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História Prova de vida - 0-2Primeira aula


Escrita por: LucasPereira983

Capítulo 2 - 0-2Primeira aula


Fanfic / Fanfiction Prova de vida - 0-2Primeira aula

  -Eu sei que o hokae pediu que fossemos até a fazenda para planejar o ataque. - disse Iana.
  -E não vamos? - respondeu Pedro.
  -Nós vamos, mas ainda é dia, e primeiro você precisa aprender a usar essa nove milímetros. Pedro pegou a arma da cintura, era pesada.  -Tome. - disse Iana, ela estava segurando um coldre preto com um cinto.  
   -Acha mesmo que é necessário? 
   -Claro que sim, facilita muito na hora de sacar a arma e atirar. - Pedro fez uma cara de desdém e colocou o cinto. 
   Eles estavam no portão de ferro, Iana cumprimentou os dois guardas nas árvores, e tirou um colar do pescoço com uma chave prateada na ponta, abriu o cadeado e puxou o portão para o lado direito, que deslizou com um ruído. Pedro ao passar pelo portão pôde ver uma estrada de terra que abria caminho pelas árvores altas, havia um pequeno barranco a direita. Pouca luz passava pelos galhos e folhas no alto das árvores e alguns veados que circulavam próximos da vila.
  -Venha novato, vamos ver se consegue atirar em algumas latas. -  disse um senhor que surgiu de trás do portão. Ele também usava azul, carregava uma mochila preta nas costas, era menor que Pedro, tinha uma barba branca, pele clara, andava apoiado a uma bengala de madeira e aparentava tem mais de oitenta anos. 
  -Esse é nosso professor de tiro, ele diz que matou cinco homens com uma bala só. - Iana falou com uma voz sarcástica, enquanto revirava os olhos e dava um sorriso torto. 
  O senhor deu um leve tapa na nuca de Iana. - Não duvide de minha habilidades jovem guerreira, já fui comandante da guarda da vila, assim como você. O senhor virou-se para a esquerda e atravessou algumas árvores, Iana que o observava virou-se para Pedro, deu um leve sorriso e fez um sinal com a cabeça dizendo que deveriam segui-lo. Depois de andar quase meia hora, chegaram a um campo limpo que parecia se estender por vários quilômetros, árvores o rodeavam. Três postes de madeira, com um metro e meio cada, brotavam do chão a pelo menos vinte metro de distância do ponto onde Pedro se encontrava, havia um carro queimado na esquerda dos postes. O senhor tirou três latas da mochila e pediu a Iana que as coloca-se em cima dos postes, ela correu e colocou uma lata em cada. Pedro observava enquanto Iana voltava, ela era realmente linda, com o sol nas costas, Iana parecia um anjo. Pedro notou que quando conheceu Iana, havia deixado de lado os sentimentos por Amanda, para viver os que sentia por Iana.
  -Pare de imagina-la nua, saque sua arma garoto. - disse o senhor que aguardava a volta da garota. Pedro abriu a boca para protestar, mas quando olhou para o rosto do senhor notou que era inútil. Ele ficou sem graça, deu um sorriso e então falou.
   -Desculpe-me mas... qual o nome do senhor? - o senhor deu um sorriso e respondeu.
   -Meu nome é Antônio, me alistei para as forças armadas em 1953, sou veterano de guerra.
   -Como veio parar aqui? - perguntou Pedro.
   -Meu barco naufragou, fiquei dias em um bote salva vidas até a mare me trazer para esta ilha, o povo de Iana me resgatou antes que os rebeldes pudessem me encontrar. Iana voltou quando ele havia acabado de terminar sua fala.
   -Quem são os rebeldes? - perguntou Pedro.
   -Eu te conto se derrubar as três ladas. - disse Iana.
   Pedro desviou o olhar para as latas nos postes, levantou a arma e quando estava prestes a puxar o gatilho, Iana tomou a arma da mão dele e a destravou. - Não é possível atirar com uma arma travado, Deu um sorriso e se afastou. Pedro levantou novamente a arma, esperou dois segundos e atirou, a bala perfurou o para-choque traseiro do carro. Pedro ficou envergonhado então tentou de novo, a bala passou mais perto mas ainda não havia atingido nenhuma das latas. Iana que apenas assistia, foi até Pedro e disse:
   -Inspire e espire, antes de inspirar de novo puxe o gatilho.
   -Não sei se o truque é a respiração. - disse Pedro. O senhor tirou uma quarta lata da mochila e entregou a Iana dizendo:
   -Jogue-a para o alto. - Iana jogou a lata o mais longe e alto que pode, a lata passou pelos postes e atingiu cinco metros de altura. O senhor com um movimento extremamente rápido sacou uma arma preta e disparou, a lata mudou de direção por conta do impacto da bala. 
   -Tudo bem, talvez o segredo seja a respiração. - disse Pedro voltando-se para o senhor. enquanto ele apenas demonstrava um leve sorriso. Pedro tentou de novo mas errou. - pelo amor de Deus, não estão tão logo, acerte as latas. - disse o senhor, Pedro atirou de novo e novamente errou. - espero que seus amigos não dependem desse tiro. - Pedro olhou para o senhor com um olhar furioso, quando voltou-se para as latas inspirou e espirou, então puxou o gatilho e levou uma lata ao chão, ele havia acertado. O senhor arregalou os olhos, ele não acreditava que provocação levava a resultados positivos. 
   -Agora nas outras duas. -  falou Iana com um sorriso no rosto. Pedro repetiu o movimento nas outras duas latas e as derrubou.
