1. Spirit Fanfics >
  2. Prove It. (2Jae) >
  3. Chuva e Chamas.

História Prove It. (2Jae) - Chuva e Chamas.


Escrita por: bellarabella

Notas do Autor


Oi!
Gente, antes de tudo, queria agradecer o apoio de todos até aqui.
Segundo, preciso dizer à vocês que a nossa história terá um hiato curto. Sim, não me matem. A questão é que eu me caso amanhã. Sim, você não leu errado. A autora que vos fala, se casará amanhã. E por conta da festa, mais lua de mel, mudança de casa e tudo mais, calculo que ficarei pelo menos uma semana e meia sem poder postar nada. Prometo que o capítulo de hoje foi escrito para que vocês esqueçam desse hiatinho. Volto logo que der, espero que muito antes do esperado.
Amo vocês!
Acompanha aí:

Capítulo 10 - Chuva e Chamas.


-Como ele está, hyung? - perguntou Youngjae, tentando demonstrar que estava pouco ou nada preocupado. Jinyoung adentrou a porta com o trench coat preferido, ensopado pela chuva que caía. Fingiu que não notou o nervosismo na voz do dongsaeng, quando este perguntou sobre Jaebum.

- Como imagina que ele esteja? Feliz, depois de ter perdido você e depois a empresa que o pai dele levou mais de 30 anos para construir? Achei que não se preocupava mais com a situação de Jaebum, Youngjae. - Jinyoung tirou os sapatos que calçava, trocando-os por pantufas quentinhas e confortáveis.

Youngjae mordeu o lábio, depois da resposta dura do amigo. Prometera a si mesmo que não iria mai chorar por conta do ex namorado, e nem muito menos correr atrás de notícias dele. Os dias de lágrimas e dor intermináveis havia acabado. Mas então, porque seu coração ainda apertava em pensar no quanto Jaebum estava sofrendo?

Jinyoung foi até o quarto, trocar a roupa ensopada. A maldita chuva não dera uma só trégua, em todo o tempo em que esteve com Jaebum. Marcara um encontro com o ex do melhor amigo, pois apesar dos acontecimentos, não conseguia acreditar que o rapaz tivesse culpa. Para ele, algo maior estava acontecendo às costas dele, porém ele e Youngjae foram cegos demais para ver. O cansaço e a tristeza extrema que consumiam o coração do rapaz, podiam ser vistos à olho nu na expressão que ele carregava no rosto. A pele alva era marcada por círculos roxos em volta dos olhos e o cabelo que vivia bem penteado e lustroso, era apenas uma massa negra opaca e despenteada, que ele precisava tirar da frente dos olhos toda hora. Estava mais magro, sem dúvida. E voltara a se vestir com as roupas de universitário, que havia abandonado outrora, pelos ternos e gravatas sempre impecáveis. Era incrível o quanto o amor, e a forma com que ele faz as pessoas sofrerem, podem mudar uma pessoa em tão pouco tempo, seja para o bem ou para o mal. Jinyoung sabia bem disso.

- Jaebum-ssi? - disse se aproximando do balcão onde o garoto massageava as têmporas, e uma xícara de café quente repousava intacta. Assim que ouviu a voz de Jinyoung, o rapaz levantou o rosto em direção à ele e deu um sorriso triste.

- Quanto tempo, Jinyoung-ssi. É uma pena que estejamos nos reencontrando em uma época tão ruim.. . - o mais novo então, sentou-se ao lado dele no balcão.

- Quero que me explique tudo o que houve. Estou aqui para ouvi-lo, sem julgar. Até porque, eu não sou a pessoa mais indicada para julgar algo ou alguém... - pediu um café expresso, para ouvir o que o rapaz ao seu lado tinha a dizer.

Jaebum contou a história desde o início, quando na posse de presidência, aceitou o pedido de Lee Hyun Suk de contratar sua filha na I.M. Sobre todas as noites que passou até tarde no escritório, e sobre as investidas maliciosas da moça sobre si, inclusive no dia em que Jinyoung lhe mandara a mensagem sobre o sofrimento de Youngjae, até o dia fatídico do flagra de Youngjae e a escolha indecente que Lee lhe fez há algumas semanas atrás.

- Nunca imaginei que poderia ser tão enganado... o Presidente Lee me colocou numa armadilha sem chance de escapatória. E o desgraçado acabou com a minha vida, apenas pela inveja que sentia do meu pai. - Jaebum segurava as lágrimas, mas a voz embargada denunciava o seu desgosto.

- E por que não entregou a empresa de uma vez para ele? Agora a sua queda está sendo pior ainda. Você está sendo humilhado publicamente em todos os corredores da I.M.

