na cadeira do corredor, havia apenas duas cadeiras por fileira de cada lado do avião. Quando ele passava pela cadeira de Amanda, o avião atingiu o chão e eles puderam ver o pai ser arremessado contra a porta da cabine junto com a criança.
                                                                              ***
  Pedro acordou amarrado em uma árvore com as roupas rasgadas e todo dolorido e já era dia, ele não sabia onde estava, parecia que tinha sido arrastado. Estava em um acampamento. Com umas quatro casas e alguns carros estilo 4x4, e no meio havia uma fogueira com o que parecia ser um porco assando. Ele estava confuso. Seu primeiro pensamento foi: "Onde ela está?", o desespero de perde-la era maior do que a dor que ele sentia. Mesmo sendo apenas amigos, ele sempre sentiu algo a mais.
  Pedro viu uma movimentação em uma das árvores a sua esquerda, alguma coisa havia pulado de um galho para o chão. Uma faca foi lançada e se enterrou na madeira a poucos centímetros da mão esquerda do garoto. Então uma forma humana apareceu atrás da árvore, não era possível ver como a pessoa era, mas parecia ser menor que ele. Pedro pegou a faca e começou a esfregar a lâmina dela até se libertar, enquanto isso mesmo sem conseguir ver, pôde ouvir a voz de um homem dizendo:
  -Intrusos! Atirem para matar.
  A figura começou a correr e Pedro depois de se soltar disparou em direção ao local onde a figura se encontrava. Homens do acampamento correram para entrar nos carros, eles carregavam armas grandes e algumas pistolas. Um gritou dizendo que deveriam segui-los até chegarem ao acampamento dos nativos. Ele era negro, tinha quase dois metros, tinha a cabeça raspada e uma grande cicatriz no rosto que cortava o olho direito.
  Pedro chegou na árvore onde a figura estava e conseguiu ver uma movimentação a alguns metros à frente. Tentou chamar atenção com um grito, mas ele não parou. Pedro começou a seguir a figura pela floresta. Passou alguns minutos correndo até chegar a um rio que atravessava a floresta. Ele procurou a figura do outro lado da margem mas não achou nada, então ouviu o barulho de uma pistola sendo engatilhada, se virou rapidamente e pode ver a figura que estava seguindo. Ele usava um capuz e uma camisa de couro que deixava a barriga de fora e uma saia curta do mesmo material. Era uma mulher, então uma voz feminina quebrou o silêncio. 
  - Quem é você?
  -Meu nome é Pedro, sofri um acidente, o avião em que estava caiu nesta ilha. 
  -Como foi capturado pelos rebeldes? 
  Pedro ficou confuso só sabia o que tinha acabado de acontecer, não conseguia se lembrar de mais nada além do pai de família sendo arremessado contra a porta da cabine do avião com a criança. 
  -Eu não sei, acordei amarrado à árvore. Não me lembro de nada antes disso.
  A garota parecia acreditar na história de Pedro, então fez um sinal com a cabeça dizendo para ele segui-la. Eles começaram a subir o rio até chegarem na base de uma cachoeira, a garota atravessou a água e Pedro meio confuso a seguiu. Através das águas da cachoeira havia uma caverna escura
Iluminada apenas por algumas tochas espalhadas por ela, existia duas faixas de água que acompanhavam o caminho da caverna. Pareciam ser feitas por homens, pois eram perfeitamente retas e proporcionais uma a outra. 
  Eles andaram por alguns minutos seguindo a água e as tochas, então chegaram a uma passagem em arco com letras grandes de pedra que dizia Krag. Ela notou a expressão de dúvida de Pedro e disse: 
  -Força.
  -O que? - Retirando o capuz ela respondeu.
  -Krag, significa força em africâner. 
  -Desculpe ainda não sei seu nome.
  -Sou Iana- disse a garota.
  -Entendi. Mas como você fala minha língua? - Ela riu, foi uma risada suave e doce, lembrava a de Amanda. Na verdade olhando-a novamente, Pedro percebeu como aquela garota era bonita. Com a pele morena, os olhos redondos e escuros como duas jabuticabas e um cabelo que lembrava aquele das índias que havia visto em um passeio de escola, era uma beleza simples mas ao mesmo tempo marcante.