   -Agora o senhor pode me contar quem são os rebeldes? - disse Pedro se voltando para o senhor.
   -O líder deles eram como nós, lutava pelo que era correto. Se chama Chioke,  foi responsável por vários estupros na nossa vila. Quando a noticia veio a tona, o povo queria mata-lo, mas ele era um grande amigo do nosso antigo Hokae, foi banido da vila para sempre. Um dia alguns homens chegaram a esta ilha com armas, caixas com comida e água, eles trouxeram também materiais de construção, então descobrimos que Chiake estava por trás disso. Ele e um homem apelidado de "louco" construíram aquela fazenda onde seus amigos estão servindo como escravos. 
   -Entendi, só mais uma pergunta, o azul tem algum sentido? - disse Pedro.
   -Azul é a cor do céu e do mar, significa: lealdade, confiança, sabedoria, inteligência e fé.
   -Vamos.- disse Antônio interrompendo a conversa.- já esta quase escurecendo, precisamos ir.
   -Ok.- respondeu Iana e Pedro concordou.
   Eles voltaram pelo mesmo caminho que tinha chegado lá, então ouviram um grito que vinha de alguns metros a frente, era feminino, Iana saiu correndo em direção ao grito, enquanto Pedro  olhou para Antônio esperando uma resposta.
   -Vai logo.- disse o Antônio. Então Pedro disparou atrás de Iana com a arma na mão. Dois homens estavam apontando armas para a cabeça de duas mulheres, que estavam ajoelhadas no chão. Iana estava agachada atrás de uma pedra, Pedro se juntou a ela. Olhando para trás e logo em seguida desviando o olhar, Iana viu um terceiro homem que apontou uma pistola para eles, e pegando a arma de Pedro. 
   -De joelhos. - disse o homem. Pedro e Iana foram colocados junto com as mulheres.
   -Vamos mata-los aqui mesmo. - disse o outro.
   -Espere. - O homem que havia descoberto Iana e Pedro atrás da pedra levantou Pedro pelo braço, com uma pistola na mão. - esse aqui é o garoto do acidente. Assim que o homem terminou de falar, ele olhou para outro homem que estava mais atrás, Pedro aproveitou a deixa e deu uma cotovelada no estômago daquele que o segurava, e com um movimento rápido tomou a arma dele e disparou duas vezes, atingindo os outros dois.
   -Pedro...isso foi incrível. - disse Iana. Pedro estava imóvel, não acreditava no que havia acabado de fazer, as duas mulheres se levantaram e abraçaram Pedro agradecidas. Antônio deu uma gargalhada de cima da pedra e disse. 
   -Esse é meu garoto... eu que ensinei. Se você atirar assim, seus amigos já estão salvos.  - Pedro deu um sorriso enquanto as mulheres o soltavam, pegou a arma do bolso do homem morto e ouviu Iana dizer:
   -Venham, essas mulheres são da vila. - Cada mulher pegou uma cesta de roupas e colocou na cabeça, então os cinco andaram alguns minutos até chegarem ao portão da vila. Iana abriu o portão com a chave, e eles entraram. Já havia escurecido e era noite de festa, todos estavam em uma praça no centro da vila, ela ficava na frente da escadaria da casa grande, onde anteriormente Pedro pôde ver uma reunião com a vila, a respeito do desaparecimento dos dois garotos. Iana deixou Pedro no meio da multidão, foi para o alto da escada e chamou a atenção de todos com um grito, a vila se virou para ouvi-la.
   -Hoje, três homens apontaram armas para mim, Pedro e mais duas mulheres. - as pessoas ficaram com uma expressão de choque. - Pedro tomou a arma de um dos rebeldes, e salvou a minha vida e a das mulheres. Ele provou seu valor e merece o nosso respeito. Uma salva de palmas para o mais novo membro da nossa vila. -  Iana apontou o dedo para Pedro e todas as pessoas começaram a bater palmas e foram abraçá-lo .
  -Pedro, eu o convido para dormir na minha casa pelo tempo  que precisar. - disse Barak, ele fez um sinal com a mão e Pedro o seguiu, subindo as escadas e entrando na casa. O homem o guiou até um quarto grande, com uma cama de casal, um armário e uma janela. - obrigado por proteger meu povo, seremos eternamente gratos.
   -Não poderia deixar aquelas mulheres morrerem, pode contar comigo para a proteção desta vila enquanto eu estiver aqui.
   -Ótimo, o que você precisar, só falar comigo. Iana está subindo. - Pedro esboçou um sorriso torto enquanto Barak deixava o quarto e passava por Iana no corredor.
   -Ei o que achou do quarto? - disse Iana.
   -É bem legal. - respondeu 
-Eu ainda não agradeci pelo que fez.- Iana disse enquanto se aproximava de Pedro até ficar aproximadamente dez centímetros de distância do mesmo.
Pedro pensou em recuar, mas seus instintos não o deixavam. Não podia deixar essa oportunidade passar, seus lábios estavam quase de encontro aos dela, seus corpos estavam colados, envolvidos em um abraço. Quando Pedro fechou seus olhos, Iana virou o rosto e o abraçou, deixando-o surpreso, mas ao mesmo tempo aborrecido. O abraço durou poucos segundos, então Iana saiu do abraço e olhou para Pedro, que tentou disfarçar sua cara de decepção.
-Boa noite - Iana disse e logo deu um beijo na bochecha de Pedro - amanhã iremos atrás de seus amigos - então a garota saiu andando e antes de desaparecer virou-se e deu um sorriso, fazendo Pedro abrir um sorriso maior ainda.



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