- Porque esta seria a minha pior traição para com Youngjae. Se eu escolhesse entregar a empresa para que ninguém soubesse o que sentimos um pelo outro... eu pouco me importo para o que pensam. Pelo menos estou perdendo a empresa honestamente, e com a consciência e coração limpos para com Youngjae. Talvez assim, ele entenda que eu jamais seria capaz de traí-lo.

Jinyoung se compadeceu do sofrimento do rapaz. Ele foi capaz de colocar em cheque a sua reputação e a reputação da empresa do pai, para assumir Youngjae perante todos os funcionários e acionistas. Era óbvio que um homem como ele, jamais seria capaz de trocar o dongsaeng por uma golpista como Lee SooHe.

- E como ficarão as coisas, na I.M agora?

- Estou afastado da presidência temporariamente. As informações vazadas por Lee só atingiram a empresa em sua totalidade interna. Nenhum veículo midiático está sabendo de nada, então por enquanto só estou com a minha “reputação” manchada lá dentro. Porém, os acionistas concordaram em fundir a I.M com a LHS. Lee comprou todos eles.

Jinyoung tomou o último gole de café, amaldiçoando-se por dentro, por não ter visto o quebra cabeça completo em sua mente antes. Na verdade, o quebra cabeça não estava completo. Ele sabia que era possível reverter a situação de Jaebum, e ajudá-lo a reaver a empresa e o amor de Youngjae.

- Jaebum-ssi, eu acredito em você, e quero ajudá-lo. Só preciso que tenha paciência, ok? - disse, tocando o ombro do rapaz, que tinha lágrimas finas rolando pelo rosto delicado. Este, apenas respondeu com um aceno de cabeça. Jinyoung sorriu triste, e pagando o café dos dois, deixou o menino e suas lágrimas, saindo pela chuva. Enxugaria-as para ele, logo logo.

 

 

Youngjae tentou ignorar a chuva e os pensamentos que só o levavam à Jaebum. Marcara com JiHo para encontrá-lo em uma lanchonete à beira do Rio Han. Era um local considerado romântico, onde era possível ver casais de namorados dividindo milkshakes. Sempre quisera vir com Jaebum naquele lugar, mas nunca tivera a oportunidade. JiHo o esperava com um sorriso aberto. Tinha o cabelo penteado para trás, e isso fez com que Jae lembrasse ainda mais do ex namorado. O mais velho balançou a cabeça, espantando os pensamentos, e concentrou-se naquele momento. Abraçou o aluno ternamente, e sentou-se à frente dele na mesinha para dois.

- Como está, hyung? - perguntou JiHo, com os dedos tamborilando na mesa e o olhar que sempre lançava à Youngjae, e o deixava sem graça.

- Estou bem, na medida do possível... - Youngjae mordeu a ponta da língua para não confessar o quanto sofria por saber que Jaebum estava sofrendo. JiHo parece ter captado a omissão no ar. Levou os dedos tamborilantes à mão direita de Youngjae, que repousava sobre a mesa.

- Hyung... não gosto de vê-lo sofrer. Naquele dia... meu coração quase quebrou-se em mil pedaços só por ver as suas lágrimas. Seu sorriso é tão lindo e ilumina tudo. Queria que você não o tirasse do rosto nunca. Queria que não sofresse mais, por aquele crápula.

- É impossível, JiHo. Eu amo Jaebum verdadeiramente. Não posso desligar esse sentimento como se fosse um interruptor. Ele está aí, e eu preciso lidar com ele, por mais que doa.

JiHo engoliu as palavras à seco, e nada respondeu. A garçonete veio atender os dois, e JiHo pediu o mega milkshake da casa, que era feito especialmente para os casais. Era um copo enorme de praticamente um litro de Milkshake de morango com biscoitos. Era uma tradição ir naquele lugar e dividir o enorme copo, fossem namorados ou fossem amigos. Depois que a moça se afastou, JiHo voltou a ficar em silêncio, como se pensasse em cada vírgula que diria à seguir. Por que mesmo depois de tudo, Youngjae ainda pensava em Jaebum? Mesmo vendo-o beijar uma boca que não era a sua? Mesmo depois de todo apoio que ele, JiHo, lhe dera? Não era justo. Ele precisava virar o jogo. Bem em tempo, a garçonete trouxe o enorme copo cheio de milkshake. Os dois rapazes uniram suas vozes em um “WOW” sincronizado. Riram pela coincidência.

- Só você para me arrastar para tomar um litro de Milkshake numa chuva como esta, JiHo. - Youngjae disse, ainda rindo.

- Oras, mas é disso que você estava precisando, hyung. Uma boa dose de açúcar e carinho contra a tristeza. - JiHo disse divertindo, aproveitando para sorver um gole da bebida pelo canudinho. O mais velho o imitou, e ambos fizeram caras prazerosas. O milkshake era realmente bom. JiHo suspirou antes de falar.