  -Nós já vimos alguns de vocês, não é a primeira vez que temos visitantes. Os rebeldes controlam as praias e o ar, eles capturam estrangeiros e vendem como escravos. Por isso você e seus amigos...
  -Você sabe onde meus amigos estão?
  Iana desviou o olhar, tentando encontrar uma maneira de suavizar a noticia ruim. Ela olhou para ele cabisbaixo e disse:
  -Seus dois amigos foram vendidos como escravos para uma fazenda que cultiva maconha e negocia com países da América do sul e suas amigas estão na mansão do líder dos rebeldes servindo-o como concubinas.
  Pedro entrou em choque. Precisava salvar os amigos e dar o fora daquela ilha. 
  -Iana você precisa me ajudar a resgatar meus amigos, sem sua ajuda eu não vou conseguir- disse Pedro.
  -Calma Pedro, meu povo vai te ajudar. Mas para isso você precisa pedir ajudar para o nosso hokae. 
  -O que é um hokae?
  -Os nossos ancestrais usavam essa expressão quando se referiam a um líder.
  -Tudo bem, então me leve até o seu líder.
  Enfim o túnel acabou e eles entraram em um vale. No centro havia uma vila com casas simples, árvores altas que a escondiam de helicópteros e aviões, alguns carros semelhantes aos dos rebeldes, as duas faixas de água abasteciam um lago que servia como reservatório para os habitantes e do outro lado da vila havia um grande portão de ferro. Um laser vermelho passou pelos olhos de Pedro, atiradores no topo das árvores com rifles de alta precisão protegiam a vila dos rebeldes e de animais selvagens.
  -Calma, eles não vão atirar, sabem que não somos rebeldes - disse Iana. 
  Iana pegou na mão de Pedro e os dois desceram correndo a colina até chegarem na vila. Eles a cruzaram e Pedro notou que os habitantes o olhavam com alívio e felicidade como se esperassem a chegada dele ou talvez eles só estivessem felizes pela volta de Iana. O povo estava reunido na escadaria que ficava na frente de uma casa grande, com pilastras brancas e altas, tinha janelas de madeira, uma sacada enorme, era pintada de amarelo e havia uma porta grande proporcional à casa. na frente dela estava um homem branco, com cabelos escuros e uma tatuagem no rosto que acompanhava as linhas do olho esquerdo, ele segurava uma arma Ak 47 e conversava com o povo buscando uma solução para o desaparecimento de dois garotos. Iana chamou a sua atenção e ele fez um gesto para que outro homem assumisse a conversa. Ela arrastou Pedro para uma entrada na lateral da casa, subiram a escada e o homem estava esperando os dois na porta de uma sala. Iana foi a primeira a falar ao passarem pela porta. Havia uma mesa redonda no centro da sala e uma janela no lado esquerdo, dois homens estavam ao redor da mesa, ambos usavam azul e com armas na cintura.
  -Este é Pedro, um dos sobreviventes que havia informado, ele fugiu do acampamento dos rebeldes perto da base da cachoeira, então esperei que estivesse fora do alcance e o trouxe para cá.
  -Você apontou uma arma para minha cabeça - disse Pedro com um tom revoltado.
  Iana deu um leve sorriso e uma piscadela para ele antes de dizer.
  - É o meu jeito de dizer "oi".
  -Bom Pedro - disse o homem da tatuagem no olho esquerdo. - Eu sou Barack o hokae. Nós sabemos do seu acidente, e através de Iana sabemos onde seus amigos estão e vamos te ajudar a resgata-los.
  -Não podemos atacar um local sem sabermos quantos guardas tem e como ele é - disse um dos homens de azul ao redor da mesa.
  -É por isso que Iana e nosso mais novo amigo Pedro, vão observar a fazenda de maconha. Nada de invasão ouviu Iana - ele olhou para Iana e levantou uma das sobrancelhas.
  Iana levantou as mãos que claramente significava que ela não prometia nada. Barak pegou uma pistola cromada e uma faca preta com as beiradas da lamina prateadas e disse:
  - Pedro, vamos resgatar seus amigos.



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