- Sabe, hyung. Ouvi falar um dia, para que nós consigamos esquecer que amamos alguém, precisamos nos entregar ao amor de outra pessoa.

Sem entender a deixa do mais novo,Youngjae respondeu:

- Ao amor de quem, eu poderia me entregar, JiHo?

O rapaz o olhou com a mesma adoração que o olhava, quando tocava piano e cantava. Youngjae sentiu os mais profundos sentimentos de JiHo, derramando-se sobre si.

- Ao meu, Youngjae.

Youngjae viu seu rosto ser envolvido pelas mãos firmes e delicadas de JiHo, e os lábios dele pousarem sobre os seus com calor e volúpia.

 

 

Jaebum caminhava na beira do Rio Han, depois de sair da cafeteria onde se encontrara com Jinyoung. Não sabia como o mais novo seria capaz de ajudá-lo. Havia perdido tanta coisa, que não conseguia imaginar se aquilo podia ser realmente possível. Contentaria-se apenas com o amor de Youngjae, o calor do corpo dele contra o seu e os seus beijos macios e cheios de desejo. Mas não tinha nem isso, e havia perdido a empresa que o pai construíra com tanta devoção. Como ele estaria o olhando lá de cima? Envergonhado por ter um filho ingênuo, por ter criado um homem que não era capaz de sustentar seu império? Ou estaria orgulhoso, afinal o motivo pelo qual ele estava naquela situação era por ter rejeitado veementemente a proposta imunda de Lee Hyun Suk e por não ter medo de expôr quem ele realmente era? Preferia ficar com a segunda opção. Mas não tinha certeza de nada.

Olhou mais à frente, para a lanchonete onde ficava o milkshake mais famoso de Seoul. Lembrou-se de quantas vezes Jae o pediu para tomarem o “milkshake dos casais” ali. O passeio sempre acabava ficando para outro dia, e agora, talvez nunca acontecesse. Evitou pensar no pior, tentando ser otimista, enquanto as gotas geladas da chuva incessante caíam sobre si, grudando o cabelo na sua testa. Ao passar em frente da lanchonete, ouviu a gargalhada contagiante que melhor conhecia na vida. A de Youngjae. Olhou em direção ao local, e viu ele sentado numa mesinha com o mesmo rapaz que o acompanhava naquela noite fatídica. Ambos riam sem motivo aparente, e Jaebum sentiu o coração aquecer apenas por estar ali e admirar o seu raio de sol. Sentia tanta saudade da risada e da voz do menor, ecoando pela casa. Ou quando eles, estavam nessa mesma situação, comendo e bebendo juntos, felizes. De repente, o rosto de Jae é envolvido pelas mãos do rapaz e este o beija apaixonadamente. E o pior, Youngjae parecia estar correspondendo.

Jaebum nem pensou no que estava fazendo, apenas levou suas pernas o mais longe que podia daquela visão. Nem que enterrassem uma adaga bem fundo em seu peito, ele acreditava que pudesse sentir uma dor maior. As lágrimas que corriam em seu rosto, misturaram-se às gotas de chuva e era como se a tempestade agora fizesse turbulência dentro do seu peito. Ele perdera tudo o que tinha. Do que adiantava ser apenas um peso morto, no mundo? Era insignificante até mesmo para a pessoa que dava sentido à sua existência. As pernas cansaram-se de correr, assim que chegou perto de uma das pontes que atravessava o rio. Não sabia o quanto tinha corrido, apenas hiperventilava, com os pulmões ardendo a cada respiração. Colocou a mão no peito e lembrou-se da correntinha que sempre guardava consigo, com o pingente de quartzo rosa que carregava desde que ganhara há anos atrás de Youngjae. Apertou a pedra contra o peito, como se ela pudesse curar a dor que sentia. Foi em vão. Só de pensar no presente e nas circunstâncias felizes em que ganhara do mais novo, a dor se transformou em chamas que ardiam e o faziam perder cada vez mais a consciência. Os carros passavam pela ponte, mas ele e sua dor eram invisíveis. Por que não deixar de existir de uma vez? Por impulso, para não se arrepender, ficou no parapeito da ponte. Sentiu o vento frio e molhado lamber o rosto enquanto ainda respirava com dificuldade. Ouviu uma voz gritar ao longe:

- Jaebum! Saia daí! Jaebum-ssi!

Ignorou os apelos e lançou o corpo contra o vento e a chuva. Sentiu a água gelada dar-lhe um choque. Nunca pensou que passaria tanto frio. Abraçou a escuridão, e a sentiu abraçar-lhe forte de volta.


Notas Finais


Gostaram? Comentem <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...